Pensata

Lúcio Ribeiro

24/10/2001

Brasil, um país maravilhoso
(Free Jazz, Carlinhos Brown e White Stripes)

Bem, você está aí em sua pequena sala/
e você está trabalhando em uma coisa muito legal/
mas se é assim tão legal/
você vai precisar de uma sala maior/
e quando você tiver numa sala maior/
você pode não saber direito o que fazer/
você deverá ter que pensar/
de como você começou/
sentado em uma pequena sala/
da da dá, da da dá...

"Little Room", The White Stripes

Eu acho graça quando muitos me associam a essa história do "boom" dos Strokes, só por causa da capa que eu fiz para a "Ilustrada" em abril, ou porque os caras vira e mexe são bem tratados aqui nesta coluna.

Eu sempre gostei mais do White Stripes...

Mas do White Stripes eu falo mais depois, porque agora tenho um papo sério a tratar. E nem é ingresso para o Belle & Sebastian, que vai ter de monte lá embaixo. É o seguinte:

Como no histórico "hino" pelego de Dom e Ravel, que quem tem mais de 30 sabe o que significou, o meu coração é/está verde, amarelo, branco e azul de anil.

Eu amo o Brasil, país tropical, abençoado por Deus, longe da guerra, sem desgraças naturais (hã?!?).

Só neste ano, no país que é bonito por natureza, passaram os shows de R.E.M., Neil Young, Foo Fighters, Oasis, Queens of the Stone Age, Luna, Asian Dub Foundation, Irmãos Rocha!, Jon Spencer Blues Explosion, Britney Spears (o quê?!?), Beck, Nebula, Chili Peppers, Buzzcocks, Man or Astro-Man e alguns outros.

E daqui a algumas horas, Grandaddy, Sigur Rós, Belle & Sebastian, Roni Size, Richard D. James (Aphex Twin), Fatboy Slim. E daqui a uns dias Trail of Dead, Cat Power, Carl Cox, Felix Da Housecat...

Tem um especialzinho fuçado do Free Jazz mais pra baixo, o vencedor da valiosa entrada para os shows de sexta em SP, uma movimentadíssima bolsa de ingressos para salvar desesperados etc. e tal. Mas...

...Outra coisa que me orgulha de ter nascido com esse gingado brazuca foi de saber de um episódio que aconteceu sábado passado aqui em São Paulo. O tão-falado show do Carlinhos Brown. Anúncio de página inteira, programas de TV, entrevistas nas rádios e uma antológica entrevista de gênios do Brown com o Arnaldo Antunes e do Arnaldo Antunes com o Brown. Deu no "Caderno 2", do "Estadão". Entendeu ou não? Foi um entrevistando o outro.

Pois é, sabadão à noite, casa luxuosa (DirecTV Hall), bairro bem localizado (Ibirapuera), grande nome da MPB. Público: 20 pessoas. VINTE.

Efeito colateral básico: cancelaram o show de domingo.

A inquebrável marca do famoso show da banda Refugs, de Marcelo Orozco (não conhece?), no antigo Armageddon (rua Augusta), em 1992, foi... quebrado. Era até então o público mais caído de show da história. Tinha 21 pessoas.

Deu lágrima nos olhos saber.

E não perca logo mais alguns trechos "selecionados" da conversa de malu... da entrevista Brown/Antunes, Antunes/Brown.

Então. Continuando...

...Vai ser legal ser brasileiro em novembro. Será lançado no país no próximo dia 15 de novembro, pela Sum Records, isto aqui:


www.whitestripes.com
uma das capas do terceiro CD do White Stripes, que será lançado aqui no Brasil em novembro


Tem nome de "White Blood Cells" e é o mais recente dos três discos desta banda de Detroit, já bastante falada nesta coluna em edições passadas. A banda é de Detroit e só tem DOIS integrantes, o "dono" e intrigante Jack White e a cool Meg White.

Ele: canta (a voz do cara é...), toca guitarra e piano. Ela, baterista. Sem baixo, sem mais nada.

"White Blood Cells", o álbum, lançado lá fora em junho, é sensacional. Fácil, fácil, um dos três melhores discos deste rico ano de grandes CDs.

Conheça algumas faixas catando na internet ou ouvindo na rádio Good Hit, desta coluna. Está esperando o quê?

Descendo neste texto, você vai encontrar mais White Stripes e mais lançamentos de discos espetaculares no Brasil.

Boa coluna!

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FREE JAZZ - URGENTE!!!

Belle & Sebastian vai tocar Mutantes!

