Pensata

Lúcio Ribeiro

10/06/2005

Guerra aos 80

"Do you love me babe? What do you say?
Do you love me babe? What can I say?
Because I wanna be your boyfriend"
Ramones em "I Wanna Be Your Boyfriend"

"So much about you I miss
Everytime I see a couple kiss
I hope this song finds you fame
I want schoolkids on buses singing your name"
Art Brut, em "Emily Kane"

"Billie Jean is not my lover
She's just a girl who claims that I am the one
But the kid is not my son"
Michael Jackson, em "Billie Jean"

"My boyfriend's back and you're gonna be in trouble
You see him comin' better cut out on the double
You been spreading lies that I was untrue
So look out now cause he's comin' after you"
Raveonettes, em "My Boyfriend's Back"


Hey!

Ho!

* De novo, epígrafes em abundância. Não sei se você ainda não percebeu, depois de tantos anos, mas as epígrafes não estão aí de bobeira. Elas dizem tudo! Mas nada é tão óbvio assim. Não é que eu queira ser namorado de alguma babe, ou que eu esteja com saudade da Emily Kane, nem que o filho da Billie Jean é meu, ou que meu namorado está de volta de algum lugar. Tem que ler nas entrelinhas.

* E aí, já foi na nova Daslu? A Meg White já. Coitada, tava desavisada. Até fez umas comprinhas (U$ 10 mil!!!!), mas ficou perguntando direto o que era aquela movimentação toda de helicóptero no lugar.

* O iPod, né? Esse instrumento revolucionário minúsculo e branco, que de uns dois anos para cá vem sendo visto ornando orelhas em praticamente metade da população de Londres e Nova York, já começa a ser bem presente aqui no Brasil. No local onde eu trabalho, por exemplo, pelo menos cinco aparelhos circulam em um curto espaço. Não é nada perto de saber que 10 milhões de iPods foram vendidos de 2004 para cá. Mas é uma mostra significativa. Sendo assim, já é hora de ser traduzido no Brasil o livro "The Done Thing", o moderno guia de etiquetas, que ensina boas maneiras para o século 21.

É recomendado tirar os fones quando você encontra algum conhecido? Pega mal interromper alguém com um fone branco no ouvido, a não ser que seja por uma razão muito importante? Ouvir iPod enquanto come dá congestão? No verão, qual roupa combina mais com os fones brancos? Tudo bem usar iPod quando entramos em lojas de roupas de shopping, daquelas em que o vendedor te chama pelo nome e fica insistindo para você experimentar aquela blusa "que está saindo bastante"?

Mas pelo que eu li no inglês "The Observer", o livro "The Done Thing" não está com nada. Primeiro porque seu autor acha que o iPod não é diferente do velho walkman. E, depois, porque fica falando que "temos que ter o cuidado de lembrar que viver em uma cidade implica em interagir com outras pessoas". Que mané!

* Amigos de lá e de cá têm me falado insistentemente que o Artic Monkeys, molecada nervosa de Sheffield, norte da Inglaterra, é "A" banda. Conheço duas músicas, essa "Fake Tales of San Francisco" é realmente f* e tal. E tento retrucar, citando Subways (alguma coisa é melhor que "Rock'n'Roll Queen"?), Maximo Park, Hard Fi, Transplants (a banda do baterista do Blink 182. Já ouviu "Gangsters and Thugs"?).

Mas sou sempre severamente interrompido. "Cara, não! Artic Monkeys."
Se der, vai ouvir essa "Fake Tales of San Francisco", para entender o que está acontecendo.

* Bem-vindo à coluna. Vamos chegando! E Free Michael Jackson. Quer dizer, se ele não tem culpa de nada, claro...




COLDPLAY NOVO

Não dá para pensar em outra coisa.

