Pensata

Lúcio Ribeiro

05/05/2006

Ídolos

"Around the world, around the world
Around the world, around the world
Around the world, around the world"
Daft Punk, em "Around the World"

"She's a woman, you know what I mean,
You better listen, listen to me
She's gonna set you freeeeeeeeeeeee
Oh oh yeah...."
Wolfmother, em Woman

"And nothing lasts forever
but be honest, babe
It hurts but it may be the only way"
Kanye West, em "Heard' Em Say"


Olá.
Cá estou eu, entretenha-me.

* Nesta semana na coluna, o que há de melhor e o pior no pop.

* Logo mais, um olhar em fatos e fotos sobre o fantástico Coachella Festival, um dos principais festivais de breaks, beats, riffs, melodies, hips, hops e hooks do mundo.

Lúcio Ribeiro



* Só eu mesmo para, na véspera de pegar o avião da Varig de volta ao Brasil (óbvio, não existiu esse avião da Varig), resolver me despedir dos EUA assistindo a um filminho no cinema, tal. Filme escolhido: "United 93", a história de um dos aviões sequestrados dos EUA, o que se espatifou na Pensilvânia, contada de dentro da aeronave. Foi quase tão "emocionante" quanto uma vez que, em volta da Argentina, peguei um dos vôos mais turbulentos da história da aviação na semana que eu vi os três primeiros episódios de "Lost".

* Lançada aqui a campanha "Ídolos Indie". Alguém, alguma casa tipo Milo, Funhouse, Berlim, CB, precisa criar um similar rock para o programa de calouros do SBT. Tipo quando o Reading Festival armou uma tenda de karaokê indie para a galera ir "viver" seu dia de estrela interpretando Oasis, Radiohead, Nirvana diante de um público gigante que muitas vezes era maior que em algum outro palco que estava tendo show de verdade. Mas no "Ídolos Indie" tinha que ser igual ao programa da TV: sem música. Moçada segurando só no gogó os sucessos de bandas como Strokes, Franz Ferdinand, Cansei de Ser Sexy... Já pensou?

* Falando em cinema e falando em "Ídolos", na viagem vi também o filme "American Dreamz", bobagem bem engraçada sobre essa coisa de calouros e pá. O mote do filme é: "Imagine um país em que o presidente não lê jornal, o governo encampa uma guerra por todas as razões erradas e o povo vota mais na escolha de um ídolo pop do que no próximo presidente". É com o Hugh Grant e a feiola Mandy Moore. Envolve música, terrorismo, guerra do Iraque, TV, pataquada pop e tem um final, hã, explosivo. Ops...

* "United 93" estréia no Brasil em junho, com o nome "Vôo 93". "American Dreamz" entra em cartaz por aqui em julho batizado de "Tudo Pela Fama".

* Na semana passada escrevi sobre uma sacolejante onda disco punk que anima a cena indie britânica, já que os americanos do Rapture, que botaram fogo em tudo lá atrás com "House of Jealous Lovers", haviam dado uma desencanada. Falei dos ótimos Klaxons, do Infadels (que eu perdi em três festivais seguidos), do Hot Chip. Pois não é que acaba de chegar na rede uma música nova do Rapture, a espertíssima "W.A.Y.U.H.", quebra-assoalho das boas, bem Talking Headz (assim, com "z"). Não tenho idéia o que significa a letra. Li no Pitchfork que este novo single do Rapture, produzido pelo bam-bam Danger Mouse, indica uma evolução no disco punk do grupo nova-iorquino. Eles estão indo de 1979 para... 1980. Òtimo.

* O que você está fazendo, hein, André? Essa frase, "cantada" por Joey Ramone com sotaque paulistano, está no finalzinho de "We're a Happy Family", mas na versão do disco "Rocket to Russia", fui informado por uma série de leitores espertos. Para quem não sabe do que estou falando aqui, tudo isso se refere ao que escrevi semana passada e é uma das coisas mais engraçadas que eu vi neste ano. O site cognatas.dromma.org, que interpreta em português o que artistas gringos estão cantando. É maluquice, mesmo. Tipo o Clash cantando "Charlize, que saudadeeeees" no refrão de "Rock the Casbah". Porque, sim, é isso mesmo que o Joe Strummer canta, não é?
E parece que tem vários outros sites que tratam do mesmo tema.

* Hora de retomar a Popload Brasil Tour 2006. Nesta sexta, 5, tem festança das boas no Studio SP, com discotecagem deste colunista e show dos Forgotten Boys. Na semana que vem, quinta-11, volta a residência na noite "hot" Rock Fellas, do clube Vegas. E vem aí datas de Goiânia, Curitiba, Brasília e Ribeirão Preto.

* Aí, BH. Me fale desta banda Zé da Guiomar, que esta causando zunzum no circuito alternativo daí com... samba.




COACHELLA 2006

Talvez o maior evento pop hoje no mundo, em gigantismo, o último Coachella Festival, na Califórnia, ocorrido na última semana, foi espetacular. Pelo seguinte:

* O Coachella Music & Arts perde em número de bandas para alguns festivais ingleses, mas a comida é decente, a paisagem é espetacular, as meninas assistem aos shows de biquíni, o festival é inteirinho enfeitado por obras de arte malucas, a maioria dessas obras são na verdade chafarizes para espirrar vapores d'água e deixar ameno o calor do deserto. Tudo bem, tem que tomar cerveja num "cercadinho", porque a lei não permite você ir para a beira do palco ver um show com um copo (de plástico) de cerveja na mão (?!?).

* Havia um robô passeando pelo festival e conversando com as pessoas. Ele tinha olhos e ouvidos humanos, via o que você fazia e falava. E ficava olhando para o palco, como se estivesse interessado nos shows. Não pergunte mais que isso, porque não sei. Mas tentei saber: "Oi, quem é você", perguntei. Ele: "Oi, eu sou o robô". O "must" era tirar fotos com ele. E ele, acredite, posava.

* Poucos são os festivais que promovem o improvável duelo Madonna x Seu Jorge. Madonna, "intrusa" pop em festival tão indie, arrastou 30 mil pessoas para a tenda dance onde normalmente cabiam 10 mil, apertadas. E o "nosso" Seu Jorge deu só o azar de tocar no mesmo horário que a cantora iniciava sua turnê mundial, na primeira vez na vida que uma artista de seu porte tocava num festival. Mas no Coachella tem gente para ver tudo. Não tenho idéia como foi o Seu Jorge, mas por curiosidade procurei informações na internet e achei um blog de um americano com fotos do show do brasileiro. Ou seja, alguém viu o Seu Jorge, sim.

* Brincadeira: o menino do blog acima disse que o show foi divertidíssimo e a tenda do seu Jorge estava lotadaça. Pelo menos no começo (até a Madonna entrar...).

* Para você ver como tem gente para tudo num festival como o Coachella (o público total, somados sábado e domingo, deu 110 mil pessoas e um robô), existia uma tenda no meio da gigante área do festival que funcionava assim. Chama Oasis, espirrava água para todo lado, e a decoração interior era como se fosse uma mata (no meio daquele deserto). Tocava trance, tinha gente fazendo malabares, DJ tocando em picapes instaladas no meio de duas árvores (de papelão), essas coisas. Não teve nenhum minuto em que tal tenda Oasis não estivesse abarrotada. Nem na hora da Madonna, do Depeche Mode, do Tool, do Daft Punk, do Kanye West, do Scissor Sisters, do Franz Ferdinand, do que fosse.

Lúcio Ribeiro
O guitarrista Stockdale, do Wolfmother, em pose de rock star; o ator Danny De Vito anunciando a entrada do Eagles of Death Metal; Alec Ounsworth, do Clap Your Hands Say Yeah; e o fera Josh Homme na bateria do EODM


* Frases do Coachella 2006:
- "E aí, Coachella? Esta é minha primeira vez num festival. Me trate com amor, tá?", falou Madonna. "Coachella, eu fico de joelhos por vocês. E eu só fico assim porque eu QUERO ficar", continuo Madonna. "Está muito quente aqui para ficar com roupa. Posso tirar minha calça", mandou. "Você acha que minha bunda está OK?", finalizou Madonna.
- "Povo branco aí da platéia. Essa é a sua chance de gritar bem alto a palavra 'niggaz'", disse o rapper Kanye West, na hora de cantar o hit "Gold Digger", que tem a referência da cor negra na letra (corruptela de "nigger"), em palavra só tolerada por negros quando um outro negro fala.
- "Essa música é para um ex-namorado meu. Na verdade ela é minha, mas ele a roubou. Hoje ele é rico, famoso, não quer saber mais de mim. Ele me deixou com um coração quebrado. E com um hímen quebrado", veio com essa a cantora e guitarrista Annie Hardy, tipo boneca frágil, na hora de tocar "Wicked Game", do veterano cantor cool Chris Isaak. Fazendo as contas de quando o sucesso foi escrito, Annie teria 8 anos na época em que o "namorado" Isaak teria roubado "Wicked Game" dela.

* É difícil falar de "melhor show" em um festival com a dimensão do Coachella, mas se fosse para eleger um, dentre os que eu nunca tinha visto antes, esse um seria a banda australiana Wolfmother, de Sydney. Black Sabbath e Led Zeppelin para a geração que entende o hard rock apenas desde o Metallica e conhece o Ozzy só pelao reality show da MTV. O figuraça Andrew Stockdale, vocalista, guitarrista e branco de cabelo black power, é o próprio Ozzy. A banda é a própria Led Zeppelin. O grupo se autodefine "romantic pre-metal". Ver o Wolfmother em performance é entender a linha histórica do rock que começou nos anos 70, passou pelo punk metal do Nirvana, veio viajando com o stoner do Queens of the Stone Age e descambou no moderníssimo White Stripes. Show intenso, público interessado, o Stockdale não acreditando de felicidade. Duas palavras: Wolfmother.

* Eu devo estar num irreversível processo inverso da velhice. Quanto mais o tempo passa, mais eu me interesso por bandas novas e barulhentas. E perco minha paciência logo pelas coisas antigas. Não aguentei dois minutos do Tool, bocejei muito no Depeche Mode, jamais iria ver o decrépito (há tempos) Echo & The Bunnymen se estivesse no Brasil, para não manchar de vez seu passado glorioso. A não ser que essa velhice venha embalada por uma contemporaneidade tudo-a-ver como faz o Wolfmother, por exemplo. E nada me traz mais felicidade do que, por exemplo, ter visto a tosquice indie inglesa do Art Brut, que atualiza da sua forma o one-two-three-four de seus antepassados Sex Pistols, ou o rockinho barulhento e meigo da dupla californiana Giant Drag, que pegou o bastão do grunge e vai levando o som de garagem típico americano adiante. O Art Brut começou o show feroz, tardão da noite pós-Madonna e já encerrando o festival, com "Formed a Band", gritando a ironia de um bando de moleques quaisquer como aquele ter formado uma banda e estar tocando em um megafestival do outro lado do Atlântico. O Art Brut, a banda toda, é cheia de estilo. O vocalista, o "grande" Eddie Argos, é impagável. Ele, no estilo Pulp e Fall, não canta, fala. "Ei, Coachella. Nós formamos uma banda e estamos aqui. Alguma pergunta?", disse Argos. Alguém na platéia: "Quando vocês vão tocar 'My Little Brother'?". Argos: "Pois não. Podemos tocá-la agora". E lá Argos contando a historinha, por cima de uma barulheira com todo o sentido do mundo, do pequeno irmão que acabou de descobrir o rock e ficou pirado, com um zumbido intermitente na orelha que nunca mais vai sair. Bem antes, cedo no dia, com um sol de rachar moleira, em um dos palcos abertos se apresentava a pequena Giant Drag, banda-de-dois tipo White Stripes. O cara, Micah Calabrese, de óculos escuros e cool, na bateria, lá atrás. Na frente, de minissaia e toda maquiadinha, vinha a agora ruivinha Annie Hardy, um furacão com cara de boneca. Conversadeira, Annie adora ficar conversando com a galera, enquanto não está cantando músicas de desespero juvenil, tipo como as que o Throwing Muses, Belly e o Breeders cantavam. Espirituosa, tem sempre resposta em cima para os engraçadinhos, conversa sobre o tempo, sobre as outras bandas do festival. E de seus dedos de unhas pintadas estilo college saem as notas mais gostosas do novo rock americano. Que menina!

Lúcio Ribeiro
Momento viagem do Sigur Rós, por Jón; Annie Hardy canta com o coração no show do Giant Drag; o rapper Kanye West manda a palavra em showzaço; de novo, Annie


* E teve a Madonna, glamurosa, poderosa, hipnótica. Eu vi umas duas camisetas "contra a Madonna no Coachella", "the bitch in the dance tent", mas o povo queria mais ver o primeiro show dela em festivais na extensa vida artística da moça de 47 anos que tira a roupa, engatinha no palco, dá uma viradinha e pergunta se seu "ass" ainda está em cima. Esperta, por baixo de seu popinho disco ela bota uma base eletrônica forte o suficiente para chacoalhar todos os ossos mesmo de quem nem está aí para ela. Para quem pensou que ela ia fazer um show de pequeno porte por estar num festival e fora do palco principal, "apenas" na tenda dance, Madonna foi intensa enquanto durou. Superprodução, pencas de dançarinos, muito visual, muita luz, tocou guitarra, gemeu, gritou, provocou, tocou uma velha, mas em versão nova ("Everybody"). Tudo em 35 minutos. E, pum, sumiu. Título de capa do "Desert Sun", o jornal local daquela região da Califórnia: "MAD-NESS"

* Impressionou-me a quantidade de público e o entusiasmo geral para ver os britânicos do Bloc Party, no outdoor stage, o segundo maior palco do festival (tinha 5) e fora das tendas. Kele Okereke é semideus lá. Cheguei perto do palco para tirar fotos das três primeiras músicas e quase não consegui sair para o meio do povo, na hora de esvaziar a região de fotógrafos. E a banda correspondeu com um show inteirinho intenso. No dia seguinte, o Eagles of Death Metal, do gênio Josh "Stone Age" Homme, foi apresentado assim pelo ator Danny De Vito: "Com vocês, a melhor banda de rock do mundo". Mas o show, com Josh Homme na bateria, foi morno. Para amigos. Mas uma coisa o Eagles of Death Metal notoriamente esbanja: baita banda sexy. Falando em sexy, o Daft Punk foi mágico. Uma vez tinha ido a um show deles na França, em um festival, em que a dupla simplesmente não apareceu para tocar. Visualmente não apareceu. O som eletro-robótico estava lá, mas no palco só tinha duas picapes. Foi assim o show inteiro. Sonzão rolando, todo mundo sem tirar o olho das picapes vazias. Desta vez, no Coachella, quando as luzes se acenderam e as cortinas negras se abriram, apareceram dois robôs numa pirâmide imensa. A música de largada foi "Robot Rock". Talvez em homenagem ao caráter roqueiro do Coachella, o princípio escolhido foi o de intermitentes riffs de guitarra à lá heavy metal. Depois de muitos anos sem fazerem shows, lá estava a dupla francesa Daft Punk, em carne e osso metálicos. Estava tudo certo. Noite linda no meio do deserto e dois caras tipo robôs-ETs numa pirâmide colorida com telão moderníssimo. Este é meu terceiro Coachella seguido e poucas vezes no festival eu vi uma comoção geral como em "Technologic" e principalmente como em "One More Time". Quase não estava dando para respirar dentro da tenda. Dali até o final mágico, com a extensa "Human After All", eles, humanos enfim, bateram palmas para o público. E todo mundo, com uma felicidade incrível na cara, saiu da tenda para respirar. No setor hip hop, foi o melhor ano do festival. Primeiro pela majestade que é o Kanye West, que sozinho e fazendo o tradicional show de rap hey-ho dominava aquele palco absurdamente grande do Coachella como se lá estivesse um coletivo de rap de dez caras. Rap com cordas, DJ espertíssimo chutando os samplers para o alto e ao vivo, momento Michael Jackson, brincadeira com "Take on Me", do A-Ha ("Brincadeira nada. Eu curto mesmo essa música") e, óbvio, a fantástica "Gold Digger". Kanye West é o cara. Outro da mesma seara a se apresentar foi o bizarro Matisyahu. Bizarro pela composição dele, só. Judeu ortodoxo cantando rap para as massas. Bom pacas, o cara tem o dom, tem a palavra. Começou a 100 por hora, toca com banda, segura a rima o tempo todo, mas estava cansando no fim. Aí veio o hit da MTV, a "Young", e tudo acabou bem.
* Mais shows do Coachella na semana que vem. Preciso organizar os pensamentos, ainda.

