Pensata

Gilberto Dimenstein

19/05/2010

O direito de fumar maconha

As pessoas podem ser contra a descriminalização da maconha --e com bons argumentos. Mas ninguém pode ser contra as evidências científicas de que, em determinados casos, seu uso é medicinal. Não podemos condenar pacientes a comprar a droga de traficantes. Esse é o tema de um congresso internacional que ocorre em São Paulo, liderado por nomes reconhecidos por sua preocupação com a saúde pública.

O que eles querem é criar uma agência para que se reconheça, oficialmente no Brasil, o direito de pesquisa dos princípios da maconha e liberação para pacientes com câncer, por exemplo, obrigados a sessões de quimioterapia.

Proibir o uso medicinal da maconha é um sinal de ignorância. Ninguém é a favor do uso recreativo da morfina --mas ninguém vai bani-la do uso médico.

Está mais do que na hora de o Brasil prestar atenção nas pesquisas. Até em Washington, capital dos Estados Unidos, pais conservador em relação ao tema, a maconha tem licença médica.

Gilberto Dimenstein é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às segundas-feiras.

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