Pensata

Lúcio Ribeiro

12/02/2004

O disco do ano

"Somebody told me
you had a boyfriend
who looked like a girlfriend"
The Killers, em "Somebody Told Me"

"I am just a kid
and life is a nightmare"
Simple Plan, em "I'm Just a Kid"

"Your mother's got a penis
your mother's got a penis
your mother's got a penis"
GLC, em "Your Mother's Got a Penis"



Chega aê, chega aê.
Alguém pode me explicar o que está acontecendo comigo? Cada dia que passa eu me pego achando cada vez mais graça em coisas como emo e punk-pop. Funeral for a Friend, AFI, Lost Prophets, Blink 182. Vocês já viram o clipe novo e polêmico do Good Charlotte?
Eu, hein? Acho que eu preciso pegar uns discos de pós-rock, do Mogwai, para contrabalançar.

* O Grammy é um prêmio-papagaiada sem tamanho, e a cada ano me pergunto por que todo mundo dá tanta trela para ele assim. Principalmente quando a pós-cobertura jornalística é inflada com conclusões, análises e conjecturas, sempre constatação do óbvio numa festa mainstream de cartas tão descaradamente marcadas. Mas a vida é assim mesmo e tal.
Mas quem se importa com o resultado quando dá para ver, como neste ano, umas apresentações ao vivo legais, tipo a do Foo Fighters com o jazzista Chick Corea, a de sempre do White Stripes e a do Outkast, nas duas versões. Mesmo com o Andre 3000, que canta "Hey Ya", entrando com um figurino Carlinhos Brown.
Andre e Carlinhos. Outkast e Tribalistas. Hum.

* O oportunismo é uma coisa bonita. A Janet Jackson, agora, vai fazer uma música sobre a polêmica em torno do seio dela, que foi exposto na TV aberta americana durante o Super Bowl. O produtor da cantora falou que ela "sempre inclui coisas que estão acontecendo a sua volta nas letras das músicas". Puxa.

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JORNALISMO MUSICAL

Crítico ou jornalista que escreve sobre música é aquela coisa. Só sai besteira. E, quando raramente falam alguma coisa que presta, estão copiando de outro lugar.
Sinto-me a vontade para falar.
Adoro ir à internet procurar alguma coisa que escrevi no passado, para dar um pouco de risada ("Não acredito que eu escrevi isso?").. Ou chorar ("Não acredito que eu escrevi isso?"). Geralmente vejo, depois de uma googada rápida, que meu nome ligado ao assunto procurado não está necessariamente em alguma coluna passada ou em texto meu na Folha.
Está em blog da molecada, tascando pau porque eu falei bem ou mal de alguém, essas coisas.
"O cara elogiou essa merda do Darkness", "Os Strokes são hype dele", "Prefiro ler no original, a 'New Musical Express'", "Tem banda brasileira boa a cada esquina e o sujeito só fala dos grupos da Inglaterra", "Tem banda brasileira boa a cada esquina e o sujeito só fala dos grupos dos EUA", "Tem banda brasileira boa a cada esquina e o sujeito só fala dos grupos de fora".
Outro dia cheguei ao blog de uma menina que teve a paciência de postar uma coluna destas daqui, inteirinha, no espaço virtual dela. E, quase a cada linha, interferia com comentários dela entre parênteses, zoando, xingando. Divertidíssimo. Para ela e para mim.
Mas, então.
A fama do jornalismo não é e nunca foi boa. E não poderia ser de outro jeito. A classe não ajuda. Tirando os picaretas do pop, que atuam soltos impunemente até hoje (você soube da última?), tem os que "forçam a barra".
Dia destes recebi um telefonema de um jornalista de uma grande publicação do país. Ele estaria preparando um especial sobre a música indie nacional e queria ouvir minha opinião. Não perguntei por que, mas pelo que pude sentir era algo do tipo "a cena indie nacional está bombando, vamos fazer um raio-x do movimento".
Entre as perguntas variadas, percebi que ele forçava algumas, querendo "mesmo" tais respostas. E, diante de algumas respostas evasivas minhas, muitas vezes porque não havia uma resposta certeira, única, ele dava um tempo e voltava com a mesma pergunta.
Tipo: "Os indies têm uma roupa padrão, eles se vestem igual?"
E eu brincava: "Tirando as costeletas?"
Outra: "Eles (os indies) têm um modo de falar parecido, um vocabulário próprio?"
Enfim, achei esquisito. E me lembrou aquilo que, guardada as devidas proporções, ocorreu com o grunge e o "New York Times", no comecinho dos anos 90.
(Já falei isso aqui umas três vezes, mas não dá para resistir)
O Nirvana comandava a revolução suja e fria do som de Seattle dentro dos EUA e só a Inglaterra estava ligada. Já ia para capa dos semanários musicais, os jornais britânicos registravam e shows do Nirvana lá era um acontecimento.
Aí o megajornal americano acordou. Sentiu que tinha alguma coisa vibrando em Seattle e queria entender o que estava acontecendo. E botou um repórter para investigar, conforme reza a lenda. O cara (ou mulher) levantou uns telefones e foi atrás da história.
Trrrrrrriiiiiiiiiiiiiiiiiiim. Caiu na recepcionista da Sub Pop, a gravadora onde tudo começou.
Era o cara do "Times", querendo saber se havia uma roupa que todo mundo usava, um vocabulário próprio.
A garota inventou um monte de besteira, só para zoar.
E dias depois uma engraçadíssima ilustração de "como entender o grunge", repleta de informações da recepcionista, ocupava bom espaço NA CAPA de um dos mais importantes jornais do planeta.

