Pensata

Lúcio Ribeiro

22/01/2003

Coisas urgentes

"I know a place where I can go when I'm alone/
Into your arms, into your arms, I can go"
"Into Your Arms", Lemonheads


"It's absolutely out, I know it's hippieshit, but I say it loud: with the 3 of us... I love it"
"Love with the 3 of Us", Stereo Total


Beleza?
A guerra vem aí. A ex-milionária Venezuela está quebrando. A dona Zica e o maestro Sylvio Mazzucca morreram. A Samantha e o Paulo, veja você, foram eliminados do Big Brother Brasil 3.
Mas essas notícias tão importantes para a humanidade não são nada perto da história de que nos EUA vão mexer na capa do histórico disco "Abbey Road", dos Beatles. Aquela em que os Beatles aparecem um atrás do outro, atravessando a tal "road", em Londres. O disco é de 1969 e a capa, um dos maiores mistérios do rock.
O que acontece é que uma frente antitabagista eliminou o cigarro que aparece na mão direita do baixista Paul McCartney. Já retocaram a foto via computador. Não faz muito tempo, o guitarrista George Harrison, fumante inveterado, morreu de câncer, que ele mesmo disse ter sido causado pelo fumo.
Também sou antitabagista e tal, mas mexer na capa do "Abbey Road", além de caracterizar um certo sacrilégio roqueiro, interfere em uma das mais fabulosas crenças pop do planeta.
McCartney, na capa do disco, aparece segurando o cigarro com a mão direita. Todos que conhecem os Beatles sabem que o baixista era canhoto. O fato é um dos sustentáculos da história de que, na verdade, a capa traz um Paul McCartney falso.
Uma corrente forte de beatlemaníacos acredita em um boato que dá conta de que o "verdadeiro" Paul McCartney morreu em 1966, em um desastre de carro. A tragédia foi abafada pela indústria musical inglesa.
Despesperados pelo final estúpido dos Beatles e para não chocar o planeta com a tragédia, os donos da gravadora dos quatro de Liverpool descolaram um sósia para o lugar do beatle mais querido das menininhas.
Mas John Lennon não engoliu a história e despejou em letras e principalmente nas capas dos discos as evidências de que o Paul verdadeiro tinha morrido.
A verdade, segundo a lenda, veio à tona através de um radialista americano dois anos depois. Com o burburinho correndo solto, indícios de que Paul McCartney realmente morreu em 1966 foram enxergados em "mensagens" nas capas e nas letras dos Beatles após a teórica data.
E a capa do "Abbey Road" está cheia dessas pistas. A do cigarro é uma delas. A coluna de 18/10/2000 conta mais sobre as outras.

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A VIDA IMITA O POP

Nova "vilã" da paz mundial, a Coréia do Norte é onde James Bond se estrepa no começo do novo 007, que entrou em cartaz não faz muito tempo. Depois de uma temporada em masmorras coreanas, Bond (James Bond) volta à Inglaterra com uma barba até o pé. No primeiro episódio da segunda temporada do excelente "24 Horas" ("24"), que você vai poder ver no Brasil no dia 17 de fevereiro (Fox), os norte-coreanos serão os responsáveis pela volta à ativa do combalido viúvo e barbudo Jack Bauer. Moral da história: a Coréia do Norte deixa os heróis barbudos.

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MULHER FATAL

Prepare seus olhos. Falando em cinema, tem estréia nacional nesta sexta o filme "Femme Fatale", do diretor Brian De Palma. Vou dizer de novo: do diretor Brian De Palma. É um dos cineastas que mais perfeitamente aplicam o conceito de voyeurismo na tela desde Hitchcock, seu mestre confesso. Filmes deliciosos de ver. Ambíguo, de ficar perguntando: "Que p**** está acontecendo?".
De Palma andou fazendo uns longas merrecas nos últimos tempos, mas volta à forma com essa polêmica história à la David Lynch. História torta, misteriosa, que não dá para entender. Ou que cada um entende o que quiser (é desnecessário entrar aqui em discussões-cabeça, tipo filme sobre ilusionismo, jogo de espelhos e tal). A realidade nem sempre é aquilo que se está vendo.
Classudo, "Femme Fatale" tem no elenco a impressionante de linda Rebecca Romijn-Stamos e o canastra Antonio Banderas. Para falar pouco sobre a história, Stamos é a lindona malvada que engana sua quadrilha em um plano arrojado: roubar um vestido de diamantes de uma atriz francesa em uma concorrida sessão de filme no pomposo Festival de Cannes. Daí para o fim é um nó.
É bom ver o filme duas vezes, para buscar o que De Palma escondeu por trás das cenas em que o furacão Stamos está protagonizando ousado ato de lesbianismo ou realizando um dos mais bombásticos stripteases desde que Kim Bassinger o fez em "Nove e Meia Semanas de Amor", lá nos anos 80.

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CURITIBA POP FESTIVAL

Nada ainda.

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ROCK IN RIO 4

(Placebo e Peaches)

Lembra-se do papo daqui da coluna, sobre a realização deste festival ou em junho ou em setembro/outubro de 2003?

Então. Em conversa com a figurinha Brian Molko, do Placebo, este colunista ouviu do ídolo indie brasileiro que a banda dele está "se mexendo para ser convidada para o Rock in Rio deste ano". Como assim, Molko, meu velho? O festival nem está confirmado... "Conhecemos quem já foi convidado e também queremos ser. Já estamos dando um jeito para tocar aí no Brasil."

* Outra que está acertando sua vinda para o Brasil, no período outubro/novembro, é a grande Peaches, rainha electro-punk canadense e amiga desta coluna. A sexista Peaches teve seu vigoroso CD "Teaches of Peaches" lançado recentemente no Brasil. Aí uma agente da cantora mandou o seguinte e-mail: "For your information we plan to tour Peaches in Brazil sometime this year after her next record is out - oct/nov."

* O DJ alemão Hell vai tocar em São Paulo nesta quinta (23), informa a coluna da jornalista Erika Palomino, da Folha. Pilar da onda electro e dono da importantíssima gravadora/produtora International Deejay Gigolos, Hell se apresenta na festa de encerramento do evento fashion Casa de Criadores,no shopping Frei Caneca. O DJ deve entrar em cena à 1h, já na madrugada de sexta. E, dizem, acompanhado de Miss Kittin ela mesma.

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MODA

Já que a temporada é fashion, vamos dando sequência ao desfile. A "Vogue" botou seus olhos glamourosos no novo rock (não só). E destacou essas figuras aqui:

Reprodução



A primeira é a loirinha Melissa Burns, da banda electro-baba W.I.T., do circuito Manhattan-Brooklyn. Burns veste vestido Versace e jaqueta Alexander McQueen. No meio está a poderosa Karen O, do Yeah Yeah Yeahs, em traje cosmopolita. Por fim, na passarela da "Vogue", o monocromatismo cool de Jack e Meg White, do White Stripes.

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MÚSICAS PARA AGORA

* Longview - "Nothing"
Banda nova de Manchester. Levei um susto quando a música começou, quando eu ouvia distraído a Radio One inglesa, pela internet. Terna, linda, densa, parecia uma canção nova dos Smiths. Parece que estará em um single que ainda nem saiu. A conferir. Se alguém conseguir baixar essa música, manda para mim, por favor. Longview, para quem escutou também "Further", é uma banda a seguir.

* Libertines - "Time for Heroes"
Punk e romântico ao mesmo tempo, esse novo single do Libertines é de chorar de bom. Desta vez é mais Jam do que Clash. Para aprender a letra e cantar junto.

* Placebo - "The Bitter End"
Corre atrás. Bem boa. Sem novidades, mas uma levadinha rápida bacana.

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OASIS URGENTE

Notícia fresquinha da "New Musical Express", o Oasis regravou sua música mais famosa, "Wonderwall". Em versão completemente diferente. E cantada, desta vez, por Noel Gallagher, ao contrário da original.
"Wonderwall" é de 1995, virou hino do britpop e deve ter sido a música mais tocada na Inglaterra na última década. Entrou até em trilha de novela brasileira.
O que levou Noel a regravar o maior hit do Oasis foi um show que ele viu do guitarrista americano Ryan Adams, que tocou uma "Wonderwall" distorcida, com outra pegada.
Ainda não foi dito o que Noel vai fazer com a nova "Wonderwall" gravada.

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STROKES URGENTE

Tudo leva a crer que o quinteto nova-iorquino vai mexer bem em seu som estilo rock básico. Já começando a pensar no novo álbum, Julian Casablancas e amigos demitiram o cara que produziu o "Is This It" e convidaram para a função o famoso Nigel Godrich, um dos responsáveis pela guinada etérea do Radiohead. Godrich produziu "OK Computer", "Kid A" e "Amnesiac", para você ter uma idéia.
Casablancas disse recentemente que os Strokes devem adotar uma rota mais moderna para o rock de garagem da banda. Mas quer evitar o perfil "agora que fizemos sucesso, vamos virar uma banda de excêntricos, chamar nosso som de artístico e ser arrogantes".
Vamos ver.

