Pensata

Lúcio Ribeiro

07/01/2005

Manifesto Rrrrrock! 2005

"Kick out the chairs, motherfucker,
Kick out the chairs"

James Murphy (LCD Soundsystem) gritando em "Kick Out the Chairs"

"How"d choose between death and glory?
How"d choose between death and glory?
Happy endings, they never bore me"

Babyshambles, em "Fuck Forever"

Salve, simpatia.

* Vai. 2005 já começou faz tempo.
Dá uma bica nessa cadeira, que o ano vai ser agitado para o nosso lado. James Murphy dá o toque.
Eu já estou aqui, de pé.

* Aliás, acho que você já percebeu, 2005 começou lá no meio do ano passado. Já explico.

* Nosso lesado amigo Brian Wilson deve ter acabado 2004 num parafuso de dar medo. Ele deixou o álbum "Smile" engavetado por 30 anos porque sempre achou que, quando tocava partes que envolviam earth-fire-water-air, ele despertava a ira da natureza. Era só ele mexer nas passagens sobre "fogo", que rolava uns incêndios malucos na Califórnia. Quando mexia em "ar", o avião caía. Agora que o álbum finalmente foi finalizado, veio o tsunami na Ásia e deve ter matado um integrante da banda dele. O sueco Markus Sundland, que tocava cello no grupo de Wilson, passava férias na Tailândia e nunca mais foi visto, depois do desastre do século.

* Pelo menos uma das "20 razões para amar 2005", que você vai ler lá embaixo, deve estar bem certa. Numa entrevistinha que foi ao ar nesta semana na Radio One, da BBC inglesa, Alex Kapranos e Nick McCarthy estavam falando os planos do Franz Ferdinand para 2005. Além do foco no disco novo, que já está sendo aprontado, os dois disseram que querem tocar em lugares onde a banda nunca foi: "Nossos planos para 2005 é fazer show na Islândia, na Rússia e no Brasil", mandou McCarthy.

* Você já viu lá embaixo quem foi eleita a banda indie brasileira de 2004? Loucura!

* Feliz ano novo.




RRRRRRROCK!

Se eu tivesse uma grana forte, em 2005 eu apostaria toda ela no rock. No rock em geral e principalmente na movimentação do rock independente no Brasil. No rock rock e em tudo o que o rock é capaz de aglutinar em torno, seja na comunhão com outros estilos (eletrônica e rock; não falo de samba-rock), seja em mídia.

De uns anos para cá, a gente teve o aumento absurdo de bandas, de casas, de eventos, de gente frequentando festas do rock, de gente de outra linhagem chegando para ver o que o rock tinha para mostrar, de festivais de outros ritmos botando rock para tocar, de rock na moda, de rock hardcore em festa de playboy, de banda sem disco tocando em megafestival.

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Tudo bem: começava a sobrar quantidade, mas faltava (e falta até) a qualidade satisfatória. Faltava a movimentação, a liga. Não falta mais. Graças a 2004. Antes não havia a cena. Agora a cena está posta.

Se até o Canadá está botando para quebrar, por que não aqui? Montreal é legal? Também é São Paulo, o umbigo desta coluna.

Vê aí. O disco do Mombojó fez da banda psicodélica recifense o "must" do ano passado. Tem que ver, tem que ouvir. O sem-disco Cansei de Ser Sexy levou sua zoeira sonora para o palco do milionário Tim Festival e abalou geral. Os shows do Cachorro Grande fizeram o quarteto gaúcho virar a banda do ano, segundo eleição dos leitores desta coluna, que não são poucos. O Butchers Orchestra tocou em Moscou, o Autoramas é hit no circuito latino. O Los Pirata é tão bom que emplacou bom projeto solo. O sensível Gram fez o clipe brasileiro do ano e não sou eu quem falo. O Leela assinou com a EMI, que nos anos 70 aceitou o Sex Pistols. O Ludov ganhou prêmio na MTV. E isso tudo é só uma parte.

Nós temos nossas guerrilla gigs. Bandas legais tocam em casa, no chão de clube, em loja de disco, na escada de loja de roupa. Falta só tocar no metrô.

