Pensata

Gilberto Dimenstein

27/09/2005

O risco da "adultescência"

É cada vez mais visível o fenômeno de adultos, que receberam educação de qualidade em escolas universidades de elite, ainda vivendo com os pais. É o que psicólogos chamam como parte do que se batizou de "adultescência".

A "adultescência" acaba de ganhar uma estatística sombria, feita pelo Dieese:

o jovens das famílias mais ricas têm dificuldade de encontrar emprego. A taxa de desemprego, nesse segmento, é de 22%, que é maior do que a média nacional.

Não sei quantos sinais são socialmente mais graves do que esse: afinal, são jovens que receberam educação de qualidade, aula particular, apoio de psicólogos, viajaram, foram a museus, cinemas, teatros. Isso sugere que a sociedade está mais e mais exigente, aumentando seus filtros.

Mostra também que os jovens mais pobres, a imensa maioria, sem tantos apoios, tendem sofrer ainda mais restrições. É o que se vê na estatística do Dieese: entre os jovens de 16 a 24 mais pobres o desemprego, nas regiões metropolitanas, se aproxima dos 70%.

Daí se avalia o tamanho dessa bomba social.

PS - Coloquei mais detalhes sobre esse assunto no meu site: www.dimenstein.com.br.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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