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MORRISSEY URGENTE

Depois de muitos e muitos e muitos anos, Morrissey assinou um contrato com gravadora e vai lançar um disco de inéditas. As pérolas pop do ex-líder dos Smiths pertencem agora à Sanctuary. Nome apropriado para o Morrissey.

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NICK HORNBY E AS CANÇÕES PREFERIDAS

Voltando ao novo livro de Nick Hornby, "Songbook", que vem com CD e versa sobre as 31 canções prediletas do autor, valem a pena os textos sobre as músicas "Night Out", do delicioso grupo norueguês de eletrônica Roykshopp e sobre a hybrid tunes (uma música em cima da outra) dos magos Soulwax.
É a velha história do roqueiro tradicional (Hornby encarna um trintão e está longe de ser moderno) que adora uma canção romântica ou um alt-country, mas se vê diante da sedução da atualíssima música eletrônica ou algo ousado como as canções híbridas. Ele começa dizendo que acreditava que nada de bom poderia surgir de músicas de gente que não tocava nenhum instrumento ou cantava uma só nota. Ou em nada que viesse dos atos que envolvessem "mixing and matching and scratching and cutting and pasting". Mas já vê graça nisso tudo, tanto que está em seu livro de músicas favoritas.

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PROMOÇÕES DA SEMANA

(ENQUETE)

Com esse papo do Hornby e a minha atual fase sonora (nunca ouvi tanta música eletrônica como neste começo de ano), surgiu a idéia de fazer um censo rápido para saber a tolerância dos leitores desta coluna aos praticantes do "mixing and matching and scratching and cutting and pasting". A pergunta é: você curte bastante, médio ou nada de música eletrônica e seus diversos gêneros? Estou curiosíssimo para saber. No último sábado, toquei na roqueira noite Sound, do DJ Club, aqui de São Paulo. O dono do lugar, pelo que parece, não gostou muito que metade do set foi constituído de música eletrônica, embora a pista cheia esteve beeeeem animada, com uma galera dançando entusiasmada tanto Who Da Funk quanto White Stripes. Enfim.
Mas o negócio é que quem responder à enquete vai entrar no sorteio das seguintes uvas sonoras:

* uma cópia caseira do disco que vem no livro novo de Nick Hornby, este que você pode ver no final desta nota. Serão duas cópias em sorteio e serão acompanhadas do xerox do texto que abre "Songbook", o dedicado à canção "Your Love Is the Place That I Come from", do Teenage Fanclub

* uma cópia caseira, outra, do divertido "We're a Happy Family", o tributo aos Ramones que tem Garbage, U2, Metallica, Billy Corgan, Eddie Vedder, Chili Peppers, Green Day e outros fazendo sua versão da banda do saudoso Joey Ramone (vou falar mais do disco na segunda parte da coluna, no ar nesta quinta no final da tarde).

* Um decentíssimo DVD do U2, da série "Classic Albums", dedicado aos bastidores de gravação do CD "Joshua Tree", o melhor disco da banda irlandesa (acho).
Responde aí.

Reprodução




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"JACKASS" NO BRASIL

¦Se você é um espírito de porco, chegou a sua vez. Uma espécie de "Pegadinhas do Faustão" heavy metal e elevado à enésima potência de estupidez, a MTV finalmente estréia neste domingo, às 23h, o superhit polêmico "Jackass".

¦O legal é que o programa passando em TV brasileira avaliza a chegada no Brasil do longa-metragem "Jackass - The Movie", estouro de bilheteria do ano passado. O filme, segundo a distribuidora UIP, está marcado para entrar em cartaz no dia 21 de março. Mas pode ter a data adiantada.

¦Voltando ao "Jackass" número um, o da MTV Brasil, quase a cada intervalo do programa que nasceu em 2000 aparece uma vinheta "institucional" preventiva.

¦"Este programa é produzido por profissionais ou completos idiotas. A MTV insiste que nem você nem seus amiguinhos estúpidos tentem imitar as façanhas de Johnny Knoxville."

