Pensata

Vaguinaldo Marinheiro

17/11/2002

Leitores respondem sobre Lula e o novo governo

Na semana passada, sugeri nove perguntas sobre Lula e o novo governo que começa no país em janeiro. Convidei leitores a repondê-las. O resultado foi de ótimo nível. Por isso, resolvi publicar algumas das respostas, para assim incentivar a discussão.

Abaixo estão de novo as nove questões e respostas de alguns leitores. Peço desculpas aos que ficaram de fora. Mas, apesar do infinito espaço da Internet, seria muito difícil para qualquer leitor ler todas as respostas de todos os leitores.

Quem já leu as perguntas pode ir direto às respostas, que estão negritadas.

Pergunta 1 - A eleição de Lula representa o fim dos preconceitos ou só de alguns?
Essa pergunta tem origem num texto publicado no jornal britânico Observer no dia 7 de outubro. Num longo perfil de Lula, o jornalista afirma que ajudou a trajetória do petista o fato de ele ter saído ainda criança do Nordeste e com isso ter perdido o sotaque nordestino. Também ajudou, continua o texto, Lula não trazer no rosto marcas de ascendência de negros. Diz o jornal: brasileiros têm grande preconceito contra negros e nordestinos.

Aí vai uma pergunta dentro da pergunta: Isso é uma visão equivocada de um inglês, o Brasil já mudou muito, ou ele está certo e por não ser brasileiro consegue ver com mais clareza o que acontece por aqui e escrever sem pudores?

* O jornalista inglês está cheio de razão. Se o Lula tivesse a cara do Vicentinho, não teria a menor chance.
(Mas) a vitória do Lula pode ser considerada como uma diminuição dos preconceitos no Brasil. E o Fernando Henrique merece o crédito por ter atuado como um dom Diniz (o português) ao ter colocado um pé na cozinha.
Se o Lula governar direitinho, e respeitar o cheiro da cozinha de nosso país, quem sabe o caminho iniciado por
FHC contra os preconceitos impregnados à direita e à esquerda do Brasil tenha consecução e tenhamos como sucessor do Lula alguém com a cara da Bené, por exemplo. Ou será que é preciso ser inglês, para ver o que está acontecendo no país?
(Marcos Romão, Hamburgo, Alemanha)


* Acredito que o inglês está certo. Os preconceitos são muito fortes e arraigados, embora nem sempre sejam visíveis. Historicamente, creio que a eleição de Lula é um marco, mas a morte de todos os preconceitos é um objetivo de longo, longuíssimo prazo.
(Marcelo Centenaro, São Paulo)


* Não tenho dúvidas de que o fato de Lula não personificar o estereótipo do nordestino (não tendo a pele amorenada nem o sotaque carregado) pesou em grande medida para a classe média e para quaisquer outros que sentem aversão aos nordestinos e/ou negros votarem em Lula. Encaro o comentário do jornal inglês exatamente como uma análise de alguém que é de fora e que não tem com que se preocupar ao falar sobre preconceitos antigos e ao mesmo tempo tão arraigados na nossa sociedade (que é, pelo menos hipócrita com esse tipo de assunto). Se algum jornalista ou comentarista brasileiro falasse o que o jornal inglês falou abertamente, ainda que coberto de argumentos racionais e facilmente verificáveis, quem sabe não fosse tratado como Oscar Wilde ao falar sobre a hipocrisia da sociedade da sua época?
(Ingrid)

*Não é apenas a visão de um "gringo". O brasileiro é racista sim. Basta ver as histórias da construção deste país em que tudo o que há de bom é atribuído a qualquer outra raça, menos aos negros que foram escravizados e trabalharam "de graça".
(Luiz Ribeiro, Curitiba)


* Não. Não representa o fim dos preconceitos. Estes continuam existindo em estado latente. Ocorre que as desilusões com os partidos e os políticos mais "aprimorados" superou toda e qualquer barreira de preconceito. Aliados a isso, uma mensagem que vem sendo "vendida" pelo PT, com muito mais credibilidade.
Esses preconceitos só deixarão de existir, quando, se puder verificar os resultados e, esses forem satisfatórios, e a partir daí, por conclusão, verificar e assumir o quanto temos sido preconceituosos, em tudo, e o quanto podemos nos exercitar para deixar de ser.
(Jairo Pessoa Guimarães)

* É claro que o Brasil muda (aos poucos), mas não sejamos hipócritas, o Observer tem razão quando afirma que os brasileiros tem preconceito contra negros e nordestinos.
(Sara Mussi)


2 - Lula vai continuar a usar a estrela do PT na lapela mesmo depois da posse? Estaria correto se continuasse? Afinal, como disse o próprio eleito, ele quer ser o presidente de 170 milhões de brasileiros, não apenas daqueles que votaram nele.

* Não duvido que será o presidente de todos os brasileiros e que também não esquecerá da sua origem e ideais políticos. É indiferente o uso da estrela depois da posse. FHC poderia ter usado um tucano na lapela ... faria diferença?
(Luiz Fernando T. de Siqueira).

* Diferentemente do que tentam muitos após a eleição, considero impossível desvincular PT de Lula: um é o outro e vice-versa. Sendo o PT o único partido com ideologias democraticamente discutidas e eleitas por seus integrantes, não me incomoda o uso da estrela ou não. Todavia, me parece coerente que cores e símbolos partidários, em pleno clima de "pacto social", estejam intencionalmente em segundo plano no início do novo governo.
(Leandro Nogueira de Freitas, de São Paulo)


* Não sei. Acho que ele é prudente demais para fazer uma bobagem dessa de usar a estrela eternamente.
(José de Almeida Bispo)

* O Brasil será governado por um petista, mas talvez incomode muita gente essa lembrança constante. Particularmente, gostaria sim de ver o presidente com a estrela na lapela.
(Márcia Pearce, Estados Unidos)

* Não deveria. Quando muito, uma bandeirinha do Brasil.
(Murilo M. Ribeiro)

* Foi dado ao Lula um voto de confiança, cabe a ele saber a hora apropriada de tirar a estrela, acho que será no momento em que ele sentir que o desejo se tornou realidade, o que na verdade não será nada fácil.
(César Augusto de Oliveira Lutti)

* Claro que o bom senso manda aposentar a estrela para só usá-la em convenções partidárias e congêneres, mas convenhamos, estamos pedindo do nobre futuro presidente uma maturidade além da possível, vamos colocar tal
ato na conta do deslumbre e atordoamento com sua nova
condição.
(Claudia B. P. Flausino)

* A estrela faz parte da identidade do LULA, mesmo sendo presidente de todos os Brasileiros, não é necessário tirar a estrela do peito.
(André Duarte Bueno)

* A estrela deve ficar restrita às reuniões do PT ou, caso contrário, FHC deveria ter andado com um tucano no ombro durante os oito anos de mandato.
(Luiz Ribeiro, Curitiba)


3-Lula vai insistir em morar fora do Palácio da Alvorada, apesar da má lembrança dos dois últimos presidentes que fizeram o mesmo? Collor morou na casa da Dinda e foi impeachado. João Baptista de Figueiredo viveu na Granja do Torto e afirmava preferir o cheiro de cavalos ao de povo, que Lula diz representar.

* Olha, deixaria de frescura e moraria logo no Alvorada que é a residência oficial do presidente. Meu, aquela piscina é
fantástica!
(Murilo M. Ribeiro)

* O Palácio da Alvorada deve e deverá ser a residência oficial. Qualquer um que quiser morar fora de lá será criticado por isso.
(Paulo Henrique)

* Se ele for supersticioso, vai querer morar no Alvorada. Mas se ele não tiver dessas esquisitices, mora onde desejar, Alvorada, Granja...
(Ana Villela)


4- É apenas impressão deste colunista ou agora virou cult revelar origens humildes? Você não tem escutado com mais frequência ultimamente frases como: "eu sou filho de pai operário", "eu trabalho desde que tinha 12 anos", "foi com muita dificuldade que cheguei a essa posição"? Será que todos estão pensando em ser presidente?

* Espero que não seja sua impressão e que o povo brasileiro tenha orgulho mesmo de ser o que é. Não acho que pensarão na Presidência do país, mas talvez apareçam mais vereadores e prefeitos de origem humilde.
(Márcia Pearce, Estados Unidos)

* Não é impressão. Infelizmente essa coisa do ser humano querer se parecer com quem está em evidencia ainda está muito impregnada...
(Sandra)

* Cuidado com o respeito ao teu povo. Afinal o meu Brasil sonha em ser filho de operário, mas infelizmente não temos tantos empregos assim.
(Luís Afonso Iannone)

* Sim, infelizmente em nosso país vale mais o termo humildade, berço pobre, do que conhecimento e experiências e o sonho de qualquer cidadão menos privilegiado é chegar onde os "ídolos" chegam: veja o caso específico dos jogadores de futebol.
(Airton Delpasso)

* O problema é que agora virou moda ser de esquerda, fazer cara de pobre coitado e falar mal da nossa elite que é "a mais perversa do mundo", citando aqui o nosso presidente eleito.
(Welithon Lima Silva)

* Agora é fashion falar que é pobre. Eu mesma já ouvi várias pessoas adotando o discurso de que o pai é nordestino... Antes, se se comentasse que uma pessoa tinha aparência física ou sotaque nordestino, ou ainda se afirmasse que tal pessoa era pobre, havia certo desconforto tanto por parte da pessoa "ofendida" quanto por parte do suposto "ofensor" _que era tachado de preconceituoso. Agora, deram para dizer "sou baiano com muito orgulho" ou "eu me fiz na vida". É moda agora dizer que se é pobre ou nordestino.
(Ingrid)

* Talvez, mas acho que não dura muito. É só passar a euforia inicial que acaba.
(Marcelo Pitta Coelho)

* Concordo que virou modo revelar as origens humildes, mas isto é louvável na medida em que diminui o preconceito contra a pobreza.
(Daniel Alves Teixeira)

* Não sei, mas deve ter virado moda. Pelo jeito estamos trocando o "eu sou bem nascido" por "eu trabalhei muito para chegar onde cheguei". Deve ser moda passageira, mas não deixa de ser um sinal da democratização estilo americana que se enraíza cada vez mais entre nós.
(Luiz Pozzobon)

* Parece que virou cult. O próprio Serra, de vez em quando, dizia dessas.
(Fernando Jasper, Curitiba)

* Talvez a auto-estima do brasileiro comum tenha aumentado vendo que nem sempre precisa ser governado pela elite neoliberal.
(Walter Daniel Leon Roman)


5- Qual será o "uniforme" da era Lula, uma vez que o estilo calça bege camisa azul da era FHC deve sair de moda?

* Seria legal se ele desse Armani para todos, não? Gostaria muito de ver meu marido de Armani.
(Vera Corrêa, de Curitiba)

* É. A cor da moda neste verão deverá ser mesmo o vermelho.
(Paulo Bertazzi, São Paulo)

* Nada de excepcional ou transcendente. Deverá ser terno e gravata (se bem que num país tropical seria mais interessante que inventássemos uma indumentária mais apropriada).
(Leosés Machado)

* Ternos Armani, naturalmente.
(Cesar Augusto de Oliveira Lutti)

* Segundo os estilistas (sim, já há matéria jornalística a
respeito), peças do vestuário em vermelho, de preferência
detalhes tipo lenço, gravata, bolsas, poucas de cada vez para
não parecer puxa-saco, nem "miss festa do morango".
(Claudia B. P. Flausino)

* Calça branca e camisa vermelha, e em ocasiões formais ternos bem alinhados.
(Daniel Alves Teixeira)

* Esta é fácil: macacão jeans, camiseta regata e chinelos avaianos (sem h mesmo), os que não desbotam nem soltam as tiras. Nos fins de semana, a mesma camiseta, porém bermuda. Já para trabalho e reuniões, ternos Armani legítimos ou feitos no Paraguai.
(Luiz Pozzobon)

* Que tal farda verde-oliva e boné verde como o Fidel ? Parece pergunta da revista Claudia ou Caras.
(Walter Daniel Leon Roman)

* Nunca o Palácio do Planalto foi fonte de estilo. Estilo é assumir uma ação corajosa e inovadora, estilo é superar o medo, é ousar, é correr riscos. Lula, Marisa, José Dirceu, Palocci, Genoino e Mercadante, ou seja, os principais integrantes da "entourage" petista, vestem-se tão mal quando o FHC e a sua turma. Não têm estilo. Limitam-se a servir de cabides para os chamados consultores de moda que, temendo erros, fazem as imposições mais quadradas, mais conservadoras e as mais lamentáveis possíveis. Estilo tinha o JK quando tirava os sapatos para despachar, quando saía de madrugada para fazer serenatas ou quando levava o seu bom humor e a sua alegria para dançar nos salões sisudos de Minas. Estilo tinha a Evita Perón com seus diamantes de um lado e sua pose de mãe dos pobres do outro. Estilo tinha o velho Ulysses, que vestia um terno da loja José Silva e, dedo em riste, exigia respeito nas ruas de Salvador, apesar de encurralado pelos policiais militares e pelos cães amestrados da Bahia. Estilo tinha o Pixinguinha cantando "Carinhoso". E o Lula quando usava macacão e ameaçava, de forma efetiva, a turma da gravata Hermès. Estilo é mais do que o poder e do que o dinheiro. Ter estilo é assumir atitudes inesperadas, surpreendentes. O resto é armazém de secos e molhados. Ou as vitrines sem imaginação da Daslu.
(Catarina Oliveira Pires)


6- Que contribuição à língua portuguesa trará o novo governo, além da utilização exagerada da palavra companheiro? FHC deu algumas, como nhenhenhém e neobobos.

* Várias, além de companheiro, companheira, povo, nação, pátria, vergonha na cara, barriga cheia, educação, etc.
(Joel Miranda, Salvador)

* Se valorizar a universidade pública e investir em educação vai ter MENAS gente se preocupando com isso.
(Jacques Fernandes)

* Acho que será dar um valor significativa e real a duas palavras esquecidas (ou quase) - cidadania e dignidade.
(Leosés Machado)

* Espero que nenhuma. A flor do Lácio deve permanecer inculta e bela.
(Cesar Augusto de Oliveira Lutti)

* Lula traz a seguinte contribuição à língua: fala errado, como o povo. Aqueles que estudaram e falam correto têm dores nos ouvidos a cada erro de concordância. É como dar uma espetada na sociedade, para que acorde para o abismo em que a educação está. Se a cada vez que o ouvirmos lembrarmos que a educação é a principal necessidade brasileira, já estará dada a contribuição.
(Paulo Henrique)

* Enquanto professora da nossa língua materna, considero
importante mencionar que todos os neologismos ( de
qualquer origem ) são sempre bem vistos sob a
perspectiva da lingüística, uma vez que a flexibilidade
da Língua Portuguesa é fruto da competência dos próprios
falantes.
Lula, com certeza, fala(rá) a língua do povo. O povo
já está familiarizado com o vocabulário típico do nosso
candidato eleito.
A novidade acontecerá para a elite brasileira, que
deverá incorporar e se " submeter " não apenas à
linguagem nova, mas à mudança na perspectiva política,
já que esta deixará de atender tão somente aos
interesses de uma minoria e se estenderá pelo vasto
território brasileiro.
Nessa perspectiva, cabe enfatizar que a palavra "companheiro" tem uma carga semântica muito mais positiva
do que a palavra " neobobos", e, por isso, "a defesa da
classe operária e humilde", do "povão", acontecerá
de forma significativa.
(Renata Maurício Sampaio, São Paulo)


7-Será que o "consenso da fome" vai desbancar o consenso de Washington?
Essa pergunta também precisa de explicação. Agora parece que todo mundo acordou para as mazelas do país e decidiu afirmar que é preciso pensar nas questões sociais quando for tomar medidas econômicas. Antes só se falava em liberdade total para os capitais, em aberturas, globalizações, desregulamentações.

O raciocínio parecia ser que, numa espécie de efeito colateral, os problemas sociais seriam minorados com as mudanças econômicas. Agora, até negociadores americanos para a Alca adotam o discurso de "tudo pelo social". Será que a mudança é para valer?

* Deus queira que sim, que tenha havido modificação, e que o "consenso de Washington" venha dar lugar à preocupação com a fome, que é grande em nosso país, mas que não é exclusividade nossa. Espero sinceramente que o programa proposto pelo novo governo venha a funcionar. Só acho que, em vez de vale "comida", seja adotado um cartão magnético, permitindo que os beneficiados possam receber o dinheiro e utilizá-lo conforme suas próprias necessidades e seu próprio discernimento. Chega de tutela. O vale "comida" é autoritário e limitativo, além de expressar falta de confiança e credibilidade nas pessoas.
(Dalton Andrade)

* Acho que o consenso de Washington vem morrendo há um bom tempo, e a Argentina é um símbolo do seu fracasso. Acho que o "consenso da fome" é um modismo, em cima de um problema real e grave. Espero que o modismo contribua para que o problema ganhe visibilidade e seja atacado e minorado. Não sei se fará com que seja resolvido definitivamente no Brasil. E o consenso de Washington ainda deve demorar para morrer de vez.
(Marcelo Centenaro, São Paulo)

* Esse debate é inútil. Somos o que somos em termos
distributivos por herança histórica. O Governo FHC fez pelo social muito sem comprometer o capitalismo. Espero que Lula não invente, como com esses cupons de triste memória, e trate de cuidar de cada área sem paixões, seguindo os bons exemplos de seu antecessor.
(Marco Aurélio Schommer)

* Espero que assim seja, estou enfurecido de ver a publicação dos balanços contábeis dos bancos (todos) no Brasil demonstrando lucros (desculpe) pornográficos, semestre após semestre, ano após ano, etc...
(Paulo Bertazzi, São Paulo)

* Não acho que essa mudança seja para valer, infelizmente. Principalmente com os EUA (onde vivo) tendo maioria republicana. Imagino que estejam tentando abrandar discursos para não começarem os choques já. No final, os
interesses americanos falarão mais alto, como sempre. Uma luta difícil e espero que não sejamos nós, mais uma vez, os perdedores.
(Márcia Pearce, Estados Unidos)

* O consenso de Washington já morreu, só falta enterrar. O que não quer dizer que o da fome vá pegar. Talvez mais na retórica que na prática.
(Marcelo Pitta Coelho)

* Mais um modismo. Pouco mudou em termos de prioridades, que continuam sendo desenvolver o país. Mais enfoque no social estava faltando, desde a época do Sarney, que o tinha somente no slogan do governo.
(Luiz Pozzobon)

8-Fernando Henrique fez de tudo para ficar oito anos no governo, por que agora diz que é contra ficar mais cinco dias? Dizem que ele não quer que seja mudada a data da posse do novo presidente de 1o para 6 de janeiro.

* O FHC comprou votos de deputados (senão ele, asseclas dele) para permanecer mais quatro anos no poder, ele não quer ficar cinco dias porque aposta que, como brasileiro não tem memória, vão achar que com isso ele não é apegado ao poder.
(Vera Corrêa, de Curitiba)

* FHC não governa mais há quase um ano. Está doido para cair fora, e com razão.
(Paulo Henrique)

* Ele quer estar no Tibete quando aparecer a podridão que está ficando para o próximo governo.
(Ana Vilella)

* É inveja porque a posse de Lula, se for feita depois do Ano Novo, poderá atrair mais chefes de Estado em comparação com a posse dele, FHC. A natureza humana é sinistra.
(Catarina Oliveira Pires)


9- E se Lula ficou tanto tempo tentando ser presidente, por que agora quer adiar a posse? Só para ver se consegue trazer mais convidados internacionais, que não querem perder a festa de Ano Novo em seus países?

* Lula mostra deslumbramento e vaidade indevida, perigosa até, em querer prorrogar a data de posse para ter mais convidados importantes.
Deve ser a bajulação de que vem sendo alvo. Espero que a razão fale mais alto e ele abandone a idéia de iniciar o mandato com essa esquisitice.
(Marco Aurélio Schommer)

* O PT quer fazer da posse presidencial um discurso mundial, com direito a usar a passarela de Brasília como o grande carnaval mundial. Eu penso que a posse é de um presidente do Brasil para os brasileiros e que tem que repensar tudo o que foi feito até hoje para tentarmos não só o presidente, mas o país como um todo, a voltar a ser um país. Historicamente tenho péssimas lembranças de Lech Walesa.
(Airton Delpasso)

* É que agora aumentou o gás, a gasolina, e tem outros pepinos. O jeito é adiar ao máximo a posse. Também por isso, Lula sente-se muito bem como presidente eleito apenas. Virou popstar e tem muito pepino do qual ele não é culpado para resolver agora.
(Fernando Jasper, Curitiba)

* É claro e evidente que seria muito importante para a consolidação da imagem, no exterior e ate mesmo aqui no Brasil, se o futuro presidente conseguisse trazer para a sua posse nomes de expressão mundial. No entanto não podemos criar um artificio jurídico ou uma maratona no legislativo para modificar a carta magna, apenas para se obter um efeito de "marketing" devido a insegurança do futuro mandatário em relação a sua aceitação nessa nova função. onde esta a alta confiança e as estratégias certas, bem definidas e isolacionista do PT? Será que já vai começar com os mesmos problemas dos neoliberais?
(Ana Célia Sousa)
Vaguinaldo Marinheiro é secretário-assistente de Redação da Folha de S.Paulo. Escreve para a Folha Online aos domingos

E-mail: vaguinaldo.marinheiro@folha.com.br

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