Pensata

Gilberto Dimenstein

04/10/2005

O jogo de matar políticos

Uma agência de publicidade da Polônia criou um site com um jogo para matar políticos. Em apenas três dias, o jogo recebeu duzentos mil visitantes, especialmente os jovens. Suspeito que se essa brincadeira de mau gosto fosse lançada no Brasil o sucesso seria enorme.

Semanas atrás, só porque ousei dizer que era desnecessário --como era mesmo-- algemar Flávio Maluf, que se entregara pacificamente, recebi uma torrente de e-mails, colocando-me como conivente da bandalheira. Isso só porque fui contra da pirotecnia policial.

Uma das conseqüências que se vê desta interminável crise moral no país é justamente ter aumentado ainda mais o descrédito nos políticos, nos partidos e, de tabela, na democracia. Só uma minoria percebe que há um esforço de alguns setores, inclusive entre vários homens públicos, para melhorar o país, apesar de todas as incompetências e falcatruas.

Se não conseguirmos transmitir o fato de que a democracia está aperfeiçoando o país, cada vez mais jovens, pela menos na sua cabeça, terão matado não só os políticos, mas a política. Essa é uma das grandes tarefas dos educadores brasileiros.

Comentários desta coluna estão no www.dimenstein.com.br.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca