Pensata

Magaly Prado

17/11/2001

Brasileira divulga nossa música em FM americana

Descobri através do leitor Luciano Sá que a Elisa Townsend prepara um programa semanal de rádio de música brasileira, de 2 horas na WEVL FM 90 (wevl.com), rádio localizada na cidade berço do blues (Memphis, Tenessee, EUA) e está aceitando material para incluir na programação.

Aí, ela contou a historinha tintin por tintin: a WEVL é uma rádio independente de Memphis e, tomando conhecimento da pesquisa de campo que ela tem feito para a página www.brasilmusica.com (em construção), página que dá o nome ao programa e que trata de musica brasileira, lhe fizeram o convite para apresentar um show de 2 horas com este mesmo nome (Brasil Música). (em off ela contou que: os nomes "Música Brasileira" e "Brazilian Music" não puderam ser usados pois já estavam registrados - entao registrou "BrasilMusica" mesmo).

Ela ficou tímida com a idéia de divulgar a página porque tudo o que ela tem até agora é só o logotipo, muito bonito, por sinal, elaborado pelo Layne Karkruff (www.blueskyheart.com ), profissional que também fez a computação gráfica do Jurassic Park (layne@blueskyheart.com). Se vocês clicarem no link, verão a arte dele. Ela disse que poderia ter encomendado de sua irma, artista gráfica e socia da Terracota (SP), mas achou que contratar um americano faria com que a visão americana do Brasil ficasse retratada. E também porque parente sempre pensa que não pode cobrar, então fica chato.

Contudo, ela confidenciou que se eu dissesse a data em que a notinha seria publicada na coluna da internet, ela deixaria de ser perfeccionista e colocaria o conteúdo da pagina no ar em 24, 48 ou 72 horas, conforme o caso (ela estava achando que precisava mais pesquisa, a qual está a alguns meses a fazer). Mas não era o caso. Vocês aguentam esperar mais um pouquinho, não?

Só que achei a historia dela tão interessante, que a notinha virou notona. E como internet o tamanho do texto é o tamanho do assunto, resolvi colocar a história quase inteira. Se quiser, pode saltar esta parte. Mas, se tiver tempo, leia até o fim, é legal.

Quando ela chegou lá em agosto (foi para casar com um americano). Sabia que teria que esperar um tempo até sua documentação sair para poder trabalhar (quer dizer, para poder ser legalmente paga).

Então, pensou em aproveitar seu tempo livre para reestudar canto e
piano. Entrou em contato com o pessoal das muitas faculdades de música que existem lá e TODOS, sem exceção, ficavam maravilhados a cada vez que conversava sobre a música brasileira.

Tem pelo menos 3 professores / maestros da "University of Memphis" que tocam, com suas bandas, música brasileira. Um músico do "Memphis Ensemble" lhe fez umas perguntas sobre a pronúncia do português, pois eles cantariam uma música do Sergio Mendes. Enfim, diz ela: ... "nossa Pátria Amada é sempre muito bem vista e lembrada por todos os artistas. Às vezes encontramos estudiosos que sabem mais sobre a nossa música nos EUA, e mesmo no Japão, do que os próprios brasileiros. Eles são mais receptivos à música brasileira do que a gente imagina. Fui ao supermercado e vi uma prateleira de CDs vazia com o nome da banda brasileira Sepultura (se estava vazia e' porque venderam tudo)".

Sim, ela tem background na Música. Estudou música (mas não se formou) na UFRGS (Bacharelado em Música, habilitacao canto). Seu avô, sua fonte inspiradora, foi o idealizador e praticamente o criador do Instituto de Belas Artes no RS.

Desde que chegou nos EUA, tudo pareceu "conspirar" para que ela se "reconciliasse" com a música. Até sua sogra lhe deu um piano Steinway. Ela ainda citou que fez parte da banda (de mulheres) Excalibur. Olha só! Apesar de tudo ela debandou para estudar, se formar e lecionar nas áreas de Administração de Empresas e Direito, ambas pela PUC-RS.

