Reuters
28/12/2001 - 15h01

Troca de músicas on line derruba preço de CDs nos EUA

da Reuters, em Nova York

As lojas norte-americanas estão baixando os preços dos CDs, que devem passar a custar US$ 9,99 para enfrentar a pirataria de músicas on line iniciada com o Napster e que hoje se dá através de uma meia dúzia de programas de troca de arquivos.

"Parece que teremos mais um ano ruim na venda de CDs e acho que, até certo ponto, isso se deve à abundância de músicas on line", afirmou Tom Adams, presidente da Adams Media Research, empresa de consultoria e pesquisa na área de entretenimento.

O surgimento de mídias alternativas, como o DVD, também estaria roubando clientes do CD, segundo Adams. Mas a pirataria online, para o executivo, é a principal responsável pela queda nas vendas.

Adams diz que o impacto real dos serviços de troca de arquivos musicais não pode ser avaliado, já que a maioria dos programas não usa um servidor central, que seria mais fácil de ser monitorado.

Para se ter uma idéia da queda nos preços, é só pegar o caso do Virgin Entertainment Group, que tem uma loja enorme na Times Square, em Manhattan. O consumidor lá encontra CDs em promoção por US$ 3,99. Apenas os mais populares saem mais caros: por US$ 9,99.

"As gravadoras terão de avaliar seu modelo de negócios, pois os serviços gratuitos de troca de arquivos roubaram boa parte do mercado", disse Kenneth Freundlich, advogado especializado no setor de entretenimento.

De um CD vendido ao consumidor por 13 dólares, a gravadora fica normalmente com 8 dólares, com os quais tem de pagar direitos autorais, campanhas publicitárias e custos de produção.

O artista geralmente fica com 50 ou 75 centavos de dólar por CD vendido. A gravadora lucra 3 ou 4 dólares por unidade.

"Acreditamos que os preços dos CDs devem cair definitivamente para um patamar de US$ 9,99 pela falta de sucesso dos novos artistas e pela continuidade da pirataria online", afirma Peter Caruso, analista da Merrill Lynch.

Para concorrer com os serviços gratuitos, as grandes gravadoras lançaram seus serviços próprios -e pagos- de download de músicas. Mas eles ainda não decolaram, mesmo porque são muito recentes.

Os serviços pagos das gravadoras são: o MusicNet, uma iniciativa de RealNetworks, Warner Music, EMI Group e BMG, e o Pressplay, uma parceria entre Universal Music e Sony Music.
 

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