Pensata

Lúcio Ribeiro

11/12/2003

Aprende uma coisa

"So why oh? Why oh?
Why oh? Why oh?
Are we so in denial
When we know we're not happy here?"
Outkast, em "Hey Ya!"

"The room is on fire as she's fixing her hair
'you sound so angry
just calm down, you found me'"
Strokes, em "Reptile"

'I Keep it in my head till I know I
until I know that I can leave your doorstep
Until I know the conversations cold"
Black Rebel Motorcycle Club, em "We're All in Love"


One, two. One, two. Vamos nessa.
Que dia é hoje? Hã?

* Conselho de Nicky Hilton, irmã da Paris, sobre o vídeo "hot" dela com o namorado, que vazou para a net há algumas semanas: "Meninas, nunca se filmem!".

* Alguém já ouviu a canção de Natal do Darkness? O título é (em português, que é mais legal): "É tempo de Natal. Não deixe os sinos pararem de badalar)". Gênio.

* As epígrafes acima já apareceram aqui, as três. Se não com essas mesmas palavras, pelo menos foram as mesmas músicas. Elas são, na modesta opinião deste colunista, as três músicas mais legais de um ano cheio de músicas legais. Já deu para sentir que esta é a nova promoção, né? A das músicas mais importantes de 2003, para você (detalhes lá embaixo). No caso das minhas, vale aquela história: são essas três agora, no exato momento em que escrevo a coluna. Mas amanhã podem ser outras, porque a vida e o pop são assim mesmos.
Quanto ao resultado dos principais discos do ano, já, já tem o resultado.

* Bom te ver por aqui. E vai ser bom também te ver aqui na sexta, até onde esta coluna vai se alongar.

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A ESCOLA DO ROCK

Estou para falar deste filme há algum tempo, que vi na viagem mês passado a San Francisco. Mesmo encantado com a história, fiquei me segurando para dar na coluna assim que soubesse quando ele passaria nos cinemas brasileiros.
Pois foi confirmado que "School of Rock", aqui "Escola de Rock", entra em cartaz no país no dia 20 de fevereiro.
Para quem sabe do que estou falando, "Escola de Rock", estrelado pelo venerado Jack Black, é o "Sociedade dos Poetas Mortos" da música pop.
Jack Black, que tem uma cor diferente do Jack White (não deu para evitar!), não tem muito destaque em Hollywood, mas é figurinha carimbada da TV americana. Assíduo da MTV, dos programas de entrevistas e do "Saturday Night Live", ele interpretou o gordinho nervoso Barry, da loja de discos do filme "Alta Fidelidade". Mais: toca no Tenacious D, banda cult do circuito indie americano.
Em " Escola de Rock", ele é um guitarrista fuleiro que é mandado embora de sua banda. Com isso já era a pouca grana que ele levantava para pagar seu aluguel. Numa tramóia e sem saber onde estava se metendo, arranjou um emprego de professor substituto para uma classe de garotos de 10 anos, em uma escola particular.
Como Jack Black (Dewey, no caso) só sabe viver para o rock e não manjava nada de aula, o jeito foi adotar um ensinamento difundido por Bruce Springsteen em uma canção: "Nós aprendemos mais com um disco de três minutos, baby, do que em todos anos em uma escola" .
Ele ignora as lições e começa a transformar a classe em uma banda de rock. Vai identificando nela quem daria para um baterista, um baixista, o figurinista, o empresário, os vocalistas, essas coisas.
Quando a molecada perguntava sobre as provas, os testes, ele falava para os alunos desencanarem: "O rock vai testar suas cabeças, suas mentes e seus cérebros também".
E Jack Black segue firme (e escondido da diretora e dos pais) seu curso intensivo de Led Zeppelin, AC/DC, Kiss, Doors, Ramones, Clash e... Darkness, entre outros.
"School of Rock" pode ser "bobinho" e previsível para um público menor de 14 anos, mas é um filme muito sério para quem está fora do alcance de coisas como Br´oz.
Li em algum lugar que impressiona como as crianças vão no embalo do rock de Jack Black, mas estão sempre desconfiando de tudo, inseguras do que está acontecendo. Já Black quase não vai a lugar nenhum, não é chamado de volta por sua banda, não é recompensado no final.

* Sem muito estardalhaço publicitário, "Escola do Rock" teve sensacional performance nas bilheterias americanas quando estreou, no começo de outubro. No primeiro final de semana, já se pagou. No meio de novembro, já tinha praticamente quadruplicado seu custo de produção.
Jack Black e sua banda infantil agradou tanto que receberam inúmeros convites para se apresentar nos programas de entrevistas dos EUA.