A banda Belle & Sebastian já está no Brasil. O grupo gravou nesta quarta, numa casa no bairro de Pinheiros, em SP, um especial para a MTV, com sessão exclusiva de quatro músicas, que vai ao ar no próximo dia 10 de novembro. Durante a preparação para o especial, a banda ensaiou a canção brasileira "A Minha Menina", dos Mutantes, a tão aguardada "homenagem" que o B&S costuma fazer para o público dos lugares em que toca. A música, claro, será cantada em português.

* Para o tal especial da MTV, que fará pate do programa "Lado B", as músicas gravadas na sessão brasileira exclusiva são: "I Fought in the War", "Too Much Love", "Legal Man" e "A Minha Menina".

* O B&S vai tocar no Jô, nesta quinta-feira, a inédita "Wandering Alone", não gravada ainda nem nunca tocada em shows até hoje.

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Belle & Sebastian exclusivo

Confira agora áudios e fotos da sessão de gravação do Belle & Sebastian para o especial da MTV.
Dá para ouvir uma das músicas do especial, o single "Legal Man", e ainda uma saudação do líder do amado grupo escocês, Stuart Murdoch, aos leitores desta coluna. Divirta-se.

ÁUDIOS
  • Ouça o ensaio da banda.


  • Depoimento para a coluna.


  • FOTOS
    [Clique para nas imagens para ver galeria especial]

    Lúcio Ribeiro
    B&S afinam os violinos em São Paulo


    Lúcio Ribeiro
    B&S gravam especial para a MTV Brasil


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    FREE JAZZ - DEPOIMENTOS

    Este colunista convidou a si mesmo e a alguns bacanas para contar rapidamente como foi ou como imagina que será estar diante das atrações mais badaladas do "nosso" Free Jazz Festival, que começa quinta no Rio e sexta em São Paulo. Vê aí o resultado disso.


    * Belle & Sebastian em San Francisco
    por Álvaro Pereira Jr. (Folha de S.Paulo)


    "É doce, fofinho e, de certo modo, inocente o tipo de show que o Belle & Sebastian faz. Quer dizer, pelo menos foi assim em San Francisco, que é uma cidade doce, fofinha e politicamente correta até o último floco de granola.

    O cantor fala o tempo todo com a platéia, o que provavelmente não vai dar muito certo no Brasil. Em certos momentos, chega a haver 13 músicos no palco, entre banda e auxiliares. Não existe nenhuma preocupação com o visual, e eles praticamente se comportam como se não houvesse ninguém os assistindo.

    Pelo menos metade das músicas são do último disco. Em geral, o repertório vem com arranjos ainda mais sofisticados do que em CD. Independente do clima bobinho, o que mais me chamou a atenção no show do B&S foi a capacidade técnica deles; todo mundo é muito bom músico, e está tudo muito bem ensaiado. Os fãs doces e fofinhos da banda não vão poder reclamar."


    * Grandaddy em Chelmsford, Inglaterra
    por José Flávio Jr. (Usina do Som)


    "A primeira vez que ouvi falar em Grandaddy foi quando Juliano Zappia escreveu um texto para o nosso fanzine, o Túnel 03, comentando uma apresentação do grupo numa casa londrina, em meados de 1998. Uma cover de 'Here', do Pavement, e o quase hit 'Summer Here Kids' foram os grandes momentos do show, pelo que me lembro. A linda 'AM 180' gravada numa fitinha cassete me fez ir atrás do disco "Under the Western Freeway", o qual emprestei para Lúcio Ribeiro, que, na época, não deu muita bola.

    Daí eles lançaram "The Sophtware Slump", um álbum conceitual que caiu nas graças da crítica e que, na minha limitada opinião, tem um pouco de todas as fases do Neil Young, inspiração em David Bowie e ascendente em Pixies. Pude ver o quinteto no festival de Reading do ano passado, quando eles tocaram no palco secundário, na mesma hora em que o Foo Fighters quebrava tudo no principal.

    Num momento de desespero, me posicionei num lugar em que com o ouvido esquerdo podia ouvir a banda de Dave Grohl e com o direito escutava o psicodelismo rural dos barbudinhos californianos. Ridículo, né?

