Reuters
30/12/2001 - 11h37

Israel diz que discurso de Arafat reduziu a violência

da Reuters, em Jerusalém

O Exército israelense disse hoje que os ataques de militantes palestinos diminuíram desde que o líder palestino Iasser Arafat fez um discurso ordenando o fim da violência, há duas semanas. A declaração pode abrir caminho para a volta do emissário norte-americano Anthony Zinni à região.

Segundo o Exército, foram em média 11 ataques por dia depois do discurso, em comparação aos 18 ataques nas duas semanas que o antecederam. "Começaram os dias de tranquilidade?", questionou em sua manchete o jornal israelense "Maariv".

As estatísticas do Exército se referem a disparos, facadas e atentados com bombas e granadas. Nas semanas anteriores ao pedido de Arafat, 40 israelenses foram mortos; desde então, apenas um. Nesse período, 14 palestinos morreram, 6 deles em confrontos com soldados da própria Autoridade Palestina.

Por causa da violência do começo do mês, o ex-general Anthony Zinni, representante dos EUA para a crise, voltou aos Estados Unidos enquanto aguardava medidas concretas de Arafat contra os militantes e a suspensão de restrições israelenses aos palestinos. Na sexta-feira (28), o Departamento de Estado disse que Zinni deve retornar ao Oriente Médio em janeiro.

Numa reunião de hoje com seu gabinete, o primeiro-ministro Ariel Sharon atribuiu a relativa calma à pressão internacional sobre Arafat e à eficiência da vigilância de seus soldados.

A Autoridade Palestina diz que já prendeu dezenas de militantes desde o discurso de Arafat. O grupo Hamas declarou um cessar-fogo depois disso, mas a Jihad Islâmica não deixou muito clara sua posição.

Segundo a agência de notícias palestina "Wafa", o secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, telefonou para Arafat para cumprimentá-lo pela melhora na situação.

O ministro trabalhista israelense Matan Vilnai disse que o declínio na violência pode significar um marco para o retorno às negociações de paz, dentro de um ou dois dias. O governo havia imposto um período de sete dias sem violência para retomada das negociações.

Mas ontem, o funeral de um militante palestino no campo de refugiados de Jabalya (faixa de Gaza) terminou com as costumeiras ameaças a Israel, o que mostra como pode ser difícil manter a tranquilidade na região. Desde setembro de 2000, quando começou a atual fase da intifada ("guerra santa"), pelo menos mil palestinos e israelenses já foram mortos.


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