Pensata

Lúcio Ribeiro

03/03/2006

Não concordo

"Alright
I'm in love with modern moonlight
I'm in love with Massachusetts
I'm in love with the radio on
It helps me from being alone late at night
I don't feel so bad now in the car
Don't feel so alone, got the radio on
Like the roadrunner"
The Modern Lovers, em "Roadrunner"

"Por essa nega, eu ponho roupa nova
Uso óculos escuros, desço do muro
Vixe mainha, ó neguinha
Tudo é tão bom"
Banda Afrodisíaco, em "Café com Pão"

"Ooh! Get me away from here
I'm dying
Play me a song to set me free"
Belle & Sebastian, em "Get Me Away from Here I'm Dying"


É isso aí, não é mesmo?

Da fria Los Angeles direto para o quente Carnaval baiano. A vida não está fácil para ninguém.

Bom, acabou o Carnaval. O ano vai começar.

Se bem que, para um país que já teve Stones, U2 e Franz Ferdinand. E agora vai ter DOIS shows do Oasis, ambos em São Paulo. O ano já começou faz tempo.

* Medo. Na mesa de entrevistas com Kiefer Sutherland, sobre a série "24", soltei uma pergunta que, com o melhor olhar "Jack Bauer", ele virou para mim e respondeu: "Entendo o que você fala, mas não concordo com o que você diz". Por um momento, pensei que ele ia tirar a arma de baixo da mesa, disparar, voar por cima para me imobilizar, ligar para a CTU e dizer: "Ribeiro está pego. Eu repito: Ribeiro está pego".
Se tudo correr como o programado, as info sobre a nova temporada de "24", mais a entrevista com Kiefer "Jack" Sutherland, aparecem na capa da Ilustrada, da Folha, neste domingo.

* Falando em "24", essa é para quem estava com saudade da loiríssima Elisha Cuthbert, a Kim Bauer de "24". Pode ir arrumar esse cabelo e botar uma roupa bonita. Ela está de volta na quinta temporada de "24". E, mais, estrela o clipe novo da banda Weeze. Não errei não. É Weezer, sem o "r" final. Por culpa da Elisha.

* No bem simpático filme "The Matador", previsto para estrear semana que vem no Brasil, o 007 demitido Pierce Brosnan mostra que até os matadores de aluguel podem ser gente-fina. Mas o que é cool mesmo é a trilha sonora, cheia de som chicano bom, um The Jam no começo, um Cramps no meio e o final apoteótico com "All These Things I've Done", do Killers. Que beleza!

* O lance do Oasis é o seguinte: devem divulgar loguinho que, com os ingressos para o show do dia 15 esgotados e com a banda tocando depois só no dia 20, no Canadá (com o Arctic Monkeys abrindo), os irmãos Gallagher vão fazer uma apresentação extra no dia seguinte, também em São Paulo, também no estacionamento do Credicard Hall. O grupo veterano Foreigner, que se apresentaria no lado de dentro da casa de espetáculos, seria levado para outro lugar. The brothers gonna work it out.

* Agora, você não vai acreditar (eu não acredito!). Talvez eu perca esses dois shows, como eu perdi Franz Ferdinand, U2 e Stones. Não dá...

* Concorrida estréia nesta quinta na volta do Milo Garage, em SP. Casa lotadaça para ver os curitibanos funk do Bonde do Rolê em seu primeiro show em São Paulo. Presenças de Diplo e John McCrea, do Cake. Enquanto isso, no mesmo horário, num Vegas meio vazio (só umas 600 pessoas), a pista tremia com Arcade Fire eletrônico, Giant Drag, She Wants Revenge e o escambau. A quinta, em São Paulo, foi animada.




AMANTES MODERNOS

Apareceu na seção de lançamentos da Amoeba Music de Los Angeles, a maior loja de discos/dvd do mundo, a edição especial do CD "The Modern Lovers", da banda americana de mesmo nome, liderada por "sir" Jonathan Richman. Isso, como eles dizem nos EUA, é "huge", ou aquela "palavra-de-quatro-letras" na tradução brasileira.

O Modern Lovers, de Boston, é uma daquelas ótimas bandas pré-punks do final dos 60, começo dos 70, de garagem, que caminhava paralela a Velvet Underground , The Stooges, Doors, MC5 etc. reconstruindo no underground um mundo musical pós-Woodstock, pós-Hendrix e pós-Beatles. Para muita gente (estou bem incluído nisso), o Modern Lovers é a mais querida de todas. Por causa de Jonathan Richman, sua voz de menino de 11 anos chapado e as melhores letras de rock de todos os tempos, tirando as do Morrissey.

