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Gilberto Dimenstein
gdimen@uol.com.br
  20 de fevereiro de 2001
  Crime organizado dá aula sobre sociedade de informação
 
A sincronicidade das rebeliões nas prisões de São Paulo, orientadas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), só foi possível devido aos avanços tecnológicos da sociedade de informação.

Na prática, eles deram uma aula sobre a chamada Nova Economia, marcada pela rapidez da troca de dados.

Desde o meio de dia de domingo, as rebeliões iam se estendendo até atingir 29 prisões, numa articulação jamais vista pelos policiais. O estopim do conflito foi a transferência, na sexta-feira passada, de líderes do PCC, retirados do Carandiru para presídios do interior de São Paulo.

As ordens dos líderes do PCC eram dadas pelo telefone celular, mercadoria que entra nos presídios tão clandestinamente como drogas e armas _ graças, evidentemente, às regras da Velha Economia das cadeias, nas quais impera a corrupção policial.

Com as novas facilidades da sociedade de informação, o crime organizado consegue controlar, com maior rapidez e eficiência, as cadeias e manter seus negócios fora das grades, de compra e venda de drogas.

Como os novos celulares vêm com acesso à internet, a delinqüência tira proveito da virtualidade.

Já existem aparelhos capazes de anular os celulares, criando barreiras à disseminação dos sinais. Os responsáveis pelas administrações presidiárias informam que estudam a utilização desses aparelhos, imaginados para evitar a falta de educação, a delinqüência das pequenas incivilidades, daqueles que não desligam seus telefones nas palestras, espetáculos, missas, cinema.

Não existe, porém, nenhuma máquina para debelar o mal da "Velha Economia" das cadeias, o sistema de corrupção que coloca, lado a lado, quem prende e quem é preso, que garante a entrada das moedas de troca da droga.

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