Pensata

Gilberto Dimenstein

01/05/2007

Urgente: chamem os universitários

Sempre considerei injusto os filhos de ricos não pagarem mensalidade em universidades públicas --é um inaceitável privilégio, especialmente levando em conta que eles vieram de escolas privadas [e caras]. Não vejo, porém, condições políticas, pelo menos neste momento, para cobrar as mensalidades. Uma viagem a Minas Gerais me fez ver que existe uma solução intermediária --e deveria ser urgente.

Acompanhei a experiência de universitários ajudando no reforço escolar de estudantes da rede pública, a entender melhor matemática, história, ciência e português. Tudo isso usando jogos e brincadeiras.

Conversei com os diretores e professoras da escolas públicas, todos foram unânimes em dizer que o impacto dos universitários já se fazia sentir, tanto nas notas como na redução da evasão.

Temos à nossa frente um tremendo desafio, gigantesco, de melhorar a educação pública básica. As universidades exerceriam um enorme papel se preparassem os estudantes, como em Minas, para ajudar os alunos da rede pública.

É simples, barato e ajudaria muita gente. Inclusive o próprio universitário, que ganharia certificado de estágio.

Imaginem como médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitetos, nutricionistas poderiam ajudar estudantes de comunidades pobres, apenas usando suas habilidades.

O que estou propondo, em poucas palavras, é que os programas de extensão não sejam o patinho feio do ensino superior, bem longe do status do ensino e da pesquisa.

PS- Coloquei no meu site uma fértil experiência dos universitários da Faap em uma cidade muito pobre (Barra do Chapéu (SP), campeã brasileira no teste de qualidade de ensino.
Gilberto Dimenstein, 48, é membro do Conselho Editorial da Folha e criador da ONG Cidade Escola Aprendiz. Coordena o site de jornalismo comunitário da Folha. Escreve para a Folha Online às terças-feiras.

E-mail: palavradoleitor@uol.com.br

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