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Diego
Medina
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O
melhor campeonato de que já participei! Ouvi essa declaração
de alguns surfistas e pessoas envolvidas na etapa de abertura
do Super Surf, o circuito brasileiro de surfe profissional.
A opinião me surpreendeu. Ela partiu tanto de competidores bem
colocados quanto de desclassificados no início. De técnicos,
agentes e patrocinadores de atletas.
O elogio diz respeito à organização da prova, já que, infelizmente,
as ondas só estiveram boas, muito boas, nos dias que antecederam
a competição.
Provavelmente isso também contribuiu para a vibe leve de todos.
Na terça e quarta-feira, Maresias quebrou tubular para alegria
dos profissionais que já treinavam por lá e também dos que tiveram
a oportunidade de assistir ao show do surfe.
Infelizmente durante a prova as ondas não ajudaram, mas até
isso os competidores trataram de minimizar, envolvidos que estavam,
com a estrutura colocada à disposição. A começar pelo palanque,
confortável, com um visual original produzido pelo cenógrafo
Zeca Ratu, passando pela fartura e, principalmente, pelo respeito
e atenção dedicado a eles, atletas.
Aquela sensação de que a estrela do espetáculo era o último
a ser lembrado se dissipou. Tudo parecia conspirar a favor dos
interesses dos atletas. E isso foi sendo preparado desde a elaboração
do projeto.
O aumento da premiação, a isenção de taxa de inscrição, o cuidado
com a imagem do atleta e seu uso na mídia são alguns indicadores
dessa atenção. Para a primeira edição de um circuito com um
novo critério de ranking, novos envolvidos na organização, transmissão
televisiva e outras novidades sujeitas a falhas, foi um bom
começo.
Na água, apesar de alguns nomes da nova geração terem alcançado
bons resultados, entre os finalistas, apenas atletas que participam
ou já participaram do WCT.
Mesmo com ondas pequenas as semifinais foram empolgantes, com
os surfistas conseguindo realizar quatro, cinco manobras em
cada onda. Fábio Gouveia levou a melhor sobre Joca Jr. e Peterson
Rosa garantiu a vaga sobre Armando Daltro.
Na final, Rosa, com a prioridade, deixou passar a onda decisiva
da bateria. Gouveia mesmo achando que a onda iria fechar, resolveu
arriscar. E se deu bem. Somou 8,17 pontos e garantiu R$ 10 mil
de prêmio e 1000 pontos no ranking.
Os finalistas e os outros atletas que disputam o WCT lamentaram
as datas coincidentes com etapas do Mundial, quando terão que
abrir mão da disputa no Brasil.
O feminino, pela primeira vez caminhando junto com o circuito
masculino, terminou com a vitória de Andréa Lopes. No sábado,
o Super Surf estréia na TV.
Nos sábados pós etapas irá enfocar a prova; nos outros, vai
tentar levar o ambiente do surfe para a telinha. A lamentar,
só o fato de que se tudo caminhar como todos esperam, o número
de surfistas na água irá crescer demais nos próximos meses.
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