Pensata

Lúcio Ribeiro

15/10/2003

Incomodando

"I'm happy, hope you're happy too"
David Bowie, em "Ashes to Ashes"

"Where's the love song?
to set us free
too many people down,
everything turning the wrong way round"
Blur, em " Out of Time"

"Would you like for me to talk dirty to you?
I'm no cyberwhore"
Felix Da Housecat, em "Cyberwhore"

"We don't know you
And we don't owe you
But if you see us around
I got something else to show you"
White Stripes, em "The Hardest Button to Button"


Para você o meu muito bom dia (tarde ou noite)!
Como é que é?
Jack White, do fabuloso White Stripes, vai falar com você já, já.
Segura aí.

* A coluna, esta, neste ponto aqui onde estou, dá pinta de que vai ser bem movimentada. Vamos ver lá para o fim, se ela corresponde. As coisas nunca saem como a gente planeja.

* Epígrafes discordantes? Por que não?

* Deu na revista "Out!": quinta-feira, 16, na Funhouse, na noite Strike, um tal de Rex Everything, americano, é o convidado. Mistério. Rex Everything é um dos codinomes usado pelo genghis-khan Nick Oliveri, o baixista do Queens of the Stone Age. O peladão do Rock in Rio 3.
Será?

* Pode não parecer, mas o Queens of the Stone Age é a banda predileta desta coluna já há alguns anos. E Nick Oliveri é gênio. Não dá para marcar com essas coisas.

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SENHORAS E SENHORES: Mr. JACK WHITE

Este colunista bateu um papo segunda passada com Jack White, um dos principais guitarristas do planeta. O dono do White Stripes falou desde Melbourne, na Austrália, do meio da turnê da Oceania. Jack e Meg, irmãos-que-já-foram-casados, desembarcam no final do mês para estrelar o Tim Festival, em show mais do que obrigatório.
Jack White pareceu bem mais animado e inteiro com a vida de pop star do que Fabrizio Moretti, baterista dos Strokes, que parecia um homem de 60 anos quando conversou comigo já tem duas semanas.
É que enquanto o último vive a expectativa danada do lançamento do segundo disco, o primeiro ri à toa com a performance em vendas do seu quarto CD, "Elephant", que já ultrapassou a marca de 1 milhão nos EUA, 400 mil na Inglaterra, 250 mil no Japão e 15 mil na Nova Zelândia.
Quando ele deu esse último número, o da Nova Zelândia, ele deu uma gargalhada gostosíssima. Não entendi nada.

* A entrevista inteira você vai ver publicada aqui, inteirinha, alguns dias mais para a frente. O que dá para adiantar é que, segundo Jack White, o dedo quebrado que o fez cancelar shows de festivais do verão (Reading Festival, Central Park Summer Festival) ainda é um baita problema.
Lembra aí: Jack quebrou o dedo indicador da mão esquerda em três pedaços em um acidente de carro em Detroit, acho que em abril. Botou três pinos e tal. Ficou três meses de molho, bem quando ia sair em turnê mundial do discaço "Elephant". E o rasgo nojento da operação você viu aqui na coluna em foto.
Pois o menino disse que está longe de estar bom. O dedo está duro e não dobra. O tal dedo, só para ilustrar, é o dos acordes. E ele não consegue fazer os acordes direito.
"Eu não consigo tocar metade do que eu tocava, porque não dá para fazer boa parte dos acordes direito. Mas quem vê os shows diz que não está sentindo muita diferença, não, então vamos em frente. Só que dói muito. Quando acaba um show, preciso passar um tempo no gelo", falou o guitarrista do White Stripes.

* Jack White é muito cool. É o mais cool músico do mundo, segundo a revista "Spin". E de um cara assim você pode esperar vídeos cool também, tipo o novo, da música " The Hardest Button to Button" , recém-estreado na MTV americana. Corre ver no mtv.com. O White Stripes realiza o milagre da multiplicação dos instrumentos. É a tradução do que acontece com a banda em shows. São dois caras no palco, mas parecem 32.

* "Como eu descrevo um show do White Stripes? É o mais simples possível. É só uma guitarra, alguns teclados aqui e ali, e uma bateria. É um show diferente do outro, porque escolhemos as músicas na hora, não fazemos passagem de som. Dentro dessa simplicidade, buscamos tocar o mais alto com mais energia possível."

* O leitor Cristiano Ferreira viu o White Stripes em ação na semana passada em Sydney, Austrália, uma das grandes atrações do megafestival Livid. Foi bom, Cristiano?
"O show do White Stripes era o que todo mundo no festival parecia estar esperando (exceção para os milhares que foram para ver o Linkin Park tocar). Atrasinho básico de 20 minutos e entra apressado Jack White, que empunha a sua guitarra como se fosse uma metralhadora. Começa numa rapidez impressionante. Cada música foi cantada em coro por 90% dos que, igual a mim, estavam ali atônitos vendo o branquelo de Detroit e sua irmã (nem vem, ele que falou lá no palco!) querendo quebrar tudo. Uns 45 minutos depois, pausa para um break, e eles voltam para tocar mais duas, uma delas a 'Seven Nation Army', que aí 100% da galera ajudou na letra. Inacreditável! Nota: 10,0. Destaque especial para a Meg: um doce!"



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UMA ALEGRIA

O mundo do colunismo pop funciona assim. Ou você tem leitores legais ou você não tem. E taí uma coisa da qual não posso reclarmar.
Ando com crise de e-mails (recebê-los, lê-los, respondê-los) e tenho tratado indignamente as mensagens que chegam, a lista de prêmios, a agilidade no envio e tal.
Na semana passada, embacei o máximo possível para anunciar as promoções da semana. Só o fiz na sexta à tarde. Quanto menos e-mails chegassem, beleza.
Pois até agora há pouco (terça, meio-dia), o balanço indicava que cerca de 900 e-mails aportaram na caixa postal para concorrer.
Estou emocionado.

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UM SUSTO

Esta coluna se gaba de ser espelho para diversas iniciativas pop por aí, o que é bem bacana e dá o movimento à cena, blablablá.
Só que uma delas, a imperdível Zap´n´Roll, do inacreditável Humberto Finatti, me deixou em choque na semana passada.
"Lúcio, você precisa ver o que ele escreveu em uma história sobre o disco do Lambchop", estava em um e-mail que recebi.
Corri para ver.
Não vou ter coragem de reproduzir aqui o que estava escrito, mas falava mais ou menos que algumas músicas do CD eram apropriadas para uma noite calma, de preferência ao lado "daquela b*** que você quer traçar". Sendo que no primeiro asterisco cabe a letra "u", no segundo o "ç" e por fim vem um "a".
Corei e achei que nunca viria algo do tipo escrito mesmo em um e-mail trocado por dois caras da Gaviões da Fiel. O "traçar" por si só já é bem grosseiro.
Mas depois eu entendi. E explico.
Tem um álbum pop folk inglês bem legal de tão singelo lançado recentemente por um sujeito chamado Damien Rice. Só que o cara, no dia-a-dia, em entrevistas, é meio lesado, desbocado, inversamente proporcional às músicas emotivamente delicadas que constrói.
Destaque de uma recente reportagem no semanário "New Musical Express", Damien Rice ganhou um texto no "NME" que começava assim:
" Damien Rice is a prick. He is a fucker, a complete dick, a pain in the arse. He is a bastard, and everything he does is a fucked-up load of bollocks".
Um parágrafo que tem mais palavrões do que uma cantiga da torcida do Manchester United quando saúda o Noel e o Liam Gallagher, que torcem para o rival Manchester City.
Quando li o artigo da "NME", passei a entender a crítica do Lambchop do Finas. Ele só está na vanguarda do texto pop. Apenas não entendi como os termos usados por ele se aplicam ao Lambchop, mas isso, acho, é o de menos.

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DUAS MÚSICAS

Vá ao encontro destas duas abaixo, assim que você puder:

* "Cyberwhore", Felix Da Housecat
O mais novo CD do famoso DJ americano, que revelou a musa electro Miss Kittin, já está todo na internet. Do álbum já saiu o single "Cyberwhore". Voz de mulher metalizada, batida envolvente e, pasme, com mais riffs de guitarra que qualquer música do Darkness. Claro, não é bem assim. Mas é mais ou menos assim.

* "Crazy Love", Colder
Petrificante música de um DJ francês que adotou o codinome Colder. A referência que se lê e ouve sobre o cara e a música em especial é que Joy Division tocado em ritmo funk. Um grande amigo meu escreveu de Milão intimando: "Que raio de colunista é você que não conhece Colder?". Tive que ir atrás...

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STROKES INCOMODANDO

Parece que estou fazendo um especial sobre mim mesmo, mas lá vai mais uma sobre a coluna.
Este espaço já começa a levar as primeiras pedradas por causa de tanto falar sobre os Strokes, como se eles não fossem assunto. Tal qual o ano passado.
Via reclamações, a coluna tem chegado com certa frequência inclusive ao Ombudsman da Folha. Ou é porque não escrevo, ou porque escrevo demais sobre.
Como daqui para frente muito se falará aqui dos Strokes mesmo, por motivos óbvios, devo passar sempre a registrar uma espécie de "outro lado", para não dizer que eu não ligo para reclamações, críticas.
Por exemplo: pelo tamanho do e-mail, a entrevista com Fabrizio Moretti publicada pelo Folhateen e reproduzida aqui na coluna mexeu muito com o leitor Fábio Santos, de SP
E ele começou descendo a lenha da seguinte maneira:

"'Vazou' . Assim começa mais uma reportagem elogiosa sobre os Strokes na Folha. A segunda em quatro dias. Impossível contar quantas menções foram feitas nos últimos meses, todas deslumbradas, apaixonadas, recheadas de frases curtinhas, palavras de efeito (que efeito?). Invariavelmente, enaltecem a qualidade da banda, recomendam que se baixe as músicas do novo disco,que se compre o novo disco da "banda que salvou o rock".
Pergunto: o rock estava em perigo? Foi salvo, portanto?
Quando? Pelos Strokes? Jura?
Os Strokes são uma banda, no máximo, popular em seu nicho: o de bandas alternativas, música para "descolados". Sequer são citadas em publicações que fogem a esse nicho. Quando o são, são notinhas ao pé da página em grandes jornais ou revistas internacionais. Fazem lá seu sucesso, sem dúvida, têm expressão, mas bem menor do que o entusiasmo do jornal faz supor." (...)

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O EFEITO STROKES

"Room on Fire" vem aí. Em sua porção pop, o vestuto jornal americano "Washington Post" chegou a dizer que o segundo Strokes já é disco de platina nos EUA, se forem contabilizadas as cópias do CD "manufaturadas" a partir do download na internet.
Assim parte da mídia planetária se prepara para dar boas-vindas a "Room on Fire":

* Capa da "Mojo", revista que é tradicionalmente para o público roqueiro "adulto".

* ganhou um artigo gigante no sisudo "The Guardian" ainda em setembro, tratados como "a banda que salvou o planeta"

* foi a banda do mês do site da MSN, um dos mais visitados no mundo e que municia troca de informaçoes do messenger.

* A banda vai estar durante TODAS AS NOITES DE TERÇA, em novembro, no Conan O'Brian, um dos programas mainstream de entrevistas mais vistos dos EUA. Cada terça eles vao tocar uma música diferente do álbum novo.

* li que eles vao ser capa da nova revista musical do dominical "Observer", um dos mais conceituados jornais do mundo. A revista dará um CD com inéditas, lados B e outros quitutes exclusivos.

* A turnê da Europa, o que já está a venda, está com os ingressos perto do fim, li na BBC. Para os dois shows de Londres, em DEZEMBRO, no Alexandra Palace (capacidade de 2.000 lugares), todos os 4 mil ingressos foram consumidos, em SETEMBRO, em menos de uma hora.

* Na cool list da "Spin", na lista do que mais interessa na banda, o primeiro foi Jack White (White Stripes). Do 2º ao 6º lugar entraram cada um dos integrantes dos Strokes, porque segundo a revista nenhum deles poderia ficar de fora.
Ainda na "Spin", o que eles falaram do disco foi: "A mais esperada segunda edição desde o Novo Testamento"

* O Globo, aqui no Brasil, deu. A Veja, parece, fez entrevista com a banda e vai a Los Angeles ver o show .

* A capa do próximo número da "Rolling Stone" são os Strokes.

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SUEDE VS. BEATLES

Uma gostosa coletânea de singles da banda inglesa vem aí. via Sony Chama... "Singles" e tem na capa o que seria, depende de onde se olha, um menino e uma menina a caminho de se beijarem.
O Suede pode ser chamada de Beatles de uma certa parte da geração de indies que navega hoje entre os 22 e 28 anos. Não interessa para o fã do Suede que a banda não é nem a terceira mais popular do outrora britpop. Não interessa se o Suede não faz nada de novo que preste há um certo tempo. Não interessa se o dândi Brett Anderson pinta o cabelo acaju.
Para você ter uma idéia do que representa o rebanho de seguidores do Suede, pode perguntar para qualquer DJ de rock se ele consegue passar um set de uma hora sem alguém vir pedir alguma música dos caras.
Para falar um pouco de como é viver quando se tem o Suede no coração, a coluna convidou um fãzoca da banda, o amigo Eduardo Palandi, para descrever em palavras tal sentimento. O negócio é sério.

Vai, Palandi: "Conheci o Suede há quatro anos, quando a banda já contava dez de carreira. Havia conseguido a MP3 de 'Electricity,' música de trabalho do quarto disco deles, 'Head Music', e gostei. Decidi procurar mais e gostei, o que foi suficiente para comprar o disco. Logo em seguida comprei o disco de estréia e ganhei, de uma amiga, o terceiro, 'Coming Up'.
Foi então que percebi estar diante da banda da minha vida. Era uma
atualização, perversa e apaixonada, dos melhores momentos do David Bowie, com letras que eram verdadeiras crônicas urbanas. Pouca gente consegue pegar cenas do cotidiano tão bem quanto o vocalista Brett Anderson, e permeá-las entre guitarras cortantes e arranjos inspiradíssimos (primeiro com Bernard Butler, depois com os fiéis Richard Oakes e Neil Codling). Ouvir Suede é trazer glamour para a vida suburbana; é saber que, por enquanto, só temos as estrelas, mas não deixar de sonhar alto. É cantar junto em "Asbestos", tocar air guitar em 'Metal Mickey' e saber que o que ele fala em baladas como 'The Wild Ones' e 'Saturday Night' poderia estar acontecendo aqui e agora. Mas é, acima de tudo, conhecer melhor um pouco da vida da gente. Porque, como a banda já dizia em 'Streetlife', 'It's alright you get your tips from a popular song'."



Todas as músicas
1. Beautiful Ones
2. Animal Nitrate
3. Trash
4. Metal Mickey
5. So Young
6. The Wild Ones
7. Obsessions
8. Filmstar
9. Can't Get Enough
10. Everything Will Flow
11. Stay Together
12. Love the Way You Love*
13. The Drowners
14. New Generation
15. Lazy
16. She's In Fashion
17. Attitude*
18. Electricity
19. We Are the Pigs
20. Positivity
21. Saturday Night
(inéditas)

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FÃ-CLUBE ADOLESCENTE

Eba! Agora que a coletânea master do maravilhoso Teenage Fanclub está saindo nos EUA, a Sony poderia se animar e lançar o disco aqui no Brasil também. Não tão numericamente adorado quanto o Suede, o TFC é outro que conta com um fervoroso grupo de adoradores, no qual este colunista se inclui.
O disco mencionado é o "Four Thousand Seven Hundred and Sisty-Six Seconds: a Short Cut to Teenage Fanclub", CD com 21 canções para aprender e cantar junto.
Bandaça oriunda da Escócia dos 90, dá para estabelecer uma grosseira comparação com o conterrâneo Belle & Sebastian no seguinte aspecto: são duas bandas românticas de matar, mas o Teenage toca com a guitarra no talo. Às vezes isso conta bem mais.

* Engraçado a elogiosa resenha do disco na atual edição da revista americana "Spin". Começava assim:
"As pessoas ainda tiram um barato da revista (compreensivelmente) por ter colocado o álbum 'Bandwagonesque', do TFC, acima do 'Nevermind', do Nirvana, na eleição do disco do ano de 1991. Mas ao ouvir esse lindíssimo 'the best of' da para entender por que nós cometemos o 'erro'."

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MAIS STROKES

* Mandamento da última "The Face": "Deixe seu cabelo crescer. É tempo de Strokes novamente". O caso é sério. A brasileira "TPM", revista para meninas espertas, também faz o apelo: "Não estamos pedindo muito. Apenas que vocês (meninos) invistam um pouquinho em seus cabelos e criem penteados parecidos com os dos garotos dos Strokes". Mas ressalvam: os penteados têm que estar parecidos MENOS com o do baixista Nikolai Fraiture, que tem um cabelinho medonho mesmo.

* Uma banda bamba de Detroit, a Detroit Cobras, gravou uma versão diferentíssima e bem legal, mais suja, mais metal de "Last Nite". Vá buscá-la.

* o clipe-"Tron" da música "12:51" está disponível no site da RCA, megagravadora americana. Mais precisamente no http://rcarecords.com/media. No clipe, os Strokes estão tocando bem normal, como de costume. Nada de especial, nenhuma pirotecnia, nenhum arrojo de edição, a não ser o visual e a deliciosa música.

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FRIENDSTER

Há muitos meses eu tento entender por que toda a moçada americana é cadastrada, usuária e viciada neste programa da internet para descolar amigos e talvez namorada.
Alguém aí dos EUA pode me explicar qual é a química que difere o Friendster dos outros 100 mil do tipo?

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DURAN DURAN

Ah, os anos 80 e sua volta. Duraram QUATRO MINUTOS a venda de ingressos do show de terça passada do veterano grupo Duran Duran em Londres. Os bilhetes foram vendidos na sexta anterior. E a apresentação aconteceu no clube Forum, que não é nada pequeno. No chute, se não me falha a memória, arriscaria dizer que cabem 2.000 pessoas fácil lá.
Foi o primeiro show do Duran Duran em 14 anos.
Como bafo do revival, no Brasil foi lançado o espetacular álbum de estréia do grupo, homônimo. New romantic na veia.

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MEDO DO RADIOHEAD

Ainda repercute aquela história da semana retrasada sobre crianças da Califórnia desenhando motivadas por uma audição de várias canções do Radiohead.
Para lembrar, um jornalista do "East Bay Express", semanário da região de San Francisco, confuso (como todo mundo) quanto a definir o som do grupo de Thom Yorke, foi ouvir o que crianças (críticos "puros") achavam da banda.
Com as mãos portando lápis e papel e os ouvidos ligados no Radiohead, os desenhos que saíram, muitos deles, representavam morte, suicídio.
Mas teve um que eu achei o mais significante, triste e impressionante modo de expressar em desenhinho infantil o recado do Radiohead.
Foi este aqui embaixo. Repare o sentimento de solidão gélida que o Thom Yorke pode provocar em um garoto de 11 anos.



* PROMOÇÃO: Esta é para provocar desenhos de alegria. A coluna sorteia duas cópias promocionais maravilhosas de "Hail to the Thief", o último álbum do Radiohead. É um álbum-pôster com o mapa que está na capa do CD original, o disco (claro) e um livrinho com as letras. O formato é de um bloco retangular de anotação. Valioso item de colecionador. Está nessa? Vem com e-mail para lucio@uol.com.br.

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TURMA DO KAZAA

Pare de reclamar e saia desse programa bichado. Adote o Soulseek.

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PEACHES

O segundo disco da mulher, "Fatherfucker", recém-lançado lá fora, é a prova de que qualquer um pode gravar um CD. Gritaria, letras "picantes", bases normais, batidas normais, guitarra pesada normal. Resultado final: excelente.

* O famoso e turbulento show da Peaches, que o Tim Festival promove no dia 1º de novembro, escapa para Belo Horizonte (dia 5) e Porto Alegre (dia 6). São Paulo está fora.

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VELOZES E FURIOSAS

* Das 40 bandas mais importantes hoje da Inglaterra, a mais importante das 40 é o grupo punk Libertines, agora refeito, reunido, remontado. Essa é a avaliação de pesquisa do jornal mainstream "The Guardian", respeitadíssimo.

* É tempo de cinema. Leia tudo, pesquise, veja trailers, fuce a internet atrás de "Kill Bill" (Tarantino), "The School of Rock" (com o Black Jack), o perturbado(r) "Aos 13", "Freddy vs. Jason". E nesta sexta começa a Mostra de Cinema de SP.

* Que país é este? Logo, logo tem Rapture, Streets e White Stripes tocando por aqui; as baladas estão ótimas; São Paulo ganhou uma rádio que dá impressão de se estar em Londres; o Garagem voltou; o dólar está caindo; e o sempre chato "Caderno 2" do "Estadão" está dando uma guinada boa em direção ao pop. Alguém me acorda.

* De chorar: o DVD do excepcional Chemical Brothers, o "Singles 93-03", que além dos ótimos videoclipes da banda tem um monte de música ao vivo, do tipo "Hey Girl Hey Boy", no Red Rocks (Colorado). E " Setting Sun" e "Star Guitar" em apresentação no Fuji Rock Festival, aos pés do monte Fuji, no Japão, para uma platéia japa insana. "Star Guitar" vem precedida por uma eletrocover de "Temptation", clássico do New Order.

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QUEM? COMO?

Brianne Cobain.

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MEGABALADAS

* O ótimo clube paulistano good-vibe Xingu deve reabrir as portas na próxima sexta, 24.

* Nesta sexta o rock ganha nova noite forte e invade mais um reduto eletrônico. Estréia no Amp Galaxy (Fradique Coutinho) a balada Glitz. No lounge, electro e 80's com Marcos Z. Na pista, nesta primeira noite, Beto Lee, Flávio Forgotten e Lúcio Ribeiro (quem?). Show-pocket: Borderlinerz. /// No sábado, no Trip Dancing Club (Fradique Coutinho), tem a festa da volta do Garagem, com sorteio de CDs dos Strokes. /// Ainda no sábado, na Funhouse (Bela Cintra), tem show da energética banda gaúcha Walverdes./// No domingo, na pracinha em frente à FNAC (pinheiros), acontece o "dançamento" do valioso livro "Todo DJ Já Sambou" (Conrad), da jornalista Claudia Assef, que traçou a história do DJ no Brasil desde os anos 50. As apresentações serão as seguintes: 14h - Osvaldo Pereira (fox trot, swing, rock); 14h30 - Tony Hits (samba-rock); 15h - DJ Hum (black); 15h30 - Gregão e Sylvio Müller, os 2 Junkies (disco, house, funk); 16h - Magal (electro, EBM, 80's); 16h30 - Mauro Borges (disco, house, trash); 17h - Drumagick (drum'n'bass).///

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PREMIAÇÃO DA SEMANA

Vamos a elas. Além do suculento Radiohead que já tem arrebentado de e-mails minha caixa postal, a coluna oferece ainda, presta atenção:

* Uma cópia caseira de "Room on Fire", a última delas, para quem não aguenta esperar o dia 28 para botar as mãos no Strokes novo.

* O espetacular DVD dos Chemical Brothers, com os clipes 10 da banda, a novíssima "Golden Path" (com o Wayne Lips) e a impressionante lista de apresentações ao vivo.
E chega.
Blur exclusivo, novo Manics, o novo Suede, o CD duplo do Chemical Brothers, o ao vivo do Front 242 ficam para a semana que vem.

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VENCEDORES DA SEMANA PASSADA

* O CD caseiro "Room on Fire", segundo Strokes
- Fabiano Cunha
Blumenau, SC

* O ótimo e raro disco do Blur que saiu na revista de música mensal do jornal britânico
"Observer".
- Denise Yoshida
Santo André, SP

* A camiseta preta bacanuda do Kings of Leon
- Isa Tovellinni
Rio de Janeiro, RJ

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QUE MAIS?

Mais nada.
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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