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PIXIES

A novela Pixies no Brasil continua. Tudo na mesma, mais para o sim do que para o não, só faltando o "yes" definitivo. Enquanto isso, na Inglaterra botaram à venda no último dia 7 de fevereiro os ingressos para os dois shows de junho no grande Brixton Academy. Esgotaram-se nos primeiros minutos, para os dois dias, com quatro meses de antecedência. Os ingleses são loucos por Pixies. A última vez que a banda tocou no Reino Unido foi em 1991, por três vezes e em três lugares diferentes. Era a turnê do "Trompe Le Monde". Eu, por uma feliz conjuntura da época, estive em dois deles. Um no próprio Brixton Academy. O outro foi num parque no sul de Londres, em uma apresentação peculiar. A banda ficava num palco montado em uma ilhota, em um lago do tal parque. Vinha a água e, em terra firme, começava o público. Não precisava de segurança para evitar os stage-dive. Quem abriu esse show para os Pixies foi a banda Ride, cultuadíssimo grupo indie da época.

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OS DISCOS DO ANO

O 2004 pop já está bem movimentado, em seus pouco mais de 40 dias de notícias, lançamentos, voltas, seios, picaretagens e shows pelados.
Sobre alguns dos discos lançados, é o seguinte. A coluna já botou seus ouvidos nos novos discos do Vines, Von Bondies, Courtney Love, Scissor Sisters e Air.
Antes de falar dos álbuns em si, gostaria de dizer algo sobre meus ouvidos.
Limpo eles todos os dias com coto... Estou brincando. O papo é outro.
É que tem vezes que eu ouço um disco de determinadas bandas e autodecreto: "Hum! Mais ou menos".
No dia seguinte, numa outra ouvida, já declaro o disco como "o melhor da minha vida inteira".
Isso não é raro comigo. Deve ser algum trauma de infância, de tanto que aquela maldita professora japonesa me puxou as orelhas no pré-primário.
Pois, à parte o blablablá auricular, os discos mais badalados do ano, até agora, pelo menos para mim, se mostraram "mais ou menos". Com exceção do CD do Air, já bastante comentado por aqui.
O da Courtney Love, "America's Sweetheart", achei fraco e datado. O dos nova-iorquinos do Scissor Sisters, homônimo, tirando a versão dance cool do Pink Floyd e mais algumas outras poucas músicas, não justifica a babação. O do Vines, banda ligada todo o tempo no 220V, me assustou (negativamente) na primeira escutada, mas já tem sua graça. A música "de trabalho" do grupo australiano, "Ride", tinha decepcionado quando a escutei pela primeira vez. Depois de ouvir em rádios, nos momentos seguintes, ela já me parece mais legal. O segundo CD do Vines, "Winning Days", chega às lojas no mês que vem. O álbum novo do Von Bondies, também o segundo da banda de Detroit, tem uma música muito boa, a "C'mon C'mon", o single. O resto, achei, é variações do mesmo tema. "Pawn Shoppe Heart", dos "amigos" do Jack White, saiu segunda passada na Inglaterra. O clipe de "C'mon, C'mon" é bacana.

