Pensata

Gilberto Dimenstein

03/06/2003

Dimenstein: Universidade gratuita é privilégio

Num país que gasta menos de R$ 500 por ano com um estudante de ensino fundamental público, os R$ 1.500 mensais destinados a um estudante da universidade pública constituem-se num privilégio.

Não consigo entender como setores que se imaginam progressistas não conseguem enxergar essa obviedade. Se a universidade pública tem problemas de financiamento -- e ninguém aguenta pagar mais impostos e não se vai tirar dinheiro do ensino básico -- uma das alternativas, entre tantas, é tirar dinheiro de quem pode pagar. E, aliás, já pagava, quando estava em escolas privadas. E caras.

O ministro Cristovam Buarque raspou no assunto, ao defender a proposta, em tramitação no Congresso, de que os alunos formados em universidades pública tenham um desconto diferenciado, quando estiverem trabalhando.

Mais cedo ou mais tarde, premida pela falta de verbas, as universidades públicas terão de passar por cima de pruridos ideológicos e conveniências corporativas, e fazer com que a classe média financie o privilégio do ensino superior gratuito.

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    Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

    E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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