Com uma aparelhagem um pouquinho melhor, nossos clubes sempre lotados virariam ótimas garagens. O deliciosamente kitsch Bar Avenida abriu seu palco de MPB e samba para o rock. O Blen Blen está rock.

Dá para sair todos os dias e ouvir rock. Dá para ir para mais que uma balada rock no mesmo dia.

Na pré-balada você tem para onde ir. Quer comer um baita hambúrguer, beber Guinness e ouvir punk sujo? O endereço é a Barra Funda e o lugar é a atmosférica casa Belfiori. Seu lance é mais Jardins e sua bebida, caipirinha de sakê, com um som electro-rock de qualidade? Vá à atmosférica Bunker, na Consolação, casa luxo dos caras do Sepultura, em que o 2ManyDJs armou "a balada" do ano passado.

Para caçar uma banda indie nacional boa ou praticar o milagre de comprar discos importados bons, novíssimos e a preços de gente, você não precisa sonhar.

É só ir ao Trama Virtual, no primeiro caso, lugar internético que propagou o Cansei de Ser Sexy, nos assustou com o Churros Man e abriga o Vera Fisher. Não canso de receber e-mail do tipo: "Você já ouviu a sensacional banda "X"? Tem no Trama Virtual".

E para o segundo caso tem a bendita Peligro, loja só virtual que apresenta no delicioso catálogo as sensações Bloc Party (Inglaterra) e Arcade Fire (Canadá) e vende até coletânea tripla da DFA, a pequena grande gravadora nova-iorquina.

Agora, se você quer ir beber, ouvir som bom, às vezes curtir um showzinho, uma discotecagem, comprar camiseta cool, pôsteres de rock lindos e importados e ainda discos, no final do ano abriu a loja ideal. É a Milo Garage, em Higienópolis, no lado sombrio da rua Minas Gerais. Os pôsteres da loja enfeitam esta coluna.

Se as camisetas da Milo não servem para você, as da Vinil () servem. A também recém-nascida grife botou camisetas com estampas de Flaming Lips e Sonic Youth para vender em shopping center. E se esgotaram.

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Você liga o rádio e tem a Brasil 2000 FM, que às vezes é boa, às vezes é muito boa. Melhor que a programação da Brasil 2000 é um próprio programa da casa, o "Garagem", hit da emissora às segundas à noite. Mas os bons sons não vêm só de rádio convencional, todo mundo sabe. Novidades espertas são facilmente sintonizáveis, por exemplo, no mundo virtual. No UOL, no meio de tantas rádios mora o precioso Pop Mix, de atualização semanal. E vem aí a porção on line do ótimo programa Studio 11, que é organizado por uma antenada trupe indie para agitar a região de Franca e Ribeirão Preto, no interior de SP. Programa descontraído e sem maiores pretensões, que faz impressionantes entrevistas internacionais e só toca música que interessa.

A cena paulistana, em particular, e a brasileira, em geral, são realidades bem palpáveis. É preciso tirar proveito disso, agora. A coisa está andando. Não é à toa que um moleque de uma banda inglesa (Razorlight) citou São Paulo como cena, em uma revista.

As bandas paranaenses, gaúchas, goianas, de Recife, do Pará, de Natal, da Bahia, de São Paulo, do interior de São Paulo, do Rio, de todo lugar, têm cada uma a sua cara, mas apresentam já uma unidade.
Os vários festivais indies regionais, do RN pra baixo, velhos de guerra, estão firmes e fortes. A ponto de o indie Curitiba Pop Festival ter trazido a maior atração internacional do ano passado, contando aí festivais do porte do Tim Festival, do Sonar.

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Em Belém (PA) e Vitória (ES), sou informado, festas de rock com bandas locais reúnem de 300 até 500 pessoas, com Franz Ferdinand explodindo nas picapes e grupos como Suzana Flag mandando ver no palco..
Em São Paulo, esta celebrada movimentação indie está tão forte que já surgiu uma camada alternativa a essa cena independente. Já temos o indie-indie, o underground do underground, representados por bandas como Ludovic, La Carne e o festival Sinfonia de Cães.