* Lógico, o You Tube tem muita coisa do festival, como tem muita coisa de tudo sempre. Digita lá uma banda e a palavra Coachella. Se você quiser uma seleção legal e prontinha de vídeos do Coachella 06, dê um pulo no site do camarada Bruno Natal, do Rio de Janeiro, que você ficará bem servido. O Bruno conta ainda sua visão do festival. Está tudo no esperto Urbe (www.gardenal.org/urbe).

Lúcio Ribeiro
A hora do show da Madonna chegou, diz o telão; enfim, o Daft Punk mostra a cara ao vivo. Mais ou menos; nosso amigo Alex Kapranos, do sempre ótimo Franz Ferdinand; visual do Coachella; e quem pode com Karen O, do Yeah Yeah Yeahs?





MAAAAAAIS

* Que mané Coachella. Yes, nós temos festivais. Dos dias 19 a 21, em Jacutinga, Minas Gerais, acontece o Rock in Lago festival, com o famoso grupo indie carioca Moptop e várias bandas locais e de Monte Sião. Rola numa estância hidromineral e nem é longe de Campinas (SP). Uma realização da galera do Jacutinga Rock Clube. // E neste momento, desde esta quinta até este sábado, em Natal (RN), os holofotes indies estão direcionados a Natal, onde acontece o enorme Mada. Neste ano vai ter de bom Cansei de Ser Sexy (SP), Macaco Bong (MT), Zefirina Bomba (PB), Los Porongas (AC), The Automatics (RN), Cabaret (RJ), entre outros. // Semana que vem tem o internacional Skol Beats, em São Paulo, com Prodigy, LCD Soundsystem, Tiga e o escambau. // Na ooooutra semana, dias 19, 20 e 21 de maio, em Goiânia rola o potente Bananada, armação da galera brava da Monstro (www.monstrodiscos.com.br). Vai ter do WC Masculino (GO) até os Porcas Borboletas (MG). Esta coluna estará representada em Goiânia, na época.//

* Balada internacional no projeto 2em1, neste domingo. Bonde do Rolê + Cansei de Ser Sexy, em show de aquecimento para a turnê americana. A balada é no Coppola (rua Girassol, 323, Vila Madalena).

* Reportagem ótima no paulistano "JT" desta semana, assinada por Ludmila Azevedo. Era a respeito do preconceito que o povo emocore sofre nas Galerias do Rock, o coração roqueiro de São Paulo. O negócio é sério. Do síndico do lugar à lojistas, ninguém suporta integrantes da tribo que curte "som levemente pesado e adoçado com letras românticas". Geralmente teens sem trabalho e por consequência sem grana, eles são malvistos no local porque não compram discos e "ficam se beijando na porta das lojas", disse uma comerciante. "Proibido estacionar emos e emas", chegou a aparecer escrito em cartaz fixado numa vitrine de loja de discos da galeria. Sociologia rock profunda.

* Já ouviu as músicas novas do Radiohead, ao vivo, que apareceram na rede? Parece que o embaço do disco vai durar até 2007. E, com isso, o show no Brasil...

* "Let's impeach the president for lying/ And leading our country into war/ Abusing all the power that we gave him/ And shipping all our money out the door". Tem Neil Young novo na área.

* Estou com impressão que esqueço algo importante. Mas vou parar por aqui mesmo assim. Se eu contasse porque eu atrasei tanto a coluna desta semana, nem uma dúzia de PMs iria segurar a fúria de milhares de leitores. Chega.




PROMOÇÃO DA SEMANA

* Para acabar. Um par de ingressos para o Skol Prodigy LCD Beats, que acontece sábado 13 em São Paulo. Mande seu email com telefone, pois o ganhador vai ser avisado por ele e retirará o ingresso comigo próximo do final de semana.

* Mais: um single importado do ótimo Raconteurs, "Steady As She Goes"

* Um exemplar da revista "Filter", com o disco "Welcome to the Desert 2006", distribuído no Coachella, com músicas de Wolfmother, Morrissey, Secret Machines, Nine Black Alps, Walkmen, Vines etc.





VENCEDORES DA PROMO

Eu sei, você não vai acreditar. mas até segunda eu publico ela aqui.



Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

E-mail: lucio@uol.com.br

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