Pensata

Lúcio Ribeiro

19/11/2003

O pop, o porno-pop e o pop samurai

"Bow down before the one you serve
you're going to get what you deserve
head like a hole, black as your soul
I'd rather die than give you control"
Nine Inch Nails, em "Head like a Hole"

"Hey, alright now
Alright now, fealous
Now what's cooler than being cool?
I can't hear ya
I say what's cooler than being cool?
Alright, alright, alright, alright"
Outkast, em "Hey Ya"

"Slow down and dance with me
Yeahhh!"
Kylie Minogue, em "Slow"


A coluna começa abalada com alguns fatos que estarreceram o universo pop nos últimos dias. E nem é o caso do colunista furão delatado aqui na semana passada.
Vocês viram a fã do KLB que morreu (mesmo) de emoção ao chegar perto dos ídolos, em um show. Quer dizer, a emoção levou a outras complicações. Mas o caso é que a garota se foi para sempre por causa do KLB. Pensa nisso.
A outra é história que circulou na capa da Folha na segunda. Em um ato de "canibalismo", Caetano Veloso foi "comido" por um "índio" em peça do Zé Celso Martinez em cartaz em São Paulo. Que beleza!

* Tem outra história de estarrecer, lá embaixo. Mas essa é até engraçada (não para os envolvidos).

* Seja bem-vindo à coluna (parafraseando um jornalista/DJ de São Paulo cada vez mais descolado).
Foi no Echo & The Bunnymen?

*****************************

CADÊ O "KILL BILL"?



Se o diretor bamba americano Quentin Tarantino fosse o rock, ele seria o novo rock (invariavelmente tosco, cheio de gás, esperto, cheio de referências cool do passado e muitas vezes bem bom).
Tarantino é f*** e seu quarto filme, "Kill Bill" (que tem duas partes) nem é melhor que pelo menos duas de suas três obras anteriores, mas ainda assim tem pique, tem frescor, tem estilo e salva um ano bem chato do cinema.
Salvaria, se os gênios brasileiros não jogassem a estréia brasileira do filme, que a princípio fora marcado para dezembro, lá para fevereiro.
Será que é para o filme não "trombar" com a estréia do longa do "genial e engraçadíssimo" "Casseta & Planeta", do "Apolônio Brasil, o Campeão da Alegria", ou aquela xaropada romântica inglesa que é o "Simplesmente Amor", com o Hugh Grant e o Rodrigo Santoro?
Nunca entendi como funciona essa programação cinematográfica que bota um filme do Tarantino, com tudo o que essa assinatura implica, no mínimo no quesito polêmica, para estrear três, quatro meses depois que 40 países outros já terão visto. Inclua aí a Argentina, a Colômbia, a Sérvia, Malta e Hungria.
A Popload assistiu a essa primeira parte (volume 1) de "Kill Bill" faz duas semanas, durante a viagem a San Francisco.
Da trilha ao kung fu, à sanguinaria promovida, às "cenas japonesas", à valorização das supermulheres, "Kill Bill" é matador. Mesmo.
Uma Thurman faz uma assassina profissional que no dia do casamento sofre uma emboscada do chefe e das ex-"colegas de trabalho". Todo mundo na igreja é morto durante a cerimônia, menos Uma, que fica em coma por anos. E acorda por causa de uma zumbida de mosquito. E com uma sede de vingança sanguinária que dá medo.
A condução do enredo por Tarantino é fantástica. Da primeira matança de Uma, cuja vítima foi o descarado enfermeiro que ganhava uma grana "alugando" a coitada em coma para ser deleitada por outros tarados até a dança marcial do final deste volume um.
No filme, enquanto Uma vai atrás de um por um dos traidores que tingiram de vermelho seu vestido branco, ela vai contando a história dos coleguinhas facínoras.



* TARANTINO ANIMADO - Na hora de contar a origem da assassina-pantera Lucy Liu, a mais macabra, temida e "invencível" da gangue do Bill, Tarantino, claro, não vai contar de modo normal.
O cineasta usa uma sequência de uns 15 minutos de pura animação. Quadrinhos, mesmo. Em anime, nos é revelado por que a pequena japonesinha iria optar pela vida do crime depois que assiste seus pais serem trucidados de modo horrível pela máfia local.
Coisas acontecem até Uma estar cara a cara com a personagem de Liu, para a batalha final deste volume 1. Antes de pegar a pantera propriamente, Liu vai ter que derrotar no kung fu e com sua espada de samurai a terrível guarda-costa teenager da assassina. E um exército de 88 samurais mascarados, em luta que lembra (e é tão boa quanto) a de Neo, no segundo "Matrix", enfrentando um sem-número de Agent Smiths.
Voltando às cenas de animação, elas são tão intensas e bem misturadas às cenas "reais" do filme que em um certo tempo nem parece que houve técnicas diferentes na condução da trama.
Tarantino contratou um estúdio de animação top do Japão, contou como queria as sequências e depois ficou, dos EUA, recebendo os faxes de Tóquio, com os desenhos.
Daí fazia as alterações que queria a caneta e reenviava os faxes, quadro a quadro, de volta ao Japão.