O programa

Basicamente o programa Brasil Música vai tentar trazer aos americanos todo o tipo de boa música brasileira. Bossa Nova, MPB, Jazz brasileiro, Rock brasileiro, regionais e suas variações, reservando um espaço para as novidades e lançamentos também. A lista de estilos supra não é exaustiva. Ela garante: "nada impede de recebermos um release com um CD ou MP3 de algo que inove ou que misture estilos e, se parecer que o público pode aceitar, irá ao ar".

"É bom ressaltar que, como todo ser humano, eu tenho minhas preferencias pessoais, embora me julgue bem eclética. Existem poucas coisas que vocêse não acharão na minha coleção de CDs. De Ravi Shankar a canções Celtas e Irlandesas, de cantores líricos a Chiquinha Gonzaga, de música regional nordestina a Astor Piazzola.

Mas a preferência do público sobrepuja não só às minhas, como as do diretor de programação da rádio, o Brian Craig. Mormente numa rádio independente, sustentada pelos ouvintes que querem colaborar.

Na bossa, tem muito pano para manga, como todos sabem, já que os músicos brasileiros tocaram com muito estrangeiro em festivais internacionais.
Na MPB, nao só o pessoal da tropicália tem vez. Já me perguntaram por aqui se eu tocaria "X" ou "Y", músicos que não são tão conhecidos assim, mas que alguém ouviu em Nova Iorque ou no Rio (de Janeiro). Mês passado fui a um show de música celta e a cantora da banda Dervish, de origem irlandesa, esteve no Rock'n Rio e ouviu músicas de que gostou não tão famosas assim (mesmo para quem mora no Rio). Isso cai no que eu disse a respeito de lançamentos e novidades. Se eu tiver acesso, vai ao ar.
Por outro lado tem brasileiros que eu posso tocar que muito compatriota pode nunca ter ouvido falar, como Egberto Gismonti. Tudo é possível. Os telefonemas e e-mails enviados para a rádio podem dar uma boa idéia, "tirando a temperatura" do que o público quer.

Os planos do Diretor de Programação é fazer a estréia de Brasil Música na semana após o feriado de Ação de Graças (feriado americano que se dará no fim da próxima semana, quinta e sexta-feiras). Será todas as segundas feiras, das 8h as 10 h da manhã (horário lá, que está 4 horas atrás do de Brasília).

Mandem CDs e material de divulgação para ela, que ela toca. O endereço é:

Elisa Townsend
196 N. Auburndale # D
38112-5308
Memphis - Tennessee
USA
Email: elisatow@midsouth.rr.com
Fone: 1 901 276.3992


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Fora do eixo - a música sem contrato

Em Curitiba, tem um espaço excelente para divulgação da música independente do Brasil. É o programa Fora do Eixo - a música sem contrato, veiculado na rádio FM Educativa do Paraná (97.1 mHz), às quintas-feiras, às 20h30 (com reprise aos sábados, às 17h30). O Fora do Eixo é produzido pelos músicos Grace Torres e Ulisses Galetto, integrantes do octeto curitibano FATO.

Para participar do programa, enviem o release e dois exemplares do CD em lançamento (os menos recentes também valem, claro) - um para o acervo do programa e outro para a discoteca da rádio.

O endereço é:

Grace Torres & Ulisses Galetto
Fora do Eixo
Rua Vicente Machado, 2510/100
80440-020 - Curitiba (PR)
Fone: (41) 242.1585
Fax: (41) 243.2648
Email: foradoeixo@grupos.com.br


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A vez do ouvinte em só lembranças

O ouvinte é quem faz o programa intitulado "Só Lembranças" da rádio Tupi FM - 104.1. No horário das 12h às 13h, sempre de segunda a sexta-feira, o apresentador Ney Casanova atende aos pedidos do público. Tudo é muito simples, pois através do telefone (11) 3284.8231, o interessado solicita uma música sertaneja antiga e conta o motivo do pedido, isto é, conta a sua história. Canções modernas não valem, daí o nome do programa "Só Lembranças" .

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Ricardo Bacelar bate-papo ao vivo na rádio universitária de Fortaleza

O cearense Ricardo Bacelar Paiva - pianista, compositor, maestro, arranjador, produtor de discos e técnico em gravação - lança hoje o CD in natura, em entrevista ao vivo, no programa O Disco da Semana, da Rádio Universitária FM (107.9 mHz), de Fortaleza.
O programa acontece de 12h30 às 14h, podendo também ser ouvido pelo portal de música brasileira NELSONS (www.nelsons.com.br). O bate-papo será conduzido pelos jornalistas musicais Nelson Augusto e Luciano Sá.