Como eu li em algum lugar, que agora me escapa, o final da história parecia bem óbvio. O Coldplay tinha dois caminhos para seguir com este novo disco, "X&Y", que teve lançamento mundial nesta semana. Agora que Chris Martin é bilionário, casado com atriz de Hollywood e tal, ele poderia aproveitar esse conforto e partir para uma coisa experimental-maluca, que foi o que o Radiohead fez e fez bem. Ou continuar trilhando o seguro caminho do "perfect pop" fofo e sensível dos últimos discos e transformar de vez sua banda na maior do mundo. Ele preferiu o segundo passo.

Para mim, "X&Y" apresentou mais baixos que altos nas primeiras audições. O único truque velho que ele usou e que eu achei legal foi na grandiosa "The Message", linda, linda. O resto, com exceção de umas três músicas, ou é normal demais ou é, no máximo um punhado de canções ... bonitas. Quando não previsíveis.

"Speed of Sound" não emociona, mas é digna. A kraftwerkiana "Talk" é bem interessante. "White Shadows" parece uma mistura de A-Há com U2 e não faz mal.

Essa "The Message", além de bonita, tem história no disco. Foi a última faixa a entrar no CD. Reza a lenda que o Sr. Paltrow recebeu um telefonema do produtor do disco numa madrugada, dizendo que para ficar bom mesmo o CD precisava de mais uma música. E que ela fosse "bem Coldplay". Martin teria chegado de uma festa naquela noite e estaria um pouco bêbado, já se preparando para dormir. Pelado (!?!), fez "The Message".

* Talvez a opção final de Martin tenha sido feita sob influência, pressão e medo da EMI, a megagravadora que vê no terceiro álbum do Coldplay a última/única chance de vender bem e aliviar as contas.
De todo modo, tanto banda quanto principalmente a EMI devem estar sorrindo. "X&Y" tem vendido 100 cópias por minuto na Inglaterra, desde que chegou às lojas, na última segunda-feira.

* Pelo visto no Coachella, no final de abril, e ouvido na Radio One, nesta semana, o Coldplay ao vivo continua uma banda encantadora. E pesada, até. Na última segunda-feira, em um show do grupo em Londres, a fofice toda andou barulhenta. Chris Martin estava cheio de atitude. Quando apresentou o Coldplay, disse: "Esta é a banda. Não apenas o cara que aparece nos jornais com a esposa de Hollywood". Ui.

* Foi revelado nesta semana o enigma da capa do novo Coldplay, que carrega aquela figura sem sentido que ilustra a capa de "X&Y". O mistério é bem simples: é só um código telegráfico do século 19. E que, em tal alfabeto, são as reproduções telegráficas que reproduzem as letras "x" e "y". Puxa.




ANOS 80

Que esse culto aos anos 80 já ficou fora de controle faz tempo, todo mundo sabe. O que não se sabe é até quando essa "piada" de festinhas com Naim e pistas misturando Balão Mágico com Smiths vai soar engraçada.
Mas enfim... Cada um cada um.

Se bem que, se os anos 80 se estabiliza cada vez mais como a moda corrente, vem aí a contracorrente.

O primeiro manifesto delicadamente de repúdio à onda 80 foi (bem) dado de modo direto há poucos dias, no Rio Fanzine, seção de O Globo.
Outro, bastante significativo, vem em forma de discos e sai no dia 26 de julho. Aliás, muitos discos.

A americana Rhino Records prepara o lançamento de "Whatever - The 90's Pop Culture Box", caixa com SETE CDS de culto aos anos 90.

São 130 músicas e um livro de 84 páginas que embrulham o pior (pouco) e o melhor (bastante) da década passada, o que talvez ajude a diminuir um pouco o volume de "Menina Veneno".

A faixa um do disco um entrega, logo de cara, "U Can't Touch This", do MC Hammer. O recado é direto.

As 129 músicas restantes passeiam entre My Bloody Valentine e "Unbelievable", do EMF. De Mudhoney a "OPP", do Naughty by Nature. Do grunge ao popinho inglês farofa do Jamiroquai.

Tem Pavement, Supergrass, Ash, Wilco, REM, Weezer, Flaming Lips. Tem Primus, Urge Overkill, Spin Doctors, Sublime e Chumbawamba.

"MMMBop", do Hanson, e "MMM MMM MMM MMM", do Crash Test Dummies? Estão lá.

As fantásticas "Shine", do Collective Soul, e "Wonderwall", do Oasis? Estão lá.

Não tem Madonna nem Pearl Jam. Mas tem Dinosaur Jr.

* Falando em Dinosaur Jr, nesta quinta o conectado Du Ramos, o cara com mais tentáculos da cena independente brasileira, viu ao vivo a banda pré-grunge de J. Mascis e Lou Barlow. Foi no Forum, em Londres. E o recado dele a respeito do que aconteceu é esse:

"Em poucas palavras: INCRÍVEL. Um dos shows mais altos da minha vida (imagina o que é um show alto em um lugar como o Forum; tem que estar alto mesmo). Na mesa de som, ninguém menos que Ajay, uma semi-lenda dos bastidores, responsável pelo som na tour do 'Loveless', do My Bloody Valentine (descrita por livros como uma das mais altas da história, a ponto de causar maleficios auditivos aos presentes), Mogwai em São Paulo (que não ficou atrás) e agora Dinosaur Jr.

Só músicas dos três primeiros álbuns, nada de 'The Wagoon' ou 'Start Choppin'. A única escapada da regra (mas nem tanto assim) foi 'Just Like Heaven' (com a casa caindo MESMO). 'Freakscene' no final foi pura poesia.
Indie metal é o futuro." Olha os anos 90 aí.

* Um outro contra-ataque à turma do menudo está bem pertinho de nós. Marky Ramone, o último Ramones vivo (mais ou menos), e a novíssima banda inglesa Art Brut estão aí para defender os... anos 70.




ARTE BRUTA

Nova York tem a No New York. São Paulo já faz sentir seu underground do underground. Nada mais justo que Londres, cidade de várias camadas pop, ter seu underground do underground do underground do...

A cena britânica anda impressionante. Bem debaixo do disco novo do super-Oasis, do milionário CD do Coldplay, bem além do Franz Ferdinand, no porão do Bloc Party, na rabeira do Razorlight e um andar abaixo do Kaiser Chiefs existe uma penca de bandas interessantes. Tem essas citadas lá em cima, tem as que foram citadas em outras colunas e tem as que eu nunca citei. Até banda brasileira tem nesse meio.

Enfim, uma delas é o Art Brut, que já foi tema de assunto nesta coluna por causa da rompante "My Little Brother", o irmãozinho que descobriu o rock'n'roll, ficou com um barulho na cabeça e perdeu total o controle.

Pois, então. Há menos de duas semanas saiu na Inglaterra o espetacular primeiro álbum deste Art Brut, chamado "Bang Bang Rock and Roll". Aqui o negócio vai além da música punk pop tosca que rele de modo porco o som já porco dos Pistols e Buzzcocks. O Art Brut é um evento.

A banda é espelho de seu líder, o figuraça Eddie Argos, considerado por todo mundo como uma espécie de Jarvis Cocker (Pulp) moderno, por causa da sua capacidade de... conversar com a sua geração usando um microfone e letras maravilhosas. Um contador de histórias. E ele não viaja. Ele fala sobre coisas cotidianas pessoais, mas que dizem respeito à vida de qualquer moleque médio inglês. E fala muito, através suas canções, sobre a cena musical britânica. E nisso Argos lembra também o dotado do contemporâneo Mike Skinner, a mente por trás do Streets.

"Yes, this is my singing voice. It's not irony, it's not rock'n'roll. We are just talking to the kids", canta (canta?) Argos em "Formed a Band", a música que abre o album. Coisa de gênio.

A letra de "Formed a Band" é muito boa. "Formamos uma banda, formamos uma banda. Olha a gente aí. Formamos uma boa banda", começa gritando Argos. "Minha fofura, não sei como isso começou. Mas pode parar de comprar seus discos nos supermercados. Eles só vendem os que estão bem nas paradas. E o Art Brut? Bem, nós começamos só agora."

Na sequência vem "Little Brother", já bem citada aqui, a história do moleque indie que descobriu o rock. "Ele não ouve os hits. Ele me fez gravar para ele uma fita com piratas e B-sides", discursa Argos na música. E aconselha na última linha da canção: "Se afaste do crack".
É uma pedrada atrás da outra. No "hit" "Modern Art", ele vai a museus de Londres, Paris e analisa quadros. De um jeito punk.

Em "Bad Weekend", Argos zoa o semanário "New Musical Express", bíblia musical inglesa. "Faz tempo que eu não leio o 'NME'. Então não sei a que rótulo pertencemos", fala/canta, se referindo ao Art Brut.

Argos realmente pega o "NME" para Cristo, e não como "bíblia".

Tem um bootleg do Art Brut (não está no disco) que foi batizado de "NME Is My Enemy". Ele berra: "Eu não gosto do NME. Enemi é meu inimigo. Eu não quero saber se você o lê. NME é merda. Não leia o NME. NME é meu inimigo."

A ironia e o senso de diversão é a arma mais agressiva e também admirável de Argos.

E olha, vou falar: a música do Art Brut nem é tão ruim assim. Muito pelo contrário.

Tirando as músicas acima mencionadas, todas ótimas, tem a épica "Rusted Guns of Milan", um tratado sobre a maldita impotência na hora da transa e todas as encanações que isso dá. Não estou brincando: letra e música são excepcionais.

E ainda tem só a melhor canção do disco, "Emily Kane", uma das músicas mais lindas da Inglaterra desde "Fuck Forever", do Babyshambles.
É ultra-romântica. Uma declaração lascada de amor por uma namorada dos tempos de 15 anos, que, diz Argos na música, ele não vê tem 10 anos, 9 meses, 3 semanas, 4 dias, 6 horas, 13 minutos e 5 segundos. E que, dá para perceber, ele ainda é apaixonado.

"Eu ainda não entendo porque você me largou. Toda vez que eu vejo um casal se beijar, em lembro o quanto você me faz falta."

Para terminar, em inglês. "All my friends think I'm insane. I'm still in love with Emily Kane. Emily Kane, Emily Kane, Emily Kane!"

* A Emily Kane (verdadeira, tipo a Ana Júlia do Los Hermanos) apareceu no último show do Art Brut em Londres... Eles não se viam desde crianças e tal. Romântico, mas nem tanto. Ela levou o namorado ao show.

* Só mais uma. No disco tem a "Bad Weekend", mas também a "Good Weekend". Esta última é tão punk pop quanto Ramones podia ser. E, na letra, Argos tenta descolar uma nova namorada. E vai narrando as artimanhas. Até que vem a parte que ele canta, repetindo: "I've seen her naked. NAKED".

* Art Brut é muito arte bruta. O nome da banda é extremamente feliz. Que grupo eletrizante.




RAMONES VIVE

Hey ho, vamos lá novamente.

Um triplo aniversário resgata as boas vibrações do impagável grupo punk americano Ramones e acontece nesta sexta em São Paulo, num festão rock'n'roll bizarro dentro das dependências do clube Nacional, na Barra Funda.

Os 30 anos do lendário grupo, os 20 anos da rádio Brasil 2000 (20 anos?) e os 6 anos do programa Garagem trazem ao Brasil o baterista Marky Ramone, o único remanescente vivo da formação clássica da banda, quando ela começou a gravar álbuns com mais de meia hora de duração e fazer shows com mais de 15 minutos de performance.

Marky vem matar saudade de Joey, Johnny e Dee Dee tocando com a molecada paulistana do Teenage Lobotomy, grupo de Ramones cover que chega a assustar de tão parecido que é com o original nova-iorquino. A idéia é ser um show só de clássicos dos Ramones. E com convidados especiais como Igor Cavalera e Derrick, do Sepultura, mais o João Gordo.

Marky não é membro fundador dos Ramones. Ele entrou para o grupo em 1978, em substituição ao baterista original (e ainda vivo) Tommy Ramone, que largou a banda para virar produtor.

