Pensata

Gilberto Dimenstein

25/07/2006

O cúmulo da ignorância

É um magnífico ditado: "Se você acha que a educação custa caro, veja por quanto sai a ignorância." Esse ditado nós vemos, com perfeita nitidez, num dos melhores exemplos brasileiros de incompetência do país --a cidade de Macaé, no Rio. Por isso, insisto: a cidade deveria fazer parte do currículo escolar de todos os candidatos a qualquer cargo público.

Por causa do petróleo, a cidade tem uma renda per capita de R$ 96 mil. Você não leu errado, caro leitor. É dez vezes a renda per capita do brasileiro. Isso faz com que a cidade, beneficiada pelo petróleo, tenha um orçamento de R$ 750 milhões para uma população de 160 mil. Mesmo assim, as escolas públicas apresentam um nível sofrível, o que explica, em parte, por que a população local não se beneficia dos melhores empregos e por que as favelas se disseminam.

Não faltaria dinheiro para formar melhorar as pessoas e fazê-las mais prósperas. Cidades muito menos ricas conseguem desempenhos muito melhores. Daí que, em minha opinião, os candidatos deveriam dar um jeito de passar uns poucos dias em Macaé para aprender como não se constrói uma nação.

Daí que apenas gastar mais não funcionar se o dinheiro não for bem aplicado.

PS - Mais detalhamento sobre a experiência de Macaé e a comparação com demais cidades estão no meu site (www.dimenstein.com.br)


Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca