Pensata

Lúcio Ribeiro

13/08/2003

A modelo rock'n'roll e o dedo esmigalhado

"I don't want to change your mind
I don't want to waste your time"
Strokes, em "Under Control"

"Tonight I'm gonna have myself a real good time
I feel alive and the world it's turning inside out
I'm floating around in ecstasy
So don't stop me now don't stop me"
Queen, em "Don't Stop Me Now"

"I wanna kiss you every minute every hour everyday
You got me in a spin but everything is ok
Touching you, touching me
Touching you cause you're touching me
I believe in a thing called love, just listen to the rythm of my heart"
Darkness, em "I Believe in a Thing Called Love"


E aê?
Darkness é podre, mas é legal. Queen é legal, mas é legal. Essa parte de letra de uma nova dos Strokes é divertida. Indica total descontrole quando o título é "Under Control".
E a strokesmania já começou. E o show do Coldplay já começou, também.
Mais sobre tudo embaixo. Segura!

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MÚSICA E CINEMA

Está demais a interação cara-de-banda namorando estrela-de-cinema, no mundo colorido do showbiz. O "nosso" Fabrizio Moretti vai casar com a pantera Drew Barrymore. A boneca loira Gwyneth Paltrow.fisgou o Chris Martin, o líder natureba do Coldplay. O mega Justin Timberlake está com outra pantera, a Cameron Diaz. A Winona Ryder deve estar com alguém de música, com certeza. E, por fim, a atriz Renee Zellweger é a atual musa de Jack White, do White Stripes.
E sobre este último casal estrelado pintou uma notícia engraçada nesta semana. O popularíssimo jornal americano "USA Today" publicou uma reportagem nesta semana sobre o affair da Zellweger, estrela de "Bridget Jones", entre outros filmes.
A pergunta da reportagem era: "Quem é esse Jack White?"
Dizia o jornal: "Para os descolados que entendem de música sabe o nome dele. Mas ele não é nem de longe tão famoso quanto o ex de Zellweger, Jim Carrey".
E depois explicava sobre o White Stripes em um tom bem educacional.
"É uma banda de duas pessoas com Jack nas guitarras e vocais e a Meg White na bateria. Parece que eles foram marido e mulher, e não irmãos, como a dupla andou divulgando."
Bom, agora os Stripes vão ser um pouco conhecidos lá no sertão árido do Texas, em Aspen, em Capeside ou em Springfield.

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KATE MOSS É ROCK'N'ROLL

Mas o nome do jet-set que tem abalado o mundo do rock é o da modelaço Kate Moss.
Que Courtney Love, que Winona Ryder, que nada. Kate Moss é a tal.
A supermodel está em todas. Dá uma olhada.




Moss já andou cantando em disco do Primal Scream, em tempos recentes. E era visto para cima e para baixo com Bobby Gillespie. Mas aquilo era só o começo.
Não tinha um show dos Strokes ou do White Stripes, em Londres ou perto de lá, que não estava Moss e suas amigas.
Neste ano, a supermaneca andou aparecendo no backstage do explosivo grupo americano Kings of Leon.
No clipe de "Brothers & Sisters" do maluco inglês Har Man, do Har Man Superstar, apareceu lascando um beijo no sortudo.
Kate andava meio caída. Mas agora está retornando com tudo.
É a capa da nova edição da modernete "W" e estampou recente a primeira página da "Vogue", com um visua Bowie-Stardust.
Se tem uma balada rock das boas, pode ter certeza: Kate Moss vai estar lá.

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MÚSICAS PARA AGORA

* "Time Is Running Out", Muse
Música sinistra do ótimo grupo inglês Muse. Chega a ser tensa. Tem que ouvir para entender.

* "The Golden Path", Chemical Brothers
a novíssima dos sempre espetaculares irmãos químicos, dando uma de Flaming Lips aceleradinho. Talvez porque o vocal seja mesmo do grande Wayne Krummer. Tem que ouvir, segundo um amigo meu que já recomendava a versão remixada por Ewan Pearson sem ouvir.

* "We Want Your Soul", Adam Freeland
É do espetacular DJ que ousou quebrar Nirvana e White Stripes para fazer dance music. Busque essa "We Want Your Soul" em qualquer versão que encontrar. Tem vááárias. Uma mais legal que a outra. Adam Freeland é o cara. Até o gênio Erol Alkan paga um pau para ele.

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COLDPLAY NO BRASIL

O show da banda do Chris Martin já começou. E não é para todo mundo. Já sabe que o ingresso MAIS BARATO para o concerto do ano no Brasil sai pela bagatela de R$ 100 (pista)?
Pencas de e-mails chegam à coluna, chiando muito.
Tudo bem que o aconchegante Via Funchal não é dos maiores lugares do planeta para um show desses, mas um preço assim tem tudo para esvaziar a apresentação, tipo como aconteceu com o Charlatans e Blur.
Fora que levanta a suspeita do esquema da carteirinha de estudante, aquela artimanha de jogar os preços lá em cima para estudante pagar uma nota preta. E depois reduzir bastante o valor do ingresso cheio para um "preço promocional".

* Os ingressos do show de São Paulo, que acontece no dia 3 de setembro, já estão sendo vendidos (começaria hoje, quarta/13, para quem está lendo hoje, quarta/13).

* Sobre a apresentação no Rio, no dia 4, a última notícia é de que será realizada no Pier Mauá. De ingresso, nada ainda.

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STROKESMANIA

Foi só espoucarem as novas notícias do próximo disco da banda nova-iorquina, o segundo, para causar rebuliço geral.
Já no sábado, uma leitora havia encontrado no Kazaa 19 registros para a canção "Supernova", 25 para "Under Control", 14 "Nightmare" e "24 "Raga". Só que TODAS são arquivos falsos que contêm, na verdade, "Last Nite".
Na terça, o número de aferições no Kazaa, para "Supernova", já batia os 280.
Não vai demorar muito para os Strokes falsos serem plantados nas outras comunidades de troca de MP3.
Mas, você sabe: já já as faixas verdadeiras aparecem.

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O DEDO DO JACK WHITE

Você deve ter ouvido falar, mas o guitarrista esmigalhou o dedo indicador de sua mão esquerda em um acidente de carro em Detroit, no mês passado.
O namorado da Renee Zellweger teve que passar por uma cirurgia para a colocação de três parafusos e teve que adiar o começo da turnê americana e ainda por cima o grande show da banda no Reading Festival, no final do mês.
Esses adiamentos e depois as remarcações devem atrapalhar e muito as negociações para o White Stripes vir tocar no Tim Festival, em outubro/novembro.

* Atenção: afaste as crianças do computador. Esta coluna mostra agora cenas da operação que colocou os pinos no dedo quebrado de Jack White. Esteja avisado. Veja por sua conta e risco. Para quem está lendo a coluna pouco antes do almoço, meu toque é: eu não faria isso.
Estou enrolando aqui para você ganhar um tempo antes de decidir que vai ver as fotos abaixos. Bem, eu dei o toque...





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PORTISHEAD NO BRASIL

Não é bem isso. É meia-verdade, mas ainda assim é muito boa. Beth Gibbons, a voz desesperada do amado Portishead, toca no Tim Festival no dia 30 de outubro.
É notícia do site oficial de Gibbons. Ela deve vir acompanhada de seu parceiro Rustin Man. Mas uma coisa é estranha nessa divulgação. O site diz que o show é no dia 30. Mas o Tim Festival, que só ocorrerá no Rio de Janeiro neste ano, estaria marcado para 31 de outubro e 1º de novembro. Será que mudou algo e a gente não sabe?

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METALLICA EMBOLANDO COM TIM FESTIVALL

Notícia velha, vinda no pós-coluna da semana passada.
A banda acertou duas datas da turnê do CD "Saint Anger" no Brasil: 30 de outubro no ATL Hall (Rio); dia 1º de novembro no estádio do Pacaembu, em SP.
Só para não dizer que esta coluna não falou...

