Pensata

Magaly Prado

16/02/2002

De volta o sexo oral

Sabe-se que todo mundo gosta do assunto, então parece apelação da minha parte, tentando angariar mais page-views com o título acima. Mas é sério, teve reestréia (dia 13) o programa Sexo Oral, na 89 FM, de São Paulo. Desta vez com quem sabe falar do assunto com muita propriedade: Jairo Bouer. De quebra, ganha parceria de Nani People, uma drag queen super bem montada!

O formato é infalível: revelar intimidades de personalidades (anônimos também) como gancho para se falar de sexo abertamente. E apostar em Bouer é tiro certo, pois o psiquiatra possui carisma e competência suficientes pra segurar o ouvinte, o que já provou em suas incursões pelas TVs (Cultura e MTV). Fala de forma simples, sem termos técnicos, porém com informações de extrema importância nos dias de hoje, que mesmo com doenças fatais, os jovens continuam se perdendo no bem-bom sem se preocupar com os cuidados para uma boa saúde sexual.

O programa Sexo Oral é produzido fora da rádio. Toda quarta, das 21 às 22h, Bouer, Nani e convidados estão no ar, ao vivo, com o locutor Eric, que opera e participa do papo.

Jairo Bouer formou-se em medicina na USP com Residência em Psiquiatria na mesma faculdade. Há nove anos assina a coluna de saúde e sexualidade do suplemento Folhateen da Folha de S. Paulo.

O programa contará também com a participação do performer Nani People, para detonar definitivamente qualquer tipo de preconceito e encanação sexual. As perguntas dos ouvintes poderão ser enviadas por e-mail ou pelo telefone, que também pode garantir a participação ao vivo, na Rádio Rock.

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Kiss/89 e Nativa/Tupi
E por falar em 89, semana passada duas rádios foram lacradas, a Tupi e a Kiss, ambas do dial das FM de São Paulo. A Kiss voltou na sexta à noite e a Tupi segue lacrada. A denúncia partiu da Rede Autonomista, que agrega as rádios 89 e Nativa, também do dial de São Paulo. Ainda não falei com quem denunciou pois os diretores, tanto de uma quanto de outra, por conta da semana atribulada pós-carnaval. Conversei na 89 e lá a confirmação que o motivo independe do segmento e que trata-se de uma forma de conseguir ordenar o dial permanece. Na próxima coluna tento falar com um deles.

O caso da segmentação no gênero rock é meio furado
A 89 não se prende ao rock chamado clássico que a Kiss contempla. Na 89 vale tudo, do mais velho rock'n'roll aos lançamentos atuais, passando infelizmente por babas pop intragáveis. Mas, ainda é uma rádio que toca mais rock que as demais não-segmentadas. Já a Kiss aborda principalmente o rock produzido a partir de 1960 até 1985. Por um lado muito legal, mas também inclui um lado do rock progressivo chatérrimo. Ou seja, ambas possuem suas qualidades e defeitos. Enquanto a 89 leva ao ar locutores muito padrão FM, a Kiss deixa muito espaço para uns apresentadores muito verborrágicos.

E de mais a mais, a diferença nas pesquisas de audiência é estrondosa! Pelo menos por enquanto! Acho até que não cabe a intenção de uma passar a outra, são públicos bem diferentes, apesar de gostarem de rock.

Dizquedizque
No fundo no fundo, os leitores-ouvintes pouco estão se importando com a guerrinha que está por trás. Pra eles, tanto faz que a antena de uma determinada emissora esteja espetada no quintal do dono da rede ou se realmente faz parte legalmente do município. Eles querem as duas rádios funcionando a todo o vapor e sem sair do ar. E quando sair, necessitam saber o quanto antes da volta, se é que volta. Nesse sentido, a Kiss deveria ter informado seus ouvintes assíduos ou pelo site ou através da imprensa especializada. É verdade que eles enviaram um comunicado, mas somente depois que a rádio voltou ao ar.

Já no caso da Nativa e Tupi, ambas segmentadas em música popular atingem o mesmo público, porém, a Tupi é segmentada em sertanejo 24 horas, diferente da Nativa que programa de tudo um pouco.

Uma vai pegar audiência da outra? Claro, e isso é ótimo, bastante saudável! Assim, cada uma delas vai, cada vez mais, caprichar na programação. Melhor pra nós.

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Comercial realmente engraçado!
E olha que sou chata para dar risada. Não costumo rir à toa! Mas, a campanha contra o desperdício de água é muito boa, tanto que o spot da Marilza ganhou a eleição feita pelos ouvintes da rádio Bandeirantes como o Comercial do Mês. A campanha foi criada pela Loducca publicidade e diz que a única coisa que não pega bem no litoral é desperdiçar água. Lá vai os nomes do pessoal: diretor de arte: Rogério Lima; redator: Sérgio Gonçalves; diretor de criação: Celso Loducca, Cristiane Maradei e Amaury Terçarolli. Clique aqui para ouvir.

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TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

Rádios capixabas dão espaço para produção musical local

Oi Magaly, na verdade, não é bem um texto, mas um comentário sobre o que anda rolando no dial aqui da Grande Vitória, Espírito Santo. O que está acontecendo de interessante aqui é inclusão de músicas de artistas locais nas programações das principais rádios jovens da capital capixaba. Das seis maiores FMs, quatro possuem programas que tocam apenas a produção local, e cinco incluem músicas das principais bandas pop daqui em suas programações normais.

Durante todo o ano de 2001, o Top 10 dessas emissoras sempre trazia ao menos uma música de uma banda capixaba, muitas vezes em 1º, a frente de sucessos nacionais e internacionais.

Tudo isso começou mais ou menos em meados da década de 90, na Rádio Universitária (104,7) daqui, que mesmo com a escassa produção de então, quase toda vinda da cena hardcore, incluía fartamente a música capixaba em sua programação. As pessoas foram conhecendo as bandas, muitas se animaram a ter sua própria banda e, em 1999, tivemos como marco a mudança de diretrizes na Rádio Cidade, que foi adquirida por uma faculdade particular daqui (UVV).

Nesse ano, já tínhamos algumas bandas com um som mais pop, e a Cidade (101.5) passou a apoiar maciçamente eventos com bandas locais, além de dar um maior destaque para elas em sua programação. Um desses eventos, aliás, é o Festival Dia D, que no ano passado, em sua terceira edição, atraiu 20 mil pessoas para um show apenas com bandas capixabas. Para São Paulo, esse seria um público pequeno nem tão expressivo, mas é legal lembrar que nossa população é bem menor...

Depois da profissionalização do mercado local, que veio com essa entrada da Cidade, tivemos a entrada da Vila FM e da filial capixaba da Transamérica. A Vila nasceu de uma dissidência da Cidade, e portanto tem na sua base também a aposta no mercado local. E a Transamérica Vitória dedica boa parte da sua programação local às músicas de nossas bandas. Essa rádio, inclusive, também tem apoiado muitos eventos com as bandas daqui.

Por fim, teve a entrada no ano passado da Litoral (102.3), que é a rádio do maior grupo de comunicação do ES, a Rede Gazeta, afiliada da Rede Globo. A Litoral, por enquanto, toca poucas bandas, somente as muito populares, já que esse é o perfil da rádio.

Todo esse movimento de apoio das rádios culminou numa verdadeira ebulição do mercado musical local. Os CDs das bandas capixabas, nas principais lojas do estado, chegam facilmente à lista dos mais vendidos. Desde o início de janeiro, por exemplo, temos o disco da banda Casaca em primeiro lugar na maior cadeia de lojas daqui, batendo até mesmo o Acústico do Roberto Carlos, que é capixaba também, diga-se de passagem. Outra peculiaridade é que quase não temos shows de bandas de repercussão nacional aqui, e mesmo quando acontece algum, o público é menor que em shows das bandas locais, que se apresentam constantemente em grandes festas.

Enfim, não é nada de outro mundo, mas é interessante pelo fato de termos um mercado viabilizado graças ao apoio das rádios, com uma delas apostando na produção local antes mesmo da consolidação. O resultado, se Deus quiser, deverá estar sendo conferido pelo resto do Brasil ainda neste ano, já que uma banda já está de contrato assinado com a Sony e várias outras estão em negociação.

Dizem que aqui é o próximo celeiro de sucessos do mercado pop brasileiro. Falei?

Por fim, queria sugerir a quem quiser saber mais sobre a cena capixaba, que faça uma visita ao www.musicacapixaba.com, um site que eu mantenho também. Há nele, inclusive, MP3s das principais bandas.
[]'s
Diego Sana

Gasparetto está fora da Mundial faz tempo!

Ola Magaly! Meu nome é Fabio e descobri a pouco a sua coluna. Sou leitor e assinante da Folha e já há alguns dias ando lendo a Folha Online e Pensata é o que mais gosto, pena ser chato ler no vídeo. Bom, eu moro aqui em Ribeirão Preto e acompanhava pelas ondas curtas o programa do Luís Gasparetto pela Mundial FM todas as Segundas, Terças, Quartas e Sextas e já faz um tempinho ele não está apresentando mais o programa. Escrevi para a rádio pra perguntar o motivo e para o site do mesmo, mas nada me falaram. Através de uma fã, soube que o Gasparetto estava "dando um tempo" no esquema dos programas de rádio. Daí vi sua coluna e gostaria de te perguntar se você sabe algo a respeito ou se o mesmo está negociando a ida para outra emissora maior. Qualquer novidade, manda pra nós leitores ávidos em notícias.

PS- Antigamente na Folha impressa tinha a coluna do Daniel, na qual ele comentava rádios online do mundo inteiro de todos os estilos. Você não tem essa vontade? Any way, tudo de bom pra você! Fabio, Ribeirão Preto

Resposta: Fábio, falei com a Maristela, da Mundial, e ela te mandou a dica de outro programa, leia abaixo. Quanto à coluna da Folha impressa, na Ilustrada, escrevi durante um tempo, quando o Daniel Castro saiu e me indicou para o lugar dele, mas, já não escrevo mais, porém, era muito legal!

"O Sucesso é ser feliz" pela Mundial FM
Desde setembro/2001 e sempre às segundas-feiras, o psiquiatra e escritor Roberto Shinyashiki comanda o programa 'O Sucesso é Ser Feliz', mesmo título de um de seus livros, êxito de vendagem. Das 10h às 11h, pela rádio Mundial FM - 95.7, o conferencista e especialista em gente, trata de temas como felicidade, vida, pensamentos, entrevista pessoas interessantes, profissionais especializados nos itens escolhidos e encerra o programa contando uma história e enviando uma mensagem positiva. Shinyashiki é autor de A Carícia Essencial, Sem Medo de Vencer, Amar Pode Dar Certo, entre outras obras.

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Bom pessoal, até semana que vem! Um abração a todos!
Magaly
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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