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O DISCO DO ANO

Reprodução



Saiu o primeiro graaaande disco de 2004. Na última segunda-feira chegou às lojas britânicas, carregado de pelo menos cinco músicas excelentes, o CD de estréia da banda escocesa Franz Ferdinand, já frequentador assíduo desta coluna desde que "Take Me Out" começou a chacoalhar as caixinhas do meu computador. "Take Me Out" já ganhou recomendação empolgada por aqui e foi experimentada nas pistas de algumas casas de São Paulo. Parece, foi muito bem aceita.
O álbum tem o nome da banda que tem o nome do arquiduque austro-húngaro, cuja morte deu início à Primeira Guerra Mundial.
É mais uma banda de estudantes de escola de arte de Glasgow, mas com um punch de quem estuda na verdade na Universidade de Nova York. A banda é de estouro recente, então até o disco sair no Brasil o Chico César já tocou pelado no Credicard Hall.
Então voe atrás de, pelo menos, mais uma música: "The Dark of Matinee". Também conhecida, nas rádios inglesas e na internet, por apenas "Matinee".
Da escola escocesa de letras espertas sobre a vida, o amor, a escola, essas coisas, o Franz Ferdinand capricha no casamento perfeito das palavras com o som cativante do quarteto.
"Matinee" é um tesouro pop. A música é ótima e a letra, mesmo sob o risco de perder a "poesia" ao sair de sua língua original, diz algo mais ou menos assim:

"Eu fico cronometrando o tempo só para dar de cara com você
acidentalmente.
Eu te encanto e conto dos caras que odeio,
de todas as garotas que odeio, das roupas que odeio
e de todas as palavras que odeio
E como eu nunca vou ser o que odeio
você sorri e menciona algo de que você gosta
Como você teria uma vida feliz se fizesse o que gosta
Então venha me encontrar e siga-me pelos corredores,
refeitórios e biblioteca.
Você precisa me seguir e deixar de lado essa vida
acadêmica"

* Mais do Franz Ferdinand para baixar já, além de "Matinee" e "Take Me Out".
- "Darts of Pleasure"
- "Cheating on You"
- "Tell Her Tonight"

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KEANE, KILLERS

Nesta nova leva de bandas britânicas cujo líder é o arquiduque austro-húngaro vale destacar ainda o trio inglês Keane, que está sendo "acusado" de invadir o reino das baladas lindas que já foi do Coldplay e do Travis. As rádios de lá estão tocando uma música chamada "Somewhere We Only Know", que é de matar de boa. O Keane diz que são fortemente influenciados pelos Smiths e Queen. Mistura engraçada.

* Outra praga pegajosa é a bacanaça "Somebody Told Me", do grupo americano Killers, outra aposta para 2004. A música sai em single dia 8 de março, mas toca muito nas rádios inglesas e americanas. O grupo é de Las Vegas. Já pegou? O vocal e a levada de "Somebody Told Me" é bem gay. Principalmente na frase que encerra o refrão: "I got potential, its not confidential". O Killers está no Coachella 2004.

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HEY YA É ROCK'N'ROLL

"Hey Ya" é realmente uma das maiores unanimidades musicais dos últimos tempos. O "erudito" músico Lou Reed, ex-Velvet Underground, ao ser questionado sobre as músicas que estava ouvindo hoje, ficou animado e excitadíssimo como quase nunca e citou a canção do Outkast (oiu, melhor, de Andre 3000). E completou: "No minuto em que você a escuta, tudo fica bem no mundo. E isso é rock and roll."

* Sobre o disco do Outkast, o premiadíssimo "Speakerboxxx/Love Below", você já leu aqui que a BMG errou os selos dos discos, na hora da prensagem da edição nacional. Quando bota o "Speakerboxxx" para tocar, na verdade o que vem é o som do "Love Below". E vice-versa.
O leitor Walter Cesar de Freitas Neto, que neste calor do Grammy e tal acabou de comprar o CD duplo, mandou email para a coluna pedindo socorro. Sentiu-se lesado em seu direito de consumidor e tentou entrar em contato com a gravadora. "O site oficial não conta com o famoso 'Fale Conosco'. Consegui um número no serviço de informações, mas ninguém atende, nunca."

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TRANS BAND

Depois das boys band. Depois das girls band. Prepare-se para a primeira trans band.
A França lança a primeira banda transsexual da história, segundo eles mesmos.
Chama sheMale, são três "pessoas" que cantam e dançam um electro disco lascadamente pop.
Victoria, Gisele e Axelle são os nomes. Para você botar uma fé que a coisa não é fraca, o primeiro single do sheMale (nome ótimo), "Etre Une Femme", foi lançado pela megacorporação Universal.

Reprodução



* Ah, claro. A loirinha Gisele é brasileiro.

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TRAGÉDIA

O fantástico Queens of the Stone Age acabou, é o que está rolando. O guitarrista Josh Homme teria dado uma bica no baixista careca Nick Oliveri, precursor do show-pelado do qual o Chico Cesar virou adepto. Mark Lanegan, ex-Screaming Trees, que colaborava com o QOTSA, também está fora de vez. Tristeza.

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CARNAVAL INDIE

O Rio de Janeiro, pelo menos dentro da boate Ballroom, desencana dos baticuns e bota a guitarra para funcionar na ressaca do Carnaval, nos dias 27, 28 e 29 de fevereiro. O ótimo Ruído Festival 2004 junta representativas bandas do circuito RS-SP-RJ, importa grupos de MG, BA, ES, e faz três dias de barulho nesta sua terceira edição. Na sexta, dia 27, os destaques são os vaqueiros do Matanza (RJ) e os Los Canos (BA), que dizem ser o Darkness brasileiro. No sábado, 28, tem os clássicos gaúchos Walverdes e Wonkavision, bem acompanhados pelo Ludov, paulistano. O Leela, da casa, está escalado para o mesmo dia. No domingo, o bicho pega. O Forgotten Boys (SP) destrói, o Carbona (RJ) evoca os Ramones e o impressionante Los Pirata (SP) derrama surf punk de primeira, assessorado pelo "primo" Estrume'n'tal, de BH. Vê aí embaixo a lista completa das bandas. O Ruído Festival 2004 rola na Rua Humaitá, em Humaitá. Ingressos custam R$ 12, com filipeta; R$ 15, sem.

Dia 27, Sexta, 21 horas
Matanza (RJ)
Nancyta e os Grazzers (BA)
Narjara (RJ)
Verbase (MG)
Arkham (RJ)
Los Canos (BA)

Dia 28, Sábado, 21 horas
Walverdes (RS)
Ludov (SP)
Wonkavision (RS)
Leela (RJ)
Tom Bloch (RS)
Viana Moog (RS)

Dia 29, Domingo, 19 horas
Forgotten Boys (SP)
Carbona (RJ)
Detetives (SP)
Guitarria (ES)
Estrume'n'tal (BH)
Los Pirata (SP)

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STROKES E LOU REED

A revista Filter Magazine reuniu, para sua capa de fevereiro, a banda nova-iorquina Strokes e seu avô de inspiração, o músico Lou Reed, ex-Velvet Underground. Para quem quiser dar uma olhada no nobre encontro, é só ir ao www.filter-mag.com.

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CINEMA ROCK - OS JACKS

Nesta semana ganham estréia nacional dois filmes que têm um pé no rock. Um, na verdade, tem os dois pés, o braço e a cabeça. Ouça nas telas o Jack White e o Jack Black:

* COLD MOUNTAIN
A produção é grandiosa, a história é mais ou menos e nela está o grande guitarrista e boxer Jack White, o dono do excelente White Stripes. Nada parece deter o Jack branco, agora na versão ator. Ele tem atuação até que representativa em "Cold Mountain". Tem nome de Georgia (não é nome de mulher?) e canta quatro músicas. Pelo que eu entendi, nenhuma é dele. Uma delas, "Christmas Time Will Soon Be Over", é bem lindona. As outras, que você encontra por aí, são: "Wayfaring Stranger", "Never Far Away" e "Sittin'on top of the World". Quem também canta no filme é Nicole Kidman. Mesmo.

* ESCOLA DO ROCK
Quem manda neste aqui é o Jack preto, o Black. E, se depender de caras como Jack Black, frases batidas como "o rock'n'roll nunca vai morrer" nunca vão morrer. Como uma canção já conhecida, "Escola do Rock" repisa e atualiza com graça a relação professor-aluno. Sim, "School of Rock", aqui "Escola de Rock", é o "Sociedade dos Poetas Mortos" da música pop. Nada trágico, mas engraçado.
O mote "lute sempre pelos seus ideais", "sim, a vida vale a pena" e "carpe diem" chega à era Darkness, a banda da qual muitos riem porque é ruim e caricaturada e outros porque é boa e caricaturada. Jack Black, veneradíssimo no circuito underground americano (ele tem a banda-sarro Tenacious D) e o balconista gordinho e exigente de "Alta Fidelidade", é o cara. O antibiotipo do astro hollywoodiano, tinha tudo para malograr com esse filme.
Mas a verve John Belushi/Jim Carrey de Black e o alto astral do longa levou-o ao topo das bilheterias americanas no primeiro final de semana de exibição. Em um mês, quadruplicou seu custo, à custa de seu personagem professor-fajuto fã de AC/DC.
No filme, Jack é Dewey, um guitarrista fuleiro que é demitido da banda que formou. Sem ter como pagar o aluguel, assumiu a identidade do colega de quarto para levantar um dinheiro como professor substituto de uma classe de meninos e meninas de 10 anos em um rígido colégio particular. Como o que sabia era o que o Led Zeppelin o tinha ensinado...
Talvez o primeiro filme com crianças que não é para crianças, "Escola do Rock" pode parecer muito previsível para o público infanto-juvenil, mas é muito sério para quem acredita mais em Bruce Springsteen do que no Br'oz.
"Escola do Rock" surpreende com a mesmice. E o final nem é tão feliz para o personagem de Black. Mas é muito para quem pagou o ingresso, ouviu rock antigo e não precisou ser submetido a "Stairway to Heaven".
Falando em Led Zeppelin, reza a lenda que Black não conseguia a liberação de Robert Plant e Jimmy Page para a utilização da música "Immigrant Song". Então montou, com a garotada, um clipe com a música e mandou aos Zeppelin. A autorização não demorou nem uma semana. O rock'n'roll rebelde, mesmo com os "erres" minúsculos, venceu.

* SONIC YOUTH: Mais Ramones. A banda de garotos à qual Jack Black ensina o preceito punk dos primeiros acordes e "já para o palco", se bobear, sabe mais de música que ele. Joey Gaydos Jr., 12, o guitarrista moreninho, começou com o instrumento ao mesmo tempo que começou a falar. "Estou acostumado a ouvir Jimi Hendrix e Led Zeppelin desde os 3 anos", disse, durante a primeira exibição do filme em Los Angeles, em 2003.
O loiro Kevin Clark, 14, que em "Escola do Rock" toca bateria, se vira com guitarra e teclado na vida real. "Acho que me chamaram depois que souberam que meu apelido era Bam Bam, por causa do jeito que toco bateria", falou Clark.
Rebecca Brown, 11, a baixista, passou por intensas aulas antes das gravações para se adaptar ao baixo. Ela é uma excelente guitarrista e não se sentia segura para migrar ao novo instrumento.
O garoto oriental, Robert Tsai, 13, não queria atender ao chamado para os testes de elenco. "Sempre ouvi música clássica. Minha mãe que me obrigou a ir."

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BALADAS

Fique esperto. Tem festa do Garagem nesta sexta com o Zé do Caixão nas picapes e na apresentação das músicas. Bizarro, histórico e comemorativo. O ótimo Cansei de Ser Sexy arma festa na Torre. Vai ter coragem? Instituto e D2 estão na cidade, mostrando que a MPB hoje é o rap e está nas ruas. Streets, firmeza? Ludov inova na música indie porque mostram músicos que sabem tocar e vocalista que sabe cantar. Sábado na Funhouse. Lupi Zero discoteca. No Atari, do Click, Kid e Giba C., tem Drosophila. Por hora é o que consigo lembrar. Chapa o coco.

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PROMOÇÃO DA SEMANA

Sorteio. E-mail: lucio@uol.com.br.
O quê:
- CD novo do Air;
- Trilha oficial do filme "Escola do Rock", que não tem "Starway to Heaven" e "The End", mas tem "Immigrant Song" e "Touch Me". E tem Darkness.
- Cópia caseira do f***ço CD de estréia do Franz Ferdinand, uma das novas bandas com a qual eu vou encher muito o seu saco.

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Boom!
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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