Pensata

Magaly Prado

04/05/2002

Gazeta AM vai para as mãos dos universitários

Noticiei na segunda, na minha coluna do Agora, que a Gazeta AM deixou de ser dos evangélicos e será, em breve, comandada pelos alunos da Cásper Líbero. Música brasileira atual (de preferência bem baba, para aproveitar e arrecadar mais ouvintes) e jornalismo pilotado pelos professores Pedro Vaz e Sérgio Rizzo. Beto Rivera, como superintendente das emissoras do grupo, continua na supervisão geral. Bom, antes nas mãos dos jovens do que na dos religiosos. Será meio Nova Brasil? Rivera não afirma e acrescenta que haverá informações (dos músicos) também. Bom para os ouvintes. Acaba ganhando o título da primeira rádio universitária do Brasil. No sentido literal. As demais que levam o nome não possuem alunos fazendo a programação. Vão ganhar pra trabalhar ou não? Não é problema nosso, a exigência da remuneração deve partir deles.

Alexandre Frota fora do ar
Durou pouco o programa "Treta" de Alexandre Frota na rede Transamérica. Ruy Bala, o coordenador artístico, falou que o apresentador desrespeitou as normas da casa. Convidou Mariana Kupfer para participar do programa desacatando ordens expressas de evitá-la. Ou ao menos não falar sobre o lado musical da moça, pois está diretamente ligado à Jovem Pan, concorrente da Transamérica. Diz Ruy que Frota poderia ter falado sobre a "Casa dos Artistas" e blablablá... Na segunda, das 20h às 22h só rola programação musical normal.

Gilberto Ramos volta para o ar
Já o Leão que estava afastado das ondas do rádio deve comandar programa em emissora do grupo Bandeirantes, a partir de agosto.


Rádio segmentada de Belo Horizonte realiza um dos mais bem sucedidos eventos da capital mineira e mobiliza toda a cidade
A Rádio Geraes FM de Belo Horizonte, uma emissora segmentada cujo público alvo é a classe AB, 25 +, está conseguindo uma proeza: realizar, pelo terceiro ano consecutivo um dos mais bem sucedidos eventos da capital mineira: o "Concurso Gastronômico Geraes FM - Comida di Buteco".

Comida di Buteco é um concurso gastronômico, no qual o júri popular e uma comissão julgadora elegem, entre os vários bares participantes e indicados pelo público, o melhor tira-gosto. O Instituto de Pesquisas Vox Populi é o responsável pela apuração final dos votos. O evento é uma parceria entre a Geraes FM e o gourmet Eduardo Maya, produtor e apresentador do programa Momento Gourmet, transmitido naquela emissora. Vale ressaltar que "Comida di Buteco" é um evento realizado por uma emissora segmentada, que mobiliza toda a cidade e reforça a importância do boteco, como um elemento da cultura popular de Belo Horizonte. É democrático porque atinge todas as classes sociais, todas as tribos urbanas, não restringe, não exclui. É simpático porque não tem maiores pretensões, exige apenas o "esforço" de sentar à mesa de um bar com amigos queridos, tomar uma cerveja gelada e qualificar a comida deste lugar. Na primeira edição, em 2000, foram 10 bares participantes e o público girou em torno de 20 mil pessoas. Na segunda, em 2001, participaram 17 botecos e 30 mil pessoas prestigiaram o evento.

O sucesso do Comida di Buteco é um aceno positivo no entendimento de que, se por um lado ganha em dimensão, por outro adquire um novo caráter. Deixa de ser meramente por entretenimento para também assumir o papel de despertar a atenção para a qualidade, atendimento, higiene, preço, serviços e produtos, oferecidos pelos bares. Tamanho o sucesso, o concurso incentiva os donos dos bares a fazerem novos investimentos, como: ampliação da cozinha, melhoria das instalações sanitárias, mão de obra etc. Mesmo com nova roupagem, os botecos conservam algumas particularidades ligadas ao gosto popular, oferecendo comida caseira e saborosa, bem ao gosto de que quem gosta de comer fora, que não pesa no bolso e acompanhada da tradicional "saideira", uma cerveja gelada.

Identidade Visual:
Um copo lagoinha, elemento iconográfico do cotidiano dos bares, é a identidade visual utilizada em todas as peças gráficas do concurso. A criação e a finalização das peças: out door, folder, banner, cartaz de ambiente, cédula de votação, camiseta e avental são assinadas pela design gráfica Dinah Verleun. A identidade visual do "Comida di Buteco" rendeu à Dinah Verleun a Medalha de Ouro no Clube de Criação Publicitária de Minas Gerais, no ano de 2001.

Estratégia de Divulgação:
A campanha de divulgação é sustentada pelas mídias de rádio, jornal e out door. A assessoria de imprensa é da Clipping Comunicação. A divulgação também está na internet. No site www.comidadibuteco.com.br, os internautas obtêm informações e curiosidades do concurso, desde a sua primeira edição.

Ficha Técnica:
Planejamento de Mídia: Maria Eulália Araújo
Direção de Criação e Finalização: Dinah Verleun
Aprovação: Maria Eulália Araújo Rádio Geraes e Eduardo Maya

Sobre o 3º Concurso Gastronômico Geraes FM - Comida di Buteco
Nesta terceira edição será eleito pelo público, entre os 31 bares participantes, o melhor tira-gosto. À parte serão eleitas ainda as categorias: a cerveja mais gelada, higiene do local e o garçon mais simpático. Há também um corpo de jurados, formado por gourmets, jornalistas e formadores de opinião. O público será duplamente recompensado. Além de eleger o melhor tira-gosto, o voto dá direito a concorrer a vários prêmios e incluem: uma viagem para conhecer os botecos do Chile; viagens para Araxá - MG; caixas de cerveja Bohemia; caixas de cachaça Bença e Dona Beija; além de um módulo de 10 aulas no Centro Culinário Eduardo Maya.

O patrocínio do evento é da cerveja Bohemia, Telemig Celular e Banco BMG. O apoio é da Prefeitura de Belo Horizonte, Belotur, das cachaças Dona Beija e Bença, Guiatel e Vox Populi.

A cada ano que passa o concurso ganha em dimensão, sucesso e repercussão. Este ano ele chegou à universidade e é tema do Projeto Experimental "Iconografia de Boteco", dos alunos do 7º período de Publicidade e Propaganda da PUC-MG. O projeto consiste em uma pesquisa etno-iconográfica, que investigará o boteco a partir das relações entre seu espaço físico, sua cultura visual, as influências do boteco na sociedade, a rua, os freqüentadores e, por fim, a produção de imagens fotográficas que traduzam estas relações investigadas. Ainda dentro desta temática serão analisados pelos universitários os aspectos antropológicos e sociais desta cultura -porque boteco é boteco e não é restaurante. O orientador do projeto é o professor de Antropologia José Márcio Barros e a supervisão é do professor José Albino.

Encerramento do Concurso:

A divulgação do vencedor será no dia 4 de maio, das 14h às 22h, com uma grande festa de rua, em frente ao Bar Brasil (rua Aimorés, 108, entre rua Maranhão e av. Getúlio Vargas, bairro Funcionários) e vai contar com várias atrações: cenografia de botecos com tira-gostos dos bares participantes, sorteios das viagens e shows musicais. A pauta sonora ficará por conta de Vander Lee (MPB), Velha Guarda de Belo Horizonte (samba de raiz), Zé da Guiomar (chorinho, samba e bossa nova) e Alda Rezende (MPB), espetáculo circence com o Grupo Quitombo, além de DJs apresentando estilos variados. A atriz Solange Couto, a Dona Jura, da novela "O Clone" da Rede Globo, virá especialmente para fazer a entrega do prêmio ao boteco vencedor, bem como das demais categorias além dos sorteios das viagens.

A entrada é franca. Informações da assessoria de imprensa Clipping Comunicação.

TRIBUNA DO LEITOR -OUVINTE

Mais fanáticos pelo "Não Tranca...."
Oi, Magaly. Fico feliz em saber que há pessoas que ainda se lembram do programa Não Tranca Que Lá Vem Alavanca. Eu era um ouvinte assíduo, lembro-me que passava as tardes de sábado ouvindo e divertindo-me com as sátiras que os Irmãos Bambulhas faziam sobre tudo e todos. Eles eram anárquicos, não poupavam nem Deus, e chegaram a detonar até Nietzche!!!!!!!!!!!!
Às sextas-feiras à noite, durante as gravações do programa, eu costumava ligar para conversar com um dos irmãos, o José Mombelle Jr. Ele sempre me adiantava a atração do programa seguinte.
Eu gostaria de saber se você tem alguns programas gravados. Eu tenho alguns aqui , com Elliot Néscio, Steve Numas, Frankestein...
Espero uma resposta sua.
Abraços
Ricardo

Direto do interior do Amazonas
Olá Magaly, é com prazer imenso que escrevo pra vc pela primeira vez, depois de lida a sua coluna na Folha Online.Eu também sou um desses radiojornalistas antenados no futuro, e querendo sempre aprender um pouco mais. Trabalho em uma rádio AM- Ondas Médias e Tropicais no interior do Amazonas, a Rádio Educação Rural de Tefé, que este ano competa 39 anos de bons serviços à comunidade tefeense, fincada quase que no centro do coração e da selva amazônica. Há três anos, iniciamos o nosso departamento de radiojornalismo, com muito esforço e boa vontade, apesar das dificuldades encontradas para poder conhecer melhor as técnicas e o aprendizado deste profissão que encanta a todos. Mas, o bom profissional que procura sempre o seu melhor, precisa também se reciclar para poder acompanhar a mudança enigmática do mundo globalizado, e é isso que nos faz falta: a reciclagem do aprendizado. Por isso peço a vc Magaly, que por favor nos diga onde encontrar ou como comprar um exemplar do 'Manual de Radiojornalismo - Produção, Ética e Internet', de Heródoto Barbeiro e Paulo Rodolfo de Lima, para que possamos assim melhorar nossas condições de trabalho. Agradeço imensamente a sua ajuda, e espero a sua resposta ansiosamente. Sucesso sempre!!!
Aldrin Braga - Reporter Radiojornalístico
Rádio Educaçào rural de Tefé

Resposta do Heródoto:
Magaly, obrigado. Sugiro conferir no www.campus.com.br
Um abraço. HB.


Mais um do Norte!
Magaly, meu nome é Delson Reis de Manaus. Nossa emissora é a Rádio Novidade FM 100,7 - www.novidadefm.com.br - trabalhei 17 anos na rádio Cidade aqui em Manaus, sempre fizemos com muito sucesso essa programação com Rock. Aqui em Manaus o povo curte muito esse estilo musical, pena que nossas emissoras, precisam da venda e ai nós temos que tocar o famoso 'popular'. Nossa emissora toca o que é sucesso, mas temos um programa chamado SPEED-BACK no horário de 16h às 17h e 21h às 22h30. Hora de Manaus, que hoje é sucesso absoluto de audiência e público nas festas realizadas pelo programa são 4 por ano. O programa toca músicas dos anos 80 e 90, no estilo Rock/Dance.
Parabéns pela coluna e por falar de uma rádio que trabalhei no grupo e estive em várias convenções no Rio. Sou coordenador da Rádio Novidade FM e apresento dois programas: O sucesso danado de 7h às 10h, de segunda à sexta, e o Novidade Esporte Clube, no sábado de 10h às 12h. Meu e-mail - delsonreis@hotmail.com.br


