Pensata

Lúcio Ribeiro

17/12/2004

Melhores e piores


"So if you're lonely
You know I'm here waiting for you
I'm just a cross-hair
I'm just a shot away from you"
Franz Ferdinand, em "Take Me Out"

"An ending fitting for the start
You twisted and tore our love apart"
Libertines, em "Can't Stand Me Now"

"It started out with a kiss
How did it end up like this?
It was only a kiss
It was only a kiss"
Killers, em "Mr. Brightside"


Senhoras e senhores, qual é que é?
Para compensar a coluna diet da semana passada, a desta vem numa talagada de dar medo. Listas, polêmicas indies, lançamentos, o maior DJ de rádio do mundo, o clipe mais proibido da história e os dois principais shows do mundo nestes últimos dias. Vamos nessa. Ah, tem também a confirmação do show do Placebo no Brasil. Não é, Paris?

David La Chapelle

A herdeira Paris Hilton é uma das "people
of the year", da "Rolling Stone"


* Começa aqui a temporada dos Top Isso e Top Aquilo, o famoso "melhores do ano". Lá embaixo você vai ver um monte deles de todos os lugares. Mas o que pega mesmo é a enquete de melhores músicas desta coluna, absurdamente votada. A trabalheira foi insana, porque 82 canções foram citadas e tiveram pelo menos um voto. Os e-mails enviados, até onde controlei, passou bem de 600. Já, já o resultado. A briga pela "Música do Ano" foi emocionante.

* De todo modo, se sua lista de melhores do ano não considerar "Thru the Glass", do Thirteen Senses, "Oh My God", do Kaiser Chiefs e "You'll Never Guess Who Dies", não se desespere. Pode botá-las já na de melhores de 2005. Mas, claro, sem "Sad & Lonely", do Secret Machines, aí a coisa fica bem complicada.

* Mas vamos começar com o mais divertido: o que de pior aconteceu na música pop (e adjacências) em 2004, votados por essa querida e cruel pessoa, o leitor.




PIOR MÚSICA DE 2004

Aí vão elas. Vou botar um comentariozinho do lado, só para eu aparecer um pouquinho também, não é?

1. "Come As You Are", a cover do Caetano para o clássico do Nirvana. Hehe.
2. "Festa no Apê", Latino. Não concordo. Galera sem senso de humor.
3. "Dogão É Mau", do Dogão. A minha preferida, pelo truque que ela representa.
4. "The Reason", do Hoobastank. Essa eu nem conheço.
5. "Rock and Roll All Nite", cover do Kiss feita por um apanhado de bandas brasucas na festa do VMB, prêmio master da MTV Brasil. Boa (a votação, não a versão).
6. "Equalize", Pitty. Tem que olhar por esse lado. Representa tanto a evolução da música indie nacional (é sério!), que tem até uma delas dentro da votação dos piores. Sinal dos tempos.
7. "Cuidado", Barão Vermelho. Também nunca ouvi, mas acredito.
8. "Vou Deixar", Skank. Maldade.
9. "Vertigo", U2. Imagina
10. "Champanhe e Água Benta", Charlie Brown Jr. Não concordo de novo. Maior boa.

* Menções honrosas: "A música da Maria Rita que é abertura da novela das 9"; Rita Lee cantando "Eu Quero Ser Sedado", estraçalhando o clássico dos Ramones no programa da MTV; "Loadeando", do D2, mas na versão do Acústico MTV. A MTV realmente caprichou em 2004; O Acústico dos Engenheiros do Hawaii também foi muito bem votado, mas não botei lá em cima de tão óbvio. E nesta semana ouvi o Nando Reis fazendo uma cover de uma música do Jota Quest. Do Jota Quest!! Como diz o Finatti, o que está acontecendo com esse mundo cruel, frio, desumano, insano?

* Como essa coisa de piores é muito subjetiva e esta coluna respeita todos os gostos (hehe), vai a sorteio a fita original da MTV para o "Acústico MTV Engenheiros do Hawaii", com capinha caprichada e tudo. Quem quiser já sabe o caminho: lucio@uol.com.br.

* A revista americana "Blender", em sua edição de dezembro, também publicou sua lista das 10 piores. O guitar hero bocó Lenny Kravitz faturou, com "Lady". Lenny Kravitz está vindo aí mostrar suas músicas ruins no começo de março. Dia 10 estréia turnê sul-americana no Chile e depois cai aqui no Brasil. No mais, a "Blender" premiou Nickelback em segundo. O chato Black Eyed Peas catou a sétima posição, com "Let's Get It Started". A boneca Joss Stone pegou o oitavo só pra ela, com "Fell in Love with a Boy", a cover "menina" da genial música do White Stripes.