Então, o negócio é o seguinte: notícias de bastidores apontam que mais programas de rádios e mais festivais (pequeno ou gigante), mais livros sobre rock e mais roupas e mais lojas e mais baladas que balançam o movimento vão sair da mesa de projetos em 2005.

Como grita o James Murphy (LCD Soundsystem), em "Kick Out the Chairs", o último hino pop, dê uma bica na cadeira e levanta daí.




Vinte razões para amar 2005

1. Depois de várias ameaças, o Placebo pode mesmo vir ao Brasil, pela primeira vez. Em abril. A EMI inglesa diz que não sabe de nada. Mas a banda estaria confirmada no Chile e na Argentina, segundo as EMI locais. E há o empenho da EMI brasileira em não ficar fora desta. Só falta...

2. O lesado Pete Doherty, ex-Libertines, vai dominar o mundo, salvar o rock e tudo mais com o Babyshambles. Para aumentar a confusão, os malucos Bobby Gillespie e Kevin Shields, do Primal Scream, devem produzir o primeiro disco deles. E "Fuck Forever" vai fácil para o primeiro lugar nas paradas. Vê lá embaixo por quê.

3. Bagunça à vista. O combo paulistano Cansei de Ser Sexy deve lançar seu ótimo álbum em fevereiro, março.

4. Reserve já em sua lista de melhores discos de 2005 um bom lugar para o (finalmente) primeiro disco do LCD Soundsystem, de Nova York. Sai no final deste mês pela "major" EMI. É espetacular. "Daft Punk Is Playing at My House" já está abalando.

5. Falando em James Murphy (LCD Soundsystem), se a explosiva "Kick Out the Chairs" não for o hino do próximo verão (europeu), não sei qual mais pode ser. A música é da dupla de DJs ítalo-alemã Munk, foi lançada no final de 2004 e tem vocal de Murphy e da Nancy Whang, também do Soundsystem. O Munk é da movimentada Gomma Records, a nova Gigolo. E isso é coisa séria.

6. Já está sendo gravado o novo disco do ótimo trio Los Pirata, de São Paulo. A previsão de lançamento é abril. Dizem, vai ser melhor que o primeiro. E eu aposto que vai conseguir ser melhor que o novo dos Irmãos Rocha! É difícil, eu sei...

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7. O popíssimo livro "Código Da Vinci" deve ser o grande lançamento cinematográfico do ano. Começa a ser filmado em abril e vai chapar nas telas no Natal, é a idéia. Tom Hanks vai ser o Robert Langdon. Quem é Robert Langdon? Onde você esteve em 2004?

8. As empresas de bebidas, celulares etc. vão botar seu foco (e dinheiro) no rock, pode apostar. Segundo notícias de bastidores, dois novos eventos do tamanho do Tim Festival devem ocorrer no Brasil dentro dos próximos 12 meses. Com espaço para a música independente.

9. Quer mais atrações ao vivo? Iggy Pop agendou turnê sul-americana para fevereiro.

10. Outra: o superstarDJ Fatboy Slim sobrevoa o Brasil e cai na Argentina e no Chile, junto com Layo & Bushwacka e o DJ Touché. Este último, que era do Wiseguys, é na Inglaterra o principal DJ da última hora. Muita maldade (e falta de esperteza) alguém não trazer essa trupe para o Brasil. Parece que vem, sim.

11. Literatura para ouvir. Finalmente será vista uma edição nacional para o livro "Trainspotting", de Irvine Welsh. Sai nos próximos dias. Em fevereiro é a vez de ser lançada por aqui "31 Canções", coletânea de ensaios sobre as músicas que marcaram a vida de Nick Hornby. Mas... sem o CD das tais 31 canções que acompanha a obra gringa.

12. A confirmação do canpop, a cena canadense. Arcade Fire, Dears, Death From Above 1979 e Unicorn vão ganhar destaque nos grandes festivais do planeta.

13. O episódio III de "Star Wars" aporta no cinema em maio, para salvar a idéia da prequela ou confirmá-la como um tremendo engano.

14. Novo álbum, sete shows (em junho/julho) de estádios esgotados desde 2004 e outra série de confusões. O Oasis vem aí.

15. A principal banda de rock pesado do mundo, o Queens of the Stone Age, chega reformada e com disco novo em março: "Lullabies to Paralyse". Não vou nem falar do novo Foo Fighters, do novo Weezer, do novo New Order

16. The brits are coming. Até março saem os discos do Bloc Party, Kaiser Chiefs e The Others.

17. Futebol é pop. A Libertadores terá quatro times paulistas. Se o Palmeiras não cair fora na eliminatória... E o Corinthians vai dominar as atenções em 2005 com um supertime, para alegria da sua torcida. Ou das rivais, dependendo.

18. Vêm aí filmes esquisitos que a gente gosta e tem trilha legal: "9 Songs", de Michael Winterbottom, o indie "Napolen Dynamite" e "Wicker Park" (DVD), que passou voando pelo cinema daqui com o nome "Paixão à Flor da Pele".

19. Mulheres. O disco novo do Distillers, de Brody Dalle, sai em junho. O do Yeah Yeah Yeahs, de Karen O, em setembro. E a Shirley Manson, do Garbage, canta no disco novo do Queens of The Stone Age.

20. "Push the Button", o CD do Chemical Brothers, a maior e última grande dupla da eletrônica, sai no fim deste mês. A julgar pelo single, "Galvanize", que tem vocal rap de Q-Tip, já é um dos discos do ano.




O ANO DE PETE DOHERTY

Se o 2005 pop tem uma cara, ela é bem inglesa, gordinha, tem como ornamento um cabelo porcamente cortado e fica grudada ao pescoço de um garoto-problema que atende pelo nome de Pete Doherty. Ou melhor, quando seu permanente estado alterado o deixa atender a qualquer coisa.

Ex- figura do Libertines (uma das "bandas de 2004"), atual Babyshambles (uma das apostas para 2005), Doherty, 25 anos, é apontado como um Kurt Cobain na autodestruição, um Morrissey de rua nas letras, um Sid Vicious na levada da juventude aos limites.

2004 está muito velho para Doherty. Toda a história de amizade com Carl Libertines, o histórico da cadeia por roubar o amigo, a expulsão da banda e as idas e vindas às clínicas de desintoxicação parecem coisas de um passado distante.

Se ele já era muito mais famoso por seu estilo de vida torto do que por sua música, o guitarrista e vocalista Pete Doherty atravessa para o ano novo vendo a Inglaterra de olho e ouvido grudado no que vai fazer a sua banda, o Babyshambles.

Na bolsa de apostas informais, ele continua sendo o "2005"s most-likely-to-die celebrity" (a celebridade que não deve chegar viva à 2006). Mas sua excelente música tem causado uma pequena revolução, já.
É a atual banda mais falada do Reino Unido, com apenas dois singles (mal) lançados e um punhado de apresentações confusas, complicadas. Isso quando a banda aparece e elas acontecem.

O segundo single, "Killamangiro", saiu no final de novembro pela esperta gravadora indie Rough Trade. Além da ótima faixa-título, traz no "lado B" uma outra grande canção, linda de tão sincera e ingênua e toscamente tocada, quase punk, totalmente dentro do estilo do figurino novo rock inglês. O nome da música é ao mesmo tempo sugestivo e improvável: "The Man Who Came to Stay".

Juntando estas duas com outras que surgiram em algumas raras sessões de rádios recentes, mais as canções do Libertines que Doherty canta por direito, o mercado de rua de Camden Town já vê uns cinco álbuns piratas do Babyshambles, diferentes, serem vendidos por um bom preço. Repetindo, a banda tem dois singles lançados.

Um dos DJs mais famosos da Radio One (BBC), Zane Lowe, disse que a nova música, "Fuck Forever", mesmo com esse nome e refrão da mesma linhagem, vai entrar direto na parada família britânica. Os ilustres Bobbie Gillespie (Primal Scream) e Kevin Shields (My Bloody Valentine) se ofereceram juntos para produzir o disco de estréia da banda, que ninguém sabe quando vai sair. E se vai sair.

Não exatamente um exemplo de ídolo, o nitroglicerina Doherty já entrou nos lares ingleses, via TV. No último dia 21, ele foi o entrevistado do programa "Newsnight", do canal BBC Two. Falou sobre sua música e não só. Na pauta estava seu depoimento sobre o conturbado relacionamento com os amigos e fãs e o terrível vício de crack.