¦Knoxville é uma versão viva de Beavis ou Butt-Head. Mandou uma vez uma fita de vídeo com suas tais "façanhas" para a MTV, foi contratado, se transformou na maior audiência da emissora (falamos aqui de 5 milhões de espectadores, a grande maioria de adolescentes) e já é aspirante a grande ator em Hollywood.

¦A tradução para "jackass", a melhor delas, é asno, burro. Do festival de estupidez, nojeira e palhaçadas que sai da cabeça de Knoxville e vai para a tela da emissora musical, do que pode ser descrito aqui está o teste de equipamentos de defesa pessoal, o destaque do primeiro programa no quesito "nem tão nojento assim".

¦Knoxville ele mesmo vai testar a eficácia de um spray de pimenta nos próprios olhos. Depois receberá na barriga uma descarga de 120 mil volts de uma arma de choque. É daí para pior.

¦Um comparsa de Knoxville sai andando de bicicleta com uma criança de mentirinha colocada na garupa, de capacete e tudo mais. E, em frente a pessoas em mesas de bar, paradas em um ponto de ônibus, o sujeito simula uma queda violenta com a bicicleta. As pessoas ficam horrorizadas com o que pode ter acontecido ao bebê no tombo feio, mas não conseguem saber porque o cara levanta rápido, diz que está tudo bem e sai pedalando.

¦"Jackass", sem juízo de valores para suas cenas imbecis-engraçadas e também imbecis-imbecis, é um exercício de voyeurismo sádico para quem gosta desse tipo de brincadeira. Serviu tanto dentro do universo certinho da adolescência americana que, quando foi parar no cinema, no primeiro final de semana arrecadou o quíntuplo de seu custo de produção.

¦A estréia do programa na MTV abre caminho para "Jackass - O Filme" ter sua exibição nos cinemas brasileiros. A UIP, que distribui o longa, já marcou a data da entrada em cartaz da "obra" cinematográfica de Knoxville: o próximo 21 de março.

¦Salve-se quem puder. Ou bem-vindo ao mundo do Jackass.

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FAMÍLIA FELIZ - TRIBUTO AOS RAMONES

¦Então. Este CD "We're a Happy Family", o tributo aos Ramones que a coluna oferece no sorteio lá em cima, só sairá para venda no dia 11 de fevereiro. Nos EUA. Claro, já está na internet. A lista das músicas é essa aí embaixo. As versões do U2, do Marilyn Manson, do Offspring, do John Frusciante (Chili Peppers) e do bebaço Tom Waits são bem boas.

¦O projeto do disco é de autoria do malucão Rob Zombie.

¦1. Havana Affair - Red Hot Chili Peppers

¦2. Blitzkrieg Bop - Rob Zombie

¦3. I Believe in Miracles - Eddie Vedder & Zeke

¦4. 53rd & 3rd - Metallica

¦5. Beat on the Brat - U2

¦6. Do You Remember Rock 'N' Roll Radio - Kiss

¦7. The KKK Took My Baby Away - Marilyn Manson

¦8. I Just Wanna Have Something to Do - Garbage

¦9. Outsider - Green Day

¦10. Something to Believe In - The Pretenders

¦11. Sheena Is a Punk Rocker - Rancid

¦12. I Wanna Be Your Boyfriend - Pete Yorn

¦13. I Wanna Be Sedated - The Offspring

¦14. Here Today, Gone Tomorrow - Rooney

¦15. Return of Jackie & Judy - Tom Waits

¦16. Daytime Dilemma (Dangers Of Love) - Eddie Vedder & Zeke

¦17. Today Your Love, Tomorrow the World - John Frusciante

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A PRIMEIRA FESTA DE ANIVERSÁRIO...

¦...de Sashah Averbuck.

¦No embalo do texto de Wladimir Cunha, aquele sobre o Mano Wladimir, que qualquer pessoa no mundo que tem um e-mail recebeu, pintou uma versão indie. Para quem quiser dar uma espiada, está aqui: www.flaviadurante.com/blog/

¦Só para dar um embasamento rápido, Sashah Averbuck é um nome hipotético para a (o) filha (o) da escritora indie Clarah Averbuck, que está esperando um neném.

