Pensata

Lúcio Ribeiro

04/08/2005

Vai começar

"I know it's so much dark out there
Then everyday I just try to bring light to my life"
Bring light to my life"
Audio Bullys, em "Bring Light"

"And I ain't down here for your money
I ain't down here for your love
I ain't down here for your love of money
I'm down here for your soul"
Nick Cave, em "Deanna"

"I hate them all
I hate myself
I hate myself for hating them
So I drink some more
I love them all
I drink even more"
Strokes, em música nova ainda sem título


Alô.
De volta ao Brasil, mais precisamente de volta a São Paulo.
E acreditando que eu ainda vou conseguir reajustar os horários para não morrer de sono no comecinho da noite. E não acordar pimpão às 4 da manhã.
Cada um com seus problemas.

* Não posso afirmar categoricamente, mas essa deve ser a mais movimentada coluna dos últimos tempos. Você é quem vai me dizer.

* O "nosso" Campari Rock faz a abertura dos grandes festivais do país e a Popload deve fazer a festa do ano no lov.e, semana que vem. Tim Festival em São Paulo e Porto Alegre em edições especiais. Curitiba Rock Festival traz Raveonettes e Mercury Rev. Pearl Jam e U2 acertam datas para o Brasil em 2006. O Pearl Jam está vindo por causa de um fã-clube brasileiro. O álbum novo dos Strokes está nu. O álbum novo do Audio Bullys está na internet. White Stripes em Manaus na promoção. Alter Ego no Nokia Trends. Belém, no Pará, é "o" lugar. E o escambau.

* Bem-vindo a bordo.




CAMPARI ROCK ESPECIAL

* O espetacular segundo semestre brasileiro de música pop vai começar semana que vem. O primeiro dos vários e grandes festivais pelo Brasil, o Campari Rock, tem início em clubes logo na segunda-feira, com DJs e a banda Laboratório SP, vai crescendo bravo durante a semana e acaba gigante na sexta e no sábado, quando numa fábrica da Lapa estão escaladas 17 bandas, seis internacionais, incluindo a veterana e espetacular MC5 e a novíssima e espetacular The Kills.

* Todas as informações essenciais para ver o Campari Rock (locais, horários, ingressos), saber da programação dos clubes e dos debates, com o escritor Simon Reynolds e a banda MC5 (que hoje assina DKT/MC5), estão disponíveis no site www.camparirock.com.br. Nesta sexta, encartado na Folha de S.Paulo, vem um guia especial do festival.

* Confira lista de atrações estrangeiras do Campari Rock e recomendações para não perder NENHUM dos shows do festival. Na semana que vem, será a vez dos grupos brasileiros.

- Por que ver o BERG SANS NIPPLE (França/EUA, sexta, 21h45)
"Dois caras perdidos no meio de uma bagunça de cabos, teclados, samplers, sinos, máquinas, baterias. De onde saem sussurros pop, batidas sincopadas, ecos de vibrafone, melodias desencaixadas. Resumindo: um show original, expressivo e eclético."
(Site Desconcierto, Espanha)

- Por que ver o APSIDE (EUA, sexta, 23h30)
"A autodefinição diz que a banda traz nas músicas 'urgência, amor, esperança, ciúme, solidão'. A música do Apside inclui todos esses elementos, junto com um forte talento para linhas melódicas, peso de inspiração grunge e uma precisão figadal"
(Independent Musician Magazine, San Francisco)

- Por que ver o THE KILLS (Inglaterra/EUA, sexta, 1h10)
"Eles são um caminhão de blues de garagem dirigido a toda velocidade por uma mulher que faz a Karen O, do Yeah Yeah Yeahs, parecer uma dona de casa. Ela é cool o suficiente para não apenas tentar. E ela se chama VV. Pegue uma carona com ela."
(Site The Stereo Effect, Inglaterra)

- Por que ver o OPTIMO (Escócia, sexta, 2h10)
"Em boa parte do mundo gente que sai para dancar tecno e house não se mistura com gente que quer dançar indie e electro e muito menos funk, reggae, jazz. Essa regra não vale para o Optimo, a dupla de DJs (eles odeiam o termo) de Glasgow que toca 'sleazy funk, post punk, electro, fifties swing, torch songs, disco classics, percussion workouts, sublime house, ragging techno and 80's pop'. O Optimo se tornou o epicentro de uma das cenas mais fortes do Reino Unido (junto outros frequentadores habituais do clube, os caras do Franz Ferdinand) e tem tocado nas principais pistas e festivais da Europa. Os caras não fazem mash-ups ou outras acrobacias no vinil, mas têm uma capacidade quase infinita de descobrir músicas obscuras que 'funcionam' na pista e levam a euforia à mistura de indies, rappers, modelos e ravers que frequentam as noites Optimo."
(Marco Lockmann, de Londres)

- Por que ver o DUNGEN (Suécia, sábado, 21h45)
"O Dungen é um quarteto liderado pelo sueco Gustav Ejstes, um jovem que toca um monte de instrumentos para criar um som que pode ser descrito como folk-psych-pop-rock. Eles utilizam diversas guitarras elétricas e acústicas, teclados, flautas, violinos e barulhos eletrônicos, mesclando a psicodelia de ontem com a modernidade experimental. Os shows tendem a dar problemas técnicos de som já que só usam equipamentos vintage. Mas, em compensação, qual outra banda toca uma flautinha quando o amplificador queima? Seu último disco 'Ta det Lugnt' foi lançado no ano passado e até agora só recebeu críticas extremamente positivas. E, apesar de cantarem em idioma sueco, a banda tem músicas com vida própria que lhe fazem querer acompanhar e cantar junto, mesmo sem saber o que está cantando."
(Ana Garcia, do Coquetel Molotov, de Recife, armada independente que organiza na capital pernambucana o festival No Ar nos próximos dia 12 e 13 de agosto, com Dungen, Kills, entre outros. Tudo no www.coquetelmolotov.com.br)

- Por que ver o DKT/MC5 (EUA, sábado, 2h30)
"Por que não perder o MC5 no Brasil? Ora bolas, brothers and sisters. É hora, mais do que nunca, de uma revolução. Política e da mente. Social e... rock'n'roll! Tá na hora de chutar o pau de algumas barracas. Kick out the jams geral. Com o MC5 por aqui, vamos promover a parada com os pais da matéria. Temos obrigação, irmãos e irmãs, de celebrar no talo e não deixar pedra sobre pedra na fábrica da Lapa."
(Fábio Massari, ele mesmo)

- Por que ver Simon Reynolds (Inglaterra, DJ set domingo, 17h)
"Para qualquer pessoa que ama música e acredita nela como instrumento de transformação pessoal, Simon Reynolds é um herói. Ele escreveu livros incríveis sobre música eletrônica ("Energy Flash") e o pós-punk ("Rip It Up and Start Again"), e dezenas de artigos memoráveis para publicações como "Melody Maker", "Uncut" e "Village Voice".
Não me lembro de outro crítico musical que consiga atingir um equilíbrio tão perfeito entre a análise musical pura e uma contextualização histórica dos gêneros e movimentos musicais. Ler Simon Reynolds é entender mais sobre o período em que a música em questão foi escrita, e compreender as circunstâncias --políticas, sociais-- que a influenciaram. Vai ser uma oportunidade rara poder debater ao vivo com Reynolds e ouvir o que ele tem para tocar. Tenho certeza que todos os presentes sairão enriquecidos e com idéias novas na cabeça."
(André Barcinski, co-idealizador do Campari Rock e organizador das festas Circuito)

* ATENÇÃO: nos dias de evento, fique ligado no site do Campari Rock para saber dos "convidados especiais" e "festas-surpresa". As dicas vão aparecer por lá.