No mundo da bola
Prezados Senhores, confidenciaram-me que a rádio Jovem Pan de Curitiba não pode retransmitir o informativo 'No Mundo da Bola', aos sábados, com Flávio Prado, em rede nacional, porque, além de ser uma FM, não pode misturar as duas programações, mas, todas as FMs têm que reproduzir uma porcentagem de jornalismo em sua grade de programação. Nada a ver. Isso não faz sentido. Pergunto: por que razão a programação de uma afiliada AM da Jovem Pan tem que ter uma percentagem maior de jornalismo na grade do que de uma afiliada de FM? Respondam-me também quais são os programas que as afiliadas de AM da Jovem Pan são obrigadas a propalar? E por que as afiliadas de AM dessa estação não são obrigadas a difundir os programas esportivos que a cabeça de rede emite aí para São Paulo se a sua cobertura esportiva, de uma afiliada FM, a nível local (Curitiba, no caso) deixa a desejar, é insipiente? Essas normas valem para todas as rádios? Outra questão: por que a Jovem Pan só pega em FM aqui em Curitiba? E sua programação AM só pode ser captada aqui na capital paranaense no período noturno, mas com extrema dificuldade?

Na minha opinião, as FMs -de um modo geral - deveriam investir mais em jornalismo e melhorar sua programação, tocar menos música. Até porque, a programação musical que a maioria das FMs difundem atualmente é recheada de baboseiras; as rádios só tocam solfas internacionais, pagode, rock, pop e desprestigiam as melodias clássicas, as sinfonias de Beethoven e as óperas de Verdi. Não se valoriza mais a MPB, a Bossa Nova. Dificilmente auscultamos melodias de Ivan Lins, Elys Regina, Tom Jobim. Hoje nossos ouvidos são programados para auscultar uma miscelânia de ritmos estridentes. Ouvimos Shakira; Ozzy Osbourne, o impagável roqueiro comedor de morcegos, ex-Black Sabbath, que hoje é um paizão classe média, KLB, Capital Inicial, etc. Não adianta nada a rádio ser líder no segmento musical se as baladas que toca durante o dia são cacetes. Isso sem mencionarmos a estupidez dos programas de hard rock, a incompetência dos DJ's e dos programadores, que, a meu ver, são incapazes de nos surpreender. Ô, raça! É sempre o mesmo lote de canções, seja lançamentos, seja eternos hits. Desesperador! Dá vontade de sair quebrando tudo -e olha que eu sou totalmente da paz. Ouvir rock o dia todo enjoa.

Por quê? Fácil explicar. Porque o rock é rico, vasto. Há bandas para mais de metro. Som pesado dói no ouvido, é um desperdício.

Os programas de entrevistas de certas FMs são pura baixaria. Um horror! Para não dizer ridículo. É muito jabá para pouca qualidade. Difícil mesmo é a gente saber quem é a menos ruim: se a Transamérica ou a Jovem Pan. Quem copia quem? Conheço bem esta briguinha de rádios jovens, rádios rock verdadeiras, rádios rock falsificadas, rádios pop, rádios populares, rádios 'adultas', rádios de MPB.

Quanto ao Jornal da Manhã, eu o ouço diariamente. É ótimo, bastante opinativo. E, além disso, conta a participação especial do Reali Jr. Bom programa para começar o dia.

Já tenho um parecer formado a respeito das programações das rádios. Se vocês tiverem interesse em saber minha opinião sobre este assunto de modo mais profundo, eu a explanarei - com o máximo prazer - numa próxima oportunidade. Até porque, todos os argumentos ali expostos têm uma razão de ser. As minhas explicações para ouvir ou não este ou aquele programa radiofônico são bem detalhas, bem embasadas, difícil de serem contestadas.

Agradecendo desde já a atenção dispensada e, sem motivos para maiores protraimentos, subscrevo-me mui

Cordialmente, Renato Monteiro Kloss



Por hoje é isso, um beijão,

Magaly
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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