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POPICES

Quer dar uma de Rob Fleming ("Alta Fidelidade") e trabalhar em uma loja de discos? A London Calling tem uma vaga para atendente. Se você for de São Paulo, conhecer um pouco de informática e gostar do som comentado aqui neste espaço, e tiver a fim de trabalha na London Calling, manda um e-mail se candidatando no atendimento@londoncalling.com.br. É mais um serviço desta coluna no combate ao desemprego e por um país melhor. Que beleza!!!/// O aniversário de São Paulo está agitado. As boas Hurtmold e Cidadão Instigado são atrações do Centro Cultural São Paulo, às 19h./// A banda Starfish toca na Delicious, a noite de sábado da Funhouse./// Já na Superblast, do Tramp Club, se apresentam a Old Suit, de Cerquilho, e Hats, de SP./// No Rio, na sexta-feira, acontece o London Burning Festival, com shows das bandas Stellabella e Glamourama, mais o comando de Luciano Vianna, Rodrigo Lariú e convidados nas picapes. O LBF lança na festa o CD Indie é o novo Pop. Tudo isso rola na Nautilus. As informações estão todas no site www.popindie.blogspot.com/. Se você é do Rio, quer ir à festa de graça e ainda ganhar um CD, escreva para esta coluna até amanhã às 18. Dois e-mails felizardos serão respondidos e valerão um par de ingressos e o disco.

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STEREO TOTAL NO BRASIL, EM DISCO E AO VIVO

¦Talvez o mais bem acabado exemplo da globalização pop e fruto cintilante dos benefícios da era pós-Napster, a poliglota, divertida e cultuada banda franco-alemã Stereo Total cruza agora, oficialmente, o caminho da cena independente brasileira.

¦Graças a uma parceria do pequeno selo paulistano Bizarre e do idem alemão Bungalow Records, o Stereo Total vai ser lançado em disco no Brasil.

¦Esse CD, uma coletânea exclusiva para o país, tem em maio sua data prevista de lançamento. O tal álbum "brasileiro" da banda, que canta em alemão, francês e inglês, incluirá uma faixa em português.

¦E, melhor, a banda de pop eletrônico _não é tão errado colocar a Stereo Total no nicho de representantes da badalada cena electro_ deve vir ao Brasil para apresentações ao vivo no festival mineiro Eletronika (de 1 a 4 de maio) e em SP, como estratégia de divulgação do primeiro CD do grupo em edição nacional.

¦O disco da Bizarre/Bungalow compilará os dois últimos e mais famosos álbuns do Stereo Total, "My Melody" (1999) e "Musique Automatique" (2001), lançados nos EUA e Europa e campeões de captura nos sites de troca de MP3 da rede de computadores.

¦Banda que na verdade agora é uma dupla, respondem pelo Stereo Total a francesa Françoise Cactus, vocalista, guitarrista e baterista, e o alemão Brezel Goering, vocalista, guitarrista e tecladista.

¦Praticante de um som sexy e mutante, que viaja pela new wave, disco music, punk bubblegum, garage-rock e música francesa de cabaré, o Stereo Total já foi bem definido por Cactus como um encontro de Serge Gainsbourg, Kraftwerk, Ramones e Cramps, banda americana de insano rockabilly adorada pela vocalista.

¦A dupla é bastante conhecida no cenário independente europeu, Londres excluída. No underground alemão, onde a banda já computa cinco discos lançados desde 1995, o Stereo Total é figura carimbada da cena roqueira e tem bom trânsito em pistas de electro, que chacoalham ao som de Felix da Housecat, Miss Kittin e a canção "Wir Tanzen Im 4-Eck", single do último CD da dupla.

¦O ano passado serviu para a maior internacionalização da internacional Stereo Total, que já chegou até a contar com palestino, escocês e francês em sua formação bizarra.

¦Com o lançamento do elogiado "Musique Automatique" e pregando o amor à três (graças ao hit "L'Amour à 3"), a banda atraiu a atenção da mais famosa noite dedicada à música indie no mundo, a londrina Trash, onde o Stereo Total se apresentou ao vivo.

¦No vácuo do fenômeno Strokes, o Stereo Total ganhou mais visibilidade. O quinteto nova-iorquino adotou a banda de Françoise e Brezel e a levou para a abertura dos shows das concorridas turnês de 2002 nos EUA e na Europa.

¦Nos próximos dias, além da faixa em português, o Stereo Total inicia as gravações de seu novo álbum de inéditas, que deve ser lançado em setembro.

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MASSIVE ATTACK

Fica para a semana que vem. Assim como o anúncio dos ganhadores das promoção da semana passada (não deu tempo de fazer o sorteio). Estou perdoado? Não?

A coluna da semana que vem, pelo que parece, vai ser escrita do Rio de Janeiro. Sujeito a atrasos e tal. Mas vamos conversando.

Até mais.

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Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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