Anja Honisett
O grupo Kills tocando no último final de semana em festival da MTV em Londres


* A MTV estreou nesta quarta o clipe de "The Good Ones", do Kills, tirado de canção do último álbum da dupla formada pela explosiva vocalista VV e pelo guitarrista Hotel. O Kills é talvez a banda que mais tocou (ou vai tocar) nos principais festivais do mundo. Glastonbury, Coachella, Austrália, Japão. Se apresenta neste final de semana no maravilhoso Benicassim (Espanha), vem para SP e Recife, e volta para tocar no Reading Festival.
No último final de semana, o Kills estrelou o festival Live at Isle of MTV, em Londres. Amigo desta coluna, Marco Lockmann esteve lá e relata o que viu acontecer quando VV e Hotel entraram no palco.
"A MTV fez um minifestival indie no centro cool de Londres, o West End. The Kills foi a atração principal do evento, junto com Tom Vek (o novo Beck, se você confia
na imprensa inglesa), Jamie Lidell (o novo Prince, se você leva a sério o que a imprensa
musical inglesa diz), Clor e outros. Só os dois no palco com um bateria eletrônica, numa tarde de domingo chuvosa em Londres, fazendo uma tempestade de feedback glam. VV (ou Allison) está em todas as listas de sexiest/coolest da Inglaterra enquanto a guitarra de Hotel (ou Jamie) soa como se o Jesus & Mary Chain tivesse ouvido 'Exile on Main Street' (Stones) e blues mais do que o recomendado. Em 'Love Is a Deserter' e 'Good Ones', com VV sussurrando 'Did you bring the real good ones.?' mostra o quão diferente o Kills é dos outros 'casais' do rock moderno."

Anja Honisett
A sensacional VV, anjo fora do palco, e assim em cima dele


* POPLOAD NIGHT - Dentro da programação do Campari Rock, esta coluna arma festança rock no clube eletrônico lov.e na próxima quinta-feira 11, na véspera da maratona de shows da Fábrica Lapa. A noite promete ser especialíssima. A discotecagem da balada é de Lúcio Ribeiro (quem?), Tiago Carandina (Hype My Ass), o conhecidíssimo Rick Levy e mais "convidados especiais". Essas coisas, deixa eu dar um toque bem sincero, NÃO SE PERDEM. Rock no lov.e com convidados especiais nas picapes e na balada em si. Está falado.

* A quinta, 11, vai ser mesmo o dia do rock em São Paulo. À tarde, na loja de discos London Calling (www.londoncalling.com.br), no centro, os três integrantes do histórico MC5 mais o vocalista convidado Mark Arm (Mudhoney) participarão de uma sessão de autógrafos. Será às 16 horas. Às 19, em outra loja, agora na Indie Records (em Pinheiros), vai acontecer o encontro com o crítico britânico Simon Reynolds ("Rolling Stone", "Uncut"), autor de vários livros sobre música, desde a eletrônica ao pós-punk.
Ainda à noite, além da Popload Night, o clube de rock Outs (rua Augusta) abriga dois ótimos shows pré-festival, com a banda americana Apside e os impagáveis Irmãos Rocha!, a maior banda de Porto Alegre. Parece que uma figuraça do rock vai aparecer no Outs para "participações especiais". É o que me falaram.

* Todas essas aparições-surpresa e a história de "convidados especiais" serão reveladas em qualquer momento da quinta-feira, dentro do site do Campari Rock.

* PROMOÇÃO CR - Dois superkits relacionados ao Campari Rock vão a sorteio na semana que vem. O que é preciso fazer: mandar email para lucio@uol.com.br, com telefone, até quarta-feira. Ainda na quarta-feira à noite, dois vencedores serão informados do feliz resultado. O que vai estar a sorteio é:
- kit 1: 1 par de ingressos para os dias 12 e 13 de agosto + dvd importado do MC5 + camiseta e boné Campari Rock.
- kit 2 um par de ingressos pros dias 12 e 13 de agosto + camiseta e boné Campari Rock.




