Pensata

Gilberto Dimenstein

01/06/2004

Os professores precisam ser salvos

Estamos acostumados a analisar as fragilidades brasileiras pelos indicadores econômicos como exportação, inflação, portos, estradas, energia, empregos, e por aí vai. Isso é o que vemos todos os dias nas manchetes de jornais. Que tal se agregássemos como indicador a qualificação do professor? Parece estranho, admito. Mas não deveria ser.

Não deveria ser porque uma nação civilizada se constrói em parte com a democratização do conhecimento. O que implica boas escolas públicas e, por conseqüência, bons professores. A idéia é simples, óbvia, mas ainda não entrou em nossa agenda. Pesquisa da Unesco, que acaba de ser lançada, mostra que a maioria dos professores não lê livros, jornais, não acessa internet, não vai a cinema ou ao teatro. Ou seja, são desinformados. Logo, eles têm dificuldade de serem bons professores. Não são culpados disso, claro. São vítimas.

Se não salvarmos os professores --e isso significa além da formação permanente apoio para que tenham acesso facilitado a bens culturais-- não vamos salvar o Brasil de um futuro socialmente frágil.

Veja os comentários desse artigo no www.dimenstein.com.br.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca