Reuters
29/12/2001 - 11h11

Paquistão retira moradores da região da Caxemira

da Reuters, em Muzaffarabad

O Paquistão começou a retirar moradores de aldeias da Caxemira próximas à fronteira com a Índia, uma região onde há constantes combates e a ameaça iminente de uma guerra.

A tensão na chamada Linha de Controle (a fronteira disputada na Caxemira) aumentou depois de 13 de dezembro, quando um grupo de militantes suicidas invadiu o Parlamento indiano. O governo indiano atribui o ataque a separatistas muçulmanos da Caxemira, com apoio do Paquistão.



O Exército indiano fez disparos na noite de sexta e na manhã de sábado, com armas leves, ferindo pelo menos um civil. Por causa disso, os moradores foram retirados ``por precaução'', segundo um chefe de polícia em Muzaffarabad, capital da parte paquistanesa da Caxemira.

``Não estamos fugindo de casa. Estamos prontos para lutar ao lado do Exército paquistanês'', afirmou Naseer Ahmed, morador de Mohra Balakote. No começo da semana, os confrontos já haviam levado pelo menos 200 civis a deixar suas casas.

Os moradores de outras áreas fronteiriças, mesmo distantes da Caxemira, também estão em fuga. Houve relatos de choques na região do Punjab, mas sem vítimas. Escaramuças na fronteira já haviam deixado aldeias vazias nas crises de 1987 e 1999.

As duas potências nucleares do sul da Ásia já entraram em guerra por três vezes desde a independência, em 1947. Duas delas foram por causa da Caxemira. Desta vez, os dois lados enviaram soldados para a fronteira e se impuseram sanções políticas e econômicas.

O Paquistão nega ajuda direta aos grupos separatistas da Caxemira, o único Estado indiano de maioria islâmica. Islamabad admite apenas apoio diplomático à sua causa.

Em meio à crise, os Estados Unidos agem para evitar uma guerra que altere o equilíbrio estratégico da região e possa prejudicar sua guerra contra a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden, no vizinho Afeganistão.

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