PLACEBO NO BRASIL

As casas indies paulistanas já podem preparar sem maiores constrangimentos um "especial Placebo" por semana, daqui até meados de março. Chegou a confirmação nas EMI sul-americanas da bendita vinda para o terceiro mês de 2005 da banda de mr. (?) Brian Molko. Saiu na revista "Les Unrockuptibles" argentina a notícia de que finalmente o Placebo vem excursionar por Chile, Argentina e Brasil.
O Placebo é uma das bandas indies mais queridas dos indies latinos. Aqui no Brasil DJs de toda festa de rock é assombrado com o pedido de "Toca Placebo", a versão anos 90 para o "Toca Raul".
No Chile, amigo meu jura que a banda é mais popular que o Radiohead. Na Argentina, chamam o grupo de Molko de "o novo The Cure".
A primeira vinda do Placebo para estes lados de cá se dá para a promoção da coletânea "One More with Feeling", a compilação de singles de 1996-2004 que acaba de ser lançada no Brasil.
O disco traz 17 lados A da banda, tipo as campeãs "Nancy Boy", "Every You Every Me" e "Especial K", além de duas inéditas: "I Do" e "Twenty Years".
A cópia que sai aqui é a inglesa, só com um CD. A americana traz um disco extra de remixes. Tem dez versões dance, como "Special K" remixada por Timo Maas; "Without You I'm Nothing", com David Bowie e mexida pelo Unkle e "Pure Morning", "tratada" pelo Les Rythmes Digitales, entre outras.




UMA DROGA DE CLIPE

Confessa. Você, como eu, adora um clipe proibido. Então corra para ver o ótimo e vetadíssimo "E-Talking", da banda amiga Soulwax, que tocou no Brasil (Tim Festival) há pouco mais de um mês. "E-Talking" é o ótimo segundo single do álbum "Any Minute Now", lançado pela banda dos irmãos Dewaele (2ManyDJs) há dois meses. "E-Talking", que chega às lojas no meio de janeiro, aparece em vídeo polêmico na internet como um verdadeiro A-Z das drogas consumidas em clubes. O clipe é do tipo que só rola de madrugada em TV francesa, para você ter uma idéia. E já tem vida longa onde só poderia ter: na internet.
O nome "E-Talking" vem da conversa sob efeito de ecstasy (E). A letra é inspirada nas experiências dos Dewaele conversando com o povo "animado" dos clubes, durante suas discotecagens. "It's not you. It's the E-talking", diz o refrão delicioso. "A vida é como um filme de ficção científica. As coisas ficam em baixa rotação e um pouco esquisitas."
Mas o clipe vai além e poderia passar no Discovery Channel.
Ele decompõe uma noitada num clube londrino, de propriedade de Arthur Baker (o produtor de hip hop, ele próprio) em que o 2ManyDJs estão tocando com um saco de pão na cabeça e os caras do Soulwax estão sendo barrados ao tentar entrar na casa.
Dentro, o clipe focaliza da porta ao bar, da pista ao banheiro, mapeando cada ser humano que está dançando ou azarando e seu estado de ânimo. Depois de mostrar a pessoa e seu estado alterado, a imagem é congelada e a droga que ele fez uso é identificada. DMT, Lithium, Yayo, Ecstasy, cogumelos, uísque, ópium, cocaína... viagra.
"Não é uma música pró ou contra drogas. Ela fala sobre nossa experiência como DJs na noite e o fato de conversarmos com pessoas em estado alterado, o que geralmente rende um papo engraçado e diferente. Mas é uma música ingenua, inofensiva. Apenas divertida", disse a este colunista, em entrevista em novembro, o músico Stephen Dewaele, líder do Soulwax e metade do 2ManyDJs.




A MÚSICA DO ANO

A trilha sonora do ano pop de 2004 está rankeada aí embaixo, em lista das principais músicas do ano escolhidas depois de mais de 600 votos enviados a esta coluna.
E, numa espécie de Top 10 com 17 músicas, a eleição ficou assim.

1. "Take Me Out" (Franz Ferdinand), 88 votos
2. "Can´t Stand Me Now" (Libertines), 85
3. "Mr. Brightside" (Killers), 81
4. "The Dark of the Matinée" (Franz Ferdinand), 57
5. "Let Me Kiss You" (Morrissey), 44
6. "What Became of the Likely Lads" (Libertines), "Somebody Told Me", Killers, 38
7. "Dry Your Eyes" (Streets), "Michael" (Franz Ferdinand), "Somewhere Only We Know" (Keane) e "Vertigo" (U2), 31
8. "Staring at the Sun" (TV on the Radio), "The First of the Gang to Die" (Morrissey), 23
9. "Spitting Games" (Snow Patrol), "L.S.F." (Kasabian), 15
10. "The Rat" (Walkmen) e "Float On" (Modest Mouse), 11

Tom Corbett/Corbis Outline

A escocesa Franz Ferdinand é a "band of the
year", da Rolling Stone


* O Franz Ferdinand deve ser mesmo a banda do ano. Na votação das melhores músicas desta coluna, teve sete canções diferentes lembradas. Logo atrás vem o Libertines, com seis. O darling Interpol, de Nova York, teve cinco músicas votadas, mas nenhuma conseguiu emplacar no Top 10. "Slow Hands" pegou 9 votos, por exemplo. O canadense Arcade Fire surgiu neste finalzinho de ano e botou três músicas na votação. "Rebellion (Lies)" apareceu com sete preferências. As indies Cansei de Ser Sexy e Gram apareceram bem na lista. A cambada nova inglesa, tipo Razorlight, Futureheads, Bloc Party e Babyshambles, marcaram presença. Grupos como Feeder, Muse, 5,6,7,8's, Pixies, Dizzee Rascal, Green Day, Elliott Smith e milhares de outros foram lembrados.




2004 EM LISTAS

Até se esgotarem, todas as listas que interessam vão aparecer mencionadas aqui, para relembrarmos o excelente ano de 2004 para a música pop.

Revista "Q" (Reino Unido)
* melhores discos
1. The Streets - "A Grand Don't Come for Free"
2. Keane - "Hopes and Fears"
3. Franz Ferdinand - "Franz Ferdinand"
4. U2 - "How to Dismantle an Atomic Bomb"
5. Razorlight - "Up All Night"

* melhores músicas
1. "Take Me Out" - Franz Ferdinand
2. "Dry Your Eyes" - The Streets
3. "Run" - Snow Patrol
4. "Golden Touch" - Razorlight
5. "Mr Brightside" - The Killers

Revista "Blender" (EUA)
* melhores discos
1. "The College Dropout", Kayne West
2. "Franz Ferdinand", Franz Ferdinand
3. "Van Lear Rose", Loretta Lynn
6. "You Are the Quarry", Morrissey
8. "A Grand Don't Come for Free", The Streets
18. "The Libertines", The Libertines
19. "A Foreign Sound", Caetano Veloso

* melhores músicas
1. "Yeah!", Usher
2. "Take Me Out", Franz Ferdinand
3. "99 Problems", Jay-Z
4. "Jesus Walks", Kanye West
11. "I Believe in a Thing Called Love", The Darkness


Megazine ("O Globo")
* melhores álbuns
1. "Franz Ferdinand", Franz Ferdinand
Outros: "You Are the Quarry", Morrissey; "NADADENOVO", Monbojó; "The Libertines", The Libertines; "A Grand Don't Come for Free", The Streets; "Hot Fuss", Killers, "Who Killed... The Zutons?"; "Get Born", Jet; "Gram", Gram

Revista "GQ" (EUA)
* melhores álbuns
1. "The College Dropout", Kanye West
2. "Funeral", The Arcade Fire
3. "Madvillain", Madvillain




DOIS SHOWS AÍ

Bandas queridíssimas desta coluna, a canadense Arcade Fire e a americana Dresden Dolls foram pegas ao vivo na semana que passou pelos amigos Álvaro Pereira Junior e Graziela Pacheri, respectivamente. Álvaro viu a apresentação do arrebatador Arcade Fire em Los Angeles, e publicou o que viu e sentiu em sua coluna no Folhateen, aqui reproduzida. Graziela testemunhou a dupla de rock-arte whitestripiana, só que de Boston, na cidade dela, Londres. E aconteceu o seguinte:

