Pensata

Gilberto Dimenstein

11/10/2005

Por que voto "sim"

Não tenho ilusões em relação ao referendo sobre a proibição de armas. Tirar armas é apenas uma entre várias ações necessárias ao combate à violência. As experiências bem-sucedidas que conheci levam em conta inúmeros fatores como policiamento comunitário, melhoria da educação, geração de renda para adolescentes, tratamento de dependência de drogas, e por aí vai.

Mas a vitória do "sim" significa a vitória de um movimento que, embora possa se iludir, está mobilizando boa parte do país para uma projeto de nação em que as pessoas de bem não precisem se armar. Mais, significa também que a sociedade se sentirá ainda mais impulsionada a exigir melhores programas de inclusão, aperfeiçoamento do sistema Judiciário e, sobretudo, redução da impunidade. Significa, portanto, que a polícia terá de desenvolver melhor repressão e prevenção mais efetiva; são abundantes os casos de policiamento comunitário que funcionam bem.

A vitória do "não" significa também uma ilusão --a ilusão de que as pessoas estarão protegidas de assaltantes usando armas.

Comentários desta coluna estão no www.dimenstein.com.br.

PS - Coloquei no meu site experiências bem-sucedidas, no Brasil, de redução da violência.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca