Pensata

Magaly Prado

14/12/2002

Paulo Lopes com novidades e outros assuntos

Pergunto ao comunicador Paulo Lopes, um das maiores audiências do rádio no Brasil (o outro é Eli Corrêa, se considerarmos apenas os radialistas, pois o mais ouvido hoje é o padre Marcelo, por conta da religião) as novidades em seu programa, os três novos quadros fixos.

"Esperando o som novo da rádio Capital [que será digital em breve] e dentro deste novo projeto, resolvemos dar uma pintura diferente no quadro que é o programa", disse Lopes.

Mantendo a mesma estrutura que tem com o objetivo de interagir com o publico, Lopes conta que acrescentou alguns quadros que vieram dar mais dinamismo ao programa.

Um deles, "Você é o Repórter" traz o próprio ouvinte falando do problema que ele está enfrentando no bairro dele. "E a gente traz a solução no dia seguinte", completa.

"Delegacia da Defesa da Mulher" é outro quadro fixo que conta com a repórter Camila Barbosa. Ela vai até uma delegacia da mulher e lá conversa com as mulheres que foram agredidas e registra suas histórias de violência. Entrevista para saber o porquê da agressão, o que a levou a demorar para registrar a queixa [o que é comum], há quanto tempo ela está apanhando, o que o marido fez, o que ele faz etc. "Ai, a delegada entra e dá a solução. A gente ajuda também essas mulheres", acrescenta Lopes. Afinal, o programa é dirigido às mulheres.

O terceiro quadro novo é "A Música da Minha Vida", no qual o ouvinte conta porque destaca tal música que pede. Como exemplo, o homem que eu mais amei ou o dia que conheci meu marido tocou a música X ou porque tocou no dia do casamento etc. E não são somente lembranças positivas. "Às vezes, por saudades. Por lembrar muito a pessoa que morava comigo e não mora mais."

Normalmente, a discoteca da Capital tem, ou a produção corre atrás. É o ouvinte que pede a música e conta sua história por telefone.

Mas o ponto forte do programa de Paulo Lopes são os debates das 11h. Existem alguns momentos bem avaliados, mas de modo geral, o programa tem mais ou menos a mesma audiência ao longo do horário. "Ele pega um público e vai até o final."

Paulo Lopes, 55 anos de idade e 35 de rádio, 15 anos só na Globo, e antes na Tupi, do Rio. "Era a Cidinha Campos, de manhã e eu à tarde. Mas minha carreira começou em Minas", conta. Deve ser por isso que Lopes possui muitos ouvintes mineiros. O comunicador está há um ano e dois meses na Capital.

"Agora a gente já começa a fazer um balanço, uma retrospectiva do que deu certo ou errado, ou o que a gente precisa fazer mais ou o que precisa melhorar."

Ele diz gostar muito de trabalhar na Capital. "Com o Néder [diretor] e equipe, pois tenho muita liberdade, espaço e estrutura muito legal para fazer o programa".

Quando começou, Lopes se inspirou muito no Paulo Gracindo, que era radialista antes de ser ator, tinha programa na rádio Nacional. "Depois vim a ser amigo dele. Ele tinha um jeito meio de irmão mais velho para falar com as pessoas, não era paizão, uma pessoa comedida, aquilo me inspirou muito."

Paulo Lopes ouve de tudo. "A Capital para saber dos meus colegas, ouço a Nova FM e gosto muito de informação, ouço também a Bandeirantes, a CBN, gosto de estar bem informado."

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Uma matilha na Brasil 2000

Os irmãos Lobo (Fifo, 22 anos, Dido, 26 anos, e Rodrigo, 34 anos) trabalham na mesma rádio, a Brasil 2000.

Rodrigo, da família Santos, foi quem ganhou o apelido de Lobo quando trabalhava na Dumont FM, de Jundiaí.

"Dona Lídia, a dona da rádio, implicava com minha locução e certa vez, em uma reunião disse, já brava, que eu gritava como um Lobo. Todo mundo riu e começou aí a brincadeira. Resolvi incorporar o 'Lobo', aconselhado pelo Banana (locutor, da Pan)", conta Rodrigo.

O interesse dos irmãos mais novos veio com o fato de Rodrigo já estar atuando no rádio. "O Dido ia sempre comigo e ficava lá olhando e virando umas músicas. Isso rolou na Pan, na Metrô, e em outras rádios. Eu ia dormir e ele ficava passando as músicas pra mim [risos]", conta Lobo, que trabalha desde 86. Foi locutor da Antena 1, Cacique, Nova FM, Record, Band, Metrô, Pan, 97 e Mix, e nas AMs: América, Gazeta e 9 de Julho.

"Um dia [96], na Metrô, precisávamos de um locutor e um amigo sugeriu colocá-lo no ar. Achei uma loucura mas acabou rolando".

Depois da Metropolitana, Dido foi para a 97 FM. Quando era "rock nine seven". Lá trabalhou com o Lélio Teixeira, e foi o primeiro a entrar na Brasil 2000. Comanda o horário da 0h às 4h. Fez o "Grito da Madrugada", hoje extinto.

E Fifo ainda não é locutor. "Falar na latinha tem que ter o dom." Opera o estúdio, produz vinhetas, comerciais, a plástica da rádio.

Lobo fica nos microfones à tarde, das 15h às 19h, e faz a sonoplastia do "Na Geral".

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Conheça os melhores de 2002 pelos críticos da APCA

Os membros da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) escolheram os melhores de 2002 também no rádio. A entrega será no dia 24 de março, no Centro Cultural Banco do Brasil.

Na categoria Jornalismo e em Esportes: Bandeirantes AM; Âncora/Comunicador: Heródoto Barbeiro (CBN); Variedades: "No Mundo da Bola", da Jovem Pan.

O prêmio Destaque foi para a USP FM pela criação da Rede Universitária de Rádio. Os demais, Cultura: "Letra e Música", de Pasquale Cipro Neto, da Cultura AM, e Ação Social: rádio Heliópolis, pela promoção da cidadania. A rádio Bandeirantes, que levou dois prêmios em 2002, repetiu a dose, pois em 2001 a equipe de esporte também já havia sido premiada pela APCA.

Curioso: William Bonner, que ganhou na categoria Televisão, começou no rádio.

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Terça-feira, o jornalista Álvaro Alves de Faria lança seu novo livro 'Jovem Pan - A Voz do Rádio', da RG Editores. A obra reúne fatos e histórias das personalidades (jornalistas, repórteres e funcionários) que fizeram a história da rádio, em seus 60 anos de existência. O autor conta os fatos e curiosidades que envolveram os bastidores das inúmeras coberturas jornalísticas protagonizados por nomes da emissora como Milton Neves, Reali Jr, Wanderley Nogueira, Ana Maria Penteado, Aluane Neto. 'Jovem Pan - A Voz do Rádio' é a terceira obra do autor retratando a história da emissora. Os livros lançados anteriormente foram 'JP 50 anos' , 'JP Sat' (criação da Rede de Afiliadas Jovem Pan Sat), 'JP Brasil' (estréia da emissora na capital do país). O evento ocorrerá na Casa das Rosas (av. Paulista, 37), das 15h às 22h, e contará com a presença de toda a equipe da emissora.

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Conheça o ranking das mais ouvidas às menos ouvidas das FMs na grande São Paulo, no trimestre setembro, outubro e novembro, todos os dias, das 5h à meia-noite.

FM-BAND FM
FM-TRANSCONTINENTAL FM
FM-SUCESSO 969 - FM
FM-GAZETA FM
FM-MIX FM
FM-105 FM
FM-NATIVA FM
FM-TUPI FM
FM-89 - FM
FM-JOVEM PAN II FM
FM-ALPHA FM
FM-ANTENA 1 FM
FM-NOVA BRASIL - FM
FM-METROPOLITANA FM
FM-CBN FM
FM-TRANSAMERICA FM
FM-99.3 ALELUIA FM
FM-ENERGIA 97 FM
FM-MELODIA FM
FM-RADIO MANCHETE GOSPEL - FM
FM-TROPICAL FM
FM-BRASIL 2000 FM
FM-KISS FM
FM-IMPRENSA FM
FM-TERRA - FM
FM-SCALLA FM
FM-MUSICAL FM
FM-LIDER FM
FM-ELDORADO FM
FM-CULTURA FM
FM-MUNDIAL FM
FM-BANDEIRANTES FM
FM-RADIO OMEGA - FM
FM-USP FM
FM-94 FM
FM-NEWS FM
FM-SO FORRO FM
FM-EMOCAO FM

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TRIBUNA DO LEITOR-OUVINTE

Na última sexta-feira, 29/11, os amantes por automobilismo ganharam uma nova opção no rádio. Estreou dentro do programa 'Comunicação em Ação' um bloco especial sobre automobilismo com notícias e entrevistas. A atração da rádio Carioca 710 MHz AM leva a edição de esportes ao ar toda sexta-feira das 16h às 17h. Nos outros dias, a pauta é destinada a Educação, Cultura, Economia e Jurídico.

Sob o comando do repórter Bruno Mello, o primeiro programa entrevistou o tricampeão de Stock Car e atual vice-campeão Chico Serra, noticiou e comentou sobre Fórmula 1, Telefônica Wolrd Series, Fórmula Renault Brasileira, Fórmula 3000 Internacional e Campeonato Brasileiro de Stock Car V8. O programa vai entrevistar a cada sexta-feira um piloto, chefe de equipe, dirigente ou uma personalidade do automobilismo.

A rádio Carioca 710 MHz AM, da Rede Paulo Sat, ficou conhecida recentemente por apresentar o programa do Padre Marcelo Rossi, atualmente na rádio Globo.

Com isso, a emissora se mantém entre o segundo e terceiro lugar no Ibope do Rio de Janeiro e constantemente briga pelo primeiro posto entre as rádios mais ouvidas do estado.

'Fiquei contente por abrir este espaço num programa que antes era praticamente 100% futebol, o que infelizmente não é uma novidade na mídia brasileira. Vou fazer o melhor trabalho que puder neste novo projeto e levarei os pilotos para dar mais espaço ao nosso automobilismo', comenta Bruno Mello, lembrando que o programa vai ao ar toda sexta-feira pela rádio Carioca às 16h.

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Clube da voz

Comunicado à imprensa

O Clube da Voz presta sua solidariedade ao colega Marco Antônio Abreu, âncora do programa Última Edição, transmitido pela rádio Eldorado AM. Na última sexta-feira, dia seis de dezembro, o locutor foi criticado no ar (o programa tem uma audiência média de 30 mil ouvintes por minuto) pelo diretor-geral da emissora, João Lara Mesquita.

Compreendemos a aflição do Sr. João Lara, preso, naquele instante, em um grande congestionamento na Ecovias, sendo vítima de ataques violentos dos habitantes de uma favela da região, que apedrejavam veículos e assaltavam seus ocupantes. É natural que as pessoas se descontrolem em uma situação como essa, mas é importante lembrar que o locutor em questão era, naquele momento, o porta-voz do veículo e assuntos profissionais deveriam ser discutidos nos bastidores, poupando os ouvintes deste constrangimento.

Este não é um fato isolado, demonstrando claramente o nível de desvalorização em que se encontra o profissional da voz no Brasil. Infelizmente, o episódio é apenas um, entre tantos, que mostram o descaso com aqueles que são imprescindíveis para a sobrevivência da publicidade, do cinema, do rádio e da televisão, sem falar das novas tecnologias de mídia que utilizam o trabalho de locutores, atores, dubladores e outros profissionais do meio.

O Clube da Voz é, acima de tudo, uma entidade preocupada com a profissionalização e valorização de quem utiliza a voz como instrumento de trabalho, não apenas no âmbito da publicidade, mas em todo um nicho profissional e em todas as suas categorias. Por isso, acreditamos que os sindicatos e associações, que atendem a profissionais como nós, precisam estar mais preparados e estruturados para resguardar os direitos de seus membros e exigir o cumprimento dos deveres a eles determinados. Cabe a essas entidades transformar o ocorrido em uma boa oportunidade de reflexão, onde conceitos e atitudes podem ser reavaliados.

Num momento em que, ao completar 10 anos de atividades, o Clube da Voz aumenta sua participação e consolida sua importância no mercado, gostaríamos de convidar a todas as entidades, que representam as várias categorias de profissionais da voz, a buscarem soluções para melhorar as condições de trabalho, tanto para os profissionais envolvidos, como para as agências, produtoras, emissoras e outras empresas que utilizam nossos serviços.

Está na hora de nos mobilizarmos em prol de uma organização geral dos interesses, direitos e deveres de tantos trabalhadores, em uma rede informal de entidades, no intuito de elevar a qualidade do trabalho de voz e a auto-estima de seus profissionais, garantindo ao mercado cases de sucesso absoluto.

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Museu da Pessoa na rádio Cultura

Lembranças de tempos em que o comércio ainda era feito de porta em porta, de quando ser corretor de café era uma carreira e tanto, de quando a televisão ainda era artigo de luxo e isso sem transmitir imagens boas como as de hoje. Esses são alguns temas presentes no programa Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão (veiculado diariamente pela Rádio Cultura AM) da próxima semana. Um dos depoimentos veiculados será o do comerciante Mamhmudus Hassan Paraná, sobre a Segunda Guerra Mundial:

"Depois estourou a guerra mundial. Eu me alistei no exército inglês para comer o pão de cada dia, porque se você tinha 16, 17 anos, você era obrigado a alistar. Quando você tem família, depender da tua família, quando não tem família você tem que trabalhar. Eu viajava, entrava no Canal de Suez, ia até a Turquia, voltava Grécia e fazia aquele caminho, né? Me alistei no exército inglês, como voluntário. Eu era driver, motorista. Tudo se aprende no exército minha filha. Eu não sabia, era Jeep, dirigia Jeep porque lá a gente ficava no Canal de Suez, lado do Deserto do Saara era tudo Jipe. Eu fiquei muito em Líbia, Trípoli, aquele redor, eu comi o pão que o diabo amassou."

Veiculado de segunda a sexta, às 8h55; aos sábados, às 9h30; e aos domingos; às 7h55 (com reapresentação diária às 20h55) Museu da Pessoa: A Memória do Cidadão é produzido em parceira pelas equipes do Museu da Pessoa, da Paulo Marra Assessoria de Comunicação e da Rádio Cultura AM.

Prezada Magaly:

Sempre faço uma leitura remissiva de edições anteriores de sua coluna a procura de notícias que eventualmente tenham escapado à minha apreciação. A do dia 07/09/02 ,por exemplo, comemora equivocadamente os 80 anos de rádio afirmando que a primeira transmissão radiofônica no Brasil foi em 07 de setembro de 1922 nas comemorações do centenário da independência do Brasil. Entretanto, a julgar pela história do rádio , por ocasião desta transmissão radiofônica da palavra do presidente Epitácio Pessoa em 1922 no Corcovado, na cidade do Rio de Janeiro, por conta da engenhosidade de Roquette Pinto, já havia dois anos que a Rádio Clube de Pernambuco transmitia óperas e recitais que eram ouvidos em receptor construído artesanalmente ao qual era acoplado fones de ouvido. Detalhes sobre a fundação desta emissora pernambucana por Augusto Joaquim Pereira e um grupo de aficionados amadores da nova tecnologia estão transcritos abaixo em recorte do site www.radioclubeam.com.br . Tal fato torna a emissora pernambucana pioneira nas transmissões radiofônicas não só no Brasil como em toda a América do Sul. Em fevereiro de 1923 , já sob a direção de Oscar Moreira Pinto a Rádio Clube passa a transmitir com um pequeno transmissor de 10 watts o que permitia audiência no centro da cidade do Recife e em alguns bairros adjacentes. Dois meses depois , em abril de 1923, era fundada por Roquette Pinto a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Assim sendo, em fevereiro próximo estaremos comemorando 80 anos do início das transmissões radiofônicas regulares, primeiro com a Rádio Clube de Pernambuco que ainda hoje opera em AM com um potente transmissor de 100 kW e depois, com a extinta Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Mais informações sobre o pioneirismo do rádio na América do Sul pode-se encontrar no endereço www.radioclubeam.com.br . Certamente sua coluna não pode deixar passar em branco o transcurso dos 80 anos do início das transmissões radiofônicas regulares no Brasil em fevereiro próximo.

Didymo Borges

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Magaly, resido nos EUA e, gosto muito de MPB. Poderia você indicar alguma(s) rádio(s) que eu possa sintonizar via Internet? Antecipadamente, agradeço, João Bosco Ferreira

Resp.: João, só MPB, tente sintonizar a Nova FM, a Cultura AM, a Tropical FM. Alguém ajuda o nosso amigo?
Magaly Prado é jornalista e radiomaker. Escreve para a Folha Online aos sábados

E-mail: magalyprado@uol.com.br

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