Kennedy Alencar
05/11/2004
Uma onda conservadora reelegeu Bush e, de quebra, deu ao seu partido, o Republicano, o controle do Senado e da Câmara. Os próximos quatro anos deverão ser de aprofundamento de restrições a liberdades individuais e de mais radicalismo e cegueira na política externa.
Nos Estados Unidos, ampliou-se o fosso entre os cidadãos que lutam pelos melhores valores daquele país, como liberdades individuais e democracia, e aqueles que se seduziram pelo pior tipo de discurso de direita religiosa e fundamentalista.
É uma pena que John Kerry tenha perdido. Não há comparação entre um candidato com posições progressistas em relação a aborto, comportamento sexual e meio ambiente com um presidente tão conservador nessas matérias como Bush.
No resto do mundo, a reeleição de Bush provavelmente alimentará o discurso antiamericano e despertará ainda mais desconfiança no mundo árabe. O Iraque, por exemplo, vê diminuída a chance de sair de uma guerra civil. A ONU (Organização das Nações Unidas) continuará a ser um organismo sem poder. Quem deve estar feliz é Osama bin Laden. Manteve um aliado na Casa Branca.
Cadê?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva julgou mais vantojoso para o Brasil a reeleição de Bush. Antes da eleição, o brasileiro chegou a dizer em conversas reservadas que o republicano era "melhor" para o Brasil do que o democrata.
Será que ele e Celso Amorim, nosso ministro das Relações Exteriores, acreditam que um acontecimento tão ruim para o mundo é realmente bom para o Brasil? As concessões econômicas que o petista pensou que arrancaria de Bush não deram o ar de sua graça até hoje.
O dono do mundo
A reeleição do presidente George W. Bush é uma péssima notícia para os americanos e para o resto do mundo. No primeiro mandato, quando teve menos votos do que o oponente (o democrata Al Gore) e ganhou a Presidência no tapetão, ele não hesitou em atropelar quem quisesse em qualquer lugar do planeta. Agora, com uma incontestável vitória nas urnas, vai se sentir o dono do mundo.Uma onda conservadora reelegeu Bush e, de quebra, deu ao seu partido, o Republicano, o controle do Senado e da Câmara. Os próximos quatro anos deverão ser de aprofundamento de restrições a liberdades individuais e de mais radicalismo e cegueira na política externa.
Nos Estados Unidos, ampliou-se o fosso entre os cidadãos que lutam pelos melhores valores daquele país, como liberdades individuais e democracia, e aqueles que se seduziram pelo pior tipo de discurso de direita religiosa e fundamentalista.
É uma pena que John Kerry tenha perdido. Não há comparação entre um candidato com posições progressistas em relação a aborto, comportamento sexual e meio ambiente com um presidente tão conservador nessas matérias como Bush.
No resto do mundo, a reeleição de Bush provavelmente alimentará o discurso antiamericano e despertará ainda mais desconfiança no mundo árabe. O Iraque, por exemplo, vê diminuída a chance de sair de uma guerra civil. A ONU (Organização das Nações Unidas) continuará a ser um organismo sem poder. Quem deve estar feliz é Osama bin Laden. Manteve um aliado na Casa Branca.
Cadê?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva julgou mais vantojoso para o Brasil a reeleição de Bush. Antes da eleição, o brasileiro chegou a dizer em conversas reservadas que o republicano era "melhor" para o Brasil do que o democrata.
Será que ele e Celso Amorim, nosso ministro das Relações Exteriores, acreditam que um acontecimento tão ruim para o mundo é realmente bom para o Brasil? As concessões econômicas que o petista pensou que arrancaria de Bush não deram o ar de sua graça até hoje.
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Kennedy Alencar, 39, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos. E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br |