TARANTINO É ROCK - Numa de suas idas ao Japão para conferir os locais de filmagens e negociar as cenas de animação, isso em 2002, em uma loja de disco Tarantino ouviu o balconista tocar músicas do então novo álbum das 5.6.7.8's, um trio de rock local e feminino.
Entusiasmado com o som, Tarantino quis saber que banda era aquela e se podia ficar com o disco. O balconista disse que não. Era sua única cópia. Mas que a banda, de rock clássico tipo Chuck Berry, mas de molho japonês (o que muda tudo), era famosinha na cena underground de Tóquio e tinha contrato com a Simpathy for the Record, a gravadora do White Stripes nos EUA.
Menos de um ano mais tarde, o grupo toca seu som em uma das mais bacanas sequências de "Kill Bill". Onde Uma Thurman vai encontrar a ex-amiga assassina Lucy Liu é em um desses clubes japoneses com restaurante. A cena se desenvolve enquanto o 5.6.7.8's toca três músicas (duas covers e uma própria) e os frequentadores do lugar dançam freneticamente.
Até que a música acaba para dar lugar ao barulho de braços e pernas serem cortados pelas espadas.

*****************************

MAS O QUE É ISSO, PARIS HILTON?

Este bafafá eu ia falar na semana passada, e agora cheira um pouco a velho, mas em todo caso vá lá.
Para quem não conhece Paris Hilton, ela é assim: loirinha fofa mais patricinha que a Alicia Silverstone no filme das patricinhas.
Socialite descolex do circuito Londres-Nova York, ela está em todas. Não tem uma festinha, um showzinho descolado, um eventinho de moda que a menina não desfile seus modelitos ricos.
É (ou era) a melhor amiga de Britney Spears e vai estrelar a partir de 2 de dezembro, nos EUA, um reality show da Fox chamado "The Simple Life", que já é sucesso de audiência sem o programa ter estreado (?!?).
Os (malvados) mais próximos da garota dizem que ela é nojenta de tão rica. É é filha do magnata que comanda a rede de hotel Hilton e mais um monte de hotéis e mais um monte de negócios.
Acontece que Paris, hoje com 22 aninhos, quando tinha 19 filmou de zoeira uma transa hot dela com seu então namorado, Richard Salomon, numa das suítes de um dos Hilton.
E este vídeo, semana passada, foi parar na internet. Só eu recebi o link três vezes, no dia seguinte do vazamento.
As cenas são de corar até fãs da marca Buttman. E foram gravadas com aquelas câmeras de vídeo que filmam em locais escuros.
O caso abalou o reino dos Hilton. A menina confirmou que é ela (mal) na fita e que não sabe como isso foi acontecer.
O ex-namorado, o Salomon, hoje é casado com a atriz Shannen Doherty (da série "Charmed" e ex-"Barrados no Baile") e processou Hilton pela vacilada. Quer US$ 10 milhões de indenização.

* Tal episódio de intimidade de famosos levada a milhões de olhos lembra o caso da atriz e modelo Pamela Anderson Lee ("SOS Malibu") e do roqueiro Tommy Lee, baterista da popular banda de metal Motley Crue.
Quando os dois se casaram e saíram em lua-de-mel, fizeram um homevideo de suas atividades sexuais, dentro do carro, dentro de um barco, na cama e tal.
A tal fita "escapou" e cópias do filme pornô de celebridades ganhou o mundo com uma rapidez inacreditável. A VHS chegou a ser vendida até em banca de jornal do Pacaembu, em São Paulo.

******************************

MÚSICAS PARA MUITO JÁ

Bota esse programinha de download para funcionar e vá atrás do seguinte:

* "Blind Pilots", The Cooper Temple Clause
Chorosa, suplicante, tem uma levada que a faz parecer música de ninar indies perturbados. Delícia.

* "Slow", Kylie Minogue
A música é um electro-pop qualquer, mas os remixes dos Chemical Brothers e do Medicine8 são bem legais. O clipe da Madonna-Britney inglesa é bom, também. Nele, Kylie cercada por um monte de gente na piscina, ela proclama que o negócio é falar a linguagem do corpo. Hum.

*************************

MÚSICAS PARA NUNCA NA VIDA

* "Rosa de Hiroshima", Arnaldo Antunes
Foi lançado recentemente um tributo à digna banda Secos & Molhados, que tinha o conhecido Ney Matogrosso em suas fileiras e nos anos 70 aproximou o rock brasileiro do glam.
Aí agora atualizaram o S&M (sacou?) com artistas como Capital Inicial, Ira, Raimundos, Nando Reis. Mas todas as faixas do disco são honestíssimas comparadas à pavorosa versão oferecida pelo nosso Antunes.

* "Pra Nunca Mais Partir", Dado Dolabella
Na onda ator bonitão virando cantor, Dado Dolabella tascou todo seu charme e uma impagável letra em português para "abrasileirar" o hino "Love Vigilantes", do New Order. E a música pop morreu um pouquinho.

*************************

MEG WHITE ESTÁ NO BRASIL

A Popload revela: a baterista do White Stripes não saiu do país depois do ótimo show do Tim Festival. Veja foto tirada nesta última terça-feira, em São Paulo.

Maria Prata


*************************

MAIS HILTON

Deu no diário britânico "The Sun", nesta quarta-feira: vem aí outro vídeo-escândalo, de novo com a garota Paris, para abalar ainda mais o reino encantado dos Hilton. Parece que já corre pela rede nova fita com Paris fazendo "aquilo", só que desta vez com uma garota. A "ação" se daria com a playmate Nicole Lenz, envolve brinquedos sexuais (segundo a notícia) e teria acontecido em um aniversário de Paris em Las Vegas.

* Paris é o assunto da hora, tadinha. A menina já ganhou até um fotolog brasileiro: www.fotolog.net/parishilton. Fotolog, pensa.

* A loirinha Paris, dizem (e agora sabe-se), é um furacão na balada. Confere aí.



* E aviso aos tarados, curiosos, voyeurs e afins. Não passarei link nenhum, pois a Popload não pode disseminar a pornografia. Mesmo entre celebridades, tal. Hehê.

*************************

iPOD


É irreversível e vai chegar em breve a hora em que não será um artefato só para quem tem (muita) grana. Mas o aparelhinho da Apple que toca MP3s será/já é tão vital para quem gosta de pop quanto o ar para quem gosta de viver. O Ipod, que só existia para Mac, acabou de ser lançado para PC, agora no final de outubro. Mais de um milhão desses toca-MP3s já foram vendidos nos EUA.
A era do download, com esse movimento da Macintosh em direção ao PC, entra em nova fase, principalmente porque voltou a funcionar o outrora famoso Napster, agora pago.
O Napster apresenta 500 mil músicas prontas para serem baixadas, ao custo de US$ 0,99 a unidade, US$ 9,95 o álbum inteiro.
A Apple, que tem o melhor programa de música em computador, o iTunes, vende pelo mesmo preço do Napster e também existe agora em versão PC. O iTunes, desde que abriu sua "loja virtual" no começo do ano, já vendeu 13 milhões de MP3s.

* Em San Francisco, tem propaganda do iPod Mac/Pc até em ponto de ônibus, restaurante chinês, outdoors na saída da cidade. Londres, segundo relato de uma amiga residente, vive a mesma campanha.

**************************

NOVO MORRISSEY

Pode começar a arrancar os cabelos, Morrissey vai lançar disco novo em algum dia de 2004, mas deu na BBC que pode ser que o ser mais maravilhoso do mundo (ele já ganhou esse título a sério) lançara um disco ao vivo logo em janeiro, de som gravado de show do ex-Smiths em uma de suas decantadas noites no pomposo Albert Hall, em Londres.

*************************

MAIS MÚSICAS

Mãos ao mouse e cace já:

* "Lola Stars and Stripes" - The Stills
Um dos melhores discos que eu comprei em San Fran foi o do Stills. "Lola" abre o CD. É um dos começos de música mais legais de tempos recentes. O resto é som shoegazer inglês., anos 90 e poucos, tipo Ride e Chapterhouse. Lembra disso?

* "All Medicated Geniuses" - Pretty Girls Make Graves
O som dessa banda americana é tipo At the Drive In com vocal feminino. Como se não bastasse, o nome do grupo é tirado de música sensacional dos Smiths. Barulheira sensível.

* "Hit That"- Offspring
A música é bem Offspring. Legal.