* Arcade Fire, Los Angeles - "Na primeira meia hora de show, a banda TODA canta TODAS as músicas em uníssono. São sete no palco, nem todos com microfone de voz. Eles não cantam juntos pelo efeito, mas, como definiu um crítico americano, pela simples celebração de estarem vivos e serem jovens.
É o fenômeno Arcade Fire, septeto (!) canadense aos pés do qual prostram-se a crítica, os fãs da cena alternativa e, aparentemente, qualquer pessoa que tenha contato com a música que eles fazem.
Como no disco, a sensação é de arrebatamento. O vocalista Win Butler é a figura central. Tem dois metros de altura e um corte de cabelo assimétrico. Mente para a platéia, como sempre costuma fazer: "É a nossa primeira vez em Los Angeles, estou gostando bem mais do que eu imaginava", diz, apesar de o Arcade Fire já ter tocado antes nos EUA, o que torna pouco provável que nunca tenha ido a LA (ele disse a mesma coisa em um show recente em Nova York e já era a sétima apresentação do grupo na cidade).
Com exceção da violinista (sim, o Arcade Fire tem uma), fixa na posição, todos os outros músicos movimentam-se desesperadamente pelo palco minúsculo, trocando livremente de instrumentos. O também gigantesco Richard Reed Perry (um nerd ruivo de terno, gravata) empunha um baixo, depois pega outra guitarra, toca uma caixa de fanfarra, acha um par de baquetas em algum lugar e sai batucando nos dutos de ar que passam logo acima do palco, na parede, nos monitores de retorno.
Os músicos se abraçam durante as canções, às vezes dão tapas uns nos outros. O clima de caos festivo só diminui um pouco quando os vocais são assumidos pela também acordeonista (sim, o Arcade Fire tem uma) Regine Chassagne, que mostra timbre e trejeitos muito semelhantes aos de Björk.
Se o palco não fosse tão pequeno, a impressão é a de que todos os cerca de 250 presentes se juntariam aos músicos numa festa incontida, que deixaria ainda mais distantes o frio e a chuva lá de fora.
Ah, as letras falam, basicamente, de morte. E o disco se chama "Funeral"."

* Dresden Dolls, Londres - "Fui ao show do Dresden Dolls no Cargo, o bar mais fuleiro e mais careiro doa badalada região de Shoreditch. Eles ainda não estouraram por aqui, e provavelmente não vão estourar, já que a cena pop-indie londrina está mais punk e garageira do que nunca, sem espaco para experimentalismos de rock de cabaret. Foi quase uma surpresa, porém, saber que o show não estavaesgotado e que 90% do público era gótico. Faz sentido, pois a estética expressionista do dueto é convidativa a esse tipo de platéia. Ok, então. Entendi. Em Londres, Dresden Dolls são para os goths.
Amanda Palmer parece uma boneca que acabou de sair de um conto de Sandman, um demônio no piano e na voz, bem como seu parceiro, Brian Viglione, outro demônio na batera. A receita é essa: piano e batera (um violão de vez em quando), uma voz poderosa - e fazem um barulho considerável. As músicas começam calmas, evoluem e acabam numa orgia, uma saraivada de sons e de caretas, onde as canções emendam uma na outra e, nas poucas pausas, Amanda sempre ensaia uma piada ou uma propaganda anti-Bush. Como previsto, o show conta com a cover de "War Pigs", do Black Sabbath, e, no bis, (pasmem!) "Hit Me Babe, One More Time", da Britney Spears.
Com certeza, uma das bandas mais originais dos últimos anos e o melhor legado de Boston, depois dos Pixies.




A ENTREVISTA DA PARIS HILTON

Aquela, lá em cima. "Pessoa do ano" para a "Rolling Stone", apareceu na revista com fotos ousadas (fichinha, para ela) e uma entrevista engraçada. Os melhores momentos:

* Sobre confiança na relação namorado-namorada.
"Quando você é uma pessoa pública e todo mundo está de olho em você, é errado trair alguém, a não ser que você for muito cuidadosa. Se você é uma pessoa normal e ninguém vai saber mesmo, então manda ver.

* sobre quando namorava o Nick Carter e admitiu que gostava do grupo dele, o Backstreet Boys.
"Ewwwwwww. Eu odeio eles. Eu não sei onde estava com a cabeça. Eu o conheci e realmente não gostava dele. Ele ficava enchendo meus seguranças: "Me apresenta a ela, me apresenta a ela. E eu pensava 'Eu não posso sair com um cara do Backstreet Boys'. Mas aí eu acabei vendo que ele era, tipo, bacana, e acabei gostando dele. Na época eu estava mal por causa de garotos perversos. E ele acabou sendo um cuzão no fim. Dane-se."

* sobre quando soube que a fita de sexo tinha ido para a internet. E qual foi a reação dela.
Eu estava na Austrália, filmando "House of Wax". Eu pirei. Não acreditava. Pensava: 'Isso não aconteceu, isso não aconteceu'. Quando um amigo disse que tinha visto, comecei a chorar. Voltei para Los Angeles, estava maluca. Mas quer saber? Com essa experiência, aprendi que você tem que rir. Rir para você mesmo. Foi uma coisa ruim que aconteceu e aprendi muito com ela. Mas minha vida está melhor agora.




LIBERTINES

Enquanto o guitarrista Carl Barat monta uma "superbanda" fora o Libertines, a MTV passa no próximo dia 29, às 23h, um show exclusivo que os Libs fizeram no estúdio da Trama em novembro, dias depois da apresentação do grupo no Tim Festival.
Mas desde o último dia 9, os sites da MTV e do Libertines aqui no Brasil (www.libertines.com.br) tornaram trechos desse show disponíveis. Dá para ver , por exemplo, "Can't Stand Me Now" e "What Became of the Likely Lads", duas músicas que estão no Top 10 das melhores do ano, nesta coluna.
E Barat, enquanto anuncia que o Libertines vão dar um tempo, montou o The Chavs, com o cantor Tim Burgess, do ótimo Charlatans, o baterista Andy Burrows, do Razorlight, e o tecladista Martin Duffy, do Primal Scream. O Chavs já andou se apresentando em Londres e fala em lançar um single no começo de 2005.




A BANDA DE 2004

E o show do ano também. A missão agora é escolher o principal grupo ou artista de 2004. Mande seu voto simples para lucio@uol.com.br.. É para escolher uma banda só. Junto, escolha ainda qual foi o melhor show que você viu neste ano no Brasil. O resultado sai na semana que vem, a do Natal. E a lista de prêmios para quem votar está lá embaixo.




iPOD NIRVANA, iPOD RAMONES


Símbolo máximo da geração (pós-)Napster e o melhor brinquedo de todos os tempos, o iPod teve uma edição especial U2 lançada com sucesso há alguns meses. Outras bandas, segundo o site zoeira www.liebography.com/ipod.htm, não quiseram deixar de ter seu nome ligado ao revolucionário aparelhinho e prepararam seus iPod Special Edition.

Reprodução



* Diz que o iPod do Coldplay, é igualzinho ao do U2, mas mais enfadonho e pretensioso.
* O iPod Nirvana, quando ligado, sai pelo fone uma voz bêbada da Courtney Love acusando você de explorar malignamente a memória e a música de seu saudoso marido. E outras coisas piores.
* O iPod Ramones já vem carregado com 320 canções da banda, quase uma hora inteira de música!!!
* No site, tem iPod Special Edition




TRAINSPOTTING

A Editora Rocco lança em janeiro o livro "Trainspotting", do escritor escocês Irvine Welsh, fundamental para a música jovem nos anos 90, mas que até agora estava inédito no Brasil.
"Trainspotting" foi o livro (1993) que virou filme (1996), dois produtos que ajudaram na popularização da música eletrônica, na afirmação da geração Oasis e Blur, no crescimento do consumo do ecstasy e outras drogas e no casamento literatura e música pop.
Irvine Welsh despontou na onda de escritores britânicos que criaram a "literatura para ouvir", linhagem de onde saiu também Nick Hornby, John King, entre outros, que levou muito jovem inglês baladeiro e antenado ao setor de livros das megalojas de discos Tower Records, Virgin e HMV.
Literatura, música eletrônica, britpop, festas e ecstasy. Era a renascença britânica.
"Trainspotting", assim que estiver à mão, será festivamente sorteado aqui.




SHOWS 2005

Acha que o Placebo é tudo?
O superstar DJ Fatboy Slim está confirmado para tocar no dia 29 de janeiro na Argentina. Não custa nada (custa, sim) trazer o cara para uns sets no Brasil.
Outras turnês sul-americanas que, parecem, estão acertadas são (atenção!): Mötley Crüe, Judas Priest, Slayer, W.A.S.P. e, hum, Lenny Kravitz.

* De ontem para hoje, a aparição do Placebo por aqui ficou acertada para acontecer em abril. Abril Pro Rock? Curitiba Pop Festival?




