Reuters
04/01/2002 - 18h43

Paquistão diz que China está disposta a lhe dar todo apoio

da Reuters, em Katmandu

Um alto oficial militar paquistanês disse hoje que a China, tradicional aliada do Paquistão, prometeu apoiar o país "em qualquer eventualidade".

O general Rashid Qureshi foi questionado se a liderança chinesa estaria disposta a apoiar o Paquistão no caso de seu impasse atual com a Índia deteriorar.

"A China disse que estava e está ao lado do Paquistão", disse Qureshi em coletiva de imprensa.

Qureshi afirmou que o Paquistão vai retaliar qualquer atentado contra sua soberania. "Se a Índia violar as fronteiras terrestre, aérea ou marítima paquistanesas, o Paquistão vai reagir com todo o poderio que tem à sua disposição", disse o general.

Depois do ataque suicida desferido contra o Parlamento indiano no mês passado e atribuído pela Índia a militantes da Caxemira sediados no Paquistão, forças paquistanesas e indianas se confrontam no maior deslocamento de forças militares ao longo da fronteira entre os dois países visto em quase 15 anos.

Nova Délhi já disse que, se Islamabad não deixar de apoiar o terrorismo do outro lado de sua fronteira, especialmente na região disputada da Caxemira, de maioria muçulmana, todas as alternativas de ação passarão a ser possíveis.

Qureshi disse que a concentração militar na fronteira pode tornar-se explosiva e que, para desativar a crise, a Índia precisa afastar suas forças da região. "É possível que o Exército indiano inteiro esteja lá. Assim, a Índia está dotada de uma capacidade que é perigosa", disse o militar, acrescentando que o Paquistão reagiu com um mínimo de forças.

Índia e Paquistão, ambos dotados de armas nucleares, já travaram duas guerras em torno da Caxemira. Em 1999, estiveram à beira de novo conflito, quando centenas de homens armados entraram no setor de Kargil, no norte da Caxemira, motivando uma enorme ofensiva indiana.

Qureshi disse que o Paquistão já pediu várias vezes que sejam realizadas conversações com a Índia, incluindo um possível encontro nos bastidores da cúpula regional que terá lugar em Katmandu entre Musharraf e o premiê indiano, Atal Behari Vajpayee.

Mas a Índia já deixou claro que não pretende manter nenhum encontro com líderes nos bastidores da conferência, enquanto Islamabad não puser fim ao que ela chama de o terrorismo atravessando suas fronteiras.

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