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RAVEONETTES E A ONDA JESUS & MARY CHAIN

A cultuada banda escocesa, que ao lado do Sonic Youth inventou o barulho como obra de arte, está mais viva do que nunca.
Este espaço já dedicou várias linhas recentemente para saudar o novo disco do grupo californiano Black Rebel Motorcycle Club, uma espécie de releitura de Mary Chain puxando para o lado mais soturno.
Pois o Jesus & Mary Chain fez fama por ter dois lados bacaníssimos: o barulhento soturno e o barulhento lírico. Romântico até.
E esse lado lírico chega agora muito bem representado, pelo delicioso duo dinamarquês Raveonettes.
O próximo disco do grupo sai agora na Inglaterra, no dia 25 e tem até "chain" no nome, para você acreditar que a coisa não é tão simples.
O CD será chamado de "Chain Gang of Love"é uma distorção lascada de guitarra do começo ao fim, com levada pop por baixo da barulheira. Já está na internet.
Ouça a lindíssima "That Great Love Sound" (o primeiro single, sai na semana que vem), "Let's Rave On", "Remember" e "Chain Gang of Love".
São de chorar de boas.

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VIVA A MISTURA

Esta coluna, eu sei e você sabe, sempre celebrou a mistura rock e música eletrônica, combustão responsável por agitar a noite de lugares bombados como São Paulo. E talvez por isso junte lágrimas nos olhos ao saber que a bandaça de punk funk Rapture tocou em Ibiza e abafou na meca da música eletrônica. Pensa: banda de rock em Ibiza.

* Aí eu lembro que dia destes eu toquei em uma casa de São Paulo cuja pista funcionava assim: se era Suede que rolava, vinha gente dançar. Qualquer outra coisa, todos iam para o bar. Aí tocava-se (não eu, claro) Suede outra vez. O povo vinha dançar. Fosse outra banda que não o Suede na sequência, a pista esvaziava. Aí eu penso no Rapture. Em Ibiza...

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BENICASSIM 2003 - HAVAIANAS

Raveonettes e Suede evocam o festival de Benicassim, na Espanha, um dos eventos de verão mais deliciosos do planeta.
Esta coluna, que esteve nas duas edições passadas do festival, faltou neste ano. Mas a leitora Gabriela Trevisan não perdeu esta e mandou algumas impressões rápidas do Benicassim 2003, que aconteceu no final de semana passado.
"O Brasil é hype! No "calorento" festival de Benicàssim, todo mundo usava Havaianas, que por aqui valem a fortuna de 20 euros (quase 80 reais). A moda da calcinha aparecendo continua valendo. Só que nao calcinhas comuns, e sim tanguinhas, daquelas beeeem fininhas no bumbum. Imagine: já tem até absorvente higiênico especial para essas tanguinhas, e o hit do verão aqui é as "Tanga Girls" (leia abaixo).
O The Thrills infelizmente cancelou o show em cima da hora e sem motivo explicado. Mas tudo bem, porque o Raveonettes fez uma apresentação impecável e pelo visto já sao bem conhecidos na Península.
Mas quem arrasou mesmo foi o Suede. Mesmo com a decadência rondando o grupo desde o "A New Morning", Brett Anderson desceu do palco e causou alvoroço nas menininhas que gritavam 'Guapo!!!!'. Tocaram músicas de todos os álbums da banda.
O Blur, principal atração do primeiro dia, fez um show morníssimo. Os espanhóis agitaram muito mais com o Sexy Sadie, espécie de Capital Inicial local.
De resto, tudo como previsto. Diante de um calor de 35 graus e na praia, a soluçao era ficar de biquíni até anoitecer. Entre um show e outro, o pessoal dorme em qualquer lugar possível (e impossível também). No camping, techno 24 horas por dia. Ninguém quis descansar!"

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O HOMEM QUE ENFRENTA A INDÚSTRIA

A Ilustrada da última segunda publicou material deste colunista sobre a pequena banda indie nova-iorquina Elefant, de tão pouco tempo de existência, mas já chamando bastante atenção. Se você não leu a Folha na segunda, saiba por quê?




Um Elefant tem incomodado muita gente na cena roqueira americana. Incomodado e entusiasmado. A novíssima banda nova-iorquina Elefant (sim, mais uma novíssima banda nova-iorquina) está virando "o" assunto do rock não só pelo glamouroso som que moderniza Cure, David Bowie e Smiths e reafirma a era romântica do pop de NY.
O recente lançamento do primeiro álbum, "Sunlight Makes me Paranoid", e a estréia na MTV dos EUA do lindíssimo e estiloso clipe "Now that I Miss Her", entusiasma a cena independente americana porque seu líder é o tipaço Diego Garcia... argentino.
O disco incomoda a poderosa união das gravadoras dos EUA, a RIAA. Na capa de "Sunlight Makes me Paranoid" (Kemado Records, importado) vem pregado um selo que oferece, além do áudio normal das dez faixas, os MP3 de cada uma das músicas, em alta qualidade, com todas as informações contidas nos arquivos.
O selo ainda traz a recomendação: insira o disco em seu computador e transfira o conteúdo para a sua pasta de MP3. E o computador estará pronto para espalhar músicas do Elefant pelo mundo.
O grupo nova-iorquino peita a RIAA exatamente no momento mais caloroso da polêmica questão da distribuição gratuita de arquivos de música na internet, em que a entidade representante da indústria de discos começa espalhar processos de até US$ 150 mil por música contra usuários dos programas de troca de arquivos.
"A era da música na internet chegou para ficar. Não dá para mudar isso. Ou você se ajusta a estes tempos ou vai ficar falando sozinho. É irreversível", justifica à Folha o vocalista Diego Garcia.
"Em vez de parar de criar "boys band" e ficar processando garotos que adoram música a ponto de dedicar a ela horas e horas diante do computador, as gravadoras deviam entender que, principalmente para bandas iniciantes como a nossa, quanto mais gente conhecer e gostar de canções, melhor para a cena, melhor para a exposição, gera mais público em shows, comprando revistas e, por que não?, os discos oficiais", diz.
Nascido por "acidente" em Detroit, Diego Garcia, 25, foi fruto de dois argentinos que correram para a América para fugir ao peronismo. "A primeira coisa que meu pai fez, depois de tratar da certidão de nascimento, foi me botar como sócio do Belgrano, time de Córdoba, região onde mora toda minha família", conta.
Diego segue a passos largos para se transformar no novo "darling" do rock americano. Alto, não muito bonito, mas com um rosto no formato Bryan Ferry (mas que canta como Morrissey) e fashionista, o líder do Elefant já começa a ilustrar editoriais de moda.
Garcia acabou de ser eleito pela revista "New York" como um dos 50 mais carismáticos habitantes de Manhattan. E mais sexy cantor. "É o meu tipo latino que está causando isso. Eles acham inusitado ter um argentino em uma banda de rock badalada. Aqui, latino na música lembra cantores de músicas lixo como Rick Martin e gostosas como Jennifer Lopez."
"Acho essa atenção uma bobagem. Mas, já que isso está levando cada vez mais
pessoas a ouvir as músicas, estou achando até divertido", revela. O Elefant,
mais um da enorme fila da estirpe "novos Strokes", nutre lembranças do rock
dos anos 80, com uma forte carga romântica que remete a baladas de Cure e David
Bowie, mas marcadas por uma guitarra nervosa e urgente típica dos anos 00. O
clipe de "Now that I Miss Her" é belíssimo e explora o potencial "new romantic"
latino de Garcia. Uma cara sofrida de quem perdeu o grande amor, vocal
lamurioso, um jogo de espelhos, em cenário de casarão abandonado. Diego sofre
demais, mas com estilo. O Elefant ainda é pequeno, mas, quando crescer, dá
pinta de que vai causar um bom estrago.

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DANIEL PENG, UM BAIXA-MÚSICAS COMO VOCÊ

Nesta época de ameaços insanos por parte da indústria fonográfica americana contra usuários de programas gratuitos de troca de arquivos pela net, sobrou para quatro jovens americanos, que foram condenados pela Justiça no começo do ano a pagar uma grana preta pelo crime de baixar MP3s da rede.
Na verdade, como no caso do jovem Daniel Peng, ele foi condenado por algo mais que simplesmente baixar. Ele criou um programa para facilitar a troca dos arquivos musicais dentro de sua universidade, a conceituadíssima Princeton, de New Jersey.
Em uma pasta pessoal dentro de um computador da universidade, Peng tinha cem MP3. O programa que ele criou era chamado Wake, que facilitava o compartilhamento de arquivos entre os alunos da Princeton.
Peng foi pego pela RIAA, a união das gravadoras, e tornou-se um dos primeiros bodes expiatórios da guerra da música e tem até 2006 para pagar os US$ 15 mil que deve na Justiça pelo crime de "ação danosa à lei dos direitos autorais".
A Popload achou o Peng, no final do mês passado, e conversou por ele, por e-mail.

