Pensata

Kennedy Alencar

14/09/2007

Renan continua na luta

O placar da sessão secreta que absolveu Renan Calheiros na quarta-feira (12/09) estimulou o presidente do Senado a manter a linha de enfrentamento político. Dos 81 senadores, 40 votaram contra a sua cassação, 6 se abstiveram e 35 quiseram encerrar o seu mandato. Renan contabiliza as abstenções como votos favoráveis. Na prática, foram mesmo.

Por ora, Renan refuta a hipótese de licença da presidência do Senado, como desejam governo e aliados. Avalia que se mostrou acertada a estratégia de não abrir mão de um centímetro de poder, com exceção da vez em que foi convidado pelo governo a faltar ao comando de uma sessão do Congresso. Por isso, ele insistirá em ficar no cargo.

Os primeiros movimentos de Renan serão de conciliação. Já telefonou para os presidentes dos principais partidos e para os líderes das bancadas no Senado. Vai propor uma agenda legislativa cuja cereja é a aprovação da CPMF, o imposto do cheque.

Se passar no teste, como avalia um ministro, Lula não deverá forçar ainda mais eventual licença do cargo de presidente do Senado. Lula a deseja, mas sabe que é preciso combinar com os russos. No caso, com um alagoano que se mostrou um osso mais duro de roer do que imaginavam mídia, oposição e o próprio governo.

A imprensa continuará a investigar Renan. A oposição promete de público não dar sossego ao peemedebista. No cenário em que prevaleça a transformação do Senado em um inferno político, no qual a CPMF corra risco de não ser aprovada, Lula deverá pedir a Renan uma estratégica saída de cena. E é possível que, como última alternativa, ele a aceite.

Kennedy Alencar colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre bastidores do poder, aos domingos. É comentarista do telejornal "RedeTVNews", de segunda a sábado às 21h10, e apresentador do programa de entrevistas "É Notícia", aos domingos à meia-noite.

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