Kennedy Alencar
10/02/2006
Se decidir concorrer ao Palácio do Planalto, Serra terá apoio da maioria do comando partidário. O prefeito pediu tempo para responder, mas não se comprometeu com prazo. Se puder, ele esticará a corda ao máximo. A cúpula tucana, porém, quer uma decisão mais rápida. Serra está refletindo. É possível que seja dada uma resposta logo após o Carnaval.
Na prática, o triunvirato fez a sua escolha. Prefere Serra, que tem mais cacife nas pesquisas para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num momento em que o petista recupera força política.
O prefeito está "sorumbático", na expressão de um tucano que esteve com ele. É uma aposta de alto risco deixar a prefeitura com apenas 15 meses de mandato, mas a tentação também é enorme. "Sei exatamente o que precisa ser feito", disse Serra freqüentemente para mostrar a seus interlocutores que, uma vez no Palácio do Planalto, tentará e saberá desarmar a armadilha de crescimento econômico medíocre e juros altos. O prefeito não esconde que seu maior sonho é virar presidente.
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que disputa com Serra a indicação, ficou indócil. Ameaça não aceitar uma decisão de caciques. Sua esperança é que Serra tenha medo de largar a prefeitura e deixe a vaga com ele. Ou seja, depende do adversário, o que nunca é bom em política. Alckmin vive um mau momento.
Apesar do discurso oficial de que o partido sairá unido de uma disputa que tem sido bastante pesada nos bastidores, dificilmente isso acontecerá se o governador for o perdedor, hipótese mais provável hoje.
A bola está com José Serra
O triunvirato tucano que definirá a escolha do candidato do PSDB à Presidente da República já mandou um recado ao prefeito de São Paulo, José Serra. "A bola está com você. Decida-se". Essas foram as palavras de um cacique tucano ao prefeito. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), e o governador de Minas, Aécio Neves, formam esse triunvirato. Um deles levou a mensagem-ultimato.Se decidir concorrer ao Palácio do Planalto, Serra terá apoio da maioria do comando partidário. O prefeito pediu tempo para responder, mas não se comprometeu com prazo. Se puder, ele esticará a corda ao máximo. A cúpula tucana, porém, quer uma decisão mais rápida. Serra está refletindo. É possível que seja dada uma resposta logo após o Carnaval.
Na prática, o triunvirato fez a sua escolha. Prefere Serra, que tem mais cacife nas pesquisas para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva num momento em que o petista recupera força política.
O prefeito está "sorumbático", na expressão de um tucano que esteve com ele. É uma aposta de alto risco deixar a prefeitura com apenas 15 meses de mandato, mas a tentação também é enorme. "Sei exatamente o que precisa ser feito", disse Serra freqüentemente para mostrar a seus interlocutores que, uma vez no Palácio do Planalto, tentará e saberá desarmar a armadilha de crescimento econômico medíocre e juros altos. O prefeito não esconde que seu maior sonho é virar presidente.
Já o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que disputa com Serra a indicação, ficou indócil. Ameaça não aceitar uma decisão de caciques. Sua esperança é que Serra tenha medo de largar a prefeitura e deixe a vaga com ele. Ou seja, depende do adversário, o que nunca é bom em política. Alckmin vive um mau momento.
Apesar do discurso oficial de que o partido sairá unido de uma disputa que tem sido bastante pesada nos bastidores, dificilmente isso acontecerá se o governador for o perdedor, hipótese mais provável hoje.
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Kennedy Alencar, 39, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos. E-mail: kennedy.alencar@grupofolha.com.br |
