Pensata

Kennedy Alencar

27/01/2006

Lula diz que vai ganhar eleição

Houve uma mudança no humor presidencial nos últimos dias a respeito de sua chance de se reeleger, que considerava pequena. Em conversas reservadas, Luiz Inácio Lula da Silva tem dito a interlocutores de muita intimidade que vai ganhar a eleição de outubro.

O otimismo do presidente se deve a dados de sua gestão que tem reunido e que pretende usar de forma comparada com o governo do antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso. "Ganho em quase tudo", tem afirmado.

O presidente espera ainda que novos indicadores econômicos confirmem a retomada do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

O presidente já está preparado para levar um baque na economia: a divulgação do PIB de 2005 deverá confirmar um crescimento medíocre, algo entre 2% e 2,5%. O discurso oficial já está pronto. Será dizer que isso é passado, olhar pelo retrovisor.

Com exceção desse dado, ruim do ponto de vista eleitoral, há a previsão de que uma série de indicadores dê sinais concretos de retomada do crescimento econômico. A equipe econômica prometeu a Lula que, no auge da campanha eleitoral, entre abril e setembro, o PIB estará em forte ritmo de crescimento e que a população sentirá os efeitos disso.

Na quinta-feira (26/01), Lula adotou tom de comemoração ao conversar com auxiliares sobre a notícia de que o desemprego em dezembro de 2005 fora o menor desde março de 2002.

A taxa de desemprego de seis regiões metropolitanas do país recuou de 9,6% para 8,3% em dezembro, a menor já verificada na nova Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que teve início em em março de 2002. Além disso, a renda do trabalhador subiu 2% no ano passado

Com dados desse tipo, além da injeção de recursos na economia com uma mínimo de R$ 350 a partir de abril, Lula avalia que recuperará cacife eleitoral entre os mais pobres e que isso se refletirá nas pesquisas sobre a sucessão. O presidente já vem adotando uma comunicação de governo agressiva para divulgar medidas que acredita que terão boa repercussão no eleitorado. E vai negociar diretamente com os partidos políticos o apoio, total ou parcial, à sua reeleição.

Aquela conversa do final do ano passado de que podia desistir de ser candidato foi só conversa. Acreditou quem quis.
Kennedy Alencar, 39, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos.

E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br

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