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Resultado do Prêmio Libero Badaró sai na segunda-feira

Os nomes dos vencedores do VIII Prêmio Libero Badaró de Jornalismo serão divulgados no dia 19 de novembro, segunda-feira, em São Paulo. Entre os finalistas da categoria radiojornalismo está o programa de rádio Escola Brasil, produzido em Brasília pela AM Produções com patrocínio do Fundo de Fortalecimento da Escola.

O programa Escola Brasil é dedicado aos temas da educação fundamental e voltado especialmente para o público das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. É veiculado de segunda a sexta-feira pela Rádio Nacional de Brasília (AM), às 6h30, e Rádio Nacional da Amazônia (OC), às 8h.

A reportagem especial intitulada Corações Marginais, classificada para a final, foi ao ar em julho, na semana comemorativa aos 11 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente. Em cinco capítulos, contou a história do projeto Gran Circo Lar, desenvolvido em Brasília em 1987 e que se tornou um sonho de vida para muitos meninos e meninas de rua, mas que não teve continuidade. A reportagem foi criada em conjunto pelo radialista Airton Medeiros, a repórter Juliana Nunes e a editora Ana Heloisa d´Arcanchy.

O programa foi finalista do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo/Categoria Destaque em Educação/Mídia Eletrônica em 99 e 2001, do Prêmio Criança 99 e do Prêmio Ibero-americano pelos Direitos da Infância e da Juventude/2001. O coordenador do programa, Airton Medeiros é Jornalista Amigo da Criança, título oferecido pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi).

O VIII Prêmio Libero Badaró de Jornalismo teve mais de 700 trabalhos inscritos. Organizado pela Revista Imprensa e com o apoio da Associação Brasileira de Imprensa - ABI -, o prêmio tem por objetivo estimular o desenvolvimento da imprensa brasileira e premiar os melhores trabalhos jornalísticos em sete modalidades: jornalismo impresso, radiojornalismo, telejornalismo, webjornalismo, cartum, fotojornalismo e jornalismo universitário.

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TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

Fim da Record AM

É com muita tristeza que acompanhei os últimos suspiros da Rádio Record, de São Paulo, nessa semana. Ao que parece, os atuais proprietários da rádio (Igreja Universal) decidiram acabar de vez com aquela que um dia
já foi líder de audiência do rádio paulistano.

Pelo que pude apurar, a Igreja Universal está, acredite, com problemas financeiros, e, para variar, vão utilizar do rádio para resgatar os "fiéis" que deixaram de contribuir com dinheiro nos últimos tempos.

Até o fim do ano, Paulo Barboza, Paulinho Boa Pessoa e Fiori Giglioti ainda permanecem na emissora. Depois, só Deus e os pastores da Universal sabem. Esse, alias, parece ser o destino das emissoras de rádio AM no Brasil. Entregues a um bando de "evangélicos" que brincam da maneira que bem quiserem com rádios e TVs brasileiras.

Um grande abraço,
Alessandro Araújo

*

Quem pode ajudar a Daniela sobre rádios evangélicas?

Meu nome é Daniela Santoro. Estou concluindo minha monografia neste último semestre de 2001 pela UERJ. O tema do meu trabalho é Jornalismo numa rádio evangélica, para ser mais específica, na Rádio 93 FM, onde trabalho. Estou com uma certa dificuldade em situá-la no contexto das Rádios Evangélicas do Brasil e do Rio de Janeiro. Tento me comunicar com a Anatel e com o Ministério das Telecomunicações, mas parece impossível falar com alguém. Encontrei na internet uma coluna sua e já me foi útil, mas gostaria de Ter mais informações com você.
Seria possível? Aguardo uma resposta ,

Obrigada, Abraços,
Daniela

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Alexandre espinafra a 89

A reclamação que faço é a respeito do "lema" da 89 FM e suas afiliadas. Acho que a rádio pegou no pesado acrescentando ao já discutível bordão "A Rádio Rock" a expressão "hoje e sempre".

Do jeito que a 89 FM diluiu nos últimos anos, adaptando sua linguagem e seu playlist - apesar da linha teoricamente "roqueira" - ao nível médio das FMs de hit-parade, torna-se discutível, uma vez que a vida das
pessoas é breve, falar em "hoje e sempre". Da mesma forma que não teve sentido o lema "ouça a 89 ou morra", de 1993, que ajudou na brusca queda de audiência da emissora na época.

Uma rádio de rock de verdade tem como sua maior virtude a humildade. Sua programação é feita como se fosse o derradeiro dia, ou seja, é feita para ser melhor, brilhante, criativa. As autênticas rádios de rock não
pensam no "hoje e sempre", pensam no "hoje e, se Deus quiser, o amanhã".
Que certeza a 89 tem em "hoje e sempre" ser "A Rádio Rock"? Se a rádio quer ainda se achar "A Rádio Rock", vá lá, mas a 89, como FM comercial, sabe muito bem que o "hoje e sempre" é menos realista que o "tomorrow never knows" de John Lennon (ele mesmo, subitamente morto, catorze anos após a citada canção). Do jeito que, por exemplo, a afiliada Rádio Cidade anda sendo abominada por roqueiros autênticos do Rio de Janeiro, dá para perceber que uma rádio comercial que usa um perfil "roqueiro" caricato (com locutores que parecem ter sido "sobras" das rádios-dance) nunca será eternamente rock, a não ser que esteja preparada para o
prejuízo.

Se a 89 FM ainda se acha "A Rádio Rock", vá lá, se quiser mantenha esse logotipo inconvincente que só agrada a poucos. Mas creditar isso ao "hoje e sempre" é sinal de fé cega e falta de humildade. Tudo pode
acontecer e mudar, afinal o World Trade Center sofreu aquela tragédia antes inimaginável, quanto mais a 89 FM vir a tocar dance music um dia!!...

Espero que compreenda esta polêmica carta. Um abraço!
Alexandre Figueiredosrdty

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Shows de rádio

Na verdade, hoje pensei em falar dos vários shows das rádios que acontecem em São Paulo. Mas, como li a matéria do meu amigo Norb, José Norberto Flesch, reproduzo aqui pra vocês. Assim, me poupa de informar, até porque a história da Elisa foi comprida...Um beijo a todos e vamos lá:

Deu no Guia da Folha

Roqueiros tocam em três festas

Três rádios FM promovem uma maratona de rock, de segunda a quarta, em São Paulo. Cada uma com sua festa de aniversário, Brasil 2000, 89 e Jovem Pan armam minifestivais nos palcos da cidade.

Segunda, no Olympia, a Brasil 2000 coloca Capital Inicial, Ira! e CPM 22 frente a frente com os ouvintes da emissora. O Capital toca também na noite acústica da Jovem Pan, dois dias depois, no Credicard Hall, junto com Lulu Santos e "uma surpresa".

A 89 prepara o palco do Credicard Hall, na terça, para três grupos montados por músicos famosos, que apresentam clássicos do rock nacional e internacional. Tocam Combate Rock, encabeçado por Dado Villa-Lobos, Reggae B, criado por Bi Ribeiro, do Paralamas, e o The Silva's, do produtor Liminha. Cada banda tem uma lista de convidados. Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial, o único nome que participa dos shows das três emissoras, está no time de participações especiais do Combate Rock. Ele avisa que cantará, entre outras, "I Will Follow", do U2. (José Norberto Flesch)

FESTA DA BRASIL 2000 - 14 anos. Olympia (r. Clélia, 1.517, Lapa, região oeste, tel. 3866-3000). Segunda-feira (dia 19): 21h. Ingr.: R$ 60 a R$ 140 (antecipado: R$ 35 a R$ 75).

FESTA DA 89 - 16 anos (14 anos, acompanhados por responsáveis). Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, Vila Almeida, 5643-2500). Terça-feira (dia 20): 21h. Ingr.: R$ 20 a R$ 40.

FESTA DA JOVEM PAN - 14 anos (8 a 13 anos, acompanhados pelo por responsáveis). Credicard Hall. Quarta-feira (dia 21): 20h. Ingr.: R$ 20 a R$ 50.
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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