    Então este ano eu fui assistir ao V2001, onde o Grandaddy tocaria na tenda coberta. Antes de tomar meu posto, dei uma espiadinha no main stage. Quem estava lá? Foo Fighters! Impiedosamente, esqueci que Dave é nosso melhor amigo (meu e do Lúcio), dei as costas para 'Generator' e fui ver o grupo do ex-skatista Jason Lytle fazer um show melhor do que o de 2000. O que fez a diferença (além de eu poder usar os dois ouvidos) foi um projetor no meio do palco, que transformou cada música tocada num videoclipe. 'The Crystal Lake' e 'So You'll Aim Toward the Sky', que fecharam a performance, emocionaram todos os presentes. Não faltaram palmas e urros, manifestações que devem acometer cariocas e paulistas esta semana, antes do sono profundo ao som do Sigur Rós e do despertar regozijador com o Belle & Sebastian."


    * Sigur Rós em Londres
    por Luciano Vianna (London Burning e Jornal do Brasil)


    "Foi no final do ano de 99 que eu escutei falar pela primeira vez em Sigur Rós. Um burburinho pelas festas indie de Londres dizia que havia uma banda islandesa fora do comum que resgatava todo o som etéreo da gravadora 4 AD (Cocteau Twins, Lush) de uma forma toda especial.

    No começo de janeiro, a NME anunciava o show do Sigur Rós para o seu festival, o NME Premier, no

    Astoria. Mas o que pouca gente soube é que quatro dias antes, alguns privilegiados puderam conferir uma apresentação quase surpresa do grupo na sala de catecismo de uma igreja no norte de Londres.

    Entre velas e quadros religiosos, o Sigur Rós não poderia ter escolhido melhor lugar para a sua estréia londrina. O público, de pouco mais de 100 pessoas (a lotação máxima da sala), misturava executivos de gravadora, artistas e jornalistas. Tocando músicas do 1º e 2º CDs, eles deixaram todo mundo boquiaberto com a força de suas interpretações, que, ao vivo, soavam ainda mais tocante e emocionante que no disco.

    Depois desse show, ainda assisti a mais quatro apresentações do Sigur Rós no último ano, mas nenhuma se comparou a estréia da banda na sala de catecismo da Union Chapel. Foi mágico."


    * Roni Size em SP e além
    Por Cássio Starling Carlos (Editor do "Folhateen")


    "Prepare seus calcanhares! Apesar das vaias que recebeu por aqui na apresentação do malfadado CloseUp Planet, Roni Size resolveu voltar (agora acompanhado de sua gangue completa) para dar a ouvidos brasileiros aquilo que sabe que gostamos: boa música.

    Esqueça a idéia de DJs escondidos atrás da parafernália eletrônica ou de uma apresentação gélida como a que o Massive Attack fez há três anos. A mistura de soul, hip hop, dub, jazz e (por que não?) reggae fica ainda mais explícita ao vivo, com os vocais noturnos de Onallee e os ataques verbais de MC Dynamite à frente do palco.

    Enquanto isso, Roni Size, Krust, Die e Suv pilotam teclados e disparam as bombas rítmicas em direção aos quadris da platéia. Depois da quebradeira, dá até medo pensar o que o demoníaco Aphex Twin vai aprontar com sua furadeira."


    * DJ Richard D James (Aphex Twin), em Barcelona
    por Carlos Farinha (Bizarre Discos)


    "Quatro e meia da manhã. Não foi a primeira vez que eu me peguei perguntando por que faço essas coisas. Estava exausto, acordado desde das 9h do dia anterior, tinha enfrentado uma hora de sol escaldante para pegar minhas entradas e desde o meio-dia em pé assistindo shows, andando de palco em palco, mal comido um 'menu' (uma espécie de PF melhorado), andado quilômetros e disputado um táxi no tapa para chegar até o 'Sonar Night'.

    O festival em Barcelona (Sonar) é um dos mais legais do mundo pela proposta: sempre procura mostrar a música de vanguarda, sem se prender a um estilo específico mas sempre puxando mais para o lado da música eletrônica.

    Bom... mas eu estava no meu décimo segundo (!) show em menos de 24 horas, e estava acabado. Era óbvio que todas aquelas pessoas estavam ali para ver o cara mais estranho da música eletrônica discotecar. Tinham até assistido ao Sigur Rós e ouvido o Sonic Youth tocar Stockhausen sem reclamar. Quando apareceu Richard James no palco... O cara é uma doença.

    A pessoa veio ao mundo para incomodar, simplesmente isso. Muita gente não consegue ver seus vídeos de tanta má impressão que causam. Tenho uma amiga que quando morava na Inglaterra, toda vez que o fulano entrava no mesmo vagão de trem que ela, quando estava indo trabalhar, ele montado numa bike, ela saia, simplesmente porque não conseguia encarar o sujeito.

    Agora, no palco, James se divertia em ver as pessoas tentarem dançar uma seqüência de músicas totalmente esquizofrênica, impossível de ser dançada. Ele simplesmente não estava ali para fazer as pessoas dançar e sim para sacanear as pessoas. E as pessoas claro, sabiam que estavam lá para serem sacaneadas, e estavam adorando.

    Batidas quebradas. Agora um bate-estaca infernal. 10 minutos de bate-estaca. 10 minutos!! TUM, TUM, TUM... Solta de leve umas bases do Aphex Twin no fundo, as pessoas ficam excitadas, esperam eternamente entrar 'Come to Daddy'... que nunca entra... Muda de novo. Agora o 'pitch' é muito mais lento.

    De repente, as mesmas batidas, só que agora devagar, e os poucos que agora estavam pegando o jeito de dançar se perdem.

    Olhar as pessoas tentando dançar é muito, mas muito engraçado, a música é tão estranha que traduzida em movimentos, gera torções corporais mais estranhas ainda. Não há ordem, a lógica é a do caos. Porra, uma zona mesmo. A lógica é não deixar as pessoas se acostumarem demais com a música..

    Depois de duas horas estavam ainda todos ali, assistindo. Poucos ainda tentavam dançar, Richard James pulava no palco. Era óbvio: ele era a estrela, as pessoas simplesmente assistiam. Doente, doente, doente, pessoa doente."


    * Fatboy Slim, em Benicassim, Espanha
    por Lúcio Ribeiro (quem?)


    Já que o Farinha aí em cima usou todo o espaço para falar do doente Richard James, vou ser rapidinho no que é ver o Norman Cook ao vivo, baseado tanto em uma apresentação que vi dele em Londres (acho que em 1998) quanto no "show" da Espanha ( deste ano).

    O cara aparece em cena e dá a impressão de se estar no Maracanã, na hora em que o Flamengo entra em campo. Ele toca música de todo mundo (Madonna, Queen, Underworld) e a mesma música fica parecendo ser dele, só dele.

    O cara, sem falar uma palavra da hora que entra até a hora em que sai, se comunica "com os braços" o tempo todo com o público. Maior gente fina.

    Tudo, absolutamente tudo, do punk rock ao hip hop, fica legal quando tem o dedo do Fatboy Slim na jogada. Como diria uma amiga minha: 'Se joga'.

    Depois toma um Voltarem que as dores do corpo passam."

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    FREE JAZZ - GANHADOR DOS INGRESSOS

    Sem chorar. Você vai ler os nomes dos vencedores, não vai ver o seu (a não ser que...) e, sem desanimar, vai jogar todas as suas esperanças na bolsa de ingressos. Vai, coragem.

    * vencedor do ingresso para B&S/Sigur Rós e Grandaddy, sexta, SP:

    Fernanda Ikeda (através do e-mail da amiga Ana Carolina)

    * vencedor do ingresso para o Fatboy Slim, domingo, SP:

    Rogério Passetti

    obs.: os ingresso têm que ser retirados aqui comigo, no prédio da Folha de S.Paulo. Não dá tempo de chegar pelo correio. Fora o risco... Não é hora de vacilar.

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    FREE JAZZ - BOLSA DE INGRESSOS
    (aqui tem 18 disponíveis)

    Leitores atenderam ao chamado da bolsa de ingressos. E botam aqui, dentro da bolsa de ingressos, 18 ingressos disponíveis para esta edição do Free Jazz, a maioria para São Paulo, a maioria para o show do Belle & Sebastian, Grandaddy, Sigur Rós.

    Esta coluna não tratou de preços, o que deve ser feito diretamente com o proprietário das lindas entradas.

    Boas compras.

    * Altamiro Silva Jr tem quatro entradas para a primeira noite de SP, o show do Belle & Sebastian e turma boa.
    celular: (11) 9427 1954
    e-mail: altajr@hotmail.com

    * Felipe Dartt tem um ingresso para o mesmo show.
    e-mail:durden_gnoo@hotmail.com.br

    * Pedro Kalil diz ter "alguns" ingressos sobrando para o B&S em SP.
    e-mail: abacaxicorderosa@hotmail.com

    * Paulo Machado, de BH, tem um ingresso para o show do Belle & Sebastian desta quinta, no Rio.
    celular: (31) 9954-1556
    e-mail: pmachado64@hotmail.com

    * Newton Oliveira quer vender uma entrada para o Belle & Sebastian de SP, na sexta.
    e-mail: newton.oliveira@basf-sa.com.br

    * O Alessandro, de Curitiba, também sobrou com um ingresso para a noite rock de SP.
    telefone: 0xx41-9119-1209
    e-mail: weber@ppgte.ainfo.ceftpr.br