Dentre as muitas obras-prima do disco, retrato do cotidiano de um cara regular de Massachusetts que ama música, dirigir rápido e garotas, "The Modern Lovers", o disco, tem "Hospital", balada cruelmente linda em que Richman faz juras para a menina que convalesce de alguma coisa em algum hospital. Ele quer voltar para a vida dela quando a moça tiver alta.

Pega o metrô e vai dar umas voltas no subúrbio dela. Morre de ciúme quando cruza por lá os ex-namorados dela. E, enquanto ela não sai do hospital, vive frequentando docerias todos os dias, porque a vida dele sofre uma carência de coisas doces. Richman é gênio.

Mas não entendi por que esta reedição de "The Modern Lovers" (1976), com faixas extras e versões alternativas, está como "new releases" na Amoeba. É uma edição especial que saiu na Inglaterra em 2003. Mas quem se importa com isso?

Jonathan Richman e os Modern Lovers fazem todo o sentido hoje, olhando para essa leva de bandas novas legais da Inglaterra, cheio de moleques novos cantando sobre o cotidiano ordinário por meio de músicas ótimas e letras cheias de poesia juvenil.

Há muito de som e letra de Richman em grupos como Art Brut, Rakes e Arctic Monkeys. Ouve lá.




ATRÁS DO TRIO ELÉTRICO

Então. A convite da Skol, este colunista foi à Bahia e colocou seu primeiro abadá da vida. O lance era para seguir o trio elétrico, ou trio eletrônico, comandado pelo superstar DJ Fatboy Slim. Ali, no calor da coisa, foi beeeeem bom. Rave móvel. Tinha mais gente que na passagem da Daniela Mercury, me disseram.

O Fatboy Slim jogou para ganhar. Mandou só sucesso, músicas como Michael Jackson, Groove Armada, Dee Lite, Beyoncé. Mas o bicho, lá embaixo no formigueiro humano, estava pegando forte.

Mas Norman Cook não tocou só molezas. Mandou uma sensacional versão do hino eletrônico "To the Club", do Spankox, que foi impressionante.
Já ouviu? Toca direto na Jovem Pan 2.

* Patife e Marky também tocaram, antes e depois do Fatboy Slim. O Marky mandou um drum'n'bass nervoso, para as massas, que nem parecia que estávamos na terra do "Café com Pão", o hit do verão baiano, mais conhecido como "Vixe Mainha". O legal é que o drum'n'bass do Marky foi sucesso total. Tipo as batidas do Olodum aceleradas umas mil vezes.

* O melhor da balada "Trio do Fatboy Slim" foi ver a coisa lá de cima, são e salvo, porque lá embaixo não dá. É insano. E, de quebra, no topo do trio, conheci a Zöe Ball, mulher do Fatboy Slim, uma espécie de Xuxa indie e dona de um dos programas de rádio mais legais das manhãs inglesas.

* Falando em "Vixe Mainha", estou aqui com um CD "As Melhores do Carnaval 2006", com 22 petardos que balançaram o Carnaval baiano. Quer?




CHILI PEPPERS, VOLTANDO A ARDER

Você pode imaginar o U2 fazendo música eletrônica (fez), o Green Day transformando o punk em ópera (transformou) ou a Ivete Sangalo cantando rock'n'roll em cima de um trio elétrico (cantou). Mas é bem difícil pensar no grupo funk-punk-rap-metal californiano Red Hot Chili Peppers lançando um disco, por exemplo, que não soe... Red Hot Chili Peppers.

Mas isso vai mudar em maio, quando chegar às lojas "Stadium Arcadium", novo CD dos Chili Peppers, o nono álbum de uma turbulenta carreira de mais de 20 anos.

O disco "Stadium Arcadium" pega a banda em uma fase "limpa, iluminada, vendo coisas que nunca pôde ver antes", como definiu a este colunista o guitarrista John Frusciante, 36 anos, em entrevista semana passada num luxuoso hotel da famosa Sunset Boulevard, que aconteceu logo em seguida de uma audição de 20 das 25 faixas que farão parte do CD. "Stadium Arcadium é um álbum duplo.

John Frusciante é o cara, neste novo e "diferente" disco do Red Hot Chili Peppers. É sua guitarra que leva "Stadium Arcadium" para longe de ser um mero disco dos Chili Peppers, com músicas ora melosas, ora rap metal comandadas pela voz de Anthony Kiedis e pelo baixo estourado de Flea.

Numa primeira ouvida, "Stadium Arcadium" mostra uma banda menos melosa que no disco anterior (o babinha "By the Way", 2002) e um Frusciante musicalmente solto, experimentando dentro do funk rock que é a marca indelével do grupo. Por mais estranho que isso possa soar a um admirador dos Chili Peppers, em muitas das faixas do disco duplo Frusciante vai com seu instrumento de Santana a Prince, passando por Jimi Hendrix e Kurt Cobain.

Quanto ao momento "iluminado" a que Frusciante se refere, o termo deve ser um sinalizador de que a banda está conseguindo se manter longe das drogas, um elemento tão presente no RHCP quanto o baixo de Flea e os shows em que tocaram pelados. Se bem que o discurso "agora estamos limpos, entramos finalmentes nos eixos, os anos passados foram muito conturbados" se segue a cada lançamento de um novo disco dos Chili Peppers.

De todo modo, não tem muito tempo, o vocalista Anthony Kiedis lançou em livro suas memórias ("Scar Tissue - A Vida Alucinada do Vocalista dos Red Hot Chili Peppers", Ediouro), em que publica, entre outras coisas, fotos da primeira vez que fumou maconha. Aos 8 anos. Fotos essas que foram tiradas pelo pai, que forneceu a "marijuana" ao menino Kiedis. O pai de Kiedis, conta o livro, era traficante.

Já Frusciante teve refeita toda a parte superior de sua arcada dentária, que caiu podre por causa de uma fase quase sem volta no vício em heroína e outras drogas pesadas, no final dos anos 90.

"Sim, estamos limpos. Não que tenhamos nos livrados totalmente de nossos demônios. Mas nossas vidas agora estão aparentemente sob controle", revelou o guitarrista, na entrevista que segue completa no texto abaixo.

"Stadium Arcadium", talvez outro indicador dessa fase "limpa", marca o terceiro álbum consecutivo dos Chili Peppers em que a banda repete a mesma formação, em 20 anos de carreira. O fato coincide exatamente com a volta de Frusciante à banda, em 1999, para as gravações do CD "Californication", que foi sucedido por "By the Way" (2002).

O álbum novo, na cabeça de Kiedis, era para ser uma trilogia, sendo lançado o primeiro agora e os outros dois em um espaço de seis meses de diferença um do outro. A banda entrou no estúdio com 36 músicas prontas, mas até agora só 26 delas passaram pela aprovação final do grupo. Então a idéia imediata da trilogia foi abandonada, segundo Frusciante.

A idéia da banda passou a ser, então, lançar um álbum duplo com 25 músicas. E as restantes devem entrar como bônus na comercialização do disco no iTunes e em diferentes versões do CD lançado nos principais mercados de disco do mundo.

"Stadium Arcadium" tem a produção assinada por Rick Rubin (System of a Down, Beastie Boys). O primeiro som a emergir do novo álbum dos Chili Peppers é "Dani California", música que será lançada em single no começo de abril, um mês antes do CD. Dani, a personagem da canção, é uma "amiguinha imaginária" de Anthony Kiedis, que já havia aparecido na letra da música "By the Way", sucesso do disco anterior, e da canção "Californication" (onde Dani é citada, mas não nominalmente).

"Dani California", a jovem amiga pura que não tem idéia dos diabos que cercam Kiedis, segundo canta o vocalista, mas também um jeito mais "humano" de Kieds se referir a sua Califónia ("California rest in peace, California show your teeth"), é uma balada suingada até chegar seu refrão explosivo. E tem previsão de chegar às rádios no final de março.

O vídeo da música foi filmado há duas semanas e mostra a banda interpretando a história do rock desde os anos 50 até hoje, segundo descreveu Frusciante. Foi filmado por Tony Kaye, que dirigiu o filme "American History X". E, assim, faz todo o sentido com o momento "guitarristas históricos" pelo qual atravessa o iluminado John Frusciante.

A banda começa a pegar estrada em maio, com shows pela Europa que incluem o Rock in Rio realizado em Lisboa (3 de junho). Está prometida uma excursão sonora para a América do Sul, mas talvez não mais neste ano ainda, pelo aperto na agenda. Possivelmente no começo de 2007.

Os Chili Peppers já tocaram quatro vezes no Brasil, três em São Paulo. A primeira foi no Hollywood Rock, em 1993, o famoso "festival do Nirvana". Em 2001, fecharam o Rock in Rio 3, tocando para 250 mil pessoas, na noite mais lotada do festival.




ENTREVISTA: JOHN FRUSCIANTE

A fama de os Red Hot Chili Peppers serem sempre "chatos" no trato com a imprensa veio à mente na hora em que John Frusciante apareceu num "bangalô de entrevistas" no hotel Chateau Marmont, um em que Jim Morrison (Doors) já dançou bêbado no telhado. Frusciante entrou esbaforido e com cara de poucos amigos em um dos quartos onde estava este colunista.

Em uma ação que durou no máximo um minuto, cheirou o ar, saiu, entrou de novo, saiu de novo, reclamou em voz alta do carpete "fedido", invadiu um outro quarto que não estava "arrumado" para entrevistas, deitou na cama, tirou o tênis, pediu para a assustada assessora sair e falou: "Pode começar. Você se importa de eu ficar assim, deitado?".

Confira a entrevista que saiu publicada na Folha de S.Paulo, na última quarta.

Folha - Agora que "Stadium" ficou pronto, bateu o cansaço?

John Frusciante - Não está pronto ainda. Falta mixar quatro, cinco músicas. E talvez mudar umas outras. Mas não posso nem pensar em ficar cansado agora. Com um CD prestes a ser lançado, esta é a hora de a correria começar.

Folha - Em que você acha este novo diferente dos discos anteriores?

Frusciante - Ele é muuuuito diferente. Não sei pelos outros da banda, mas estou bem entusiasmado com as guitarras de "Stadium". Dos CDs dos Chili Peppers dos quais participei, este é de longe o melhor, feito com mais inspiração, correndo mais riscos sem que ninguém parasse para questionar: "Ei, tem certeza de que assim é o melhor jeito?". Deve ser porque a banda parece se encontrar mais tranqüila, com mais luz do que nas trevas passadas...

Folha - Esta é a primeira vez em 20 anos que os Chili Peppers repetem a mesma formação em três álbuns consecutivos. A banda resolveu os problemas do passado?

Frusciante - Sim, estamos limpos. Não que tenhamos nos livrados totalmente de nossos demônios. Mas nossas vidas estão aparentemente sob controle. Estou vendo coisas que nunca pude ver antes, enxergando mais caminhos para a minha música. Acho este disco muito mais inspirado, iluminado. Estou tão excitado com ele que nos shows, se pudesse, nem tocaria músicas velhas.

Folha - Minha primeira impressão do álbum novo é a de que está menos cheio de baladas, como o "By the Way" (2002, o disco anterior), e mais dividido em hard rock e músicas com guitarras elaboradas.

Frusciante - Com este novo disco, eu me sinto uma pessoa melhor. Estou conseguindo coisas que prometi para mim mesmo que lutaria por elas, que era me focar, me refugiar na música que eu faço. E "Stadium" reflete isso. O disco anterior talvez seja mais devagar porque ele reflete uma escuridão que eu vivia. Agora me senti capaz de explorar todas as camadas de sons que me formaram culturalmente. Ele não é só quatro caras tocando numa sala, como eu acho que "By the Way" era. "Stadium" é consistente, tem várias camadas, você ouve uma vez ele é um, outra vez e ele já é outro. Ele é experimental demais.

Folha - A turnê passa pelo Brasil?

Frusciante - Óbvio que sim. Não sei se neste ano, porque a gente começa uma série de shows na Europa em maio e depois tem a turnê americana. Mas na América do Sul é onde estão os mais entusiasmados e loucos fãs dos Chili Peppers. O público dos EUA vai nos ver ao vivo e fica reservado, assistindo ao show. Na América do Sul eles são parte do show.




LOST - SEGUNDA TEMPORADA

Para uma parte dos fãs da série-coqueluche "Lost", vem a grande notícia: a angústia da espera acabou e a aguardada segunda temporada estréia na próxima segunda-feira, dia 6, às 21h, no canal pago AXN, depois de cruéis seis meses do final do primeiro ano. Sim, porque aqui no Brasil há três grupos de adoradores do seriado enigmático, uma espécie anos 00 de "Arquivo X" encenado numa ilha paradisíaca.

O primeiro time de atormentados pelos mistérios de "Lost" é esse atingido direto pela boa-nova acima, que vê a série na TV paga e segunda-feira que vem passa a acompanhar a temporada nova da história dos sobreviventes de um acidente aéreo que, pelo que passam na ilha linda e inóspita onde se encontram perdidos, talvez preferissem ter morrido no desastre.

O segundo grupo é o dos que assistem o seriado via TV aberta, na Globo, e não têm nem a menor noção do que vai acontecer com o menino Walt, o que tem dentro daquela escotilha metálica emperrada no solo da ilha e por que TUDO tem a ver com os malditos números 4, 8, 15, 16, 23 e 42.

A terceira brigada de fãs de "Lost", essa não teve que esperar a janela de seis meses de diferença entre a primeira e segunda temporadas imposta pelo AXN. Muito menos sofrem ao sabor dos horários e da dublagem da Globo. São verdadeiros viciados no seriado, que o baixam da internet poucas horas depois que ele é exibido nos EUA, pegam a legenda em português do esperto site Lost Brasil (.com) e acompanham a série tal qual um americano.

Agora, no entanto, é a hora e a vez do primeiro grupo.
A segunda temporada de "Lost", com o mote "Eles não são os sobreviventes que eles achavam que eram", foi ao ar nos EUA em setembro do ano passado, com uma audiência de 23,5 milhões de pessoas.

O seriado, que hoje mantém uma média de 18,5 milhões de telespectadores grudados na poltrona toda semana, está no seleto grupo das cinco séries mais vistas da TV americana. Ganhou o prêmio de melhor série dramática no Emmy do ano passado e no Globo de Ouro deste ano.

Todo esse barulho por que todo mundo queria desesperadamente saber por que na ilha tropical tem urso polar, os sobreviventes ouvem vozes do além, existe um grupo de pessoas chamado "Os Outros", um paralítico conseguiu andar e que o bunker científico era... Ops! Este texto está indo longe demais.

A segunda temporada de "Lost" traz um núcleo de novos personagens, que na trama estaria na parte detrás do avião e conseguiu sobreviver à queda da nave, quando essa partiu no meio ainda no ar.

O seriado, todo filmado no Havaí, está fazendo a fama estelar do reservado ator Matthew Fox, que era o irmão mais velho de "O Quinteto" ("Party of Five") e depois sumiu da tela, até aparecer como o médico galã que seria o mocinho perfeito de "Lost", não fosse seu passado também sombrio. Comenta-se que chove papéis em filmes grandes de Hollywood para Fox, mas ele só aceita conversar quando "Lost" acabar, se é que vai acabar.

Quem foi do nada absoluto ao estrelato é a linda atriz canadense Evangeline Lilly, que vive a fora-da-lei Kate Austen, que vive uma tensão romântica com Jack, mas tal qual Mulder e Scully ("Arquivo X") não rola nada. Em pouco tempo, Lilly foi de um comercial de namoros por telefone ao papel feminino principal de "Lost". E daí para a disputa de quem vai encarnar a superprodução "Mulher Maravilha" no cinema, em 2007.

"Lost" é mesmo uma febre. No orkut, inúmeras comunidades discutem as teorias conspiratórias malucas que podiam explicar a série. Estandes de DVDs piratas vendem episódios baixados na internet a R$ 10, com grande procura.

E antes que este texto possa estragar qualquer surpresa da segunda temporada, para qualquer grupo de fãs de "Lost", é bom pará-lo por aqui. Mas não se engane: alguns mistérios serão solucionados, um monte de outros aparecerão. E pelo que pode contar quem já viu até o 14º episódio desta segunda temporada, o "Lost" do título, mais do que os sobreviventes do desastre do avião na série, continuará sendo você, o telespectador.




PROMOÇÃO DA SEMANA

Vamuaê. Dá uma olhada no que tem de prêmios nesta semana. Você sabe, para concorrer ao sorteio é só mandar um e-mail para lucio@uol.com.br dizendo o prêmio (ou os) que você está a fim de ganhar na sorte.

* O single importado de "The Fallen", do Franz Ferdinand, que tem a versão normal, uma maravilhosa versão acústica, o cover "Sexy Boy", do Air, e a retumbante "Do You Want To" na versão eletrônica do DJ f*dão Erol Alkan.

* Talvez o melhor prêmio da semana, um chaveiro tudo-de-bom de Homer Simpson tocando guitarra e fazendo careta.

* o pacote "Bizz", o último, com quatro fascículos da história do rock + um DVD com o making of do discaço "The Joshua Tree", da série Classic Albums.




LISTA DOS VENCEDORES

* o novo DVD do Bloc Party, o documentário "God Bless Bloc
Party"
- José Julio
São Paulo, SP

* pacote "Bizz" com quatro fascículos da história do rock + um DVD com o making of do discaço "The Joshua Tree", do U2
- Regianne Toledo
Rio de Janeiro, RJ
- Augusto Yorke
Santos, SP

* o histórico disco "Goo", dos nova-iorquinos do Sonic Youth, oferecimento da loja indie London Calling (www.londoncalling.com.br)
- Núria de Oliveira
Americana, SP

* pacote Sum Records, com uma camiseta babylook e o CD-coletânea "Their Law", do espetacular Prodigy, banda electropunk inglesa.
- Mariane R. Rodrigues
São Paulo, SP




HORA DO TCHAU

Tchau.
Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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