Pensata

Magaly Prado

24/08/2002

Rádio América contrata Paulo Barboza

O comunicador mal descansou de responder os e-mails (paulobarboza@uol.com.br) dos ouvintes ansiosos em saber como ouvi-lo novamente. Saiu da Record na quinta passada e, na mesma semana, já foi convidado a voltar aos microfones e desta vez na América. A troca acabou sendo para melhor. A América está à frente da Record nas pesquisas do ibope que ainda fica com a Tupi no meio. E além de possuir mais ouvintes, é retransmitida para 61 emissoras pelo Brazilzão, principalmente o interior de São Paulo.

Só falta assinar, já está tudo acertado de boca.

"Assino semana que vem. Só não sei a data da estréia e o horário", conta Paulo Barboza num misto de felicidade e preocupação, já que quer receber tudo direitinho da antiga casa, e cá entre nós, seu contrato só vence em março.

É praticamente certo que ele mantenha o horário que comandava na Record (8h às 12h) ou perto disso. Resta saber se começará às 8h ou 9h, de segunda a sexta, porque sábado é dia de descansar, resmunga o comunicador alegando que já está meio velho para trabalhar tanto! Bobagem, ele só tem 56 anos de idade e só 42 de rádio. E o Muíbo Cury, que só de Bandeirantes já tem 50, fora as demais (inclusive a própria América). Sem contar que trabalha em duas, pois cumpre expediente bem cedinho na Cultura AM também.

Mas, voltando ao Paulo Barboza...ou melhor ao fofoqueiro de plantão: Nelson Rubens. Deve estar pulando de alegria, pois ganhará na rebarba do tarimbado Paulo Barboza, mais ouvintes para as notas da vida alheia, seu ganha-pão há tanto tempo!!!

Então, bastidor dos bastidores vai ter que começar mais cedo ou às 8h ou 9h. Hoje comanda o horário das 10h às 11h.

Era de se esperar que a América fizesse o convite a Paulo Barboza para recuperar audiência. Caiu como uma luva! Desde que a emissora perdeu o posto de primeiro lugar do dial AM, em janeiro deste ano, com a saída de padre Marcelo Rossi, não conseguiu voltar a liderar e nem a ultrapassar a Globo (para onde foi o padre) e a Capital (do Eli Corrêa, Zé Béttio e Paulo Lopes).

O pior é que no pacote, o Paulo Barboza Filho, também deixou seu programa aos sábados na Record (ele também participava dos debates do pai), pois o contrato era junto, da mesma empresa. Que droga, ele não tinha nada a ver com o pato.

Mas continua comandando da meia-noite às 4h o "Band Coruja". Na Band FM é conhecido como Paulo Eugênio. Deve ganhar programa semanal na América. "Só que desta vez, os contratos serão separados", frisa Paulo Barboza. Atrelar o coitado do filho, nunca mais.

Ainda no assunto do troca-troca, o Odair, do Agora, me contou que na Record, o substituto do Paulo Barboza, proibiu de chamá-lo de bispo. Apesar de ter outro horário religioso e o ouvinte saber, o bispo Robson Martins procura manter o mesmo formato de programa do seu antecessor e não quer vincular religião, pelo menos neste horário.

HOMEM SORRISO DO RÁDIO

E por falar em AM, audiência e Eli Corrêa, fato engraçado, para não dizer outra coisa é a situação que passa o comunicador mais famoso do rádio. Pela lei eleitoral, os candidatos que concorrem à próxima eleição não podem ter seus nomes divulgados no ar. Conclusão: por conta do seu filho ter o seu nome, mesmo apesar de incluir o júnior, o comunicador não pode ter seu próprio nome citado. Outro que não tem nada a ver com o pato. Aqui ao contrário da notícia acima. Soube que ele já está cansado (de novo pra não falar outra coisa) de ser chamado de "homem sorriso do rádio" pelos entrevistados e em todas as vinhetas.

TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

A MALDITA GERA POLÊMICA

Realmente decepciona o fato de que toda a luta pela volta de uma rádio alternativa como a Fluminense FM tenha dado na programação comercial que a emissora está fazendo no seu horário. Claro que a Fluminense FM, pelas informações que recebo (não moro no Rio de Janeiro, mas tenho amigos aí), não está de todo imprestável. Entre as oito da noite e oito da manhã, a rádio está transmitindo uma programação musical boa. O grande problema é o outro horário, que é reservado ao pop-rock previsível, que outras rádios já tocam com muita regularidade. A locução também é outro diferencial, em que jovens mulheres são uma boa alternativa à histeria de locutores 'poperó' que hoje contaminam muitas 'rádios rock' do país. Também produtores como José Roberto Mahr, Leandro Souto e Lia Easter são pessoas de grande competência e credibilidade. O empresário Alexandre Torres, temeroso, parece esquecer que a criatividade é que traz lucro, e não fórmulas consideradas 'bem-sucedidas'. O hit-parade virou lugar comum, e uma rádio como a Fluminense FM nunca iria fazer sucesso tocando Bon Jovi e Guns N'Roses. Seria o mesmo que a Nova FM tocar Grupo Molejo e Bruno & Marrone alegando busca de faturamento. O rock se tornou importante porque os seus melhores nomes - dos Beatles aos Hives, só para citar os mais famosos - nunca se venderam para fazer sucesso. Fizeram música de boa qualidade, ousaram e, mesmo irritando muita gente (como quando os Beatles lançaram 'Eleanor Rigby', que provocou reação furiosa de alguns ex-fãs), continuaram acreditando no idealismo deles, que estavam fazendo música não para o presente, mas para o futuro. Jimi Hendrix, por exemplo, nunca iria fazer soul baba alegando despesas, dificuldades financeiras. Ele é sucesso mundial através das ousadias sonoras que fez, com uma técnica guitarrística que até agora não teve equivalente na atualidade. A Fluminense FM poderia ousar muito mais, tranquilamente, tocando coisas muito mais obscuras em plena programação normal. Esse é seu diferencial, quanto mais obscuridades, mais audiência, mais comentários elogiosos, e, por consequência, mais anunciantes. Estes ficaram alvoroçados quando a Fluminense, na sua fase AM no ano passado, tocava coisas como At The Drive In, Red House Painters e Violeta de Outono, e começaram a investir na rádio. Agora se a emissora insistir no 'feijão com arroz' de Pato Fu, Alanis Morissette, Bon Jovi e Lenny Kravitz, a rádio sairá perdendo, porque sua missão é outra, fugir do óbvio. E ninguém foge do óbvio querendo ir em direção dele sob o pretexto de faturamento. E neste caso o faturamento corre o risco de não vir mesmo. Vamos parar com fórmulas viciosas que não levam a lugar algum. Desculpe a longa carta. Um grande abraço a todos. Alexandre Figueiredo ********

JOVEM PAN COM O PÂNICO NA TV?

Olá, tudo bem?

Mais um sagaz boletim semanal do Kizumba Net para te avisar que teremos mais um super programa nesse sábado, dia 24/8!

Além dos nossos maravilhosos apresentadores, teremos também a presença no estúdio de Marcos Aguena, o Japa do programa Pânico da Jovem Pan FM! Conversaremos sobre as novidades da Pan FM, o Pânico e sua extensa carreira no rádio.

Então não perca: sábados, à partir das 14h em você ouve o primeiro programa de humor transmitido totalmente ao vivo pela internet, o Kizumba Net! Entre no chat e mande sua pergunta para o Japa!

Até mais!

Marcos Henrique Lauro Produção Kizumba Net

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SCALLA/MARCONI ou MARCONI/SCALLA

Olá Magaly graças a você e a Rádio Scalla FM sou hoje uma pessoa mais feliz por 2 motivos : 1º a Scalla Fm voltou e posso ouvir agora músicas de bom gosto e não essas porcarias que ha por ai... 2º graças a você e seu maravilhoso espaço na internet ficamos sempre sabemos as novidades e notícias do rádio com muita credibilidade. um abraço Fernando Teixeira Barbosa Jd Iporanga, São Paulo, SP

HISTÓRIA NO AR

Veiculado diariamente pela Rádio Cultura AM, o programa Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão traz trechos de depoimentos de brasileiros e estrangeiros estabelecidos no país, em que relembram momentos que marcaram suas vidas. Dentre as histórias que o programa trará na semana que vem, está a contada pelo baiano Pedro Antonio Duarte, vendedor ambulante. Colecionador de moedas antigas, Pedro relembra como adquiriu o hobbie que era visto com reservas por seus conterrâneos e hoje garante o sustento da família.

