Pensata

Magaly Prado

08/03/2003

Celly Campelo é homenageada na Kiss

Celly Campelo, que começou carreira no rádio, é homenageada; sai segunda edição do livro de Hélio Ribeiro; o segmento popular abocanha mais uma FM, a Iguatemi, que era pop e virou: axé-pagode-forró etc.

Morcego, apresentador do programa "Made in Brasil", (domingos, das 10h às 12h) presta tributo ao Dia Internacional das Mulheres e, de quebra, inclui Celly Campelo, a primeira referência do rock nacional, morta dia 4 de câncer de mama, aos 60 anos de idade.

Celly Campelo, que ficou famosa com os sucessos "Banho de Lua", "Estúpido Cupido", "Túnel do Amor", no começo dos anos 60, começou carreira de cantora aos cinco anos na rádio Taubaté, na cidade de mesmo nome a 130 km de São Paulo. Aos 12 anos, comandava seu próprio programa de rádio, aos domingos na rádio Cacique, também em Taubaté.

Célia Benelli Campello adotou o nome artístico Celly Campello em pleno ar, no programa "Parada de Sucessos" de Hélio Alencar na rádio Nacional de São Paulo.

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Escritos de Hélio Ribeiro

Livro do radialista que era ouvido em todo o Brasil na faixa do meio-dia às duas.

Está sendo lançado o volume 2 do livro "O Poder da Mensagem", obra póstuma do campeão de audiência na década de 70, Hélio Ribeiro, considerado gênio do rádio, pela O Recado Editora, de São Paulo. O primeiro volume foi lançado em 1985 e a edição esgotada rapidamente.

Hélio Ribeiro, além de bacharel em direito, jornalista, publicitário, pintor, escultor e compositor, possui extenso trabalho dedicado às comunicações, e, principalmente, ao rádio.

O nome do livro foi o nome do programa em que dirigia e apresentava com estrondoso sucesso na década de 70 e 80 que foi retransmitido por dezenas de outras emissoras como Jovem Pan, Tupi e Bandeirantes, em São Paulo, Gaúcha (PA), Cultura (GO), Difusora (Mogi-Mirim), Atlântica (Santos), Independência (Curitiba), Itatiaia (BH), e uma centena de afiliadas.

A esposa e mãe de seus sete filhos, Carla Magnoli, foi quem reuniu os escritos (frases, crônicas e poesias) dos últimos anos de sua vida deixados por Hélio.

"Com sua humanidade profunda e calorosa, ele transmitia aos seus milhares de amigos, leitores e ouvintes, as lições de benquerência, da tolerância, da fraternidade, da paz", disse José Fernando Rocha, autor do prefácio.

Dono de uma voz marcante e das mais bonitas de toda a história do rádio, com timbre personalista, influenciou seguidas gerações de radialistas. Sua voz de barítono inspirou Chico Anísio ao compor o personagem Roberval Taylor, por exemplo.

Trabalhou como locutor-apresentador em inúmeras rádios, entre elas: Gazeta e Globo, de São Paulo. Dois de seus programas, "Correspondente Musical" e "O Poder da Mensagem" no qual fundia informações jornalísticas com crônicas improvisadas e músicas, tornaram-se ícones do rádio no Brasil.

Hélio Ribeiro foi também diretor artístico de diversas emissoras: Piratininga, Difusora, Jovem Pan, Tupi, Bandeirantes e rádio Capital, da qual foi o responsável pela implantação nacional.

Criou inúmeros programas, entre eles o "Pulo do Gato", da RB, com Zé Paulo de Andrade, líder de audiência em seu horário.

Conta Rocha que após o enterro de José Magnoli (Hélio Ribeiro era seu pseudônimo radiofônico) (morto aos 65 anos em decorrência de parada cardiorespiratória) no dia 6 de outubro de 2000, colocou para ouvir uma fita com gravações do amigo e, a partir daí, surgiu a idéia de constituir uma associação civil com o seu nome, para dar continuidade à sua obra.

Foi criada a ONG Instituto Hélio Ribeiro, da qual participam entre outros, Sonia Abraão, o radialista Walker Blaz Canonicci (também dotado de uma voz perfeita), os radialistas José Maria Scacheti e Antonio Carvalho Filho.

Em outubro de 2001 foi fundado o Clube dos Admiradores de Hélio Ribeiro composto por ouvintes do comunicador, presidido por José Moura dos Santos.

Hélio Ribeiro iniciou carreira no começo dos anos 60, na rede Piratininga de rádio. Mas foi na Tupi que criou em 1967 o programa "Correspondente Musical", que passou a ser chamado de "O Poder da Mensagem", quando o levou para a rádio Bandeirantes em 1972.

Foi em 1977 que ajudou a fundar a rádio Capital. "De uma antena caída, criamos um império de comunicação", teria dito tempos antes de morrer.

Na década de 80, trabalhava como correspondente da Bandeirantes em Nova York. Aqui abro um parêntesis: Hélio havia sido aprovado, por concurso, para atuar como apresentador da "Voz da América", famoso programa de rádio do governo norte-americano.

Em 1995 voltou ao Brasil para substituir nada menos que Eli Corrêa que saía da rádio Globo.

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Mais uma FM popular

Rádio Iguatemi nos 100,5 mHz trocou o segmento.

Virou a programação para popularzona. No ar há apenas alguns meses com programação estilo Alpha e Antena 1, a Iguatemi, a mais nova emissora da rede CBS a voltar a entrar no ar (na verdade, a freqüência é uma das mais antigas nas mãos de Paulo Abreu), desde as 14h do sábado passado só toca o tripé: axé, forró e pagode.

Para coordenar a programação trouxeram João Reis, mais conhecido como Kappa (ex-Band FM), que veio da Metropolitana, no qual era assessor artístico.

"Era para ter entrado desde o começo neste esquema, com programação popular", diz o diretor da Iguatemi, Evaldo Vasconcelos, que dirige também a rádio News e a Kiss.

Mas entrou com o que tinha à mão. Ainda está sem locução, só com música e vinhetas. "Em breve chega a equipe: alguns da própria CBS e outros de fora", garante Evaldo, que ainda afirma que a intenção é trazer um nome de peso.

Esta semana, a emissora muda para o segundo andar: ao lado da terra FM, que só toca sertanejo de raiz. "Assim, ela terá o espaço dela", conta Evaldo se referindo ao fato da Iguatemi estar funcionando dentro da Kiss, desde que retornou ao ar.

Obviamente, jornalismo e programas específicos populares estarão na futura programação.

Iguatemi quer brigar com as primeiras do ranking

"A Iguatemi vai brigar com as populares do dial FM: Band, Gazeta, Transcontinental, Sucesso", conta Evaldo Vasconcelos.

Com a programação musical popular, a Iguatemi resgata duas outras rádios que já fizeram parte da rede CBS: a Apolo, que só tocava axé e a "Só Forró", que era comandada pela SoomZoom Sat, direto do nordeste.

Hoje, a rede possui a Tupi FM que só toca sertanejo atual e a Tupi AM com programação popular, "que 'briga' com a Capital AM", diz Evaldo.

Faz parte dos planos de Paulo Abreu, proprietário da rede CBS, possuir várias rádios segmentadas, ou seja, uma para cada gosto musical.

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Prêmio em dinheiro

O concurso será encerrado em 31 de julho. A decisão do Júri será anunciada em dezembro de 2003 e poderá ser consultada no site internet www.rfi.fr. Os contos selecionados serão premiados em dinheiro, conforme informa o boletim do Santa Rita DX Clube.

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Capital do forró

O programa "RC Show", com Hélio Júnior, das 13h às 18h, aos sábados, nos 1.130 AM da rádio Cultura do Nordeste, emissora genuína de Caruaru (PE), considerada a "Capital do Forró", está no ar há mais de 30 anos. Porém desde outubro de 2001 possui a formatação de maior sucesso da sua história, com Hélio Júnior, no comando. "O 'RC Show' é o programa preferido dos sábados à tarde no rádio caruaruense", afirma Hélio Júnior.

Com informações, notícias regionais e nacionais, comentários, opinião, bastidores da TV e a vida das celebridades.

"Eu checo as notícias ao vivo e converso com as personalidades que foram notícia durante a semana. O 'RC Show' é um programa de variedades, de bastante credibilidade, e que tem promoções exclusivas."

Na parte musical é bem eclético, vai do clássico ao funk. Atende também os pedidos dos ouvintes, que entram no ar por telefone e discutem com o apresentador os assuntos do programa.

"Agitamos as tardes de sábado do rádio nordestino. É uma reflexão bem humorada do cotidiano, sempre atualizada com os principais jornais, revistas, sites e uma reportagem sempre presente nos eventos de maior destaque em nossa região", reforça Hélio, que também escreve a coluna "Direto do Nordeste", no site Virgulando, parceiro do grupo

TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

MAIORIDADE

No dia 1º de março, em pleno Carnaval, a
Fluminense FM 94,9, do Rio, famosa por ter sido a primeira rádio segmentada em rock'n'roll no Brasil, completou 21 anos do início das primeiras transmissões (na primeira fase).

A Fluminense FM, na atual versão, completará um ano somente no dia 2 de agosto.

Para este mês, a Fluminense agendou diversos lançamentos para festejar. "A Fluminense também comemora o fato de algumas bandas brasileiras lançadas na atual fase, ou ainda na fase AM, terem conseguido contratos para gravarem seus CDs de estréia, como a banda carioca Leela", segundo Marcelo de Jesus Delfino.

Por outro lado, para não esquecer a história do rock, a Fluminense está incrementando um dos melhores programas, o "Drops 80", que como o nome diz, toca apenas gravações dos anos 80. O programa vive sua
melhor fase, desde a estréia.

A edição mais recente foi bastante variada. Tocou rock alternativo como por exemplo, Siouxsie & The Banshees, rock brasileiro, Rolling Stones (na fase mais dançante) e terminou com uma trinca de punk rock: Ramones, Clash e Replicantes.

"Podemos aguardar para breve mais músicas dos anos 80, no "Drops 80" (sábados das 21h às 22h) e no restante da programação", informa Delfino.

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Olá Magaly

Sou radialista paulista e gostaria de me ingressar ao rádio bahiano. Você conhece algum profissional da Bahia ou algum site que eu possa ter maiores informações das emissoras locais.
Abraços
Gustavo

Bom dia!
Como será que vai ficar a situação da rádio Nacional - Rio com o novo governo, será que vai arrumar uma chefia melhor.

E a rádio Globo será que vai continuar essa salada. Vira e mexe, a Globo que está uma porcaria está sempre na liderança de audiência, nada a ver com aquele padrão de qualidade. O ibope manipula qualquer coisa no Rio de Janeiro, por aqui tentou manipular as eleições, mas se ralou direto.

Em São Paulo que possui emissoras como a Capital, Bandeirantes perder para a Globo não é fácil entender.
grato!
isabel pinheiro santa maria -rs

Magaly,
Nas outras cidades fora do Estado de São Paulo, também existem rádios importantes. Aqui no Rio, ouço dizer que a Rádio Tupi ultrapassou a Rádio Globo em audiência, isso porque das 23 horas (exceto a Hora do Brasil) a Tupi lidera 14,5h. E você não fala nada?

Gostaria de notícias sobre o que aconteceu com a Radio Nacional, que sumiu. Porque a Bandeirantes aqui é tão indigente por aqui?

E que tal considerações sobre esse absurdo da Rádio Globo de montar redes. Rádio é um instrumento regional que deve ser preservado a todo custo. Além do que, a transformação em rede, tira empregos (dizem que foi esse o motivo da saída do Haroldo de Andrade). Isso sem dizer que as concessões são regionais.

A Globo (e dizem que a Bandeirantes vai pelo mesmo caminho), creio eu, está fraudando o espírito das concessões radiofônicas que é desenvolvimento regional. O que me interessa ouvir em Fribugo(RJ) como está o trânsito em São Paulo ou o tempo em Brasília? Eu quero saber é de notícias friburguenses. Temas da cidade. Notícias da região.

A Folha de São Paulo deve ser tão lida no Rio quanto o JB. A Folha é um jornal de caráter nacional. A sua coluna precisa ser mais abrangente.
Grande abraço.
Mario Marcio

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Até a semana, pessoal!
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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