    * Eduardo Hybner, de BH, tem dois ingressos disponíveis para o show do Fatboy Slim no Rio de Janeiro, dia 27. Quer repassá-los a 60 reais cada um.
    telefone: 0xx31-9999-3472
    e-mail: eduardohybner@hotmail.com

    * Maurício Cardoso Jr. quer trocar um ingresso do Belle & Sebastian, da sexta, por um do Fatboy Slim, no domingo.
    e-mail: maurícioepm66@uol.com.br

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    FREE JAZZ - OUTRAS

    * Semana retrasada, em San Francisco, o leitor Sérgio Toledo saiu no meio de um show do Sigur Rós, de tão devagar que tava. Na saída, entre bocejos, comentou: "Depois de ver um show do Sigur Rós, me deu vontade de escutar Durutti Column e sair dançando frevo!"

    * Leitores escrevem enfurecidos com a revista "Veja". É que, depois de decretar que "Strokes até que é bom, porque não existe nada melhor", disseram que o show do Belle & Sebastian é "uma coisinha inócua" e ótimo para dormir. Bem, é a "Veja", não é mesmo?

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    FREE JAZZ - PROMOÇÃO DE CONSOLAÇÃO

    Vai perder os shows do Belle & Sebastian e Grandaddy no Free Jazz? Não tem jeito mesmo?

    Então, para amenizar a frustração, a loja de discos Velvet (www.velvetcds.com.br) e esta coluna oferecem para você dois CDs ao vivo em marcantes performances dos amados grupos indies. São eles:

    - "Belle & Sebastian - Black Sessions"

    Fantástica gravação de programa de rádio francês, registro de 1998 em Paris. São 12 canções de lascar.

    - "Grandaddy - Live in Sweden"

    10 faixas ao vivo de excelente show na Suécia, no ano passado. Traz ainda a música "Here", cover do Pavement, e uma faixa exclusiva pra o disco de Natal da XFM, rádio de Londres.

    Quer concorrer a um deles. Manda aí o e-mail, para lucio@uol.com.br. Claro, os dois discos estão valendo também para que for ver os shows do Free Jazz.

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    O QUE O SHOW DO B&S FAZ COM UMA PESSOA

    "Olá, Lúcio Costa. Eu sei que é Ribeiro, mas não ligo. Aposto que nem você. Talvez seja interessante eu me apresentar. Sou Otavio Albuquerque, originário dos campos verdejantes de Sorocaba. Hoje em dia moro em São Paulo e faço o curso de ciências socias na USP. Bom, eu nunca te mandei e-mail antes. Uma pessoa sensível poderia achar então que este e-mail é interesseiro, afinal só mandei por causa da promoção... Mas as coisas não são bem assim. Você sabe.... Deixa pra lá.

    A questão é: EU TENHO INGRESSOS PRO BELLE & SEBASTIAN! Saí segunda-feira de manhã naquela chuva torrencial para comprar os malditos ingressos, quiça ser o primeiro na fila. Convenci uma amiga minha a me levar de carro, tirei dinheiro e fiquei com a conta em vermelho. Fiz das tripas coração, mas consegui. Comprei o meu pagando metade com a maldita carteirinha da UNE mais um inteiro pra um amigo meu, um tal de Esttevam, que ainda nem pagou. Mas isso não vem ao caso. 75 reais mais pobre, mas que diabos importa??? EU VOU AO SHOW DO BELLE & SEBASTIAN E NÃO HÁ NADA QUE O PEDRO POSSA FAZER A RESPEITO DISSO!"

    Otávio Albuquerque

    Sorocaba, SP

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    MOSTRA DE CINEMA - PROMOÇÃO

    * Você sabe, São Paulo vive o superoutubro. Tem evento cultural na cidade por onde quer que você olhe: Free Jazz, Mostra Internacional de Cinema, shows do Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown. Loucura.

    No sábado passado, encarei quase quatro horas de poltrona para ver a versão remix do maravilhoso "Apocalipse Now", do Francis Ford Coppola, que vem com o nome "Redux" junto.

    O filme vai entrar em cartaz em 15 de novembro. Não perca por nada. O Marlon Brando é o Bin Laden. O Coppola previu isso.

    * Então, mas tem muito mais filmes legais, como você pôde ter acompanhado nas últimas colunas.

    Dois deles periga de você ver de graça, concorrendo aqui, no lucio@uol.com.br. Tenho um par de ingressos para duas sessões, ambas no dia 1º de novembro, na semana que vem: o ótimo "Hedwig - Rock, Amor e Traição", o melhor filme de rock dos últimos tempos; e "Histórias Proibidas" ("Storytelling"), do diretor dândi americano Todd Solondz, adepto do cinema-esquisito.