Como ficou sua situação?
Daniel Peng
- A RIAA e eu firmamos um valor de US$ 15 mil para a multa, além de eu ter de pagar meus advogados. Mas estou muito longe de saldar essa dívida. Para um júnior em física e matemática como eu, que tem de trabalhar o verão todo para conseguir estudar, a situação é bem difícil. Tenho recorrido a doações em um blog da universidade (wake.princeton.edu/redirect). Já consegui uns US$ 7.500 até agora. A maior doação foi um cheque de US$ 500. Chegam cheques de estudantes de todos os EUA.

Milhões de pessoas baixam música pela internet. Como você foi o "escolhido"?
Peng
- Eles precisavam pegar alguém, acho. Vasculharam os computadores de universidades e chegaram a mim, tanto pela minha pasta de MP3 quanto pelo programa que criei na Princeton.

Você continua baixando músicas da internet?
Peng
- Prefiro não falar sobre isso.

Qual sua posição diante dessa polêmica?
Peng
- Prefiro não falar sobre isso.

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KINGS OF LEON

Também amplamente conhecido como King of Lion.
Segura os meninos do Tennessee!
Como parte do investimento da BMG na banda nova mais bacana do última leva de bandas novas bacanas, o Kings of Leon está tocando na. 89FM.
É com quando o "investimento" é com bandas boas, não?

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STONE ROSES

Um disco que não recebeu muita divulgação da BMG, mas de importância absurda para quem não tem muita coisa da banda em CD, é a coletânea recém-lançada do maravilhoso Stone Roses.
Se a história pop tivesse transcorrido seu curso normal no começo dos anos 90, talvez o lançamento do CD "The Very Best of the Stone Roses" estivesse ocupando um lugar muito mais nobre nesta coluna, ainda que fosse apenas mais uma coletânea dedicada à notória banda de Manchester.
Paralelo básico, quando os Roses começaram a explodir na Inglaterra, na virada dos 80 para os 90, o barulho era maior do que foi quando o Oasis surgiu, alguns anos depois. Mas uma desgastante pendenga judicial com a gravadora Silverstone interrompeu a carreira do grupo às vésperas do lançamento do segundo disco, o da consagração, abortado pouco antes de sair, em 1991.
O final da história é que a banda, os Beatles da geração Ecstasy, ficou na geladeira até o final de 1994, tamanho era seu potencial, a ganância de gravadoras e a infeliz inabilidade da banda. Quando o segundo álbum saiu, a Inglaterra era outra, o mundo era outro, a música era outra. E o segundo disco era simplesmente um bom álbum; a banda, mortal como qualquer outra. Assim, entraram para a história "apenas" como a banda que inventou o britpop, que aproximou o indie rock da cultura clubber e fez Manchester virar a capital musical do planeta.
Esta coletânea se alimenta do mito da banda que virou gigante e farol de uma cena apenas com um disco, mas que deixou o gosto amargo de que poderia ter sido muito maior. Sua edição é caprichada: o encarte traz texto com a história, algumas fotos famosas, depoimentos e as letras de seus hinos, que são reconhecíveis a cada música de Oasis e Radiohead.
É um disco de imenso prazer para quem acompanhou o "verão do amor" do início dos 90 ("Madchester", as calças largas, os indies saindo do quarto para sacudir em clubes) e o desdobramento dessa cena no britpop, mas nada do que tem no CD já não saiu antes.
É mais útil para os novos fãs do pop inglês, que se matam de dançar quando toca "Fool's Gold" na pista e depois vão perguntar ao DJ que música era aquela. Cortesia da genialidade preguiçosa do vocalista Ian Brown e do potencial do guitarrista John Squire, o Johnny Marr (The Smiths) da virada dos 80 para os 90, "The Very Best" tem "She Bangs the Drums", "I Wanna Be Adored", "Elephant Stone", entre outras.
A maioria das 15 canções que compõem o CD traz material do homônimo primeiro álbum. Tem ainda músicas só lançadas em single e algumas do segundo disco, "Second Coming". De novo, esta coletânea não tem grandes novidades, tirando o desenho da capa, pintura feita pelo guitarrista John Squire. Se é mesmo que o britpop está acabando, ainda assim este CD dificilmente deixará de oferecer elementos da nova onda que está por vir no pop inglês.