* Rola a conversa que Black teve dificuldade para usar a música "Immigrant Song" no filme. Mesmo tendo feito o pedido formal à gravadora e a banda, tanto o ator quanto o diretor, Richard Linklater, não conseguiam uma resposta de Robert Plant e Jimmy Page. Aí, Jack Black pegou a música, gravou um clipe dela com a molecada e mandou para os Zeppelin. Dias depois veio a liberação.

* Este é o cartaz brasileiro do filme.



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O FUNK CARIOCA NO COMERCIAL GRINGO

Uma das histórias pop insólitas do ano, esta coluna descobriu na semana passada, que a Europa assistia pela TV e nos cinemas um comercial de carro luxuoso que era embalado por um delicioso funk do Rio, que por agradar tanto já tinha ganhado remixes de DJs ingleses e já frequentava programas das rádios britânicas (incluindo os de rock).
A música, só para lembrar, era a "Quem Que Caguetou", de autoria do duo Black Alien e Speed, de Niterói, em trabalho conjunto com o Tejo, produtor radicado em SP.
Como se tudo isso já não fosse interessante o suficiente, a música ouvida pelos gringos em suas casas e no escurinho do cinema, foi dito aqui, tem uma letra pesadíssima.
A história veio à tona momentos antes de a coluna ir para o ar, então o foi com algumas imprecisões e detalhes obscuros. Com um dia de apuração, ela se mostrou muito maior e mais legal do que saiu.
A "real" saiu na Ilustrada (Folha) dois dias depois, em texto escrito por este colunista. Vale a pena a republicação, para quem não leu a versão do jornal. Vê aí.

* O funk carioca, sua batida sacolejante e sua letra toda própria e naturalmente violenta chegam aos lares, rádios e cinemas europeus.
A música "Quem que Caguetou?", uma produção do paulistano Tejo com os rappers Black Alien e Speed, de Niterói, está virando hit de pistas e rádios inglesas, é badalada nos meios publicitários do circuito Paris-Cannes e foi abduzida por uma gravadora alemã. Tudo graças a uma peça comercial para um carro da marca japonesa Nissan.
Trechos de músicas como "Quando você atira/ Já não sou a sua mira/ Eu sou a sua sombra" e com citações a armas, embalam a propaganda do luxuoso X-Trail 4x4. Um funk brazuca a serviço de um carro, que aqui custaria mais de R$ 100 mil.
Caguetar é gíria derivada de "alcaguetar", que significa delatar, entregar alguém. "Quem que Caguetou?" é de 2000 e está na trilha sonora do filme "O Invasor", de Beto Brant.
"Quando a agência TBWA se interessou pela música para o filme da Nissan, cheguei a falar sobre o conteúdo da letra", diz o produtor Dudu Marote, responsável pela música de Tejo, Black Alien e Speed ir parar no comercial estrangeiro. "Eles não se mostraram muito interessados no que estava sendo falado na música. O diretor francês Fréderic Planchon, que faria o filme para a Nissan, é fã de funk carioca e estava mais entusiasmado com as batidas da música", conta Marote.
O comercial da Nissan, que passou de maio até novembro na TV e nos cinemas de Inglaterra, França e Alemanha, foi filmado em São Paulo [o comercial pode ser visto na internet, na seção "repertório" do site www.drdd.com].
Traz imagens de uma maratona pelas ruas de São Paulo, num trajeto que mostra o centro da cidade. Trucagens digitais tiraram a água do Tamanduateí e colocaram os corredores em disparada no canal seco e enlameado do rio.
O comercial da Nissan volta a ser veiculado em janeiro, quando está previsto o lançamento em single de "Quem que Caguetou?", com versões remixadas.
"Fizemos o licenciamento da música e de um possível outro single e um álbum com uma gravadora alemã", comemora Tejo, parceiro de Black Alien e Speed na música. "Não tem do que reclamar. Fomos muito bem pagos e a grana já está na conta", fala o produtor.
Os remixes de "Quem que Caguetou?" passarão pelos dedos produtores dos alemães Berman Brothers, responsáveis pelo estouro do hit "Who Let the Dogs Out", que originou o sucesso "O Baile Todo", o "funk das cachorras".
Uma das versões dos Berman Brothers para "Quem que Caguetou?", com toques de house music, já ganhou as ondas de rádios inglesas nesta semana. Dá para ouvir trechos como da música" na BBC.
O Sindicato Nacional da Publicidade em TV, da França, elegeu "Quem que Caguetou?" a segunda melhor música de comercial da televisão no ano, até julho. Perdeu para uma canção de David Bowie para um anúncio da Nestlé.
Tejo faz parte da elogiada formação paulistana hip hop Instituto, que acompanhava o Sabotage, rapper assassinado em 2002.
Black Alien é MC e foi vocalista do grupo Planet Hemp. É nome forte no rap do circuito Rio-SP e coleciona colaborações e parcerias que vão de Sabotage a Herbert Vianna. De D2 a Derick Green (Sepultura).