    A sessão de "Hedwig" acontecerá no Unibanco 1, às 22h50. Já a do "Histórias Proibidas", no Cinemark Market Place, às 21h.

    Está a fim?

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    CARLINHOS BROWN E O SHOW-FANTASMA

    * Antes de reproduzir trechos incríveis da entrevista Brown/Antunes, Antunes/Brown, uma fofoca.

    Diz que no sábado, casa vazia e tal, o Carlinhos teria dito essa durante o show-fantasma: "Ainda bem que foi assim. Pelo menos as pessoas que realmente gostam estão aqui".

    * Sabe o que é legal? Enquanto o Brown tocava para ninguém, 400 pessoas (20 vezes mais) entupiram a festa "Strokes", organizada pelo programa de rádio "Garagem". Na mesma hora, umas 250 pessoas circularam pelo Orbital, para ver a Tiazinha Rock'n'Roll no London Burning Festival. Não longe dali, outro tanto deste compareceu à festa de lançamento do disco do Looper no DJ Club.

    Não enxerga quem não quer.

    * E agora...

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    BROWN E ANTUNES

    Esteja avisado. Tire as crianças do computador. O material que você lerá agora contém fortes componentes caros aos gênios. Se não entender nada, não se preocupe. Ninguém que leu entendeu.

    A entrevista é de duas mãos. Selecionei os "melhores" trechos.

    Senhoras e Senhores, Carlinhos entrevistando Arnaldo.

    Brown - Arnaldo, com quantas palavras você faz uma música?

    Antunes - Com quantas não sobrarem.

    Agora, para você, Arnaldo entrevistando Carlinhos.

    Antunes - Faz tempo que você não faz show em São Paulo. Como é a expectativa pra esse?

    Brown (premonitório) - ...A minha expectativa é que a cidade que mais entende hoje a minha linguagem musical esteja presente no show para que eu possa mostrar como a música rítmica brasileira está viva e nova.

    Antunes - As sílabas servem para batucar?

    Brown - Sim, para batu-educar, para batu-alimentar, para batu-vinhar, para basco-escoar e para basquear-pintar.

    Antunes - Como você vê o impulso tribalista na sociedade contemporânea?

    Brown - A retribalização não se parece com indústria, quermesse organizada...

    Chega!



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    WHITE STRIPES NO BRASIL

    * O disco. O que vai ser lançado pela Sum daqui a duas semanas. Maravilhoso, e isso porque não tem a maior de todas, o hino "You're Pretty Good Looking", do disco anterior. Quer botar o White Stripes em um rótulo? Blues-punk. Mais ou menos.

    * Igualzinho ao que fazem os artistas brasileiros, o White Stripes resolveu fazer dois shows no mesmo dia em sua cidade-natal, Detroit, em uma faculdade. Um às 18h30 e outro às 20h. Os ingressos custam 1 (um) dólar.

    * Você achou que os Strokes causaram um buzz enorme na imprensa musical? Se prepare para o White Stripes.

    A revista "Dazed & Confused" instiga, em sua edição deste mês: "White Stripes. Você não acredita no hype? Está brincando?"

    * Já falei sobre isso uma vez aqui. Ainda não se sabe ao certo qual é a relação entre Jack e Meg White. Meg e Jack são irmãos. Jack e Meg são marido e mulher. Meg é ex-mulher de Jack. Vai saber.



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    OASIS É COOL - PROMOÇÃO

    Sabe o já lendário show do Oasis no Barrowlands, em Glasgow (Escócia)? O que teve participação muito especial do ex-guitarrista dos Smiths, Johnny Marr?

    Então, no caprichado site brasileiro www.oasisinet.com.br dá para puxar o show inteiro e ver uns vídeos da apresentação.

    Quer melhor?

    Fiz dois CDs desse show. Um para mim, claro.

    O outro eu vou sortear para quem quiser.

    O canal é aqui: lucio@uol.com.br



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    MICHAEL JACKSON BRASILEIRO

    Parece que o artista Otto está negro agora e está lançando um disco em homenagem ao Candomblé. Deu na Ilustrada.

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    AIR GUITAR - CAMPEONATO MUNDIAL

    Você não está levando a sério, não é? Acha que é cascata essa história que eu venho falando há semanas e que até virou página dupla no caderno cultural de "O Globo"?

    Pois no final de agosto último, na semana, rolou em Oulu, Finlândia, o Campeonato Mundial de Air Guitar, a sexta edição em do torneio virtual em terras finlandesas.

    O novo campeão mundial do troço é um inglês, Zac Monro, de Londres, que como prêmio ganhou uma guitarra elétrica real.

    O segundo lugar foi um finlandês; o terceiro, outro inglês.

    Público da final: 2500 pessoas (125 vezes maior que o do último (mesmo) show do Carlinhos Brown em SP.

    O site www.omvf.net/english.html tem tudo sobre o CMAG. Inclusive a performance do campeão Zac. Esse aí da foto abaixo.


    Reprodução



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    AIR GUITAR - AS MÚSICAS

    No www.airguitar.com, você conhece as 100 melhores músicas para air guitar. A primeira, não precisa dizer, é "Stairway to Heaven", aquela.

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    AIR GUITAR - AULAS DO PROF. PHILSON

    "Fiquei muito animado com todas essas notícias sobre air guitar. Sempre me segurei para não sair tocando, com medo da reação dos outros, mas acho que com o curso vou melhorar bastante... Mas vou treinar muito. Não sei se você se lembra do vídeo do Woodstock, mas o Joe Cocker, por exemplo, mandava muito mal na sua air guitar... Com certeza sou bem melhor que o Joe Cocker, para não ter tido a oportunidade de me apresentar no woodstock..."
    Ricardo Aranha

    Campinas, SP

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    AIR DRUMS

    "Lúcio.

    Quando li sobre os air drums na sua última coluna não pude deixar de te escrever.

    Primeiro porque dentre meu círculo de relacionamento sou o maior air drummer . No meu trabalho, por exemplo, ontem fui surpreendido pela minha chefe ao tocar "Last Nite", dos Strokes. Minha air drum é completa! Tem todas as peças! Agora, engraçado mesmo é um amigo meu metaleiro que toca air drum com dois bumbos.

    Queria me lançar também como um dos grandes precursores do 'talheres drum'. Nos almoços com o pessoal do trabalho e aos domingos na casa de minha avó eu estraçalho pratos, copos, garrafas de coca-cola e até taças de cristal ao aguardar a comida. Já prestei atenção até nas diferenças de tonalidade entre as mais diversas peças, e conclui que a travessa onde minha avó faz as saladas possui um som que faria inveja ao Hermeto Pascoal!!

    É isso!! Desculpe tanta bobagem..."

    Vlad Rocha

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    LE TIGRE NO BRASIL

    * Largue tudo e corra às lojas. Na surdina, a Sum Records botou no mercado nacional o (qual adjetivo ainda não usei?) fenomenal álbum homônimo das meninas do Le Tigre, a mais bacana banda de new new wave deste século.

    "Le Tigre", de 1999, não tem uma única música ruim. Se você ouvir a primeira, "Deceptacon", em uma pista de dança, o Le Tigre se torna sua banda preferida.

    * Fique ligado. Também deve chegar nesta semana ao Brasil, mas via importadoras, o mais recente álbum do Le Tigre, "Feminist Sheepstakes", que foi lançado na semana passada nos EUA. Semana que vem eu comento sobre ele.

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    MUITOS MAIS LANÇAMENTOS

    Numa fornada de acabar com qualquer salário, as lojas de discos do Brasil receberam, de uma talagada só, os seguintes lançamentos obrigatórios.

    * Looper, "Up a Tree"

    Quem pilota o Looper é o ex-baixista e fundador do Belle & Sebastian, o Stuart David. O Looper faz um pop que parece um Belle & Sebastian indo de encontro à eletrônica. Muito bom.

    * Mogwai, "Rock Action"

    Outro escocês legítimo aparece finalmente. O Mogwai faz a linha Sigur Rós de som viajante-parandão. Mas um parandão mais agitado. Entendeu? Nem eu.

    * Snow Patrol, "Songs for Polarbears"

    Talvez a banda escocesa mais rock de todas, o Snow Patrol, principalmente por este álbum de 1998, é demais. Faz rock inteligente, mas nada a ver com os Titãs. Aqui tem qualidade.

    * Joe Strummer & the Mescaleros, "Global A Go-Go"

    World rock de responsabilidade do ex-líder do Clash, Joe Strummer. Mistura um monte de sons, do reggae ao folk, e o resultado é bem razoável, se você estiver num bom dia.

    * Tindersticks, "Can Our Love..."

    Novo disco da ótima banda do único Stuart Staples, dono de voz rouca, que canta baixinho, enquanto toca uma guitarrinha minimalista. Quer se machucar? Eis um bom instrumento.