MERCURY REV E RAVEONETTES NO CRF

O caldo engrossou. Depois de anunciar a vinda da superbanda indie Weezer, o Curitiba Rock Festival começa a vender seus ingressos nesta quinta com preços que embutem o direito de ver pela primeira vez no Brasil os grupos Mercury Rev e Raveonettes, ambos de firme carreira dentro da música underground.
Já a bizarra formação Fantômas, de Mike Patton (Faith No More), cancelou sua apresentação.
O Curitiba Rock Festival acontece nos dias 24 e 25 de setembro, na Pedreira Paulo Leminsky, na capital paranaense. Os ingressos terão venda inicial apenas na internet, pelo site www.curitibarockfestival.com. Numa segunda etapa, a partir de data e pontos a serem confirmados, as entradas estarão disponíveis para compra também em Curitiba e em São Paulo
O americano Mercury Rev e o dinamarquês Raveonettes são as atrações do domingo 25. O Weezer brilha sozinho no sábado, em sua também primeira apresentação no país, em show exclusivo na América do Sul. O CRF ainda convoca cerca de 15 nomes do indie nacional para compor seu festival, entre eles Rádio de Outono (Recife) e Biônica (SP).
Quinteto indie psicodélico, quando não descamba para um moderno progressivo, o Mercury Rev, mais de 10 anos de carreira, traz ao Brasil os intensos e hipnóticos shows da turnê de seu sexto álbum, "Secret Migration", lançado em maio e com edição nacional.
Já o Raveonettes é nome cultuado no novo rock e graças à globalização forjada pela internet saiu da Dinamarca para fazer shows concorridos na Inglaterra e França e foi atração este ano do Coachella Festival, na Califórnia. A banda, liderada pelo guitarrista Sune Rose Wagner e pela fulgurosa loira baixista Sharin Foo, surgiu na cena emulando um sexy Jesus & Mary Chain e hoje, com o disco novo "Pretty Black" (já lançado aqui), viaja com seu som até a América de Elvis. Luxo.
Com o Weezer como atração principal, a expectativa deste início de vendas de ingressos pela internet é a de congestionamento pesado, como ocorreu no ano passado quando o nome do festival era os Pixies. Serão colocados à venda 10 mil ingressos no total. A carga inicial, da internet, é apenas da cota promocional e vale para os dois dias. Sai por R$ 140 cada.




TIM FESTIVAL EM SÃO PAULO

E em Porto Alegre, também. Mas em edição especial.
O show dos Strokes em São Paulo (23 de outubro) e em Porto Alegre (25) não será "apenas" o show dos Strokes. A banda mais querida do novo rock é a atração principal do Tim Festival Special Edition. Tanto para o dia do Sambódromo (SP) quanto para o Gigantinho (RS), o line-up capitaneado pelos Strokes irá conter outras bandas do Tim Festival carioca, ainda a serem definidas. Já pensou Strokes e Arcade Fire em São Paulo? Ou Strokes e Kings of Leon? Ou com o Wilco...

* A cantora cool Nancy Sinatra, filha do Frank e amiga do Morrissey e Tarantino, está descartada do Tim Festival e dos demais festivais.

* Então, por enquanto, está assim: Strokes, Arcade Fire, Wilco, Kings of Leon, Kings of Convenience, MIA/Diplo, Dizzee Rascal, talvez Elvis Costello. Estou esquecendo alguém?