A rigor, os Ramones foram fundados em 1974. Mas um artigo no saudoso semanário inglês "Melody Maker", em 1975, ligava a zoeira formada pela nova música em Londres com um certo rompante de energia juvenil, diferente e suja que se apoderava do clube de country CBGB para deixar Nova York de ponta-cabeça. No caso dos dois lugares, era o punk nascendo. No caso do clube "country" CBGB, eram os Ramones.

Ainda de Nova York, mas 30 anos depois de tudo isso, Marky Ramone conversou com a Popload, minutos antes de embarcar para o Brasil.

Popload - Embora você não estivesse na banda desde o começo, os Ramones fazem 30 anos e você é o único que sobrou vivo para contar a história, se não considerarmos Tommy Ramone. O que você ainda tem a dizer, hoje, sobre os Ramones.
Marky Ramone - Foi a principal banda punk de todos os tempos. Olhando para trás, dá para dizer que os Ramones ajudaram a formar centenas de outras bandas e tornaram mais feliz a vida de muitas pessoas. Quanto a mim, hoje, eu quero continuar a tocar as canções de Ramones, o que torna mais feliz a minha vida. Muitas bandas hoje tocam Ramones, como U2, Offspring, Rancid, Green Day. Então eu, que fui da banda, também posso tocar, sem parecer um aproveitador.

Popload - O que você sabe sobre essa banda brasileira de cover dos Ramones, a Teenage Lobotomy, os garotos com quem você vai tocar aqui?
Marky - Estou ansioso. Eu já ouvi e achei os meninos muito bons. Na hora do show vou fechar os olhos e ver se eles me levam até 1978.

Popload - A gente acha que o Brasil é o lugar na Terra que concentra o maior número de fãs dos Ramones. Você também acha isso?
Marky - Bom. Talvez. O que eu acho é que, neste momento, mesmo com o fim da banda há algum tempo e apesar da morte de meus amigos, o culto aos Ramones tem crescido. Eu vejo isso na Europa, no Japão. Mas acho que a quantidade dos fãs dos Ramones no Brasil e também na Argentina é absurda.

Popload - É verdade a velha história de que Joey era o cara liberal, Johnny era o das idéias conservadoras e você era o sujeito que administrava a briga entre eles e mantinha a banda junta?
Marky - Era. Quando a coisa engrossava, eu era o cara que me metia no meio dos dois e fazia piadas, coisas malucas, para as brigas esfriarem. Tudo piorou quando Dee Dee deixou a banda. Ele era o meu melhor amigo e de repente eu estava lá, no meio de Joey e Johnny. Não queria vê-los naquela situação sem fazer nada. Uma hora era o Joey brigando com Johnny por causa de mulher. Ou Johnny brigando com Joey por causa de qualquer coisa. Achava ridículo. Eu realmente gostaria de tê-los vistos bem um com o outro antes de ambos morrerem. Mas não aconteceu.

Popload - Você tocou com a Lisa Marie Presley (filha de Elvis) em um recente show dela em Nova York, em maio. Como foi isso?
Marky - Eu a chamo de minha "little Ramona". Ela estava promovendo em um park seu novo álbum e em shows costuma cantar "Here Today, Gone Tomorrow". E me convidou. Era aniversário de Joey. Foi ótimo.

Popload - Você faz parte deste documentário "Rock School", uma espécie de "Escola do Rock" de verdade que acabou de ser lançado em alguns cinemas americanos?
Marky - Sim. Tem uma hora em que eu ensino uns garotos e garotas a tocarem "I Wanna Be Sedated". A levar "Sedated" na palma da mão. E eles me fazem perguntas. Essa escola real, na Filadélfia, é exatamente de onde tiraram a idéia para fazer o "Escola do Rock".

Popload - Você ainda tem planos para o Speed Kings e os Intruders, suas outras bandas?
Marky - Não. Elas acabaram. Quando eu tocar, agora, vai ser para manter o coração dos Ramones batendo. Será minha homenagem a Joey, Dee Dee e Johnny. Sempre que der, vou juntar uns sujeitos comprometidos com os Ramones pela devoção e tocar.

