Pensata

Gilberto Dimenstein

12/07/2005

Solução nota 10

Para estimular os professores, a cidade de Sobral, no Ceará, está oferecendo um bônus condicionado ao desempenho dos alunos. É daquelas idéias que deveriam se disseminar por todo o país --e rapidamente-- para melhorar o nível de cidadania via melhoria da educação.

Além do estímulo em dinheiro, há todo um programa da capacitação, de supervisão e de produção de materiais didáticos. Não é, portanto, apenas um truque, mas parte de um projeto. O professor passa a ser sócio do sucesso dos alunos. Os melhores profissionais são recompensados e os medíocres ou desmotivados, punidos. É mais um incentivo para o esforço, atingindo a visão tenebrosa de que todos no serviço público, independentemente do que façam, merecem o mesmo rendimento. Sobral mostra que esse tipo de estímulo funciona: tanto que, na cidade, 92% das crianças da primeira série do ensino fundamental já sabem ler e escrever. É muito mais do que a cidade de São Paulo, muito mais rica do que Sobral e onde o problema do absenteísmo dos professores não pára de crescer.

Não recompensar quem se esforça e não punir os incompetentes é a chave para entender a desmotivação crônica do serviço público.

É a junção dessas pequenas grandes idéias, espalhadas por muito municípios, que vai mexer de fato nos indicadores sociais brasileiros.

O detalhamento da experiência de Sobral está no www.dimenstein.com.br.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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