Pensata

Gilberto Dimenstein

25/10/2005

Lula não perdeu. O medo é que venceu

Muita gente está interpretando a derrota do "sim" como também a derrota do presidente Lula que, por seu desgaste, teria recebido um "não" dos eleitores. Se isso ocorreu foi um detalhe. Não foi Lula que perdeu --foi o medo que venceu.

No final das contas, o que importa é o seguinte: os eleitores demonstraram que se sentem desprotegidos, vivem sitiados e não confiam na polícia para defendê-los. O que, vamos convir, pode ter algum exagero, mas, em essência, está certo: o número de crimes aumenta e lemos periodicamente notícias sobre a fragilidade das forças de segurança ou, pior, o envolvimento de policiais no crime organizado --e até no desorganizado.

Se os eleitores caíram na ilusão de que se estariam mais protegidos com uma arma na mão é porque estavam baseados em algo bem real: a incapacidade do poder público em protegê-los.

Comentários desta coluna estão no www.dimenstein.com.br.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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