Pensata

Magaly Prado

17/08/2002

Paulo Barboza é substituído na Record

A rádio ainda não virou evangélica 24 horas. A rede Record mantém Paulinho Boa Pessoa. Os demais comunicadores permanecem na emissora sem alteração. O único demitido na quinta-feira, foi Paulo Barboza, que confessou ter ficado chocado com "a falta de respeito em não poder nem se despedir de seus ouvintes no ar".

O horário das 8h às 12h que o comunicador comandava já possui outro no lugar, o pastor evangélico Robson Martins, que apresentou o programa ontem (sexta) no mesmo formato que o "Programa Paulo Barboza".

"Houve a opção de notificá-lo de que ele não fazia mais parte dos quadros da empresa", diz simplesmente Roque Freitas, gerente de comunicação da Rede Record de Rádio e TV.

Como motivo a alegação foi resumidamente: "reformulação da grade, assim como na TV, que tem mudado o tempo todo".

Quando eu o questionei, Freitas, garantiu que não foi por problemas financeiros. "O grupo é muito tranquilo, auto-suficiente, não existe nenhuma crise financeira na rede."

Sobre o faturamento da rede, Freitas comparou com a própria concorrente mais próxima, o SBT. "A Record é a terceira emissora, faturou 320 milhões referentes a 2001, enquanto o SBT 420 milhões, no mesmo período."

Não se trata de audiência baixa, pelo contrário, no horário que Paulo Barboza estava no ar, a Record obtinha números equivalentes a uma média de 36 mil ouvintes por minuto, o que significava estar em terceiro (se considerarmos só as populares) à frente da América, na primeira hora (8h às 9h), em quarto, à frente da Tupi, nas duas próximas horas (9h às 11h) e no final do seu horário (11h às 12h) permanecer em quinto mesmo, atrás das concorrentes_Globo, Capital, América e Tupi (se levarmos em consideração apenas as populares).

No ibope geral, a Record está em sétimo , pois entram as duas jornalísticas: Bandeirantes e CBN.

Na própria emissora, era o comunicador com mais ouvintes, até porque o período da manhã é mais ouvido.

"Apesar dele ser muito próximo ao ouvinte, acredito que outros conseguem um bom resultado também", diz Freitas.

Não se sabe se o pastor Robson ficará definitivamente no horário. A partir de sexta-feira, ele entrou no ar com programa sem conotação religiosa, apesar de fazer parte da Igreja Universal do reino de Deus. "Não existe determinação da direção que seja um programa religioso. Na rede, trabalham pessoas que são da igreja e outras que não são", complementa Freitas.

Aliás, é o que acontece com Paulinho Boa Pessoa, que é católico assumido e permanece no ar. Apesar da garantia de Freitas que ninguém mais sai, produtores de Boa Pessoa estão apreensivos achando que no começo da semana que vem possa vir algum comando contrário.

Sr. Albertino, diretor da emissora, quando consultado, declarou: "não posso falar nada a respeito, somente a assessoria de imprensa da TV [pois a rádio não possui uma só para ela] ou o jurídico" e me passou o telefone.

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A Tropical FM, de São Paulo, reúne a nata do movimento, amanhã, para comemorar o aniversário do "Éramos Todos Jovens", segmentado no estilo.

O programa está no ar desde a fundação da rádio. A celebração começou no domingo passado, com Cyro entrevistando os músicos que estarão na festa. O show promove o encontro de 27 astros da Jovem Guarda, que relembrarão sucessos da época.

Um dos ícones do movimento do "iê-iê-iê", Cyro Aguiar, conhecido pelo hit "Do You Like Samba", comanda o programa "Éramos Todos Jovens", aos domingos, das 16h às 19h, nos 107.9, há 15 anos.

Músicos que obtiveram o auge do sucesso entre 1963 e 1967, como Os Incríveis, Jerry Adriani, Demétrius, Deny e Dino, Eduardo Araújo, Silvinha e outros que frequentam o programa, estarão presentes no palco. A Jovem Guarda é uma variação suave do rock and roll, com letras descontraídas e românticas. O nome surge em oposição à Velha Guarda, termo usado para referir-se aos cantores que precederam a chegada do rock ao Brasil.

Deu no Valor Econômico

Band: procura-se rádio afiliada paulista

Investir em radiojornalismo na freqüência FM pode ser um bom negócio. Pensando nísso, a Rede Bandeirantes está procurando uma FM na cidade de São Paulo, já que arrendar uma concessão seria "inviável economicamente". "O nosso objetivo é afiliar uma emissora, mas estamos atentos a outras possibilidades de negociação", disse o vice-presidente do grupo Bandeirantes, Paulo Saad Jafet.

Outra emissora que aposta na notícia como carro-chefe de uma rádio FM é a Jovem Pan. Há dois anos, transmite o "Jornal da Manhã", das 6h às 7h. O negócio deu tão certo que a programação foi estendida para às 8h30. "A partir da experiência da CBN, que tem dado bons resultados, resolvemos investir", conta Sérgio Cunha, diretor comercial da Jovem Pan FM. Como a concorrente Bandeirantes, A Jovem Pan quer ter um sinal só para jornalismo na FM.


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Depoimentos históricos

Veiculado pela Rádio Cultura AM, o programa Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão possibilita aos seus ouvintes a oportunidade de conhecer histórias de brasileiros e estrangeiros estabelecidos no Brasil. Sempre com um depoimento inédito a cada dia, na próxima semana, o programa trará o relato do metalúrgico pernambucano Inácio Pereira Gurgel sobre sua infância humilde, mas bastante rica.



"Ah, muito sofrida. Uma infância muito sofrida porque lá naquela época nós vivíamos da roça, não tínhamos quase nada. Mas é uma terra que as nossas raízes estão lá e ainda hoje a gente ama aquele pedaço. Porque foi lá que eu comecei a fazer poesias. Foi lá que eu comecei a fazer teatro. Aos sete anos de idade nós começamos. É evidente que não tinha um estúdio, não tinha um palco, como hoje aqui. Mas a gente fazia no mato. A gente cortava as árvores, fazia o palco. Quatro colegas representavam, cinco, seis assistia. E o nosso teatro era feito no mato. Uma vida muito sofrida, muito humilde, mas muito forte. Eu não sei se você conhece a casa chamada de taipa, que as paredes são feitas de barro. A nossa casa era assim. Era grande, tinha cinco, seis cômodos, mas feita toda à mão. Com telhas feita à mão. Era assim."

Veiculado de segunda a sexta, às 8h55; aos sábados, às 9h30; e aos domingos; às 7h55 (com reapresentação diária às 20h55) Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão é produzido em parceira pelas equipes do Museu da Pessoa, da Paulo Marra Assessoria de Comunicação e da Rádio Cultura AM.

TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

Fluminense FM - Propaganda Enganosa?

Infelizmente, nossa impressão inicial está virando confirmação definitiva. Basta ouvir durante meia-hora a 94,9. Se a expectativa era
grande, a decepção é muito maior. Nos primeiros dias, acho que até fizeram uma média com o público, andaram tocando algumas coisas interessantes.

Mas, aos poucos, parece que estão assumindo o que são - embora sem assumir. Continuam a reverberar o bordão "maldita", a caprichar nas vinhetinhas estilizadas, a soltar frases de impacto tipo "revolucionando as ondas do rádio" - mas é tudo fachada. Em termos sonoros, a predominância é do pop-rock modernoso, sem maiores surpresas, o paradão roqueiro que temos ouvido por aí. Aquilo que a 'concorrente' Rádio Cidade faz há muito tempo - mas faz melhor, inclusive sem aquelas apresentadoras chatorebas e deslumbradas.

Outro aspecto negativo: a repetição das músicas. Você ouve um dia e não precisa ouvir no dia seguinte, porque vai tocar absolutamente a mesma coisa. Medíocre demais. Não dá mesmo para ficar sintonizado, por mais que se esteja torcendo pela emissora, tão promissora. Porque é insuportável, desesperador ficar insistindo na torcida pela próxima música, em vão...

Nem tanto pelo cardápio restrito, fato comum em quase todas as rádios, mas por usarem o rótulo 'Fluminense FM' para simplesmente ficarem reproduzindo os sucessos da vez, temperados com outras sonoridades previsíveis. Com milhões de sons maravilhosos que não tocam em lugar algum e que poderiam estar abençoando nossos ouvidos, é criminoso desperdiçarem o espaço deste modo, nesta tão marqueteada 'volta da Maldita'...

A não ser que os programadores estejam sendo obrigados (...) a se submeterem às 'razões do mercado', aceitando pactuar com as gravadoras e seus sucessos compulsórios. Gostaríamos que o sonho deixasse de ser este pesadelo. Um Abraço! Rogério Imbuzeiro.

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Até semana que vem, pessoal! beijos sonoros!
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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