Reuters
04/01/2002 - 22h02

Estudo nos EUA mostra que coração se regenera

da Reuters, em Nova York

Usando como marcador o cromossomo Y, pesquisadores do Medical College de Nova York descobriram que o organismo pode modificar a forma do coração ativamente depois de uma lesão. A descoberta veio quando eles estudavam oito transplantes de mulheres para homens.

Publicada no "The New England Journal of Medicine", a pesquisa destrói a duradoura crença de que o coração não é capaz de curar a si próprio e tem implicações no tratamento de doenças cardíacas.

Descobrir técnicas para ajudar o coração a reverter doenças e alta pressão sanguínea "antes era apenas um sonho, mas agora é um objetivo realista que logo pode estar a nosso alcance", disseram Robert Schwartz e Gregory Curfman, editores do periódico.

A confirmação de que o corpo trabalha para consertar um coração danificado da mesma maneira que o faz com outros órgãos veio depois que o médico Federico Quaini e seus colegas examinaram tecido de oito homens que haviam recebido seus corações de mulheres. Como as células femininas não têm o cromossomo Y, que carrega o código genético das características masculinas, os pesquisadores foram capazes de determinar quais células vieram da doadora e quais pertenciam realmente ao receptor.

Mas os pesquisadores encontraram células por todo o coração feminino que continham um cromossomo Y. Em algumas amostras do coração, mais de 45% das células carregavam essa informação genética. Não está claro se essas células vieram de restos do antigo coração masculino e migraram para o novo ou se, originalmente, elas eram células-tronco da medula óssea dos pacientes, que haviam migrado para o coração na tentativa de sanar o dano.

A rapidez com a qual as células do receptor trabalharam para consertar e remodelar o novo coração "são surpreendentes, revelando aspectos até hoje desconhecidos da biologia cardíaca", disse Roberto Bolli, da Universidade de Kentucky, num editorial da publicação. Muitas das novas células "eram totalmente maduras e indistinguíveis das células do coração doado", afirma Bolli.
 

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