POPICES

Saudade do climinha romântico pacífico do Coldplay, Travis e outras bandas fofas? A música nova do Doves, "Black and White Town", e "Wires", do Athlete, estão aí para acalentar sua alma.// E o Walkmen passou por "O.C." (Warner) nesta semana, tocando no clubinho da cidade enquanto a molecada do seriado tentava remendar seus rasgos amorosos. Na quarta que vem, 22, será a vez da excelente banda Killers se apresentar ao vivo. As lindas "Smile Like You Mean It" e "Mr. Brightside", a top 3 do ano, vão embalar o seriado.// O excelente hit single "Ari", feita pela "banda misteriosa" como tributo a Ari Robocop, personagem do programa de rádio Garagem, chegará às pistas neste sábado. Será na festa do programa, que como sempre abarrotará o clube Outs (rua Augusta) neste sábado.// A gravadora virtual Peligro (www.peligro.com.br) tem duas excelentes novidades. Ela botou à venda o lindo "From a Basement on the Hill", disco novo e póstumo do guitarrista Elliott Smith, que morreu (suicidou-se?) no meio da feitura do CD, em 2003. É importado a preço de nacional: sai por R$ 35. Por R$ 60 você compra na Peligro, a partir desta semana, o CD triplo "DFA Compilation # 2, segundo volume dos hits da famosa gravadora nova-iorquina de James Murphy (o dono do excelente LCD Soundsystem). Além do LCD, tem Black Dice, Rapture e o escambau.// O grupo indie Vera Fisher dá show hoje, sexta, no Outs.//Está nas livrarias o livro "Rio Fanzine - 18 Anos de Cultura Alternativa", compilação de reportagens que marcaram estas quase duas décadas de bons serviços ao pop prestados pela coluna do jornal carioca "O Globo". O Rio Fanzine, frequentada semanalmente por este colunista, é manufaturada pelos jornalistas Tom Leão e Calbuque, feras.//Relatos entusiasmados que chegaram do Goiânia Noise, festival que não deixou o Centro Oeste dormir no último final de semana, dão conta de que o grupo protopunkbumpá gaúcho Irmãos Rocha! fez "O" show do festival. Alguém corrobora?




PROMOÇÃO DA SEMANA
Mandando seu voto da banda/show do ano ou simplesmente requerendo os prêmios, os leitores que escreverem a lucio@uol.com.br concorrem aos seguintes prêmios natalinos. De todos, serão sorteados três prêmios.


* Camiseta preta feminina do Franz Ferdinand, dona da principal música de 2004
* CD novo do U2, o bem bom "Atomic Bomb"
* Disco do Killers, o ótimo "Hot Fuss"
* CD duplo de remixes do Depeche Mode, "Remixes 81-04"
* CD "The Cool List", que saiu encartado em edição recente da "New Musical Express". Vem cheio de bandas novas ótimas, inglesas ou não. Tem uma versão ao vivo da sensacional "I Predict a Riot", do Kaiser Chiefs, Futureheads,. as maravilhosas "Strasbourg", do Dears, e "Lost in the Plot", do Dears. Mais Babyshambles, Concretes, Bloc Party. Só delícias.
* DVD do Rapture, ao vivo em Nova York
* DVD "Starshaped", ótimo documentário do Blur novinho




VENCEDORES DAS ÚLTIMAS PROMO
* DVD de clipes do Verve
Isabella Castro Rotti
Belo Horizonte, MG

* Camiseta vermelha do Libertines
Túlio Carioca
São Paulo, SP

* CD "Guitar Bizarre", do pirata João Erbetta
Bruno Fidellis
São Paulo, SP

* Single em vinil 7 polegadas de "Vertigo, do U2
Ernesto Sérgio A. Cintra
Maceió, AL

* Álbum "Atomic Bomb", do U2
Bruna Mesquita Silva
Volta Redonda, RJ

* CD "There Is No Future", do Sex Pistols
* Pedro Abrão
Santo André, SP




VENCEDORES DAS CAMISETAS VINIL
Confira os nomes de quem levou a promoção fashion da Popload. Foram a sorteio duas camisetas de rock da Vinil (www.garagem.net/vinil). Veja o resultado:

* Simone Marques, Porto Alegre, RS
camiseta do Sonic Youth, preta, tamanho P

* Rodrigo Moraes, Campinas, SP
camiseta Flaming Lips, preta, tamanho P




DESPEDIDA
Tchau.


Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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