"Eu sei exatamente onde está o botão da autodestruição", afirmou o frágil herói da nova música inglesa. "Eu só tenho que resistir à tentação de apertá-lo." No programa, tocou maravilhosamente a lírica "Music When The Lights Go Out", canção que está no último disco do Libertines.

Três dias antes, no final de uma pequena turnê britânica, o Babyshambles acabaria a série de shows em Londres, no clube Astoria. Palco armado, casa lotada desde 22h. O som rolaria à meia-noite. Às 2h, o público foi avisado que a banda não apareceu para tocar. Cerca de 200 pessoas invadiram o palco para quebrar os instrumentos. Gente saiu machucada do lugar.

Na noite de Réveillon, já no sábado, uma horda de meninos e meninas vestidos iguais a Doherty também queria invadir o palco em Manchester, mas não por revolta. Ele fazia um show acústico e a molecada presente achava que estava diante de um "beatle".

Logo no começo de 2005, o Babyshambles sai dos clubinhos para virar banda grande. O quarteto, se tudo correr bem, sobe ao imponente palco do teatrão Brixton Academy no dia 22 de fevereiro. Antes do ano passado acabar, os mais de 4.000 ingressos para a noite já estavam quase esgotados. Se Doherty conseguir atender a este show, vai ser sua consagração. E o ano começará a ser dele.




A BANDA INDIE DE 2004

Por conta muito de seus shows explosivos, a banda gaúcha Cachorro Grande foi o grande destaque independente do cenário nacional, segundo pesquisa realizada com leitores desta coluna. Em segundo lugar ficou o fenômeno paulistano Cansei de Ser Sexy. A enquete, que recebeu votos durante as duas semanas das festas de fim de ano, contou com quase de 900 e-mails recebidos. No total, do Nervoso ao Réu & Condenado, do Walverdes ao Ronei Jorge e Ladrões de Bicicleta, cerca de 50 bandas teve seu nome lembrado pelo menos uma vez. Confira o Top Ten da música indie nacional.

1. Cachorro Grande RS...............180 votos
2. Cansei de Ser Sexy SP............142
3. Gram SP..........................116
4. Ludov SP.........................101
5. Mombojó PE.......................66
6. Los Pirata SP....................54
7. Autoramas RJ.....................31
8. Ludovic SP.......................20
9. Thee Buchers" Orchestra SP.......16
10.Jumbo Elektro SP.................11




POR FORA

A Popload vai tentar estabelecer este ano um canal de informações com ilustres amigos do exterior. Tais informações já existem, via troca de emails. Mas agora vai ser um canal direto para a coluna. Para começar:

* Sérgio Dávila, da Califórnia
"Quando você pensava que a onda dos reality-shows não poderia chegar mais ao fundo do poço, a Fox lança aqui o "Who"s Your Daddy", em que uma menina dada para adoção, hoje uma mulher adulta, tem de passar semanas com oito estranhos e descobrir qual deles é seu pai verdadeiro. Claro que os homens farão de tudo para a pobre acreditar neles. Se ela acerta, leva US$ 100 mil. Se não, o falsário é quem ganha. Em ambos os casos, perde o telespectador..."

* Marco Lockmann, de Londres
"2005 chega com o novo livro do Nick Hornby na Inglaterra. Chama "A Long
Way Down" e é narrado por quatro estranhos que decidem cometer
suicídio no mesmo lugar e ao mesmo tempo. A "Time Out", em edição recente, disse que é mais engraçado do que parece."

* Walter Matsuzoe, de Milão
"Aconteceu em Milão a abertura da primeira loja da cultuada rede japonesa Muji, na Italia. Acessórios, roupas, decoração, tudo absolutamente "no logo". Indo contra os próprios princípios, os milaneses, sempre orgulhosos de exibir etiquetas e marcas, fizeram filas quilométricas para visitar a Muji. Sinal dos tempos?".

* André Takeda, de Buenos Aires
"O ano de 2005 começou de luto em Buenos Aires. O incêndio no bar República Cromañón, que matou quase 200 jovens, fechou as portas da maioria dos bares, casas noturnas e danceterias da capital argentina. A tragédia no show do Callejeros, segundo a "Rolling Stone" local, irá mudar a indústria de shows por aqui. Mas o Placebo, segundo a imprensa daqui, está confirmado."




ENQUETE 2005

Pensou que as enquetes iriam acabar? Mais uma, a última por estes tempos. O que você mais espera em 2005, na área pop? Pode falar de um show, de discos, de um evento, de um acontecimento, do que quiser. Os desejos mais comuns e os mais bizarros serão publicados aqui na semana que vem. E, enviando sua resposta para o lucio@uol.com.br, você vai concorrer aos prêmios abaixo.




PROMOÇÃO DA SEMANA

Concorre aí.

* DVD do esperado Placebo, o recém-lançado "Once More with Feeling", a compilação de clipes desde 1996.
* Um single do Beastie Boys, da boa "Triple Trouble"
* Uma edição especial de "Hail to the Thief", último álbum do fantástico Radiohead, que no momento está hibernando. O CD é oferecido pela EMI.
* Uma versão caseira de "Push the Button", o próximo do Chemical Brothers, que só sai no final do mês.




RESULTADO DA PROMOÇÃO MONSTRO

Aí vai a enorme lista de vencedores. Paciência para a entrega. Os vencedores de São Paulo estão convidados a retirar os prêmios comigo. Colabora aí.

*Uma camiseta vermelha do Libertines, masculina (ou não)
Aurélia Forte
Santos, SP

* Camiseta preta feminina da Siouxie & The Banshees, da grife Vinil
Júlio Fragoso Santos
São Paulo, SP

*CD novo do U2, o bem bom "Atomic Bomb"
Antônio Barreto Jr.
Belo Horizonte, MG

* Disco do Killers, o ótimo "Hot Fuss", um dos discos do ano
Patrícia Jintao
Londrina, PR

* CD "The Cool List", da "New Musical Express"
Sandrinha
São Paulo, SP

* DVD "Starshaped", ótimo documentário do Blur novinho
Maurício A. Frioli
Osasco, SP

* Uma cópia sincera do disco "Aha Shake Heartbreak", o novo do Kings of Leon
Denilson dos Santos
Rio de Janeiro, RJ

* Uma cópia mais que sincera do nem lançado "Silent Alarm", o primeiro álbum do Bloc Party, uma das sensações do novo rock inglês
Paulo Vilanova
São Paulo, SP

* DVD lindo do Verve, "This Is Music", coleção de clipes e o escambau Cabral Marinho
Maceió, AL

* DVD "Devotional", excelente registro da turnê européia do Depeche Mode de 1993
Andrew Mendonça
São Paulo, SP




POPICES

O gaúcho Wander Wildner, seus Comancheiros e os Stuart, "bandoleiros de Blumenau", se juntaram para a extensa turnê de rock spaghetti que começou nesta terça em Florianópolis, passa por São Paulo no dia 14 (Hangar 110) e acaba dia 16, em Camboriú. // Falando em Florianópolis, alguém de Santa Catarina, diz aí. Tem balada boa de rock ou eletrônico em Floripa no próximo final de semana (15, 16)? Se nada der errado, vou aparecer na área.// O álbum novo do New Order já tem nome e data. É "Waiting for the Sirens to Call" será lançado em 28 de março.// Rolou Killers no seriado "O.C." desta semana. Cantaram "Smile like You Mean It" e "Mr. Brightside". Dá para ver na reprise, domingo, acho.// Nesta sexta-feira, a banda Zeferina Bomba toca na loja-bar-etc. Milo Garage.// Neste domingo, o projeto 2em1 bota Wado e Nervoso para tocarem no bar Avenida, em Pinheiros.// Ouvi uma entrevista do grande Dave Grohl, nesta semana, e ele disse, entre várias coisas, que sente que 2005 vai ser um ano diferente e bom para o rock. Que a música vai fazer diferença na vida das pessoas. Se você não acredita em tudo que está lá em cima, no item "RRRRRRock!", pelo menos no Dave Grohl você deveria acreditar. // Kick out the chairs.
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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