*************************

STROKES COPIAM TITÃS

Leitor aponta que a última faixa do CD "Room on Fire", vibrante segundo álbum dos Strokes, se parece com a faixa "Nem Cinco Minutos Guardados", dos Titãs. Diz que em alguns pedaços "dá para cantar por cima tranquilamente".

*****************************

BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB

O disco novo do soturno grupo da Califórnia, um dos bambas do novo rock (atenção: o termo "novo rock" expira no dia 31 de dezembro, passando depois a ser chamado apenas de rock. Pô, já vai fazer quatro anos desde que o At the Drive in, o You Will Know Us by the Trail of Dead e o Queens of the Stone Age proclamaram aos berros a nova ordem da música jovem), já está nas lojas em edição nacional. "Take Them On Your Own" é o título. As três primeiras faixas, "Stop", "Six Barrel Shotgun" e "We're All in Love", são de matar de boas. Das outras dez, umas cinco também são campeãs.

* Para as meninas: numa revista, que não lembro agora qual, rolou uma eleição dos caras mais lindões do rock. E um dos top era o baterista do BRMC.

* Ouvi recentemente, via internet (claro), o show que o BRMC deu no Reading Festival, em agosto. Sensacional. Jesus & Mary Chain na essência, podreira juvenil na veia. As músicas do álbum anterior e do novo "casaram" de uma maneira assustadoramente boa. O creme foi a banda ter tocado "The Hardest Button to Button", do White Stripes, em versão matadora. Acho que dá para ir atrás desse som fácil.

****************************

MAIS LANÇAMENTOS

Pode conferir na sua loja predileta. Chegou/está chegando em edição nacional, além do BRMC, o "Lost Sides" do Doves, o DVD e CD ao vivo do Coldplay, o CD do Iggy Pop, o ao vivo do Asian Dub Foundation, o Muse novo e, comemore, o tão-falado disco do Darkness.

****************************

AS PIORES SACADAS GENIAIS DO POP

Está em um tal site do "Homem-Chavão" e foi enviado por um leitor. Lista, segundo está na página, as 10 piores sacadas geniais nos títulos de discos de música brasileira. Confira:

1. Cuscuz Clã, Chico César.
2. Outubro ou Nada, Bidê ou Balde.
3. PetShopMundoCão, Zeca Baleiro.
4. Kaya N'Gand Aya, Ministro.
5. Pretobrás, Itamar Assumpção.
6. Respeitem meus cabelos, brancos, Chico César.
7. O Papa é Pop, Engenheiros.
8. Várias Variáveis, Engenheiros.
9. Ao Vivo - Em Todos Os Sentidos, Alceu Valença.
10. Pret-A-Porter, Preta Gil.

************************

AOS VIVOS

* O título acima é uma dessas piores sacadas geniais, mas não está na lista. Fica como contribuição da Popload. Tem alguns shows ao vivo dos quais gostaria de lembrar. Vamos nessa.



* STROKES/KINGS OF LEON - A turnê do ano no rock acabou no último dia 7, em Atlanta (EUA), e reuniu o incensado grupo emergente Kings of Leon e o megapós-incensado The Strokes, banda onipresente em bancas de jornais e revistas para quem olha as prateleiras dedicadas às publicações musicais.
A "Popload" interceptou a tour dos meninos religiosos do Tennessee e dos nada cristãos de Nova York na cidade de Houston, no Texas, o penúltimo show deste giro que vai continuar em dezembro, na Europa e Oceania.
O local, o enorme Verizon Wireless Theater, estava com seus ingressos esgotados (no chute, umas 1.500 pessoas) e o clima dentro estava quente para os Strokes, mas morno na apresentação dos Leon, que são grande no underground inglês, mas têm tímida aceitação fora do sertão americano. A banda teen de country-rock fez um show correto e só. Se você fechasse os olhos, a impressão que ficava era de que o som vinha limpo do disco, não de uma apresentação ao vivo se aproveitando de uma casa lotada.
Quando os Strokes entraram para divulgar seu novo disco, "Room on Fire", o público se amassou na frente do palco para se aproximar do quinteto e se dividiu em dois: mulheres para chegar o mais perto possível do vocalista Julian Casablancas e homens para promover rodas de pogo como se o show fosse dos Ramones.
E aí veio a luz. O que difere um concerto dos Strokes hoje do de um da turnê do primeiro disco vem da iluminação, transada e bem editada, que transmite um excessivo grau de adrenalina no trajeto palco-platéia na hora dos rompantes de guitarra ou da gritaria de Casablancas. São luzes estroboscópicas em quantidade e velocidades capazes de animar até as baladas da cantora Maria Rita.
Musicalmente, havia também um efeito impressionante. As músicas do recém-lançado segundo álbum parecem uma espécie de continuação de como acabou o primeiro, o "Is This It".
Mas ao vivo as canções do primeiro disco pareciam ser de um tempo muito distante no nível de energia da banda, sem nenhum demérito para os velhos (velhos?) hits do álbum de estréia nesta impressão.
Uma nova cantora, Regina Spector, fez um dueto em uma até bela e não-titulada música inédita dos Strokes, numa levada que lembrava "Candy", de Iggy Pop e Kate Pierson, do B-52's.

* AUDIO BULLYS - Um dos principais nomes britânicos dessa tendência que leva para as pistas uma mistura de rock, eletrônica e hip hop, tudo junto, tocou sexta passada em Maresias.
A dupla de DJs Audio Bullys, um encontro de Clash com Specials com Fatboy Slim, se apresentou no clube Sirena, duas horas longe de São Paulo, que em uma sexta véspera de feriado transformou a viagem em quatro horas. Fui com uns amigos para lá. Viagem brava, resultado recompensador. O set foi de uma maravilha indescritível, para um clube semi-vazio ou desinformado do que estava acontecendo naquela cabine de DJs. O Audio Bullys veio para a América do Sul tocar no festival Creamfields versão argentina, junto com um monte de atração de peso da música eletrônica.
E foram interceptados pelo Sirena, para fazer um set no Brasil. Uma pena que os produtores paulistanos deixaram escapar a chance de aproximar a cidade de uma atração tão ano 2010.
O Paulão, do Garagem, foi comigo e conta mais como foi a noite em que o Audio Bullys tocou no Brasil para ninguém. O texto está no renovado site do Garagem, em www.garagem.net, setor colunas. Lê lá..

* ECHO & THE BUNNYMEN - Não fui ao show de Ian McCulloch em SP, nesta semana. Mas os vários testemunhos que chegaram a mim, tanto da apresentação no Credicard Hall quanto a de Porto Alegre, são de que os shows foram bacanas, embora em São Paulo o clube gigante estava meio vazio. Estou com um bode de Echo & The Bunnymen, já faz tempo. Vi o concerto de San Francisco na recente viagem e achei bem fraquinha a performance da lendária banda, de 25 anos de estrada. A voz do grande McCulloch está deprimente para os meus ouvidos e me incomoda um pouco os trejeitos meio desequilibrados do exímio Will Sergeant, tentando correr atrás do Jack White, como se ele tivesse que. Acho que os Bunnymen virou a banda de covers mais luxuosa do mundo, fazendo tais covers de si mesmo, tamanho o caráter caricatural que dá o tom de pelo menos os últimos três shows a que assisti do grupo. Em San Francisco, o papo furado que se transformou a fantástica "Ocean Rain", uma das canções mais lindas dos 80, me fez ir embora antes do fim. Não quero arranhar a reputação de banda querida dos Bunnymen, por isso não quis ir ao show. E nem fiquei com "raivinha" porque o velho Ian McCulloch me deu outro chapéu em entrevista, a que eu ia fazer em San Francisco. E que me fez perder o show do Stills, que abriu a noite e eu estava muito a fim de ver (só escutei de fora do clube). O estranho seria se a entrevista tivesse rolado tranquilamente. Já contei aqui o caso da entrevista de três horas que fiz com ele em um desses Reading Festivals, não contei?

****************************

PROMOÇÃO DA SEMANA

Nem é Natal, mas as renas já descarregaram presentes lindos na chaminé da Popload. Vão para sorteio hoje no lucio@uol.com.br a seguinte lista de desejos pop:

* um (outro) livro autografado "Emissões Noturnas", obra do ex-radialista e VJ Fábio Massari que compila fatos e músicas que fizeram do programa Rock Report um dos mais importantes do rádio brasileiro.
* o disco "Take Them on Your Own", do Black Rebel Motorcycle Club, em versão nacional.

* o DVD "The Best of REM", coletâneas de videoclipes + material ao vivo da banda de Michael Stipe que cobre o período 1988-2003

Vem aí.

***************************

RESULTADO DAS PROMOÇÕES PASSADAS

Entra qualquer hora desta quinta-feira. Volta para ver se seu nominho lindo vai estar aqui.

**************************

MAIS?

Talvez a coluna vai ganhar um "post" gigante no final desta quinta-feira, com um prêmio-pacote de respeito. Se coisas acontecerem, estará aqui. Se não, fica para a próxima semana

***************************

Valeus!
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

Leia as colunas anteriores

//-->

FolhaShop

Digite produto
ou marca