NOKIA TRENDS TRAZ ALTER EGO

Enquanto o Claro Que É Rock ainda não dá as caras, o eletrônico Nokia Trends aparece com grandes notícias.
O festival vai trazer o duo germânico Alter Ego, donos de uma das músicas mais tocadas em pistas neste século, a barulhenta "Rocker". Vêm ainda para o NT o veterano grupo inglês de tecnopop Human League e a ótima dupla belga The Glimmers, parceiros do 2ManyDJs, misturam rock com eletrônica e já mixaram o hino "Drop the Pressure", do Mylo. Melhores credenciais que essas...
O Nokia Trends 2005 acontece no próximo dia 24 de setembro, no mesmo dia do Weezer em Curitiba. O evento será o primeiro do gênero a acontecer simultaneamente nas duas maiores cidades do país. No Rio, o festival tem confirmadas a presença do Groove Armada e do DJ Carl Craig, entre outros. Os sets de São Paulo terão transmissão via satélite para o Nokia Trends do Rio, e vice-versa.
Os ingressos para o Nokia Trends começam a ser vendidos na segunda-feira. No www.nokiatrends.com.br ou no www.nokia.com.br você encontra as info.




BELÉM IS BURNING

E não é só no clima. Guardada as devidas e abissais proporções, a primeira impressão que fica quando se dá uma circulada por Belém é que a cidade paraense vive sua vez de "Swinging London". Talvez não dê para sentir (ainda) do sul do país, mas o lugar balança ao som de várias cenas musicais, a própria, a importada, a mixada e por isso transformada em nova, a regional, o rock independente, a incrível guitarrada, o brega e o... Techno Brega.

A música, em Belém, parece ser tão importante e tão alimentar quanto o açaí e a tapioca.

Ainda que desorganizada e muitas vezes empírica, a cena de Belém começa a chamar atenção de produtores, gravadoras DJs e pensadores de outras paradas, atraídos por causa de sua energia musical a olhos (e ouvidos) vistos.

Este colunista foi convidado para ver de perto um festival de música em uma ilha, Algodoal, que fica a mais de três horas de Belém, a capital. De carro e de barco.

O festival em si, bancado pela TV e Rádio Cultura de lá, dava uma amostra de que se começa a ser armado um "complô" do bem para amarrar toda a inspiração musical de Belém e botar a cidade no mapa do cenário nacional. Em dois palcos, a guitarrada, o rock local e o carimbó eram colocados lado a lado e um atrás do outro.

Mas os outros cantos da ilha, fora o festival, eram muito engraçado. Algodoal recebeu luz elétrica recentemente, mas parece uma Ibiza nortista. Tem pelo menos oito bares que embalam as noites da ilha, que não dorme. Num bar toca carimbó, no outro heavy metal, no seguinte carimbó, tem um de MPB, outro com banda ao vivo de rock brasileiro e até o de electro-rock.

Fora da ilha, de volta a Belém, uma caminhada periferia brava a dentro chega-se aos bailes da Aparelhagem, a versão paraense dos bailes funk dos morros cariocas. Uma multidão se esfrega suada onde caras rodam atrás de garotas enquanto o techno brega, o cyber techno e o techno melody saem de um som de superstar DJs locais, que pilotam uns muros gigantes e caros de caixas acústicas de sua cabine com computadores. Essa é a chamada aparelhagem. O sistema de luz também é manejado por computador. Estamos, lembre-se, numa periferia brava de Belém.

O encanto com Belém não é tanto qualitativo, diga-se. Mas o lugar tem a "vibe", isso tem. Não é exagero dizer que a qualquer momento qualquer desses techno-dance-made- in-Belém, que parece lambada baiana, pode parecer também, lá no fundo, com M.I.A., LCD Soundsystem, Streets. Belém vive a seu modo o zeitgeist da "eletrônica popular", que domina o mundo independente, graças à globalização e à comunhão digital.

O rock de Belém vai bem também. A cena tem livros, tem baladas, tem um monte de bandas e prepara o BelRock, uma coletânea 15 músicas de grupos indies locais. Norman Bates, Suzana Flag, Madame Satã, Cravo Carbono já são nomes que não causam estranheza na cena rock do Sudeste.