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MÚSICA DA SEMANA

"The Christimas Song", Raveonettes
É engraçado, mas esta música com data de validade talvez seja a melhor da bela e barulhenta dupla escandinava. O legal é que eu não estou brincando. Ouça até o dia 25.

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O QUE É MAIS COOL DO QUE O COOL?

Parafraseando o Oukast para falar da capa da semana passada da britânica "New Music Express". O semanário elegeu a lista das 50 pessoas mais legais do pop em 2003. Tinha o eleito, a posição ocupada e um textinho sobre o artista, quase sempre muito engraçado.
Por exemplo, a 36ª pessoa mais cool na música, segundo a "NME", é o bamba Josh Homme, do bárbaro Queens of the Stone Age. Olha o texto que acompanhava o Josh, em tradução livre:
"Ele é muito foda. Ele já tomou todas as drogas conhecidas pela humanidade. Duas vezes. Ele está numa banda com o Nick Oliveri e consegue se manter vivo. O sujeito é o rei das piadinhas espirituosas, mesmo quando está fazendo cara de sério. Josh está `cortejando´ a Brody, do Distillers. Admita: você adoraria ser ele.

* Confira a lista dos Cool 2003 da "NME" em suas dez primeiras colocações. E "justificada".

10º - Karen O (Yeah Yeah Yeahs)
Em um minuto, ela é garota fofa e saltitante. No próximo, ela é um minotauro descontrolado e vociferante, urinando sobre o sangue de fãs do Belle & Sebastian.
*
9º - Albert Hammond Jr. (Strokes)
O mais gracioso de uma banda que está sendo tragada pela fama
*
8º - Beyoncé
Ela faz a dança das bananas
*
7º - Chris Cester (Jet)
Manja um cara parecido com o Keith Richards morto depois de ter sido colocado fogo, ter levado uma surra de bastão de beisebol e atacado por um bando de famintos ouriços? Este é o Chris Cester, 21 anos.
*
6º - Peaches
Trouxe dildos para o mainstream.
*
5º - Carl Barat (Libertines)
O boa-praça do rock inglês.
*
4º - Caleb Followill (Kings of Leon)
Ele parece cool, fala cool, canta cool e possivelmente encontrou a essência original do cool vasculhando as camisetas vintage de uma loja de roupas usadas da região da Haight-Ashbury, em San Francisco.
*
3º - Meg White (White Stripes)
Enquanto Jack White continua sua ascensão rumo ao território do showbiz mainstream (ele está nos cinemas, ele namora uma atriz top de Hollywood, ele tem um cabelo horrível), há uma coisa mantendo o White Stripes uma banda cool. E esta coisa é a Meg White.
*
2º - Brody Dalle (ex-Armstrong) (Distillers)
A mulher mais sexy do planeta.
*
1º - Justin Timberlake
Entre tantas coisas, ele agrada o povo indie e do hip hop. Ele apareceu no "Top of the Pops" com o Flaming Lips.

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JACKO


O ser Michael Jackson não consegue se livrar das criancinhas. Lá na Dinamarca, um moleque de 13 anos chamado Jay-Kid conseguiu chegar ao topo das paradas da Escandinávia depois que regravou a famosa "Blame It on the Boogie" , do astro americano. O moleque, que embora dinamarquês é moreno por causa do pai negrão inglês e se chama Yannick Harrison, imita a dança do Michael, as roupas do Michael, a voz do Michael e viajou para Los Angeles para fazer um clipe e conhecer o ídolo. O Michael Jackson real convidou o menino para seu aniversário neste ano, em Los Angeles. Segundo consta, Michael disse que queria apresentá-lo a seus filhos e que o menino dinamarquês conhecesse seu "reino" , a Neverland. É como se uma bela garota virgem fosse convidada pelo Conde Drácula para conhecer seu castelo na Transilvânia.

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BONO E JOE STRUMMER


A descolada revista americana " Interview", em sua edição de dezembro/janeiro, traz uma, hã, entrevista com Bono, o líder do U2. O tema e o entrevistador é que são a graça da história. O astro pop Elton John fazendo perguntas sobre o Joe Strummer, vocalista e líder do Clash. Já faz um ano que Strummer morreu..
A discussão sobre a importância de Strummer e do Clash, entre os dois ícones pop, é bem boa e vale ir atrás dela. O trecho inicial é assim:

ELTON JOHN: Então, Bono. Como você sabe, este é o primeiro aniversário da morte do Joe Strummer. Para marcar a ocasião, gostaria de conversar com você sobre a imensa importância do trabalho dele, que foi bastante político e experimental... Eu ouvi dizer uma vez que você falou que, se não fosse o Clash, o U2 poderia nunca ter existido. O que Joe e seu trabalho significa a você.
BONO: Sem forçar a barra, o Clash foi a primeira banda de rock que eu vi tocar na vida. Foi em 1977, em Dublin, na turnê Get Out of Control. Até escrevi uma canção chamada "Out of Control" depois que eu vi aquele show. Eu tinha 17 na época e lembro que eu estava assustado porque no portão de entrada para o concerto estava acontecendo muita briga. Mas ao mesmo tempo eu estava excitado para ver o Clash. Eu fiquei encantado com a roupa que ele estava usando. A banda toda estava usando roupas militares, tipo uma guerrilha. E tinha uma atmosfera no ar de que alguma coisa estivesse por acontecer, como se alguém fosse morrer ali ou uma revolução fosse ser iniciada. Foi uma daquelas noites que deixa seu mundo de cabeça para baixo.

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FATBOY SLIM NO GUARUJÁ

Fevereiro. Na praia, tipo Big Beach Boutique. Parece que é isso.
Já a história do EMF, festival de música de eletrônica de Brasília, parece que não é isso, como saiu na semana passada aqui.
A história é que vazou o plano de mídia (e de intenções) da edição 2004 do festival. Tudo aquilo pode até vir mesmo, é a idéia e os organizadores do EMF têm bala para negociar um festival daquele tamanho.
Mas por enquanto está 0 x 0.

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OS MELHORES DISCOS DE 2003

Numa das enquetes mais equilibradas da história mundial, três discos pontuaram em disparada a votação de melhor do ano, segundo votação dos leitores desta coluna. Teve voto para todo lado. De Dashboard Confessional a Dido. Do disco do Rush ao vivo no Rio até quatro menções ao Evanescence. Mas os dez mais consagrados pelo e-leitorado é o que segue.

1 - "Elephant", White Stripes ---- 151 votos
2 - "Room on Fire", Strokes ---- 146
3 - "Hail to the Thief", Radiohead --- 144
4 - "Dear Catastrophe Waitress", Belle & Sebastian ---- 51
5 - "Up the Bracket", Libertines (Brasil) --- 33
6 - "Youth & Young Manhood", Kings of Leon --- 21
7 - "Think Tank", Blur --- 17
8 - "Ventura", Los Hermanos --- 14
9 - "Echos", Rapture, e "Chain Gang of Love", Raveonettes ---13 votos

* Esquivei-me de votar nos melhores álbuns do ano porque não consegui chegar à conclusão nenhuma. Na minha lista de dez talvez entrasse só cinco dos citados acima. Sei lá. Neste ano afinei.


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AS MELHORES MÚSICAS DE 2003

Mas esta eu vou encarar. O meu voto já foi dado, acima (já estou com vontade de mudar as três). Quero saber o seu. Quais foram as canções que balançaram o ano. Vota aí para concorrer a:
* um DVD do Coldplay, o ao vivo, que vem com o disco de áudio junto. Presentaço.
* um "Let It Be... Naked", álbum remasterizado e desmasterizado dos Beatles.
* o "En Una Onda Neo-Punque", disco de estréia do espetacular Los Pirata.
* uma raríssima cópia de cinco faixas dos Strokes, que saiu encartado na revista de música do jornal britânico "Observer", no final de novembro. Disco trazido de Londres pela amiga Graziela Pancheri.
Vem nessa: lucio@uol.com.br


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CAETANOS E LOLITAS

Básico, a história do Caetano, dos Strokes e das duas lolitas ficam para a próxima. Quanto ao gênio brasileiro, vou tentar uma coisa neste final de semana que seria demais. Se der certo, a próxima coluna será bem engraçada.


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VENCEDORES E VENCEDORES DAS PROMOS

Passando a limpo, segue a lista dos ganhadores das duas últimas promoções. Peço uma segurada na onda, porque o volume (ui!) está grande e a entrega atrasou um pouquinho. Mas até o Natal quem ganhou vai levar.

* dois "Ego War", o CD do duo inglês Audio Bullys (o disco do ano?)
- Eunice Sá
Fortaleza, CE
- Junia Cesário
São Leopoldo, RS

* o "Let It Be... Naked", dos Beatles
- Palmiro Tiver
São Paulo, SP

* dois CDs "En Una Onda Neo-Punque", do Los Pirata.
- André e Sônia (?)
Santos, SP

* uma raríssima cópia de cinco faixas dos Strokes, do jornal "Observer"
- Rogério Silva
São Paulo, SP

* o "Take Them on Your Own", do Black Rebel Motorcycle Club
- Maurício F. Escobar
Rio de Janeiro, RJ
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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