Reuters
27/12/2001 - 21h09

Indecisão cerca uso de células-tronco em Cingapura

da Reuters, em Cingapura

A questão sobre quando começa a vida humana, no momento da concepção ou depois, é um dilema para os grupos que assessoram o governo de Cingapura sobre pesquisas com células-tronco.

"Se um embrião for considerado um ser humano desde o começo de seu desenvolvimento, não é correto utilizá-lo", disse Lim Pin, presidente da Comissão de Assessoria em Bioética de Cingapura (CAB).

Existe um debate internacional intenso sobre a utilização de células-tronco embrionárias humanas em pesquisas, pois isso significaria a destruição de embriões para retirar essas células, consideradas pelos cientistas como uma possibilidade de desenvolver a cura para doenças.

A CAB foi designada pelo governo para analisar questões éticas, sociais e judiciais relacionadas à biologia e comportamento humanos, assim como suas aplicações. Em novembro, a comissão anunciou a aprovação do uso de embriões com menos de 14 dias em pesquisas com células tronco.

Para os cristãos (15% da população) e hindus, a vida começa no momento da concepção. Os muçulmanos (15% da população) acham que a vida começa quatro meses depois da concepção.

Segundo Lim, os budistas representam 43% da população do país e apóiam as pesquisas com células-tronco. A CAB apóia o uso de embriões em estágio inicial de desenvolvimento em pesquisas e baseou sua decisão no fato de o sistema nervoso embrionário começar a se formar por volta de 14 dias após a concepção.

O grupo fará suas recomendações finais sobre as pesquisas no início do próximo ano.

Cingapura destinou cerca de 1,6 milhão de dólares para estimular as pesquisas de sua indústria de ciências da vida, mas ainda não conta com regulamentação sobre o assunto.
 

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