Popload - Existe a possibilidade de ainda ser lançado algum material inédito de Ramones?
Marky - Não existe mais nada. O que existe de inédito são algumas músicas da carreira solo do Joey, que faltam eu gravar a bateria nelas. Mas isso está enrolado por problemas legais. Vamos ver.




POPICES

* A Popload Brasil Tour 2005 aporta neste sábado em Maringá (PR). Este colunista toca sábado como DJ convidado da festa Sonic Flower Club, no D-Vinyl Pub. A banda local Foolish faz show. Info em www.sonicflowerclub.com.

* A discotecagem de Belém do Pará foi adiada para agosto. Brasília é no dia 25. No dia 1° de julho, é no Rio de Janeiro, no Teatro Odisséia. Vem aí Porto Alegre e Ribeirão Preto. E a festa do White Stripes foi impedida de acontecer no sábado passado, no clube Outs, por causa da Polícia Civil, da Polícia Militar, do Contru e da Vigilância Sanitária.

* Falando em White Stripes, chega um pouco de falar dos shows do Brasil. A última menção fica por conta da seguinte constatação: o show da banda mostrou ser tão bom, intenso e bonito que nem o som eternamente ruim do gigante Credicard Hall conseguiu estragar. Ah! Vai ter mais uma coisinha sobre a passagem do White Stripes no Brasil.

* Músicas da semana: "Cold Wind", a nova do maravilhoso Arcade Fire, e "It Hurts to See You Dance So Well",das Pipettes, novíssima banda vocal de dondocas de Londres. O nome da música é espetacular. E ela tem um minuto de duração.

* Sabe o filme inglês "Nine Songs", que já foi tema desta coluna e mistura sexo explícito e o melhor da música pop? Um do cineasta Michael Winterbottom, que prega com extrema eficiência e em todas as cores a máxima (muito) Sexo, (algumas) Drogas e (muito) Rock'n'Roll. Então, o filme estréia aqui no próximo dia 24 de junho, batizado de "9 Canções". Vai ser distribuído com a seguinte sinopse: "Um verão, duas pessoas, oito bandas, 9 canções". Sensacional.

* Falando em filme, alguém já viu trailer mais maravilhoso que o de "March of Penguins" ("A Marcha dos Pinguins") que estréia neste mês nos EUA?

* Baladas: o Lazy Sundays toca domingo na Funhouse. No mesmo dia, Cachorro Grande e Biônica seguram o projeto Doisemum no Avenida Club. Na segunda, também na Funhouse, tem Detetives.




PROMOÇÃO DA SEMANA

Para os que namoram, ficam ou até mesmo tem uma relação de amor e ódio com esta coluna, cinco presentinhos do balaco serão sorteados a título de "Dia dos Namorados". Mande seu email para lucio@uol.com.br pedindo o seguinte:

* O CD novo e campeão do Oasis, "Don't Believe the Truth"
* O CD novo e vice-campeão do Coldplay, "X&Y"
* O CD novo e pop do Nine Inch Nails, "With Teeth"

* Agora o melhor. Para guardar para sempre a arrasadora passagem do White Stripes no Brasil, um CD com imagens de "Blue Orchid" ao vivo em São Paulo, "Seven Nation Army" ao vivo em Manaus, da confusão do teatro Amazonas, e MP3 do show de São Paulo de seis músicas, incluindo "I Just Don't Know What to Do with Myself" e as novas "My Doorbell" e "Little Ghost". Registros preciosos colhidos pelos queridos Ecos e Fuentes.

* E, para quem curte um sonzinho 80, tem o CD "Almanaque Anos 80 - Nacional", baseado no livro que vende tanto quanto um Chokito nos áureos tempos. Tem Rita Lee & Roberto de Carvalho, Herva Doce e Bíquini Cavadão, para você ter uma idéia. Mas para compensar tem "Armadilha", do Finis Africae. Quer?




VENCEDORES DA PROMO PASSADA

Já, já.
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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