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GIGLI, O MICO

Popload também é cinema. Em outubro estréia no Brasil a bomba Gigli, com o canastra Ben Affleck e a popozudaça Jennifer Lopez.
A história: J.Lo é a Gigli do título, uma lésbica que ajuda o "fera" Affleck a resolver um caso de assassinato e suborno.
O filme foi um fracasso de bilheteria tremendo. Entrou em várias salas, mas já está sumindo dos cinemas em alta velocidade.
Aí uma rádio de Boston bolou uma estratégia sensacional, que está até levantando um pouquinho a bilheteria do filme.
A WBCN, de rock alternativo, está dando camisetas com a frase "I Survived Gigli" (Eu Sobrevivi ao 'Gigli') para quem conseguir assistir ao filme até o final.
Em duas semanas, "Gigli", que custou US$ 55 milhões para ser realizado, arrecadou só US$ 6 mi.

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FREDDY VS. JASON

"The Winner Kills All". EUA, sexta-feira. Brasil, em outubro.




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MARLON BRANDO E COURTNEY LOVE

O veterano ator seria avô da bagaceira viúva de Kurt Cobain. É sério. Nem ela sabe ao certo. A revelação vai estar em um livro que ainda não foi lançado, escrito pela mãe de Love, Linda Carroll, que teria se submetido a testes deDNA para comprovar que é filha do ator.
"Estou chocada. Ouvi dizer que o senhor Brando tem mais de 30 filhos. Então, imagine quantos primos eu devo ter!", falou a roqueira, zoando. O ator tem 11 filhos reconhecidos até agora.

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AIR GUITAR NO RIO

Vejo no "Globo" que o rio vai sediar seu primeiro campeonato de Air Guitar, modalidade muito praticada em pista que teve um evento grande em São Paulo, no ano passado. Vai ser no Cine Íris, no próximo dia 23, dentro da festa "Loud", que comemora sua centésia edição.
Mas tanto lá como foi em São Paulo, a premiação ao campeão é algo absurdo, sem noção.
O campeão do torneio de air guitar vai ganhar. uma guitarra de verdade.
Qual é a graça?

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BALADAS

Sexta, na Funhouse (Bela Cintra), rola a tradicional festa Revolution, com show da banda carioca Pelvs e discotecagem de Henrique Muccillo e Mitkus.// Ainda na sexta, na "oficina" cool Outs (Augusta, 408), acontece o show da banda Mezzanino: mina no vocal, sonzão deprê e até um cover de Portishead.// Sábado tem outra edição do All Stars, no Trip Bar. Tem apresentação da badalada banda Gram e discotecagem deste colunista e
das espetaculares gêmeas Beulke. O flyer está aí embaixo, obra do designer indie Gustavo Souza (freakfunk@terra.com.br).




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PROMOÇÕES DA SEMANA

Você lê tudo isso aí em cima para chegar ao que interessa, não é mesmo? Então, lá vai.
E-mails para lucio@uol.com.br concorrerão ao

- CD novo do Dandy Warhols
- Cópia caseira do belo CD de estréia do Elefant
- Mais um EP das músicas novas dos Strokes.

Espero você na minha caixa postal.

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VENCEDORES DA PROMOÇÃO

Quem faturou os prêmios da coluna passada foram:

* EP caseiro dos Strokes, músicas novas.
Celi A. Souza de Castro
Itabuna, BA

* CD novo do Dandy Warhols
Marcos Cintra Goffalo
Salvador, BA

Sério. Dois CDs para a Bahia é inédito.

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CERTO?

Certo!
A temporada de shows bons de se ver, nacionais e internacionais, vai começar.
O Concrete Blonde confirmou shows no agitadíssimo final de outubro para Porto Alegre (dia 29), São Paulo (30), Rio (31) e Florianópolis (1/11)
Tchauzinho!
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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