Pensata

Magaly Prado

28/09/2002

Radialistas homenageados

Os 80 anos do rádio ainda rendem. O jantar oferecido pela Abert, Aesp e Sindicato, foi pretexto para homenagear o veículo. Salomão Ésper foi o mestre de cerimônias contando uma cronologia do rádio com sua voz impecável.

O maior comentário entre as pessoas era de que haveria muita gente a ser homenageada, se resolvessem escolher os radialistas vivos. Mas, quem foi unânime nas opiniões foi o Enéas Machado, até hoje atuante (ele está com 90 anos) na rádio Capital, como diretor de Comunicação.

Mas eu senti falta dos grandes comunicadores, afinal, não são eles que conseguem a audiência das rádios? Pelo menos eu não vi o Eli Corrêa, o Paulo Lopes, o Paulo Barboza, o Zé Bettio, o Paulinho Boa Pessoa.

Outros dois veteranos que senti falta no jantar : o Waldemar Ciglione, 93 anos, superintendente da rádio Mundial e Nicolau Tuma, 90 anos, que já está afastado do rádio, porém trabalhou no veículo por 73 anos.

Os três mais antigos do rádio vivos mereciam não só estar presentes como homenagens para lá de especiais.

Salomão contou a trajetória do rádio, mas o mais legal foi relembrar alguns jingles antigos. Muito engraçados. Aliás, Renato Corte Real apresentou um pocket show no início com repertório em cima desses jingles, hilário.

Mas os músicos que roubaram a cena foram Os Três do Rio. Como é que apenas um trio consegue um som que parece até uma orquestra? Diga-se de passagem, eles também são veteranos na carreira!

Johnny Saad confidenciou a todos que seu pai, João Jorge, um dos homenageados, gostava mesmo era de rádio, apesar de ter fundado a TV etc e tal.

Aliás, corre nos bastidores que as rádios do Grupo Bandeirantes sempre sustentaram a TV.

Fora isso, amigos, concorrentes e inimigos sentaram na mesma mesa. Modo de dizer, pois cada grupinho estava na sua mesa separada, claro!

Tutinha leu discurso quando recebeu o bronze pela homenagem prestada a seu avô, Paulo Machado de Carvalho. Confessou que não é bom de discursos improvisados. Realmente. Já o Paulito, que falou como presidente da Abert, não se enrola, fala redondo, parece locutor.

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Quem gosta de aparelho de rádio antigo não pode perder a exposição que comemora os 80 anos do Rádio, organizada pelo Grupo Bandeirantes e capitaneada por Acácio Costa, diretor da Band FM, na torre da Bandeirantes, na rua Minas Gerais, final da Paulista.

Tem alguns rádios muito esquisitos. Um deles é de 1924, ou seja, dois anos depois que o rádio passou a existir por aqui. Outro aparelho é preciso dar corda para ouvi-lo e quando acaba, obviamente, dar corda de novo.

Nos vidros das janelas, os bordões de vários comunicadores, até os Sobrinhos do Athaíde constam.

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Mirna Grzich retorna ao dial com a música new age

(Publiquei na minha coluna do Agora, de ontem)

Mirna Grzich, conhecida como quem trouxe a new age para o Brasil, retorna ao ar, desta vez na Mundial FM, com o programa "Música de Todas as Eras".

Trata-se de um horário semanal, aos domingos, das 22h às 23h, no qual mostra o melhor da new age, lounge, world, trance e mantra. Mirna está acostumada a lidar com world music e o que é comumente chamado de música espiritual.

"Hoje, mostro também a música que os jovens tocam nas raves [festas, que em geral acontecem em lugares afastados e que começam em um dia e só acabam em outro] nos momentos que eles querem esfriar a cabeça. São músicas eletrônicas mais calmas, as chamadas lounge [que quer dizer sofá, daí a idéia de descanso]", explica Mirna.

A new age do passado, até 95, era feita nos EUA. Hoje, é feita na Europa, Ibiza e França, segundo Mirna. "É também espiritual, trabalha com a imaginação, acalma, relaxa, é gostosa, está conectada com o que é essencial", diz.

Já os mantras são músicas sagradas, dos indianos, uma certa mistura da música com o ritmo característico.

Mirna trabalhou sua voz, fez teatro e terapia nos EUA. "Juntei essa coisa de trabalhar a voz, a doçura e a inspiração para ter uma voz meditativa."

Aliás, Mirna é formada em teatro no Conservatório do Rio e é "jornalista por talento". Ela viajou por todo o mundo como correspondente internacional, nos anos 70 e 80, de diversas revistas brasileiras. E acabou vivendo por seis anos na Califórnia.

Do material discográfico que Mirna coloca no ar, de 60 a 70% é importado. Ela confidencia que gostaria de ter uma rádio só com este estilo de música, com 50 minutos de som e dez com informações relevantes, do tipo: ecologia, responsabilidade social, voluntariado. "Não seria esotérica, porque não é baseada em muletas, mas ligada à consciência." Mirna comandou programa semanal na Eldorado FM (SP), Jornal do Brasil (RJ) e ainda na Globo FM (RJ) e Guarany (BH), que marcou época, de 1987 a 1995.

O Programa Vox, apresentado por Edson Lima, Marcelo Nascimento e o Tiozinho (Valdir Vasques) é independente e está no ar há cerca de seis meses, tem o intuito de entreter o jovem com temas de interesse público, dicas culturais, espaço para novas bandas e música de qualidade.

Tem o apoio das revistas Trip e TPM e na programação musical rola o melhor pop/rock nacional e internacional.

O horário do programa é das 16h às 18h pela Supersucesso FM (Americansat) que é retransmitida para mais de 40 emissoras em todo o Brasil. O site para o ouvir o programa é o seguinte www.fmcolumbia.com.br e o telefone para os ouvintes é o (11) 3104-2553.

Um beijão a todos!
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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