Pensata

Gilberto Dimenstein

24/11/2003

Dimenstein: Hebe e Sobel estão errados

Promotores públicos estudam a possibilidade de processar a apresentadora Hebe Camargo por incitação ao crime. No seu programa, semana passada, ela disse que mataria com as próprias mãos o menor "Xampinha", assassino do casal de namorados.

Naquele programa, Hebe foi somente Hebe, alguém autenticamente conectada com a alma popular. Fez um desabafo que a maioria dos brasileiros faria. Classificar tal desabafo de crime é ir longe demais.

Mas ela, como formadora de opinião, errou, já que está, com seu desabafo, aumentando o clima de ódio, que não leva a nada. Melhor faria se atiçasse a opinião pública contra as autoridades que favorecem o surgimento dos "Xampinhas".

Pior do que Hebe foi o rabino Sobel que, pela posição que ocupa, deveria pensar antes de propor a pena de morte. Foi vítima dos holofotes. Em nenhum país do mundo, a pena de morte se mostra como um recurso comprovadamente eficiente.

Num momento com esse, os líderes religiosos deveriam propor o culto da vida e não o da morte.



Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca