Ministério Público pode processar Rosinha; ouça repórter

A ex-governadora do Rio Rosinha Matheus é acusada de ter recebido irregularmente R$ 1,6 milhão de quadrilhas de máquinas caça-níqueis e do jogo do bicho, de acordo com o Ministério Público Federal. A reportagem foi publicada nesta segunda-feira na Folha (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Segundo Raphael Gomide, repórter da sucursal da Folha no Rio de Janeiro, as doações não aparecem na prestação de contas apresentadas à Justiça Eleitoral. "Essa informação consta de denúncia da Operação Segurança Pública S/A, que prendeu o ex-chefe de Polícia Civil Álvaro Lins (PMDB), também beneficiado por doações de R$ 35 mil", conta o jornalista.

Raphael Gomide

De acordo com o jornalista, os dados que indicam a doação estão em uma planilha apreendida com o tesoureiro Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães, durante a Operação Hurricane (furacão), realizada no ano passado pela PF (Polícia Federal).

Gomide diz que agora o Ministério Público Federal cita Rosinha Matheus ao lado de Álvaro Lins e de outros políticos do Rio, como a ex-governadora Benedita da Silva (PT), como recebedores de contribuições financeiras de bicheiros.

O repórter explica que Rosinha pode ser processada pelo Ministério Público Eleitoral sob a suspeita de receber recursos não contabilizados para a campanha em que ela se elegeu. "Mas dificilmente essa acusação vai prosperar, porque a doação teria ocorrido em 2001 e 2002. Eu falei com o procurador responsável e ele considera as provas um pouco frágeis."

Na semana passada, o TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região decretou a prisão de dez pessoas, e o Ministério Público Federal denunciou 16, incluindo o ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB).