Pensata

Gilberto Dimenstein

27/07/2004

Estão formando charlatões?

Em entrevista à Folha, o cardiologista José Antônio Ramires, diretor do Instituto do Coração (Incor) defendeu que os estudantes de medicina apenas sejam autorizados a trabalhar se realizarem um exame aplicado por entidades representativas dos médicos. Esse tipo de exame já é aplicado aos advogados pela OAB --e o resultado, como se sabe, é uma tragédia.

Ramires afirma que os cursos se expandiram sem a devida qualidade e estão formando médicos incompetentes. O exame da ordem seria o mecanismo, segundo ele, para evitar esse risco à sociedade.

O ideal, claro, é que as universidades formem pessoas com um mínimo de qualidade. Mas se não estão conseguindo, o verdadeiro provão, que mede mesmo o que se aprendeu, é aquele ao final do curso como faz a OAB --e agora está sendo proposto aos cursos médicos.

Se os médicos sérios estão conscientes dos perigos dos cursos medicina deveriam, a exemplo de Ramires, e em nome da saúde pública, defender combater a charlatanice acadêmica e defender providências imediatas, seja fechando faculdades, sejam exigindo o exame ao final do curso.

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Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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