Tão longe, tão perto. "O bicho vai pegar", como diz "Techno da Casa das 7 Mulheres". Ou, melhor dizendo, "a espaçonave já vai decolar", como está no ótimo "Techno da Espaçonave".

Belém, enfim, balança.




PEARL JAM E U2 - 2006 NO BRASIL

O papo é o seguinte. Circula forte nos bastidores que as superbandas Pearl Jam e U2 estão com datas arranjadas para vir tocar ao Brasil, em 2006. O U2 faria três shows: São Paulo, Rio, pagos, e um de graça numa praia carioca, com a participação no palco do... Gilberto Gil. As datas já estariam marcadas, mas quem vai anunciar é a banda, segundo pedido dela.

Já o Pearl Jam, um complemento para quem leu a coluna passada, a história da música brasileira ("Garota de Ipanema") abrindo o site oficial da banda e tal, como indicativo de lugar que o PJ deve tocar.
Há um fã-clube brasileiro do grupo de Eddie Vedder que organizou, no início do ano, um abaixo-assinado pedindo a vinda da banda. O clamor foi tão forte que até a "Rolling Stone" especulou fazer uma matéria com os ardorosos adoradores brasileiros do grupo.

O site da "Billboard" escreveu recentemente sobre a história da petição brasileira e o forte rumor de que o Pearl Jam viria sim ao Brasil no ano que vem.

Segundo informações de um integrante do fã-clube, o 10C, eles já recebem "congratulations" na área de troca de mensagens do site oficial do Pearl Jam, sobre a vinda da banda.

Tudo isso, Pearl Jam e U2, na verdade ainda está no blablá, mas os indícios e a circulação da notícia em meios fortes dão pinta de que os shows vão sim acontecer.

Há ainda uma possibilidade, eu acho, de o Pearl Jam estar negociando um show para o Claro Que É Rock. Chute meu. É que em Santiago, no Chile, corre o boato de que a banda está fechada para tocar na cidade no começo de novembro.




O NOVO STROKES

O segredo foi revelado. A imprensa musical americana já começa a falar como é o terceiro álbum dos Strokes, que vamos experimentar em show aqui no Brasil antes de o disco ser lançado oficialmente, no começo de 2006.
A revista "Spin", por exemplo, foi convidada ao ouvir o disco e soltou um faixa a faixa.

Os Strokes gravaram o novo CD num estúdio próprio, que eles montaram. E levaram meses aprontando o novo disco.

"Nós corremos para fazer o "Room on Fire" em um mês. Esse tá saindo mais devagar, no sossego. Agora acho que passamos para um estágio à frente", disse à revista o guitarrista Albert Hammond Jr.

Parece que o disco abre com "Evening Sun", musiquinha bem melosa, chamada de "cocktail punk" pela "Spin". Guitarras atmosféricas para ouvir no pôr-do-sol.

Aí entra barulheira metal logo em seguida. "Juicebox" lembra Stooges. A próxima acho que vai ser cool. Batidinha reggae por baixo de guitarra pesada. E a letra do ódio e bebedeira que eu botei na epígrafe. Depois tem uma que o nome é bom: "You Only Live Once". Essa parece que vai ser o hit. Duas músicas depois tem "Vision of Division", que lembra pós-punk americano, anos 80, com o Julian gritando "All I can do is wait for youuuuuuu". Mais no meio do CD tem uma baita balada, chamada "Killing Lies". A última e sem título, diz a "Spin" é a que vai tocar no rádio e fazer sucesso na MTV: total new wave. No total, são 14 faixas.




WHITE STRIPES NA AMAZÔNIA

Duas notícias. Primeiro que a revista britânica "Mojo" deste mês dá a capa para o White Stripes e sua turnê brasileira, em especial a aventura pela Amazônia. O texto é rico em detalhes da viagem toda, mas achei mais ou menos. E cheio de furos. Mas as fotos, de bastidores de Rio e SP, do show em Manaus, são bem legais.

A outra história é que eu recebi o áudio inteiro do show de Manaus, e vou botá-lo em CD, para sorteio. Tem as falas do Jack, ele tocando fora do Teatro Amazonas no tumulto etc.




AUDIO BULLYS NOVO

One two. One two.

Vazou o novo album do fantástico duo inglês Audio Bullys, de house rap pop.

"Generation" é o nome do disco que sucede o inacreditável disco de estréia, "Ego War".

A diferença deste novo para o outro é que, parece, o Audio Bullys está mais... romântico. Mais loser. Mais na filosofia do The Streets, seu contemporâneo de cena.

Poderia falar do disco todo, poderosíssimo. Ou da abertura com o esfacelamento eletrônico de "Shot You Down", da Nancy Sinatra.
Mas vou ficar só em "Bring Light". Sabe aquelas músicas que dá vontade de chorar de tão boa?

A levada cheia de fase e as batidas de "Bring Light" vem ácida como se o Basement Jaxx resolvesse fazer sua melhor música. A música é toda construída em cima do clássico "And The Beat Goes On", do Whispers.

Essa coisa de "trazer luz" para a vida cotidiana, do Audio Bullys, remete ao genial Underworld e a música "You Bring Light In". Mixar as duas juntas deve dar a maior viagem da eletrônica dos últimos tempos.

Dia destes, caçando info do novo álbum na internet, achei um comentário sobre o Audio Bullys e este "Generation" que mais ou menos falava que era uma nova banda que carregava o dinamismo explosivo e anfetamínico do The Who na música com a visão áspera de cotidiano do The Kinks, mas, melhor que tudo, botava tudo isso (o dinamismo e a visão de cotidiano) dentro da cultura club com uma classe impressionante.

Músicas mortalmente recomendadas: "Keep on Moving", "Generation" e "I'm in Love".

Um dos discos do ano, fácil. E olha que não vai ser moleza escolher os melhores. Se você me permite a última coisa: "Generation" é impressionante.




POPICES

Popload Brasil Tour 2005 deve chegar, segundo conversações, a Recife, Belém e Porto Alegre nas próximas semanas, mas por enquanto o que está certo mesmo é uma discotecagem no final de agosto em Londrina, no dia 27, na festa Alta Fidelidade.// Nesta sexta tem o som nerd pop do Cake em SP. Vou lá ver. Adoro "I Will Survive" deles. Pronto, falei. // O maravilhoso DJ canadense Tiga toca em São Paulo no dia 9 de setembro, no Espaço das Américas. Luxo, luxo. Nas rádios de ROCK inglesas está tocando direto o remix que o Tomas Andersson fez da música "Washing Up", do Tiga, e é um desbunde sem tamanho. De se acabar de dançar. // Uma mesa-redonda com discotecagens antes e depois celebram os 20 anos da revista "Bizz", no evento Mercado Central, na Augusta. Toda a info está em www.mercadocentralsp.com.br/hotsite. // O seriado-sensação "Lost" vai mostrar suas esquisitices, enigmas e a Kate na TV aberta brasileira. A Globo comprou a série.// O famoso último capítulo da temporda de CSI, dirigido pelo cineasta Quentin Tarantino, vai ser reprisado pela Sony na próxima quarta-feira. Sabe a história de ser enterrado vivo?




PREMIAÇÃO DA SEMANA

Além dos kits do Campari Rock, vão a sorteio ainda:

* O espertíssimo CD do show do White Stripes em Manaus, histórico.

* O belo disco do British Sea Power, para você suspirar ouvindo "It Endend On an Oily Stage", a música que o Echo & The Bunnymen poderia estar fazendo se ainda tivesse gás.




LISTA DE VENCEDORES

Essa entra aqui nesta sexta-feira. Por enquanto é só. Tchau aíê.
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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