    * Pacotão Roir

    Esse lançamento é de chorar. A Trama edita aqui no Brasil cinco álbuns do excelente projeto ROIR, que em plena efervescência punk surgiu como gravadora para lançar... só fitas K-7.

    A idéia era pegar artista do punk, pré, durante e pós, e lançar edições de fita cassete com som raros, ao vivo, reedições, lados B, inéditas.

    Isso tudo virou CD, cujas belezuras estão sendo lançadas agora no país.

    Anote:

    MC5, "Babes in Arms"

    Television, "The Blow-Up"

    Bad Brains, "Bad Brains"

    Johnny Thunders & The Heartbreakers, "Live at Max Kansas City"

    Skatalites, "Stretching Out".

    É um melhor que o outro.

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    FELIX DA HOUSECAT NO BRASIL

    Em uma bizarra sintonia com o novo, dizem que pinta no Brasil neste final de mês/começo de novembro o excelente e totalmente fora de controle Felix da Housecat, grupo de Chicago que bota a new wave dentro do techno e tira da mistura um som de chacoalhar a alma em pista.

    A história é a de um festival eletrônico chamado Bavaria Vibe, que além do Felix traz o rei carrancudo do techno, o DJ inglês Carl Cox.

    Aguardemos mais notícias.

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    TRAIL OF DEAD NO BRASIL

    Em novembro, tampe os ouvidos. O punk texano do ...And Will Know Us by the Trail of Dead vai passar por aqui. Mas este texto vem fazer um apelo mineiro. Parece que eles só vão tocar em Belo Horizonte se chegarem ao e-mail da brava produtora Motor Music (motor@motormusic.com.br) 150 mensagens de nativos de BH pedindo o show. Vai, mineirada. Entope a caixa postal da Motor.


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    REVERB

    Sabe aquele programa bacanaço da HBO americano, todas às quartas, dois registros de bandas ao vivo. Pois na semana passada rolou Bjork e Sigur Rós. Se correr ao site www.revebnet.com, dá para pegar dois clipes exclusivos, um de cada banda.

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    DAWSON'S CREEK

    Na nova temporada de Dawson's Creek, esta que tem a galera amiga indo morar e estudar cada um num canto, rolou "Girlfriend in a Coma", linda canção dos Smiths.

    A canção tocou em um rádio, numa hora tal do episódio, que foi embalado por um negócio de a Joey ficar frustrada com uma visita do Dawson, que parece não estar ligando muito para a moçoila. Aquele velho papinho, de novo.

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    RÁDIO GOOD HIT


    A rádio desta coluna, que repousa incólume no site Usina do Som recebe estupendas (esse eu ainda não usei) novas canções nesta semana, naquele capricho que já virou tradição.

    Abra alas e os ouvidos para "The State I Am in", "I Could Be Dreaming" e "This Is Just a Modern Rock Song", todas do Belle & Sebastian, todas de uma sessão de rádio inglesa de 1996.

    Chega ainda "Dead Leaves and the Dirty Ground", "Fell in Love with a Girl" e "We're Going to Be Friends", que está no imperdível álbum do White Stripes que será lançado no Brasil, o "White Blood Cells". Vai conferindo.

    A rádio ganhou um endereço decente, para quem quiser ir direto a ela. Está registrada em www.goodhit.rg3.net/.

    A Usina do Som, você sabe, pode ser acessada através do www.usinadosom.com.br

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    GANHADORES DAS PROMOÇÕES

    * Belle & Sebastian - caixa "Lazy Line Painter Jane", com 3 singles.
    - Patrícia Menezes Paco
    São Paulo, SP


    * Fatboy Slim - CD "Halfway between the Gutter and the Stars"
    - Suzana Gnipper
    São Paulo, SP (acho)


    * Sigur Rós - "Agaelis Byrjun"
    - Douglas A. Seixas
    Salvador, BA


    * Strokes (o último "Is This It")
    - Melissa Castellano
    Curitiba, PR


    * Desculpe o embaço desta semana. Quanto a prêmios pendentes, pode se manifestar. A coisa às vezes foge ao controle, tá ligado?

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    Deixa eu ir nessa, que esta semana será agitada.

    Você deve estar perguntando: "Peraí, Lucião. Onde está o blablablá Strokes?".

    Hoje não tem. Quer dizer: tem mas acabou.
    Lúcio Ribeiro, 41, é colunista da Folha especializado em música pop e cinema. Também é DJ, edita a revista "Capricho" e tem uma coluna na "Bizz". Escreve para a Folha Online às quartas.

    E-mail: lucio@uol.com.br

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