A feira era grande, então ali, todo mundo vendia, vendia o que tinha ali pra vender. Naquele tempo eu vendia carne de sol também, eu vendia de tudo, aí o pessoal chegava com aquelas moedas de prata grande. Mas aquilo tinha saído de circulação como saiu nosso dinheiro agora, né. Chegava ali e ninguém queria aquele dinheiro. Então eu avisava naquelas barracas, eu digo: 'Quando chegar essas pessoas com essas moedas de prata grande, pode mandar lá que eu dou o mesmo dinheiro pra eles, eu troco pra eles.' Às vezes, coitado, aqueles coitados chegavam do interior, levava aqueles saquinhos de moeda pra comprar, chegava lá: 'Não, ninguém quer isso aqui não. Esse dinheiro não vale nada, não quero.' Então eu avisava a eles, eles falavam: 'Vai, vai naquela banca, naquela barraca lá. O Pedro Louco paga pra vocês.' Eles me chamavam de Pedro Louco... (riso)

Veiculado de segunda a sexta, às 8h55; aos sábados, às 9h30; e aos domingos; às 7h55 (com reapresentação diária às 20h55) Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão é produzido em parceira pelas equipes do Museu da Pessoa, da Paulo Marra Assessoria de Comunicação e da Rádio Cultura AM. (Paulo Marra mandou)

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Deu no Correio Brasiliense

Ensino fora do ar

O Escola Brasil tem sido o porta-voz de alunos e professores do interior do país, nos últimos cinco anos. Apesar do sucesso, ele pode sair do ar por falta de verbas. Contrato de patrocínio com governo federal vence em setembro e não será renovado

Guaíra Flor

Da equipe do Correio

A educação brasileira corre o risco de perder um pouco do alcance e magia. Nos últimos cinco anos, ela teve lugar cativo no rádio das 6h30 às 7h. Bastava sintonizar o aparelho no programa Escola Brasil, da Rádio Nacional AM (980 KHZ, em Brasília), para aprender, se informar e divertir ao mesmo tempo. Dava para reclamar das salas lotadas, aprender a driblar a falta de recurso com idéias criativas e até mesmo concorrer a computadores. Foram milhares de cartas, oito indicações para prêmios de jornalismo e muitas histórias de vida modificadas. Mas tudo isso está com os dias contados. O Fundo de Fortalecimento da Escola (Fundescola) patrocinador oficial do programa deixará de investir no mesmo a partir de setembro. O motivo, segundo a assessoria do órgão, ligado ao Ministério da Educação, é a falta de verbas.

Se não arrumar outro patrocinador até o próximo mês, o Escola Brasil deixará milhares de ouvintes órfãos de educação em todo o país. Principalmente no interior das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, onde o rádio continua sendo a única fonte de informação. "Nessas regiões não chega jornal e televisão é artigo de luxo", explica Paulo José Cunha, editor do programa e professor da Universidade de Brasília.

Um mês do Escola Brasil custa aproximadamente R 76 mil, segundo a AM Produções, responsável pelo programa. Inclui-se aí desde o pagamento dos 16 funcionários até a veiculação no ar. Já 30 segundos do intervalo do Jornal Nacional não saem por menos de R 170 mil. "O preço desse meio minuto é suficiente para bancar 2 meses e meio de Escola Brasil", compara Paulo José.

Um canal com o Brasil

O Escola Brasil é ouvido diariamente por milhares de pessoas, em todo o país. Toda semana, chegam centenas de cartas à produção do programa. São textos de agradecimentos, denúncia ou simplesmente de demonstração de carinho. Sempre em linguagem simples e honesta, como na carta de Maria Luiza dos Santos, de Juarina (TO). Em uma folha de caderno, ela escreve à mão sobre a falta de transporte escolar na zona rural. "Eles buscaram nós para estudar até a metade do ano. Do meio do ano para frente nós tivemos de pagar R 45 por mês. A diretoria do colégio joga a culpa no prefeito. O prefeito joga a culpa no governo. Não sei onde está o erro." (Sic)

A resposta é transmitida no ar. O município tem obrigação de oferecer estudo à comunidade rural. O prefeito e a direção da escola são entrevistados sobre o assunto. No caso de Maria Luiza, funcionou. Alguns meses depois, ela tornou a escrever para o programa. "Graças a Deus, eles conseguiram um ônibus para levar a gente para o colégio. Que vocês possam sempre continuar com esse carinho e nos ajudando a construir o nosso futuro."

Há casos, no entanto, em que o prefeito se limita a fazer promessas. Os locutores não deixam barato. Mandam o ouvinte cobrar. E lembram sempre: político que não cuida bem da educação não merece o voto do povo.

Outra virtude do Escola Brasil é mostrar um retrato da educação do interior do país. Pelos relatos dos ouvintes, dá para perceber as principais carências na região: falta de transporte escolar na zona rural, escolas com péssima infra-estrutura e má distribuição da merenda. Mas também há espaço para mostrar as experiências bem sucedidas e ensinar um pouco de Português, Matemática, Ciências ou História. Sempre de forma leve e descontraída.

"Falamos sobre tudo", afirma Airton Medeiros, criador do programa. "Para tornar o assunto agradável e mais fácil de entender, lançamos mão de dramatizações, personagens divertidos e muitas vinhetas." Um dos principais protagonistas do Escola Brasil é o caipira, vivido pelo locutor da Rádio Nacional, Luiz Alberto. O personagem é um sujeito simples, de muita sabedoria, que traz sempre uma nova informação para os ouvintes. Sem abandonar, por isso, o bom e velho caipirês.

As promoções são outro ponto alto do programa. Para se ter idéia, nos últimos dois meses chegaram mais de 10 mil cartas para a promoção Terra das Águas. Os vencedores serão premiados com um computador cada. Tem um PC para a carta mais bonita e outros quatro para as escolas que enviarem mais cartas. "É bom porque faz os alunos pensarem sobre a importância das águas e ainda os estimula a escrever, o que é raro nos dias de hoje", constata Ademar Coimbra, diretor da Escola Classe 43, da Ceilândia.

Na última quinta-feira, Ademar levou pessoalmente ao Escola Brasil as mais de 2.400 cartas escritas por seus alunos. Ele é ouvinte assíduo desde que o programa estreou. Na hora do recreio, sempre passa as reprises para a garotada ouvir."O programa não pode acabar, de jeito nenhum", reclama. "Se isso acontecer, onde a gente vai se informar sobre educação? Se o governo estivesse mesmo interessado no assunto mantinha o projeto no ar."

No entanto, há quem acredite que programas como o Escola Brasil _ que não se limitam ao papel de porta voz do governo_ deveriam ser independentes do Ministério da Educação ou da Presidência da República. "Só assim, deixariam de ser reféns da falta de verbas ou das mudanças políticas do país", explica Nélia Del Bianco, professora de rádio da Universidade de Brasília.

Segundo Nélia, as emissoras de rádio e empresário tinham de perceber a boa aceitação de produtos educativos e tratarem eles mesmos de mantê-los no ar. "O problema é que as rádios brasileiras são voltadas apenas para lazer, entretenimento e, quando muito, notícias", lamenta. "É preciso mudar essa mentalidade para não reduzir o rádio a uma mídia cuja única utilidade é tocar música."

Serviço
Escola Brasil
Transmitido de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 7h, pelas rádio Nacional de Brasília (AM, 980 KHZ) e Nacional da Amazônia (OC). Maiores informações no telefone: 327-1722

Um abração a todos e muitos beijos ruidosos!!!!!! Magaly
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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