Publifolha
10/04/2008 - 09h00

Em 1938, Viaduto do Chá é ampliado para comportar maior fluxo de veículos

da Folha Online

Na década de 1930, São Paulo já dava provas de seu crescimento e urbanização. Prova disso é que em abril de 1938 o Viaduto do Chá teve que ser ampliado, pois o viaduto original, que data de 1892, não comportava mais o fluxo, principalmente de bondes, da cidade.

Divulgação
Guia revela o que fazer na cidade o ano todo, 24 horas por dia
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O "Guia Fique em São Paulo", da Publifolha, fala sobre o Viaduto do Chá e o Vale do Anhangabaú, região que abriga o viaduto.

Leia abaixo trecho do livro.

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VALE DO ANHANGABAÚ

O Viaduto do Chá surgiu em 1892 para ligar o centro, "velho" à "cidade nova", então formada pela rua Barão de Itapetininga e adjacências. Projetado em estilo art déco pelo francês Jules Martin, a obra tinha dimensões ousadas para a época: 14 m de largura (ampliados para 25 m, em 1938) por 240 m de comprimento, sendo 180 m em estrutura metálica. Até 1897, o cidadão pagava pedágio de três vinténs para atravessá-lo. Quem não tinha dinheiro passava por baixo, pelo Vale do Anhangabaú. Na década de 1910, o arquiteto francês Bouvard propôs fazer na área um parque, como o parisiense Bois de Boulogne. Entre 1981 e 1982, esse trabalho foi aprimorado com o paisagismo de Jorge Wilheim e Rosa Grená Kliass.

Aqui fica o edifício mais alto de São Paulo, o Mirante do Vale, com 170 m e 50 andares (acesso pela av. Prestes Maia, 241). Junto do Viaduto do Chá está o Shopping Light, no Edifício Alexander Mackenzie: aprecie os detalhes deste projeto, criado em 1925 pelos arquitetos norte-americanos Preston e Curtis e executado pelo escritório de Ramos de Azevedo. Ao lado do Theatro Municipal há reminiscências da primeira metade do século 20, como o antigo Hotel Esplanada (hoje sede da Votorantim) e o prédio do antigo Mappin, em art déco. Na avenida S. João, mais ou menos na mesma linha do Municipal, passa-se na frente de um cinema antigo, o Art Palácio, e chega-se ao Largo do Paissandu, onde fica o Ponto Chic e seu famoso sanduíche bauru. Aqui está também a Igreja N.S. do Rosário dos Homens Pretos (seg-sex 7h- 19h, sáb 8h-10h e dom 7h-12h), erguida entre 1904 e 1906 e referência para a comunidade negra -há cultos em dialetos africanos. Na frente, a estátua Mãe Preta homenageia as amas-de-leite.

O Largo do Paissandu foi, 30 anos atrás, o coração da antiga Cinelândia paulistana. Hoje a Galeria Cultural Olido (nº 473) congrega cinema, dança, música e teatro, preserva a arquitetura do lendário Cine Olido.

Maus espíritos

"Anhangabaú" significa "água dos maus espíritos", em tupi-guarani. A explicação mais aceita para esse nome é que bandeirantes tenham feito uma chacina de índios nas imediações do rio Anhangabaú, que hoje passa sob o asfalto no Vale homônimo. Alguns crêem que essa água tinha grande quantidade de minerais, o que a tornava prejudicial à saúde, e outros se referem às cheias do local. Mito ou fato, vale registrar que muitos suicídios já ocorreram nos viadutos do local.

"Guia Fique em São Paulo"
Autor: AF Guias de Viagem
Editora: Publifolha
Páginas: 200
Quanto: R$ 29,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou no site da Publifolha