Pensata

Lúcio Ribeiro

17/09/2003

Prazeres proibidos

"My baby don't mess around
Because she loves me so
And this I know fo sho"
Outkast, em "Hey Ya"

"So baby please kill me
Oh baby don't kill me"
Libertines, em "Death on the Stairs"

"Is it worth it, let me work it.
I put my thing down, flip it and reverse it"
Missy Elliot, em "Work It"


"Would you undo my ziper?
Please."
Britney Spears, em música do CD novo (novembro)

Hey, ya!
Certo? Ceeeerto!
A coluna está rap hoje, só que sem ritmo e muito menos poesia. Mas estamos aí.
A cena está cool, os shows internacionais começam a bater na nossa porta, discos como Raveonettes, Rapture, Kings of Leon e Coral estão sendo lançados rapidinhos e sem choradeira no Brasil, você liga o rádio (em SP) e está tocando música decente, tem a OUT! 2 nas ruas.
Estou sonhando ou o quê?
Esta coluna é muito querida e prova disso foi o pedido de ajuda que eu coloquei na terça, na "nota do atraso", dizendo que estava sem idéia pop para escrever e tal. Choveu e-mails com a tal ajuda. Pessoas mandando notas, pedindo assuntos, dando sugestões. Que beleza.
Outra coisa que me chama muito a atenção quando eu atraso é a quantidade de gente escrevendo para reclamar. Pô, deixa eu atrasar.

***********

LIBERA AÍ

O arranhado mas muito prestigioso "New York Times" tem a revista mais cool entre os jornais que têm revistas cool neste planeta. E na edição comemorativa dos 60 anos da "New York Times Magazine" a capa foi dada para a dondoca Britney Spears. O título da capa era: "Prazeres proibidos"! E embaixo tinha: "Admita. Você ama Britney Spears". Já na reportagem de capa recente da californiana "Entertainment Weekly" o papo era o mesmo: está na hora de tornar públicas as bandas, programas, músicas que você fica vermelho ao admitir de que gosta. Os tais prazeres proibidos.
A "EW" botou na capa o carinha Clay Aiken, uma espécie de Marcos Mion mil vezes mais bagaceiro, que canta músicas cafonas, só participa de filmes e programas bregas e é estrela do reality show farofa "American Idol", programa bocó que arranca (arrancava, pelo menos) números em audiência do tipo 38 milhões de pessoas a cada final de temporada.
E a "EW", então, estampou na capa: "Okay, we admit it. We love Clay Aiken!", em letras garrafais.

· Então, o lance é o seguinte. Vamos brincar de revelar segredos pop. Será preciso que você entregue seus prazeres proibidos, aquele gosto podreira que só poucos chegados ou quase ninguém sabe, para concorrer aos prêmios da coluna, que serão anunciados lá embaixo. Ou simplesmente revelar pelo prazer de revelar. A coluna está à disposição.

· Vou liberar o meu. Não é muita novidade, porque eu já disse isso aqui. Eu gosto de Charlie Brown Jr. E de Linkin Park (.).

********************

A MÚSICA DO ANO: "HEY YA"

Aqui neste espaço você encontra, a toda hora, muitas músicas do ano, bandas do ano, discos do ano. A vida é assim mesmo. A urgência pop é assim mesmo. E elas, a vida e a urgência, nos levam agora até Atlanta, Georgia, terra da banda de hip hop americana Outkast.
Banda de dois, Big Boi (com "i", mesmo) e Andre 3000, considerados dois visionários do rap dos EUA.
Deu para ver isso quando os caras gravaram aquele "Stankonia" em 2001.
O Outkast vai lançar no próximo dia 23 o álbum "Spearboxxx/ Love Bellow". O barulho já começa a ficar grande. Principalmente porque está tudo na internet e o primeiro single, "Hey Ya", a tal música do ano, já toca em rádio e tem clipe na MTV deles.
O disco é duplo e está dividido. Mesmo.
Big Boi fez um e Andre 3000 outro. Fizeram totalmente separados. Um não sabia o que o outro estava fazendo até ficar pronto. Ou mais ou menos sabiam. Andre 3000 até produziu algumas faixas do disco do parceiro. Mas não sabia como ia ficar "o todo".
Juntaram, fizeram uma capa onde estão. divididos.
"Love Below" é a parte de Andre 3000, conhecido como Dre. É um disco, acredite, romântico. E, na parte de Dre, tem também rock, electro, disco.
"Hey Ya" tem uma batida tão sacolejante quanto "Satisfaction", hit do verão europeu do Benny Benassi. Claro, cada um na sua praia.
É uma disco com cara de rock. Rock com cara de rap. O "New York Times" exagera em dizer que é uma música que bem poderia ter aparecido num álbum dos Beatles. Mas vai ver é isso mesmo.
"Hey Ya" toca em rádios de rock nos EUA.
E vai tocar bastante aqui nesta coluna.

*******************

NOVA "NME"

O semanário inglês de música "New Musical Express" mudou. E está assim:





O "NME" chegou às bancas inglesas nesta semana com uma verdadeira faxina gráfica, segundo decantam (não vi ainda). A capa, como deu para ver, é dos Strokes. A manchete: "They're cool. They rock. They're back".
E traz um CD maravilhoso, com músicas escolhidas pela banda mais cool de Nova York. Dá uma olhada no que tem:

* Kings of Leon - 'Spiral Staircase'
* Johnny Thunders and the Heartbreakers - 'Chinese Rocks'
* The Ramones - 'Teenage Lobotomy'
* New York Dolls - 'Trash'
* The Modern Lovers - 'Pablo Picasso'
* The Velvet Underground - 'I'm Waiting for the Man'
* Bob Marley & The Wailers - 'Trenchtown Rock'
* Peter Tosh - 'Arise Black'
* Iggy Pop with Ric Ocasek - 'Old Mule Skinner'
* Blondie - 'One Way or Another'
* Duran Duran - 'Rio'
* Yeah Yeah Yeahs - 'Miles Away'
* Patsy Cline - 'Walkin' After Midnight'
* The Strokes - 'Is This It' (Demo Recorded at JP's House)
* Jet - 'Get Me Outta Here'
* Black Rebel Motorcycle Club - 'In Like the Rose'
* Franz Ferdinand - 'Tell Her Tonight'
* The Cooper Temple Clause - 'Music Box'
* The Coral - 'Boy at the Window'

Repararam na demo rara de "Is This It", não?
E só de ter "Pablo Picasso", dos Modern Lovers, e "Rio", do Duran Duran, já vale pegar o avião, ir até Londres e comprar o tablóide.
Quando eu botar as mãos nesse CD, se eu botar, vou sortear uma cópia aqui na coluna.

**********************

BLUR RARO

Está chato morar na Inglaterra nesta semana. No domingo que vem o excelente jornal "The Observer" lança com sua revista encartada um disco de cinco faixas exclusivas do Blur.
Vem "Ambulance", "Don't Be"(acoustic mix), "Sweet Song)"(demo), a ótima "Me, White Noise" (ao vivo no Astoria) e "Out of Time" (ao vivo e acústica, tirada de um show em Atlanta).
A revista do jornal, que traz o CD, ainda vai trazer uma matéria de capa com o Blur e fotos inéditas.
Algum amigo aí de Londres poderia mandar umas duas cópias dos jornais aqui para a coluna, né?
Uma pra mim (claro), outra para a sorteio.
Pagamos o correio e o exemplar, pá.

*********************

AQUI TAMBÉM TEM: OUT E VOLUME 01

Não é só no "estrangeiro" que tem publicações legais, não. Qual que é?
Saiu a "Out!" 2, a revista-guia cool irmãzinha desta coluna. Neste número, além de todas as baladas da quinzena 16-29 de setembro, tem entrevista com a Chrissie Hynde, dos Pretenders, com Robert Eriksson, do bacana Hellacopters, e uma reportagem sobre um megaevento de trance. É, trancers também têm vez.
A capa, luxuosa, é do estilista Marcelo Sommer.




* E a poderosa editora Abril bota suas rotativas a serviço da música jovem. É lançada nesta semana a estilosa revista "Volume 01", caprichada primeira edição da nova publicação de música eletrônica, mas que tem um dedo no rock e na mistureba.
A "Volume 01", pelo que parece, vai ser bimestral e tem o preço de capa de R$ 9,95.
No primeiro número a revista dá a capa para o ótimo DJ Renato Cohen, monta o clube dos sonhos, traz um capítulo exclusivo do livro "Todo DJ Já Sambou", o trabalho de arqueologia clubber que a jornalista Cláudia Assef lança no mês que vem.
E ainda procura entender o que acontece com o fenômeno atual no pop, que é roqueiro encher pista clubber e DJs de eletrônica se divertirem mixando sons de guitarra. A "pesquisa" parte, claro, de "House of Jealous Lovers", do Rapture, e do DJ mais cool do planeta, Erol Alkan. A revista ainda dá um curso intensivo de electro-rock e apresenta os nove discos essenciais do gênero.

PROMOÇÃO: Esta coluna entrega para sorteio dois exemplares da "Volume 01", acompanhadas cada uma da "Out!" número dois. Quem quiser concorrer às duas revistas tenta a sorte no lucio@uol.com.br. Se eu já não o tivesse as duas, juro que eu ia mandar e-mail para a coluna. Não sou bobo.

***********************

TIM FESTIVAL: É AQUILO

O festival mais bacanudo dos últimos tempos foi anunciado sem grandes surpresas para quem frequenta esta coluna. A grande novidade é a presença da banda Whirlwind Heat, grupo de Detroit convidado para o Tim Festival graças a uma indicação direta de Jack White, do White Stripes, a grande estrela do festival carioca que acontece de 30 de outubro a 1º de novembro.
Jack White produz mais uma boa banda a sair do Michigan para encorpar essa renascença do rock.
O Whirlwind Heat tirou seu nome esquisito da capa do disco "Goo", do Sonic Youth, o que já mostra qual é a da banda e o que acontece quando as guitarras são ligadas. .
Até um disco eles já têm lançado no Brasil. O cool "Do Rabbits Wonder?" saiu recentemente pela Sum Records.
O Whirlwind Heat é exatamente o contrário do White Stripes. Tem um baixo demoníaco e nenhuma guitarra. Gozado ver o Jack White produzir essa banda.
A voz de David Swanson, quem canta as músicas, é preciosa. Olho neles. Principalmente se você estiver no Rio para vê-los.

* O Tim Festival 2003, muito por culpa do curador Hermano Vianna, é um dos festivais indies mais legais que o país já teve. Vêm ao Rio uma das banda não-comercial mais sensacionais do planeta, o White Stripes, cujo álbum vendeu mais que o da Madonna nos EUA. Traz a vanguarda independente do que há de mais moderno na música de pista, que é o punk funk do Rapture e da Peaches, banda e artista que agradam todos os estilos. Traz os DJs mais antenados nas cenas, que são os caras do 2 Many DJs e o impressionante Erol Alkan. Traz o importante grupo de rap indie The Streets. Escala o indie do indie nacional, que é a veterana banda Fellini, os DJs cariocas Edinho e Zé & Gordinho (da animada festa Maldita, às segundas no Rio) e o DJ Jackson Araújo, que anima as noites electro-disco de sábado no Xingu, em SP, quando o clube está aberto.

* Agora, que eu acho meio fria o Fellini tocar entre o Whirlwind Heat e o Super Furry Animals, isso eu acho. Mas vamos ver o que dá. Quem sabe eu esteja errado.

* De volta ao White Stripes, no último dia 13 de setembro o grupo tocou em San Francisco em show sold out que marcou o retorno do guitarrista Jack White à ativa, depois de estourar um dos dedos em um acidente de carro. Segundo relato, Jack não conseguia dobrar o dedo direito, mas mesmo assim o show foi sensacional. Depois, os Stripes tocaram no Greek Amphitheatre, em Berkeley, para 8.500 pessoas. Jack White tocou uma cover do Yeah Yeah Yeas, a música "Man".

* A escalação completa do Tim Festival ficou assim:

Palco principal
Dia 30: Beth Gibbons & Rustin' Man e k.d.lang
Dia 31: Whirlwind Heat, Fellini, Super Furry Animals, The Rapture e The White Stripes
Dia 1.º: Sinhô Preto Velho, AfroReggae, Nação Zumbi, The Streets e Public Enemy

Palco Tim Club
Dia 30: Quinteto Néstor Marconi, Cedar Walton All Stars e McCoy Tyner Big Band
dia 31: Luiz Avellar, Terence Blanchard´s Bounce e Illinois Jacquet Big Band
Dia 1.º: Meirelles e o Copa 5, Walt Weiskopf Nonet e Shirley Horn

Palco Tim Lab
Dia 30: Wado, Lambchop e Los Hermanos
Dia 31: Tira Poeira, Henry Butler e Gotham Project
Dia 1.º: Chico Correa & Eletronic Band, Gerador Zero & Apavoramento, Coldcut e Front 242

Palco After Hours
Dia 30: Jackson Araújo, 2 Many DJ´s
Dia 31: George Actv House Set, Erol Alkan e Maurício Lopes
Dia 1.º: Edinho, Zé e Gordinho, Peaches e DJ Marlboro e Convidados.


**********************

ONDE ISSO VAI PARAR?





********************

MÚSICAS PARA AGORA

(Além de "Hey Ya", claro)

* "Vibrate", Rufus Wainwright
Vem aí o terceiro disco do violeiro Rufus. Essa baladaça alt-country fala de electroclash e Britney Spears. É sério.

* "Promises, Promises, Promises", Cooper Temple Clause
Primeiro single do próximo disco da nervosa banda de Reading. O álbum vai se chamar "Kick Up the Fire, and Let the Flames Break Loose". Ouve lá e me diz.

*********************

MULHERES NO ROCK

Estréia em outubro nos EUA o filme "Prey for Rock and Roll", que tem a graaaaaande Gina Gershon no papel de uma riot grrrrl em dilema com o que mais gosta na vida: tocar com sua banda. De repente o personagem de Gina, o furacão Jacki, se vê no dilema de ficar velho e sua música, obsoleta. O papo é o furado de sempre, mas quem se importa. "Prey for Rock and Roll" promete. Na trilha só tem mulheres: Samantha Maloney (Hole), Sara Lee (B-52's e Gang of Four), Gina Volpe (Lunachicks) e Linda Perry (4 Non Blondes). É produzido por Stephen Trask, autor do ótimo "Hedwig & The Angry Inch". E, melhor, a própria Gina Gershon canta na trilha. As cenas de shows foram filmadas no porão mais famoso do mundo, o CBGB, em Nova York. Nestes dias que antecedem a estréia do filme, Gina Gershon pode ser vista em bares de Manhattan tocando com a banda Girls and Boys, em performances promocionais do filme.




***********************

UMA NOITE NO D-EDGE

A balada que mais ferve em São Paulo, atualmente, é a noite roqueira do clube de eletrônico D-Edge. É uma noite de rock, vale repetir, e às segundas-feiras. Segundas. Está sempre lotadaço (por volta de 450, 500 pessoas é o que dizem). É a noite mais bizarra, com a fauna de tipos mais diversificada. Tem punks antigos e carinhas electro modernos convivendo no clube. A festa se chama On the Rocks e tem o João Gordo (MTV, Ratos) como residente. Mas o Gordo não apareceu na segunda passada.
O engraçado do lugar é que a pista está sempre lotada. Mas quase ninguém está dançando.
E segunda passada, rolou o seguinte dentro do D-Edge:
Quando o DJ Rick parou de tocar electro cool para a pista lotada em que ninguém dançava, começou o show da banda uruguaia de punk metal tosco Motorsierra. Os caras do Hellacopters, presentes ao clube, compravam cerveja. Sujeitos de dois metros de altura andavam para lá e para cá quando entra no clube o baixinho Chico César, figura da MPB com visual abacaxi tradicional. No meio de tudo isso, no final da noite, segundo relatos, uma menina que já tinha beijado 11 caras e seis meninas arrancou a roupa na pista.
Essa é uma segunda-feira no D-Edge.

**************************

BALADAS

Neste final de semana, começando já na quinta, eu me acabo. Na quinta, no Jive, na noite Rock Me, toco com o mago Paulão, a espetacular Larissa Z e a convidada especial Érica de Freitas (Sound).// Na sexta levo uns discos para tocar na aconchegante Funhouse, junto com o residente Henrique Muccillo, em noite da Revolution que terá show da banda Supralux.// No sábado, a balada forte é no Trip Bar, onde divido as picapes com o VJ Edgard (MTV), quando o show fica por conta da bacana banda psicodélica Skywalkers. // Ainda no sábado, só que no Rio, os electroshockers Luca e Liana tocam no Dama de Ferro.

*************************

PEACHES ENTREVISTA

O compadre Thiago Ney, da Ilustrada, entrevistou a cantora porno-rock Peaches, um dos shows mais bombásticos da cena electro-rock e atração obrigatória do Tim Festival, em novembro. O texto em versão inteira, sem o corte dado no jornal, você lê agora. Peaches é cool. E o Ney mandou assim:

* De produtora de programas infantis a cantora porno-rock. De censura livre a somente para adultos. Isto é Merrill Nisker, a Peaches, que destilará seu electro sexy-feminista no Tim Festival, na terra do funk.
A ultradebochada canadense tem seu nome dentro da escalação do terceiro e último dia do festival, 1º de novembro, no MAM do Rio de Janeiro. Peaches chega quase simultaneamente ao seu segundo álbum, "Fatherfucker", que estará nas lojas do Brasil em outubro --a Europa conhecerá o disco já na segunda que vem. "Nem é tanto sobre sexo. É mais sobre sexismo", afirma a canadense de 35 anos, por telefone, de Berlim, cidade em que está radicada desde 2000.
Sexy ou antisexista, o fato é que o electro de Peaches embala e anima --bem-- tanto pistas de dança eletronicamente alegres e nada sérias a casas de shows ensurdecidas por guitarras, como quando foi convidada a excursionar com as pesadas bandas Queens of the Stone Age e And You Will Know Us by the Trail of Dead.
Esse encontro está em "Fatherfucker", principalmente na faixa "Kick It", com vocais de Iggy Pop.
"Eu o vi num clube, ele não me conhecia. Iggy foi me ver tocar e depois me ligou, dizendo que queria cantar em uma música minha. Ele disse que era para o álbum dele, mas falei que só aceitaria se fosse para entrar no meu disco. Então eu escrevi, fiz as bases e ele me enviou os vocais", conta. "Amo Iggy Pop."
E brinca com Joan Jett, ícone do rock feminino, na faixa de abertura, "I Don't Give a Fuck", em que altera o histórico verso original da não menos clássica "Bad Reputation".
Jett cantava: "I don't give a damn about my bad reputation". Peaches atualiza o refrão para: "I don't give a fuck about my bad reputation".
"Depois de uns 25 anos, queria atualizar essa canção. Como estava, não 'chocava' mais ninguém. Quero poder gritar essa música durante os shows."
Peaches apareceu e chocou, pelo menos alguns, no final de 2000, com seu álbum de estréia, "The Teaches of Peaches", com sua temática disco-trash e os hits "Fuck the Pain Away", "Set It Off" e "Lovertits". E nos disputados shows, em que muitos terminavam com a canadense saltando em direção ao público, vestindo pênis de borracha e armada com um chicote.
Difícil acreditar que essa mesma Peaches, há cerca de dez anos, produzia um programa para crianças de 3 a 6 anos numa emissora de TV do Canadá.
"Realmente não gostava de como eram feitos os programas infantis. Tipo, alguns não eram para as crianças, eram para os seus pais. E muitos desses shows eram travados, não proporcionavam às crianças a chance de criarem algo espontaneamente. Nosso objetivo era explorar a imaginação deles."
"Aprendi muito com as crianças. Os adultos sempre relacionam criatividade com sexualidade... Mas também é bom."
A mudança para Berlim, em 2000, quando o electro pegava fogo, mudou a vida de Peaches. Ela assinou com o respeitado selo Kitty-Yo (Gonzales e Laub) e virou (anti)musa e espécie de porta- voz feminista do gênero.
"Não sou feminista. Acham estranhas as minhas atitudes porque sou mulher. Por que os rappers podem cantar 'balancem as bundas' e eu não posso gritar 'balancem seus pênis'? O que acho estranho é que todas as mulheres que conheço já beijaram outras mulheres, mas poucos homens beijaram outros homens. É legal dos dois jeitos", brinca.

*************************

PREMIAÇÃO DA SEMANA

Para acabar, tem o seguinte. E-mails para lucio@uol.com.br vão concorrer a UM PAR de ingressos para o Kaiser Music, no gramado, para ver o cool Hellacopters, da Suécia, o Sepultura, o nome musical brasileiro mais conhecido no exterior, e os dinos Deep Purple. O vencedor dos ingressos vai ser avisado no sábado ao meio-dia, hora limite para o envio de emails.
Quanto a discos, o oferecido será o seguinte: um CD da edição nacional do Kings of Leon, o espetacular "Youth & Young Manhood". E, como aquecimento do Tim Festival, o disco do Whirlwind Heat, "Do Rabbits Wonder?", também em edição nacional.
Manda bala.

***********************

VOU NESSA

E você? Vai ficar aí?
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca