Pensata

Magaly Prado

20/04/2002

Eldorado procura ouvinte antenado com música moderna

Luiz Augusto Alper (ex-89) está coordenando a programação artística da Eldorado FM. Sua meta é atrair ouvintes mais jovens, a maioria passa dos 30. Tomara que ela não deixe de ser sofisticada como sempre foi, gostosa de ouvir. Vamos torcer pra não debandar para os popizinhos açucarados ou hits que martelam o dia todo nos nossos ouvidos. Ai que medo! Bom, ele prometeu que a rádio não vai descambar só porque vai modernizar linguagem ou atualizar as músicas. Ele está lá desde janeiro e a renovação tem sido feita de forma progressiva. Querem audiência mesmo!

Alper não quer que a Eldorado fique com aquela cara das chamadas emissoras "adultas contemporâneas", cheia de flash backs, como se ouvinte quarentão só gostasse de música velha.

Aliás, desde que Alper saiu da 89, a rádio-rock anda meio em baixa. Outros profissionais estão sendo sondados, como Marcelo Braga, que não aceitou convite de Neneto.

O que deve estar acontecendo com Alexandre Hovoruski? Eu nunca tinha falado com ele, dias atrás resolvi entrevistá-lo, já que muitos dos meus leitores insinuavam que eu dava muita matéria sobre a 89 e que o dito cujo devia estar fazendo minha cabeça. Já que existe o falatório, vamos lá conhecer o homem. Noooosssa dei o que ele falou sobre a rádio Cidade, no Rio. E foi a maior repercussão nestes dois anos de coluna (é estou fazendo aniversário este mês no site Pensata). Recebi trocentos e-mails de leitores-ouvintes chiando muito. Tá certo que nesse bolo existe muito purista que só gosta da Fluminense e fim de papo. Mas devo dizer que fiquei estarrecida com muitas mensagens. Escolhi algumas para a Tribuna.

Novidades no dial: Drauzio Varela estréia pílulas com dicas de saúde na rádio Bandeirantes. O médico oncologista é bem articulado e consegue informar de forma clara. Em tempos bicudos, orientação sobre como se cuidar, é imperativo. Como bem disse João Marcos dos Santos, editor-executivo da rede Bandeirantes, a população já não tem atendimento nem no público e nem no privado direito, acaba usando o rádio para tentar melhorar suas mazelas.

Perguntei se a RB estava indo na onda de médico em programas de rádio, pois existe até uma emissora que possui uma centena (sic) deles. A Mundial, por exemplo, de meia em meia hora um médico ou um conselheiro, ou um esotérico entra no ar para orientar ouvintes.

Mas, João Marcos demonstrou que a RB tem preocupação com esta questão e que não vai virar um pre-atendimento como uma consulta no ar, via telefone. É muito perigoso, disse ele.

O saldo é: ótimo que Drauzio Varela, médico conceituado poderá passar um pouco de seus ensinamentos. Ponto pro rádio. Ponto para medicina no Brasil. Leiam mais na minha coluna (de segunda a sexta) no Agora São Paulo: no campo 'Outros colunistas' na página www.uol.com.br/agora

Aliás, outro dia encontrei por acaso o rei da radionovela: Waldemar Ciglione. Ele está com 93 anos e na ativa. Ele é quem dirige a Mundial, que falei acima. E dirige mesmo, fica atento a tudo o que falam e inclusive avisou que às vezes aparece umas mancadas no ar e aí, ele está ali para cancelar o contrato dos apresentadores-médicos.

Mas voltando aos seus 70 anos de rádio, fiquei passada. Ele simplesmente fez 5 mil radionovelas em 18 anos. Aliás, a rádio São Paulo ficou em primeiro lugar durante 18 anos. Ele era o maior galã. Ainda mais que naquela época, não tinha TV e o cinema engatinhava...

Adorei ter conhecido o Ciglione, o mestre das radionovelas!



TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

Prezada Magaly, errei no último e-mail q lhe mandei ; o antigo programa da Cidade Rio era o 'Cidade Disco Club', sem a letra 'e' no final. Distração, erro de digitação ou até burrice mesmo. Mas aproveito este, para falar da ideia 'rádios comunitárias'.

Sensacional, ao meu ver. Só elas poderiam cuidar pra valer dos problemas comunitários de cada bairro. Sem falar q alem de tudo elas serviriam como 'escolinhas de base', formando profissionais para as grandes redes de comunicação, podendo até dar vez a talentos desconhecidos em seus programas musicais. Portanto sou totalmente contra, àquelas q não sejam a 'voz do bairro', ou seja 'as piratas' que com transmissores superpotentes cobrem toda uma cidade e concorrem desleal e comercialmente, com as legalmente constituídas, porem se fazendo passar por comunitárias e até educativas. Não sei qual é a real situação por exemplo da Savassi FM aqui em Belo Hte, se ela merece ou não um canal de rádio, como ganhou a Favela FM. Esta é também ao meu ver, uma ótima questão a se debater.
Atenciosamente, e um grande abraço, Luiz Eduardo de Melo e Silva.

Eu só queria entender um pouco desta cruzada em manchar o trabalho da Rádio Cidade aqui do Rio . Sou ouvinte da Cidade, e bem ou mal é a rádio que além de tocar os sons que marcaram a minha geração (Nirvana, Alice in Chains, L 7 ... ) , é a única que toca sons novos como : Linkin Park, Limp Biskit, NickelBack, Creed, The Calling ...e por aí vai.

Esse saudosismo da antiga Fluminense me irrita profundamente. Pô, pára de reclamar e vão trabalhar . Morei em Cleveland por 3 anos e entendo um pouco de rádio, pois trabalhei por 1 ano na WMMS , a The Buzzard, a rádio rock preferida dos jovens de lá . Aqui no Rio não existe a ultra
segmentação de programação como lá fora em que você tem as Classic's Rock, Modern Rock, Alternative Rock ou Old Rock . Então , não dá pra cobrar de uma rádio a responsabilidade de suprir a carência musical de todo esse público da antiga Fluminense . Todo mundo sabe que os Paralamas, bem como bandas novas que tocaram na Fluminense nos anos 80 (Smiths, Cure, Echo and the Bunnymen ), só entraram na programação porque tinha um rapaz chamado Maurício Valadares e que apresentava um programa chamado Rock Alive e era alvo de críticas dos ouvintes xiitas que ouviam Led Zepelin e The Whoo e torciam o nariz para qualquer outro som que tenha sido lançado depois disso.

Magaly, existem várias páginas na internet contra a Rádio Cidade e 89 , criadas por esse Alexandre Figueiredo que nunca sequer mostrou a cara ou a carteira de identidade.

E me espanta você dar tanto crédito a essa campanha , uma vez que você inclusive contesta a informação do diretor das rádios 89 e Rádio Cidade sobre a audiência por ele informada . Dizem que o jornalista deve ser imparcial , mas não é que está acontecendo com a sua coluna.

Minha banda já tocou na 'A vez do Brasil' no Balroom e ninguém da Rádio Rock nunca me pediu um centavo para eu subir no palco. Um projeto maneiro da Cidade, que acontece todas as sextas-feiras , dando espaço a bandas independentes .

Vira a página , a Cidade agora é Rock . Se é farofa ou não, cabe ao público julgar . O que é bom dura ... não foi o caso da Fluminense. Aliás , ninguém fala, mas eu acho a Maldita um saco. Parece um vitrolão da década de 70 e 80.
Um abraço;
Roger Strauss. Rio de Janeiro

Gente, até a semana que vem. Desculpe algum erro, pois escrevi sem olhar, o tempo tá corrido. Beijos.

Magaly
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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